Cidade de Xique-Xique (BA), localizada na antiga sede da "Fazenda Praia", na margem do Rio São Francisco (Lago Ipueira) |
No ano de 1685,
o português Theobaldo José Miranda Pires de Carvalho adquiriu da família do seu conterrâneo Sr. Antônio Guedes de Brito, Barão da Casa da Ponte, cinco léguas de terras na
margem do Rio São Francisco (Ipueira), à qual deu o nome de "Fazenda Praia".
Nessa Fazenda o Sr.
Theobaldo José Miranda Pires de Carvalho construiu casas para os
familiares, empregados, colonos e escravos.
Também edificou currais e colocou
roças de subsistência, onde o fazendeiro, a família e os demais componentes da
incipiente comunidade produziriam o sustento de todos.
Após aprontar a infraestrutura da Fazenda Praia, trouxe do Recôncavo Baiano a sua esposa e filhos, acompanhados dos vaqueiros, escravos, nativos e todo o seu rebanho bovinos, formando assim uma família unida, pacífica e
trabalhadora.
Com a chegada da Fazenda Praia, outras fazendas se instalaram ao redor dela, muitas das quais mantiveram o nome original até os dias atuais. Vejamos essa lista é quase
interminável: "Pedras", "Saco dos Bois", "Riacho Grande", "Marrecas", "Tiririca", "São
Domingos", "Canabrava do Gonçalo", "Olho d’Água do Gonçalo", "Riacho de Areia", "Várzea
Grande", "Fazendinha", "Riacho Largo", "Vacaria", "Vereda", "Matinha", "Roça de Dentro",
"Chapada", "Forquilha", "Gavião", "São Gabriel", "Lagoa de Canabrava", "Quixabeira",
"Carnaúba", "Serra Queixo", "Alegre", "Mamão", "Lagoinha", "Utinga" e tantas outras.
Muitas dessas
fazendas de gado se tornaram fortes comunidades, evoluindo para distritos e
vilas (Pedras, Marrecas e Riacho de
Areia, por exemplo), outras para sedes municipais e cidades (Praia, Tiririca, Canabrava do Gonçalo, Chapada, Roça de Dentro,
São Gabriel e Lagoa de Canabrava) e, ainda bens de família (Forquilha, Carnaúba e Várzea Grande).
A Ipueira do Rio São Francisco, em frente à cidade de Xique-Xique (BA), descoberta no século XVI apresentava-se pródiga de muitas variedade de peixes e a facilidade para apanhá-los
eram atrativos para todos que chegavam decepcionados com a escassez de ouro e
pedras preciosas nos garimpos das serras do Açuruá.
Muitos desses garimpeiros
que tinham sido atraídos da cidade do Salvador para uma vida de aventura,
liberdade e riqueza, percebiam em pouco tempo que não existia o eldorado que ouviam falar na metrópole e
na chegada à capital da Colônia.
Aquele fervilhar
de garimpeiros transformados em lavradores de subsistência ou em pescadores ocasionais
e circunstanciais, junto com os vaqueiros, feitores, capatazes, escravos e
índios aculturados, formou o que é hoje a cidade de Xique-Xique (BA), banhada pelo Lago Ipueira, formado pelo Rio São Francisco.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique", de Cassimiro Neto
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