RESIDÊNCIA DA PROFA. HONEZINDA
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
RESIDÊNCIAS CLÁSSICAS - Profa. Honezinda Teixeira
RESIDÊNCIA DA PROFA. HONEZINDA
POR DO SOL - O ENTARDECER DA IGREJA
As torres da nossa querida Igreja do Senhor do Bonfim, virada para o poente, sempre está admirando as calmas águas da Ipueira e se deleitando com a beleza do diário por do sol em Xiquexique (BA).
A bela silhueta obtida a partir da Av. J.J.Seabra embeleza ainda mais a despedida do nosso sol que se deita por tras da Ilha do Gado Bravo.
Os moradores da "Avenida" são felizes por poderem contemplar, diariamente, essa visão.
JMC-JUL/2009
PRÉDIOS HISTÓRICOS - PREFEITURA ANTIGA
domingo, 27 de setembro de 2009
CRÔNICA: A PARTEIRA ROSA BARAÚNA
Xiquexique, no começo do século XX era extremamente carente de assistência médica. Não dispunha de médicos e muito menos de hospital. As pessoas que mais sofriam com essa deficiente assistência eram as parturientes que ficavam entregues à natureza nos trabalhos de parto, realizados em casa. Para compensar a falta de médicos todos os nascimentos eram acompanhados pelas parteiras também chamadas de “aparadeiras”, sempre representadas por mulheres que aprenderam o ofício observando partos feitos por suas mães. Uma pessoa que, também ajudava muito nessas horas era o farmacêutico local, pois, por menor que fosse a localidade sempre existia uma farmácia.
No que pese a assistência constante das parteiras e eventuais ajudas dos farmacêuticos, era comum casos de falecimentos de crianças ou mesmo de mães por ocasião dos partos face a complexidade do procedimento e até o desconhecimento de remédios que pudessem evitar infecções ou mesmo hemorragias, pois as parteiras ainda adotavam muitos procedimentos empíricos que eram passados de boca a boca sem nenhuma orientação técnica. Muitas vezes dava certo. O cordão umbilical, por exemplo, era seccionado com uma tesoura não esterilizada, simplesmente limpa com um pano embebido em cachaça pois era comum, até, a falta de álcool. A placenta era imediatamente enterrada no quintal da casa e o umbigo da criança, quando caia, deveria ser enterrado na porteira de um curral. E, essa falta de higiene e cuidados com o recém nascido continuava durante os primeiros meses, sendo, pois comum as mortes por diarréia, desnutrição e desidratação, perigo esse que rondava a criança até os 5 anos de idade, muitas vezes sem ter ao menos o registro de nascimento.
A figura das parteiras, instituição milenar e que já existia discretamente em Xiquexique, teve, na década de 1930 um incremento substancial com o surgimento de várias “aparadeiras” que ficaram famosas na comunidade, destacando-se dentre elas Rosa Baraúna, negra baiana, nascida no ano de 1872 e falecida em 1947. Dizem os que a conheceram e principalmente as mulheres que por ela foram atendidas nos trabalhos de parto que Mãe Rosa, como gostava de ser chamada pelas crianças que “aparava”, tinha uma inata generosidade e um espírito de liderança que apenas a sua simples presença transmitia para a parturiente muita paz e confiança durante os procedimentos do parto.
Rosa Baraúna casou-se, em 1898, com Aureliano Raimundo Bahia e continuou vivendo na Ilha do Meio onde, junto com o marido e os 14 filhos, dedicava-se às atividades de pesca e agricultura. Após o falecimento do marido Rosa Baraúna com seus 14 filhos mudou-se definitivamente para Xiquexique, fixou residência na Rua Castro Alves, pois tinha interesse que seus filhos se matriculassem no curso primário que somente existia na sede do município. Os seus 14 filhos foram por ela alfabetizados e a experiência foi tão gratificante que resolveu instalar em sua casa uma escola para alfabetizar outros meninos objetivando a obtenção de renda para ajudar na manutenção da família. Teve tanto sucesso como professora leiga que a sua pequenina escola doméstica chegou a concorrer, na preferência popular, com a escola do já famoso professor Virgilio Bessa.
Naquela época as viúvas eram praticamente obrigadas a manterem luto fechado, para o resto da vida, após o falecimento do marido. Rosa Baraúna não fugiu à regra e apesar de haver enviuvado relativamente nova com apenas 47 anos, usava diariamente uma saia longa preta quase arrastando no chão e uma blusão da mesma cor, protegendo a cabeça com um chale, também preto. A sua indumentária e o seu ar sempre circunspeto talvez motivado pela precoce perda do marido e a grande responsabilidade de criar 14 filhos, davam-lhe um aspecto místico que a caracterizou até a sua morte.
Foi a partir da sua chegada em Xiquexique que Rosa Baraúna começou a exercer a sua atividade de parteira. Talvez tivesse aprendido com os 14 partos que tivera praticamente sem grandes ajudas já que morava numa ilha do Rio São Francisco. Começou atendendo, voluntariamente e apenas com o desejo de ser útil, aos mais pobres, sem nada cobrar pelos seus serviços. Devido à sua grande dedicação e disponibilidade começou a ser chamada pelas mulheres da sua rua de “mão santa” pelo integral sucesso que sempre tinha nos partos por ela assistidos e, as crianças por ela aparadas, por orientação das mães, passaram, respeitosamente, a chamá-la de “Mãe Rosa”.
Rosa Baraúna se destacou das demais parteiras existentes em Xiquexique, naquela época, principalmente pela dedicação que aplicava a cada um dos partos independente da escala social da parturiente. Sempre demonstrando grande zelo pelo seu trabalho, Rosa Baraúna se preocupava com o quarto da parturiente exigindo muita limpeza e usando todos os utensílios devidamente esterilizados com álcool, conforme aprendera com os farmacêuticos locais. Sempre muito paciente, aos que se apresentavam nervosos solicitava que se retirassem e fossem rezar no quarto vizinho. Sempre humilde, não se recusava a pedir o auxilio do farmacêutico de Xiquexique, quando determinado parto se lhe afigurava de difícil solução. Isso fez muita diferença, pois além de não perder nenhuma criança ou colocar a vida da mãe em risco, a cada intervenção do farmacêutico, um profissional mais técnico, mais ela aprendia.
Atualmente Rosa Baraúna é nome de rua, uma gratidão muito justa feita pelo povo de Xiquexique através dos seus representantes políticos. Ainda hoje é grande o número de pessoas que foram “aparadas” pela parteira Rosa Baraúna e que no tempo de menino a trataram como Mãe Rosa. Para esses devem ser grande a alegria e a satisfação ao lerem a placa com o nome daquela que o recebeu quando da entrada neste mundo.
OBS.: A foto é simbólica. Não é de Rosa Baraúna que não temos.
JMC-2007
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
PRÉDIOS HISTÓRICOS - CESAR ZAMA
Escolas Reunidas César Zama
domingo, 20 de setembro de 2009
OS VAPORES: SÃO FRANCISCO
Foi construído nos Estados Unidos, em 1913, tendo navegado no Rio Missisipi até o ano de 1929. Comprado àquele país começou a nevegar no Rio São Francisco no ano de 1930. Como os demais, utilizava o combustível lenha para deslocar seus 38,8 metros de comprimento e suas 80 toneladas de peso, com uma força de 60 CV de potencia.
sábado, 19 de setembro de 2009
POR DO SOL EM XIQUEXIQUE -
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O PAREDÃO
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
PRÉDIOS HISTÓRICOS - Clube Social Sete de Setembro
domingo, 13 de setembro de 2009
RESIDÊNCIAS CLÁSSICAS DE XIQUEXIQUE (BA) -
O palacete da foto é uma dos prédios que se destacam na Praça D. Máximo. Serviu, por muitos anos de residência do Cel Francisco Xavier Guimarães, influente chefe politico na cidade de Xiquexique (BA). Em 25.01.1924, o Cel. Chico Xavier foi nomeado, pelo interventor da Bahia, intendente do município de Xiquexique em
substituição ao Cel. José de Souza Nogueira. Como interventor, em 3.5.1936 inaugurou a luz elétrica que era gerada por uma caldeira a lenha, fabricação inglesa, que hoje está exposta na praça 6 de julho. Construiu, também a unidade escolar Escolas Reunidas Cesar Zama, inaugurado em 1937 e que até hoje presta grandes serviços à comunidade, sem um referencial na cidade.
Atualmente reside nessa bela casa o comerciante e fazendeiro Joel Firmo de Meira, que nasceu em em 26.10.1926 e é, também, um dos líderes políticos da Xiquexique, tendo sido 2 vezes eleito pelo povo para Prefeito da cidade nos anos de 1962 e 1970. Joel Meira, casou-se em 29.01.1953 com D. Euza Pinheiro Meira e tiveram 9 filhos.
Viuvo, casou-se novamente com a D. Miriam Torres Meira, em 30.04.1985, na cidade de Itaguaçu da Bahia. Joel Meira, do alto dos seus 83 anos ainda continua participando da política local orientando os candidatos mais novos com base na sua longa experiência como chefe político.
POR DO SOL EM XIQUEXIQUE (BA)
Os solitários pescadores
RIO SÃO FRANCISCO - OS NAUFRÁGIOS
VAPOR "SANTA CLARA"
O "Santa Clara" foi outro famoso vapor que teve um fim trágico. Em 1932 navegava subindo o rio, quando, no lugar denominado “Mucambo do Vento”, local de ventos violentos e grande profundidade, a 18 km acima da cidade de Xiquexique (BA), naufragou, causando a morte, por afogamento, de muitas pessoas entre elas, a filha do comandante Antonio de Mendonça, que se encontrava dormindo trancada no camarote.
sábado, 12 de setembro de 2009
CRÔNICA: O CAVALO DOURADINHO
O CAVALO DOURADINHO
Xiquexique, nas décadas de 1940 e 1950, apesar de ser uma pequena cidade do interior da Bahia, não possuindo mais do que 5.000 habitantes, exibia um elevado nível cultural além de possuir alguns equipamentos e repartições que os distinguia das demais cidades suas vizinhas, como muitas e importantes repartições federais e estaduais ali sediadas, uma linha regular de transporte aéreo com aviões semanais para Salvador e Belo Horizonte com escalas nas cidades ribeirinhas do Rio São Francisco, além de uma população jovem que se caracterizava por sua dedicação aos estudos do terceiro grau feitos geralmente nas Faculdades sediadas em Salvador.
Por tudo isso não é de se admirar que na década de 1950 Xiquexique possuísse o seu “jóquei clube”. Não tinha esse nome, claro, era conhecido como o “PRADO”. Ficava situado numa pradaria próximo à localidade conhecida como Ponta da Ilha, e se resumia a uma pista de terra batida de aproximadamente 1.000 metros, em forma ovalada, limitada por uma cerca de madeira de aproximadamente 70 cm de altura e que evitava a invasão da pista por parte da assistência. Era ali, nesse rústico "jóquei" que, todas as tarde de domingo aconteciam as disputas entre os melhores cavalos da região, sempre em parelhas devido a pequenez da pista.
Os animais que participavam, não obstante serem os melhores da região, não passavam de simples cavalos crioulos, de vaqueiros, acostumados a correr atrás de bois na caatinga. Por isso em cada páreo, formado por dois cavalos, qualquer um poderia ganhar. Como o resultado era imprevisível as apostas eram feitas empiricamente e na base do palpite. Entre os cavalos que habitualmente estavam presentes no PRADO todos os domingos e normalmente eram os vencedores, distinguiam-se o Dolman de propriedade de tio Custódio e o Lua Nova que vinha da vizinha cidade da Barra. Entre os perdedores, mas também sempre esportivamente presentes nas competições domingueiras, tínhamos um cavalo de Sindú, fazendeiro na cidade e outro de propriedade do Sr. Zeca Tomaz.
Mas, um dia o Sr. Zeca Tomaz, como não ganhava uma, desistiu de participar das corridas e prometeu que somente voltaria ao PRADO se encontrasse um cavalo que pelo menos ganhasse uma de vez em quando. Decidido sumiu do programa domingueiro e tanto procurou que terminou encontrando, dentro da sua própria fazenda um cavalo ainda novo, quase um potro que apresentava todas as aparências de se tornar um grande velocista. Era um animal bastante pequeno e de cor castanho claro, parecendo ouro velho, motivo pelo qual colocaram-lhe o nome de DOURADINHO em homenagem ao valioso metal.
No primeiro domingo em que se apresentou no PRADO para disputar uma corrida, Douradinho exibiu, de imediato uma postura de campeão já demonstrando a todos que estava ali para fazer história nas corridas de cavalo e se transformar no mais famoso corredor de Xiquexique. O seu dono, Zeca Tomaz, contratou como cavaleiro um filho da terra de nome Dermeval, galego sarará, de estatura e peso adequados à missão que lhe estava sendo confiada que se apresentou vestindo uma camisa de seda amarela e brilhante que em contato com o pêlo de Douradinho formava uma perfeita combinação. Dermeval nunca tinha recebido nenhuma instrução de como dirigir um cavalo de corrida, mas isso, com o tempo se tornou desnecessário, pois bastava que ele se mantivesse seguro na sela, a velocidade estaria por conta exclusiva do cavalo. Era um hipismo empírico e sem nenhuma técnica.
Parecendo que fora talhado para ser um campeão, Douradinho quando emparelhado na pista com o seu concorrente mantinha-se calmo, orelhas levantadas na posição de prontidão para bem ouvir o estampido do revolver autorizando a corrida. Ouvido o disparo Douradinho se transformava a olhos vistos e partia numa velocidade tal que parecia ter asas nos pés e, com pouco tempo já colocava uma dianteira que se tornava impossível de ser superada. Suas vitórias, se tornaram tão freqüentes e esperadas que já não causavam emoções aos freqüentadores do PRADO nas tardes de domingo. Também as apostas foram diminuindo e chegaram a quase desaparecerem, pois ninguém queria apostar contra Douradinho. Para provocar nova motivação aos apostadores os donos dos cavalos decidiram criar uma modalidade "sui generis" de competição. O cavalo concorrente perfilava-se na frente de Douradinho, a uma distância acertada entre os concorrentes. Mas, como se viu com o passar do tempo, mesmo dando uma vantagem inicial ao outro cavalo, Douradinho em pouco tempo emparelhava e, logo, logo já estava com uma boa dianteira. Com isso a fama de imbatível do cavalo Douradinho ultrapassou as fronteiras de Xiquexique e passou a ser ponto de honra encontrar um animal que desse um basta àquele pequeno cavalo pé duro, mas que na região ainda não encontrara outro mais veloz. Assim, quando surgiu na cidade agenciadores propondo um grande volume de apostas contra Douradinho, toda a cidade ficou surpreendida e interessada em saber quem era o autor de tamanho desafio. Todavia o nome do cavalo concorrente foi mantido em segredo e quem quisesse apostar teria que ser nessa condição. Como a população de Xiquexique tinha certeza da inexistência de concorrente para Douradinho aceitou as condições impostas pelos desafiadores e muito dinheiro correu.
Na tarde de domingo marcada para o grande embate, a cidade inteira estava no PRADO que se mostrou pequeno para abrigar a platéia que, agora sim, estava torcendo com todo afinco para mais uma vitória de Douradinho. Exatamente às 16 horas, Douradinho como sempre, confiante e compenetrado, tendo como cavaleiro o mesmo Dermeval com sua brilhosa camisa amarela, adentrou a pista de terra recebendo unânime e carinhosos aplausos de todos. A partir daí os apostadores ficaram ansiosos para conhecer o concorrente que ainda não estava no local da peleja. Às 16,30, para surpresa e curiosidade de todos, encosta no PRADO um caminhão baú trazendo em sua carroceria fechada o tão esperado rival de Douradinho. Quando a porta da carroceria se abriu, grande multidão estava postada à frente para conhecer o desafiante. Logo apareceu no umbral da porta um gigante e fogoso animal de pêlo negro, montado por um pequeno homem, que, ao descer, através de relinchos, bufos e coices foi logo dizendo para o que tinha vindo, dirigindo-se de imediato para a linha da largada. Devido ao seu tamanho o povo logo passou a chamar o cavalo de Montanha e, por esse nome ficou tristemente conhecido na cidade por muitos anos.
Já na faixa de largada, Douradinho estava imóvel e ao ser emparelhado à Montanha destacou-se a sua pequenez. Era menor em mais de 50 cm. O concorrente, ao contrário de Douradinho, mostrava-se nervoso, de difícil controle dando enorme trabalho ao montador para mantê-lo parado. O juiz da prova deu sinal de que a corrida iria ser iniciada e pediu o afastamento da pista de todas as pessoas para que ficassem somente os dois cavalos. Dirigiu o cano do revolver para cima e disparou. Era o sinal da partida. Douradinho, como sempre acontecia partiu feito uma bala e já na primeira volta da pista distava dois corpos de Montanha. A assistência vibrava com a liderança de Douradinho e como que querendo acompanhá-lo corria junto a periferia da cerca de madeira contornando a pista.
Mas, as pernas curtas do pequeno cavalo não poderiam concorrer com as longas pernas de Montanha que facilmente, a partir da segunda volta e com passadas longas e coordenadas, começou, perigosamente, a se aproximar de Douradinho. Na terceira volta logo depois dos 800 metros, os torcedores mais experientes constataram que a corrida estava perdida para o cavalo local. Fez-se então, em todo o PRADO, um silêncio sepulcral. Na reta de chegada, os últimos 120 metros para o final, os cavalos já corriam lado a lado, Douradinho já demonstrando estar excessivamente cansado pelo tremendo esforço em se manter na liderança ao passo em que Montanha mantinha-se tranqüilo como se aquela corrida fosse uma brincadeira. Ao cruzarem a linha de chegada Montanha vence com aproximadamente dois corpos de vantagem. A cidade inteira, presente no PRADO, não se conformou com a derrota de Douradinho e o povo parte em direção a Montanha para matá-lo, sendo necessária a interferência da polícia para conter tal gesto de violência. Dermeval, o montador de Douradinho desesperado, saltou da sela, jogou no chão sua jaqueta de seda amarela brilhante e correu fugindo para local ignorado. Douradinho, ficou sozinho na pista parado e de cabeça baixa, confortado apenas pelo dono Zeca Tomaz que, aproximando-se, o abraçou afetuosamente.
Essa foi a última corrida de Douradinho e também a última no “hipódromo” de Xiquexique. Nunca mais aconteceram as divertidas tardes de domingo em que íamos ao PRADO assistir as corridas de cavalo. Douradinho voltou em definitivo para a fazenda de Zeca Tomaz, seu proprietário e nunca mais competiu. Deve ter morrido de velhice. Talvez, tenha sido até mais feliz com seu retorno ao campo.
Quanto ao famoso Montanha, soube-se mais tarde que se tratava de um puro sangue árabe, cavalo profissional acostumado a correr no Jockei de Belo Horizonte. Fora alugado pelos donos dos cavalos perdedores de Xique Xique, especialmente para, em vingança, derrotar o nosso campeão.
JMC/AGO-2006
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
POR DO SOL EM XIQUEXIQUE (BA)
RIO SÃO FRANCISCO - Lendas e Mitos (O rio dorme)
O RIO DORME
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
RESIDÊNCIAS CLÁSSICAS DE XIQUEXIQUE (BA) - Sr. Antônio Figueiredo
domingo, 6 de setembro de 2009
OS VAPORES DO RIO SÃO FRANCISCO - São Salvador
VAPOR SÃO SALVADOR
sábado, 5 de setembro de 2009
WWW.BLOGDOZECA-DEPENDEDENOS.BLOGSPOT.COM
Para quem está interessado em assuntos políticos-partidários e outras notícias de carater local, regional ou nacional, existe um blog xiquexiquense muito interessante. Acesse-o e faça seus comentários: WWW.BLOGDOZECA-DEPENDEDENOS.BLOGSPOT.COM.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
POR DO SOL EM XIQUEXIQUE (BA)
RIO SÃO FRANCISCO - Lendas e Mitos
O Nego D’água ou Caboclo D’água
A lenda do Nego D'agua é comum entre as pessoas ribeirinhas, sendo muito difundida entre os pescadores do Rio São Francisco, dos quais muitos dizem já tê-lo visto. Segundo essa lenda, o nego d’água costuma aparecer para pessoas que estão pescando ou simplesmente passeando de barco pelo rio. Não existem evidências de como surgiu essa lenda, e o que se sabe é que o nego d’água só habita os rios e raramente vai para a terra, sendo sua maior atividade a de amedrontar os pescadores seja partindo anzóis de pesca, furando redes, dando sustos em pessoas embarcadas, e coisas desse tipo. Suas características físicas são peculiares: ele seria a fusão de um homem alto com uma criatura anfíbia, e por isso apresenta nadadeiras, sua cor é a do pó e tem a pele do corpo coberta de escamas.
Há quem afirme, no entanto, que é uma figurinha atarracada de cabeça grande que habita nos locais dos rochedos do meio do rio, como também escava suas covas na base do barranco provocando o tombamento do mesmo. Para afugentá-lo desses locais os beiradeiros jogam nesse ponto cacos de vidro, que amedrontam o caboclo d'água. Quando não gosta de um pescador, afugenta os peixes, tange-os para longe da rede de pesca o que leva os pescadores a atirarem fumo à água para cair nas graças do mesmo.
Como é um personagem encantado transforma-se, facilmente, em outro animal ou objeto. Um pescador contou que pescava a noite quando percebeu o vulto de um animal morto boiando na correnteza. Remou apressadamente em direção ao animal, percebendo ao se aproximar que se tratava de um cavalo, e aí tentou encostar a canoa para verificar a marca ou ferro, para avisar ao dono, quando o animal afundou e logo em seguida, a canoa foi sacudida, percebendo o pescador o nego d'água agarrado à borda da embarcação tentando virá-la.
Nesse instante lembrando-se que trazia um pequeno pedaço de fumo, imediatamente atirou para o caboclo que dando cambalhotas, desapareceu no fundo das águas. Alguns dizem que existe apenas um nego d'água em todo o rio, outros dizem que são muitos. O fato é que o nego d'água, povoa a imaginação de todo menino beiradeiro, o que sossega os corações das mães, pois a noite os pequenos só se aproximavam da água acompanhados por adultos.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
A LENDA DA SERPENTE ENCANTADA DO MIRADOURO
O conterrâneo JORGE PINHEIRO MEIRA, chefe da Estação de Psicultura de Xiquexique ao comentar o blog "XIQUEXIQUE", teve a fidalguia de enviar-me uma outra versão da Lenda da Serpente da Ilha do Miradouro, juntamente com alguns importantes fragmentos históricos sobre a região, os quais transcreve na íntegra:
A Lenda da Serpente Encantada da Ilha do Miradouro.
"Desde a descoberta do Brasil em 1500, passando por: Brasil Colônia, Governos Gerais, haviam investidas pelo sertão com o objetivo de descobrir fortunas com riquezas minerais, aprisionar índios para usá-los nas lavouras e povoar os sertões, mesmo porque fazia parte do regimento interno assinado pelos Governadores Gerais a seguinte sentença:
- É de muita conveniência conhecer o sertão adentro...
Francisco Garcia Dias d`Ávila, que era um fidalgo português e muito amigo de Tomé de Souza, o 1º Governador Geral do Brasil, e que depois recebeu por méritos, o título de O Conde da Casa da Torre, se tornou o 1º latifundiário brasileiro conquistando o direito de propriedade de quase toda a área da margem esquerda do Rio São Francisco e uma grande faixa de terra ao norte de Salvador, pelos bons serviços prestados à Coroa Portuguesa.
Francisco Garcia Dias d`Ávila, iniciou uma viagem nos idos de 1549 e 1553, pelo Rio São Francisco, começando pela foz e com seus homens construíram os primeiros currais, rio acima, a cada 20 léguas, deixava sempre um casal de escravos, 10 novilhos, um par de equinos.
Já findando o século XVI, por volta de 1690, (há 319 anos) surge à povoação de Miradouro, muito bem povoado, fundada por devotos da Senhora Santa Ana em terras de propriedade de: Dona Inácia Araújo Pereira, viúva de Francisco dias d`Ávila, Conde da Casa da Torre, que mandou construir a Capela de Nossa Senhora Santana.
A Ilha do Miradouro foi doada aos garimpeiros da Serra do Assuruá, aos lavradores, pequenos criadores de animais pela viúva de Francisco Dias D’ Ávila, Dona Inácia Araújo Pereira e logo os herdeiros de Antonio Guedes de Brito (Conde da Casa da Ponte) vendiam grande parte das terras do lado direito do Rio S.Francisco para: Theobaldo José Miranda Pires de Carvalho e seu sobrinho Alberto Pires de Carvalho. Marçal Ferreira da Silva, Venceslau Pereira Machado, que instalaram as propriedades de: Fazenda Praia; Fazenda Tiririca; Faz. Marrecas; Faz. Riacho Grande (Hoje Central) e Faz. Canabrava do Gonçalo. (Hoje Uibaí) .
Diz a Lenda que um rico fazendeiro de Miradouro, Rubério Dias Muribeca, temido por muitos, teve notícia que sua filha única estava grávida de um tropeiro. Com grande temor do pai e muito assustada, a filha negava tudo, e dali por diante, por mais de 6 meses, para esconder sua gravidez, amarrava fortemente sua barriga...
... Pariu sozinha, jogando a criança dentro do rio.
A criança virou uma Serpente Encantada, e nos dias de missas saía do rio e vinha mamar em sua mãe dentro da Capela e há muito tempo, se refugia sob o altar de Nossa Senhora Santana na Igreja do Miradouro.
O curioso desta Lenda e que depois de mais de 300 anos, os poucos moradores que ainda moram perto da Igreja, ouvem fortes rugidos e murmúrios cadenciados, vindo de dentro da Igreja, que só cessam depois que rezam o “Ofício”.
Colaboração: Jorge Pinheiro Meira