Mossoró é hoje a segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte, com uma população aproximada de 140 mil habitantes. É uma comunidade bonita, muito limpa e bem administrada. Atualmente sedia o Hotel Termas, um dos melhores hotéis do Nordeste.
Pois bem, foi nessa cidade que há 83 anos atrás Lampião conheceu a sua primeira derrota que lhe foi imposta pelos moradores da cidade no dia 13.06.1927.
No dia 9 de junho de 1927, Lampião entrou no Estado do Rio Grande do Norte, disposto a reforçar o seu caixa pilhando a próspera cidade de Mossoró. No dia 12 do mesmo mês, já arranchado no povoado de São Sebastião, hoje a cidade de Dix-Sept Rosado, próxima a Mossoró, enviou um bilhete (foto), ao então Prefeito Sr. Rodolfo Fernandes, informando que no dia seguinte estaria invadindo a cidade e tudo seria destruído caso não lhe fosse enviada a quantia de 400 contos de reis. Essa notícia causou um grande desespero em toda a população, conhecedora que era das atrocidades do Cap. Virgulino quando não lhe satisfaziam as vontades. No que pese a grande preocupação, o Prefeito acalmou o povo e liderou a reação montando trincheiras para recepcionar os invasores e, numa prova de coragem do povo potiguar, pelo mesmo portador, respondeu o bilhete de Lampião informando que para ele e todo o seu bando tinham balas de fuzil. Apos despachar o portador com a resposta do bilhete o Prefeito junto com outros cidadãos, tratou de montar a estratégia de defesa e entre outras determinações orientou que as mulheres e criança ficassem em casa e não saíssem à rua, dando assim um aspecto de esvaziamento da cidade.
Revoltado e com raiva pela petulância do Prefeito de Mossoró, Lampião entrou na cidade com aproximadamente 53 cangaceiros e por volta das 16:00 h deu início a um violente ataque à população. O bando de cangaceiros foi dividido em três grupos cada um encarregado de invadir e tomar a casa do Prefeito, a estação ferroviária e o cemitério da cidade. Não esperava encontrar feroz resistência por parte de 150 cidadãos armados na defesa da cidade e de suas famílias, (foto) e, após uma hora de intenso tiroteio de ambas as partes, Lampião recua ao perder dois importantes cangaceiros que ficam caídos em plena rua: o cangaceiro Colchete com o crânio esfacelado por uma bala e o feroz Jararaca gravemente ferido no peito, que é capturado e praticamente enterrado vivo pela população.
A atual Igreja de São Vicente, na época apenas uma capela, foi a principal trincheira de resistência e até hoje mostra em sua torre marcas das balas. Foi uma noite de terror, de grande tiroteio, mais parecendo uma noite de São João.
Pela reação recebida Lampião sentindo que dominar a cidade seria praticamente impossível, ordenou a retirada da tropa, para evitar a perda de mais homens e não manchar ainda mais sua reputação. Era o começo do declínio da carreira de Virgulino. Por causa do desastre no Rio Grande do Norte, as deserções no grupo foram consideráveis. Até hoje, os filhos daquela terra se orgulham do feito de braveza ao contar que seus antepassados “botaram Lampião para correr”. Os inimigos do cangaceiro, entretanto, ainda teriam que esperar mais 11 anos pela morte do capitão, assassinado somente em 1938, na chacina da gruta de Angicos, em Sergipe.
No dia 9 de junho de 1927, Lampião entrou no Estado do Rio Grande do Norte, disposto a reforçar o seu caixa pilhando a próspera cidade de Mossoró. No dia 12 do mesmo mês, já arranchado no povoado de São Sebastião, hoje a cidade de Dix-Sept Rosado, próxima a Mossoró, enviou um bilhete (foto), ao então Prefeito Sr. Rodolfo Fernandes, informando que no dia seguinte estaria invadindo a cidade e tudo seria destruído caso não lhe fosse enviada a quantia de 400 contos de reis. Essa notícia causou um grande desespero em toda a população, conhecedora que era das atrocidades do Cap. Virgulino quando não lhe satisfaziam as vontades. No que pese a grande preocupação, o Prefeito acalmou o povo e liderou a reação montando trincheiras para recepcionar os invasores e, numa prova de coragem do povo potiguar, pelo mesmo portador, respondeu o bilhete de Lampião informando que para ele e todo o seu bando tinham balas de fuzil. Apos despachar o portador com a resposta do bilhete o Prefeito junto com outros cidadãos, tratou de montar a estratégia de defesa e entre outras determinações orientou que as mulheres e criança ficassem em casa e não saíssem à rua, dando assim um aspecto de esvaziamento da cidade.
Revoltado e com raiva pela petulância do Prefeito de Mossoró, Lampião entrou na cidade com aproximadamente 53 cangaceiros e por volta das 16:00 h deu início a um violente ataque à população. O bando de cangaceiros foi dividido em três grupos cada um encarregado de invadir e tomar a casa do Prefeito, a estação ferroviária e o cemitério da cidade. Não esperava encontrar feroz resistência por parte de 150 cidadãos armados na defesa da cidade e de suas famílias, (foto) e, após uma hora de intenso tiroteio de ambas as partes, Lampião recua ao perder dois importantes cangaceiros que ficam caídos em plena rua: o cangaceiro Colchete com o crânio esfacelado por uma bala e o feroz Jararaca gravemente ferido no peito, que é capturado e praticamente enterrado vivo pela população.
A atual Igreja de São Vicente, na época apenas uma capela, foi a principal trincheira de resistência e até hoje mostra em sua torre marcas das balas. Foi uma noite de terror, de grande tiroteio, mais parecendo uma noite de São João.
Pela reação recebida Lampião sentindo que dominar a cidade seria praticamente impossível, ordenou a retirada da tropa, para evitar a perda de mais homens e não manchar ainda mais sua reputação. Era o começo do declínio da carreira de Virgulino. Por causa do desastre no Rio Grande do Norte, as deserções no grupo foram consideráveis. Até hoje, os filhos daquela terra se orgulham do feito de braveza ao contar que seus antepassados “botaram Lampião para correr”. Os inimigos do cangaceiro, entretanto, ainda teriam que esperar mais 11 anos pela morte do capitão, assassinado somente em 1938, na chacina da gruta de Angicos, em Sergipe.
OBS: Abaixo a tradução do bilhete enviado por Lampião ao Prefeito de Mossoró.
" Cel Rodolfo
Estando Eu até aqui pretendo drº. Já foi um aviso, ahi pº o Sinhoris, si por acauso rezolver, mi, a mandar será a importança que aqui nos pede, Eu envito di Entrada ahi porem não vindo essa importança eu entrarei, ate ahi penço que adeus querer, eu entro; e vai aver muito estrago por isto si vir o drº. Eu não entro, ahi mas nos resposte logo.
Capm Lampião."
Estando Eu até aqui pretendo drº. Já foi um aviso, ahi pº o Sinhoris, si por acauso rezolver, mi, a mandar será a importança que aqui nos pede, Eu envito di Entrada ahi porem não vindo essa importança eu entrarei, ate ahi penço que adeus querer, eu entro; e vai aver muito estrago por isto si vir o drº. Eu não entro, ahi mas nos resposte logo.
Capm Lampião."
O único responsável pela invasão de Mossoró foi o cangaceiro Massilon. Segundo o jornalista Alexandre Gurgel, o nome de Massilon era Benevides Leite. Nasceu em Luís Gomes, no Rio Grande do Norte. Antes tinha uma boa conduta, tranquilo e preservava as amizades. Gostava de uma boa cachaça. Não perdia tempo, aproveitava-o para jogar baralho no Mercado Público. Mudou seu nome para Massilon, o porquê, ninguém sabe, e era irmão do cangaceiro Pinga Fogo. Trabalhava como almocreve, tangendo burros carregados com algodão para Mossoró. Com os lucros da venda, conseguiu comprar um caminhão, mas devido à falta de boas estradas, não aguentou, vendeu-o e foi ser cangaceiro. Aliou-se a Décio Holanda, genro de Tyson Gurgel, e com Isaias Arruda, de Aurora-CE.
ResponderExcluirCerta vez, assassinou um soldado, e como não queria pagar pelo crime, fugiu para as caatingas e lá se incorporou ao bando de Lampião. Em junho de 1927, o cangaceiro já se sentindo paparicado por Lampião, o incentivou para atacar Mossoró, afirmando que conhecia bem a cidade através da sua frequência constante nos seus negócios comerciais, pois ela era bem desenvolvida, tinha bancos, e se eles fizessem um invasão a Mossoró, com certeza sairiam daqui com os bornais e bolsos cheios de dinheiro. Mas o jornalista Alexandre Gurgel diz que o maior interesse de Massilon era que ele tinha uma paixão irresistível pela filha de Rodolfo Fernandes, e com isso, seria uma boa oportunidade para raptá-la. Combinaram. Lampião meio arisco, mas mesmo assim, juntamente com eles, partiram para a empreitada sendo os bandos comandados por Massilon, Jararaca, Sabino Costa, e Vinte e Dois. O grupo era composto com um pouco mais de 50 asseclas, e todos subordinados às ordens do estado maior, o Lampião. Era 13 de junho de 1927, dia do Santo Antônio, quando a cidade se preparava para homenageá-lo com fogueiras. No final da tarde uma chuva fina atrapalhou um pouco a ideia de Lampião. Finalmente os facínoras atacaram Mossoró. De início a casa do Prefeito que esquinava com a igreja de São Vicente. Os cangaceiros deram início a uma espécie de humilhação para amedrontarem os moradores que ficaram; com os cantares do MULÉ RENDEIRA e além do mais, pulavam, berravam, rinchavam e cocoricavam. Eles vinham se protegendo cuidadosamente pelos cantos das casas, nas ruas que dão acesso ao pátio da igreja. A cidade estava em pânico, mas bem protegida com sacos de algodão, de areia e caixotes. Os armamentos eram poucos e a munição menos ainda. Mas Lampião foi vencido pela primeira vez em nosso amado chão mossoroense, saindo daqui às carreiras, deixando para traz dois dos seus cangaceiros: Colchete, morto. Jararaca baleado e executado posteriormente.
José Mendes Pereira – Mossoró - RN.