Juarez Morais Chaves
Nascido e criado em Xique-Xique (BA), desde que me entendo por gente e até os dias atuais, a data mais importante da cidade era e é a festa do Padroeiro Senhor do Bonfim, que se celebrada no dia 1º de janeiro e é antecedida por um novenário que começa no dia 23 de dezembro. Em cada 1º de janeiro, naqueles idos da década de 1950, cada xiquexiquenses se enfatiotava com o melhor vestuário que possuia, com a obrigação de ser novo. E, toda essa preparação, visava apenas assistir a Missa Solene celebrada às 9 horas na Igreja Matriz, pelo Pároco de então, Padre José de Oliveira Bastos (Padre Bastos) auxiliado pelo ilustre xiquexiquense Padre Honório de Queiroz Rocha, ficando este encarregado da homilia, na qual gastava mais de uma hora falando. O Padre Honório Rocha era filho de Xiquexique, mas precisamente da Fazenda Carnaúba e exercia o sacerdócio em Petrolina (PE) além de ser professor no Ginásio D. Bosco daquela mesma cidade. Bom orador sacro, muito admirado pela sua inteligência e preparo cultural, nunca deixou de estar em Xique-Xique prestigiando a festa anual em homenagem ao Senhor do Bonfim, que, com certeza, nos seus tempos de meninice, também se entusiasmava com a beleza do evento.
Mas, antecedendo ao brilhantismo da festa do dia 1º de janeiro, previamente aconteciam, durante 9 noites, as famosas novenas do Senhor do Bonfim tendo a cada dia, como patronos, uma determinada categoria econômica ou social da cidade. Era a noite das viúvas, a noite dos comerciantes, a noite das moças, dos fazendeiros, dos rapazes, etc. Mas, a novena mais esperada e mais animada em função da quantidade de fogos de artifício era a noite dos pescadores. Em compensação, no que pese a escassez de fogos, a mais bonita era a noite das viúvas que não mediam esforços e nem recursos na decoração da Igreja, com os altares totalmente ornados de flores naturais e iluminados com muitas velas. Como a prever a nobreza da festa do dia 1º de janeiro, as novenas já se revestiam de grande solenidade e eram prestigiadas por toda a comunidade católica e por todos os sacerdotes que se encontrassem na cidade.
Durante os nove dias das novenas os sinos da Matriz costumavam badalar às 12:00 e às 18:00 horas. Nesses dois momentos aconteciam queima de fogos em frente a Igreja. A depender do foguetório do meio dia já se podia fazer uma idéia da quantidade de fogos que seria utilizada na novena, principalmente no momento da elevação do Santíssimo quando a Praça D. Maximo ficava coberta por uma nuvem de fumaça e o ensurdecedor barulho dos fogos impedia qualquer audição de quem estivesse conversando nos bancos do jardim.
Caxixe, um negro velho e já de idade avançada, conhecido de toda a comunidade xiquexiquense, era o principal operador do foguetório especialmente os rojões soltados em frente à Igreja do Senhor do Bonfim, em todas as novenas que antecediam as festas religiosas da cidade. O pipocar dos fogos fascinava não somente as crianças. Os adultos, também ficavam admirados com os foguetes que subiam paralelos à torre da Igreja para logo em seguida lançarem o estouro. Precisava ver como Caxixe exercia aquela função com dignidade e responsabilidade. Ele e somente ele estava autorizado e capacitado a soltar os foguetes, principalmente, nas novenas do Senhor do Bonfim, não importando quem fosse o patrocinador da respectiva noite
Eventualmente levado pela nossa insistência, Caxixe permitia que um de nós soltasse um dos foguetes de vara, mas somente no horário do meio dia. Mesmo assim a gente tinha que seguir a sua explicação sobre a forma verticalmente correta de se colocar a vara do foguete bem como a melhor maneira de encostar o tição aceso na pólvora e o momento certo de liberá-lo para que, levado pelo empuxo, subisse retilíneo para o céu. Era a maior alegria e a gente ficava plenamente satisfeito com apenas um foguete que nos fosse permitido soltar
E assim a cada ano a população católica de Xiquexique homenageava o Senhor do Bonfim com uma bonita festa religiosa no dia 1º de janeiro antecedida por bonitas novenas com a Igreja totalmente lotada de fiéis que lá compareciam para fazer suas orações ao Santo Padroeiro, admirarem a decoração da Matriz e comentar o foguetório de cada noite.
Mas, antecedendo ao brilhantismo da festa do dia 1º de janeiro, previamente aconteciam, durante 9 noites, as famosas novenas do Senhor do Bonfim tendo a cada dia, como patronos, uma determinada categoria econômica ou social da cidade. Era a noite das viúvas, a noite dos comerciantes, a noite das moças, dos fazendeiros, dos rapazes, etc. Mas, a novena mais esperada e mais animada em função da quantidade de fogos de artifício era a noite dos pescadores. Em compensação, no que pese a escassez de fogos, a mais bonita era a noite das viúvas que não mediam esforços e nem recursos na decoração da Igreja, com os altares totalmente ornados de flores naturais e iluminados com muitas velas. Como a prever a nobreza da festa do dia 1º de janeiro, as novenas já se revestiam de grande solenidade e eram prestigiadas por toda a comunidade católica e por todos os sacerdotes que se encontrassem na cidade.
Durante os nove dias das novenas os sinos da Matriz costumavam badalar às 12:00 e às 18:00 horas. Nesses dois momentos aconteciam queima de fogos em frente a Igreja. A depender do foguetório do meio dia já se podia fazer uma idéia da quantidade de fogos que seria utilizada na novena, principalmente no momento da elevação do Santíssimo quando a Praça D. Maximo ficava coberta por uma nuvem de fumaça e o ensurdecedor barulho dos fogos impedia qualquer audição de quem estivesse conversando nos bancos do jardim.
Caxixe, um negro velho e já de idade avançada, conhecido de toda a comunidade xiquexiquense, era o principal operador do foguetório especialmente os rojões soltados em frente à Igreja do Senhor do Bonfim, em todas as novenas que antecediam as festas religiosas da cidade. O pipocar dos fogos fascinava não somente as crianças. Os adultos, também ficavam admirados com os foguetes que subiam paralelos à torre da Igreja para logo em seguida lançarem o estouro. Precisava ver como Caxixe exercia aquela função com dignidade e responsabilidade. Ele e somente ele estava autorizado e capacitado a soltar os foguetes, principalmente, nas novenas do Senhor do Bonfim, não importando quem fosse o patrocinador da respectiva noite
Eventualmente levado pela nossa insistência, Caxixe permitia que um de nós soltasse um dos foguetes de vara, mas somente no horário do meio dia. Mesmo assim a gente tinha que seguir a sua explicação sobre a forma verticalmente correta de se colocar a vara do foguete bem como a melhor maneira de encostar o tição aceso na pólvora e o momento certo de liberá-lo para que, levado pelo empuxo, subisse retilíneo para o céu. Era a maior alegria e a gente ficava plenamente satisfeito com apenas um foguete que nos fosse permitido soltar
E assim a cada ano a população católica de Xiquexique homenageava o Senhor do Bonfim com uma bonita festa religiosa no dia 1º de janeiro antecedida por bonitas novenas com a Igreja totalmente lotada de fiéis que lá compareciam para fazer suas orações ao Santo Padroeiro, admirarem a decoração da Matriz e comentar o foguetório de cada noite.
Hoje, a tradição persiste e a festa do Senhor do Bonfim celebrada no dia 1º de janeiro de cada ano continua alimentando a vida espiritual dos xiquexiquenses como o maior evento religioso da cidade, antecedida, como antes, pelo novenário que se realiza no período d 23 a 31 do mês em curso.
O tema da atual celebração, JESUS É O CAMINHO QUE NOS CONDUZ A DEUS, extraído de Jo 14, 1-6, está permeando as novenas que, ao contrário das realizadas na década de 1950, têm como patronos não mais categorias econômicas ou sociais, mas as comunidades religiosas que estão espalhadas por toda a cidade, criadas e motivadas pela bela atuação pastoral dos últimos sacerdotes que dirigiram a nossa Paróquia do Senhor do Bonfim.
As novenas deste ano têm como patronos as seguintes comunidades: 23-Comunidade de São Pedro; 24-Comunidade de Nossa Senhora da Conceição; 25-Comunidade de Nossa Senhora Aparecida; 26-Comunidade dos Produtores Rurais; 27-Comunidade de São Lourenço e Nova Iguira; 28-Comunidade de Santo Antônio; 29-Comunidade de Santa Marta e Marreca Velha; 30-Comunidade de Santa Luzia e 31-Todas as comunidades.
Estão de parabéns os sacerdotes que administram a nossa Paróquia bem como a comunidade
católica de Xique-Xique (BA) que sem perda de ânimo continua a celebrar essa bonita festa anual em homenagem ao Senhor do Bonfim de Xique-Xique.
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