terça-feira, 13 de abril de 2010

PASSAGENS HISTÓRICAS: O Quilombo de Xiquexique (BA)

O QUILOMBO DE XIQUEXIQUE (BA).


No Brasil dos séculos XVII e XVIII, os negros escravos que conseguiam fugir se refugiavam em locais de dificil acesso e bem fortificados no meio das matas, que ficaram conhecidos como Quilombos, onde viviam segundo a cultura africana e tudo que produziam era da comunidade. Nessa época o Brasil chegou a ter centenas de Quilombos, sendo que o mais famoso foi o Quilombo dos Palmares, situado no atual Estado de Alagoas, que, no ano de 1670 já abrigava em torno de 50 mil escravos. Os quilombos representaram uma das formas de resistência e combate à escravidão. Os negros buscavam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura da África, contribuindo, assim, para a formação da cultura afro-brasileira.
O Município de Xiquexique também teve o seu Quilombo. Sobre esse assunto veja o que nos conta o nosso historiador e pesquisador Prof. CASSIMIRO MACHEDO NETO, no seu livro SENHOR DO BONFIM E BOM JESUS DE CHIQUE-CHIQUE (História de Chique-Chique) - Ed. 2009

"João Pereira Gomes, nasceu no ano de 1868, na localidade Vereda da Serra de Campo Belo, próximo ao povoado de Conceição do Mato Verde e de Mirorós, na época pertencente ao Município de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique, província da Bahia, filho de Manoel Pereira Gomes e de Francisca Pereira Gomes. João Pereira Gomes – ou simplesmente ‘João Pretinho’, como os familiares e os conhecidos o chamavam – nasceu filho de escravos fugidos e reunidos em quilombos nas serras das Laranjeiras e Azul, escarpas ocidentais da Chapada Diamantina, alto sertão da Bahia. Os pais e demais familiares de João Pretinho se mudaram inúmeras vezes, sempre que desconfiavam que poderiam ser descobertos por capitães do mato e capatazes, vivendo em quilombos móveis nas localidade de Vereda da Serra, Conceição, Mirorós, Mata Verde, Morro do Gomes, nas proximidades das fazendas Canabrava do Gonçalo, Riacho de Areia, Vacaria e Alto do Mamão. Finalmente, estando "João Pretinho" no Quilombo do Alegre, por ele formado, e tendo, no início dos anos 1950, certeza que a escravidão havia acabado, seus familiares passaram a construir habitações mais sólidas no atual povoado de Barreiros, pertencente ao então distrito de Tiririca de Luizinho, município de Chique-Chique, estado da Bahia. João Pereira Gomes se casou três vezes. O primeiro casamento foi com Agostinha Ferreira Gomes; o segundo com Hermenegilda Desidéria do Espírito Santo; e o terceiro casamento com Ana Alberta Martins de Souza. Nasceram-lhe dos três matrimônios vinte filhos, dos quais a pesquisa conseguiu os seguintes nomes: Firmino Pereira Gomes, Custódio Pereira Gomes, Genuíno Pereira Gomes, Ricardina Pereira Gomes, Narcisa Pereira Gomes, Francolino Pereira Gomes, Maria Benta Pereira Gomes, Amésia Pereira Gomes, Abraão Pereira Gomes, Avani Pereira Gomes, Marcolino Pereira Gomes. João Pereira Gomes faleceu no dia 13 de dezembro de 1971, com 103 anos de idade, no povoado de Barreiros, distrito de Tiririca de Luizinho, município de Chique-Chique, estado da Bahia. Seu corpo foi sepultado no cemitério comunitário local."

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