OSCHICOS
Na caminhada rumo à nascente do Velho Chico, o Jornalista GUSTAVO NOLASCO e o Fotógrafo LEO DRUMOND deixaram a ribeirinha Xique Xique (BA) em direção à cidade da Barra, a procura de novos personagens e subsídios para o livro OSCHICOS.
Pelo que deixaram transcrito no Blog OSCHICOS foram muito bem tratados na cidade, admiraram a bonita história da comunidade sendo que, como único senão, citam o hororoso PAREDÃO que tanto enfeia a nossa paisagem. Chegam a dizer que "Um enorme paredão de quase 4 metros de altura foi construído ao longo de toda a margem. A sensação que se tem é de que o rio São Francisco foi todo murado, faltando apenas cercas elétricas ou de arame farpado"... "resolvemos passar por cima da muralha do cais e ver de perto o porto de Xique-xique."
Mais, vamos ler, na íntegra, o comentário que os dois repórteres registraram no Blog, sobre a nossa querida Xique-Xique:
"O cactus mais importante do São Francisco
Quando encontramos uma cidade chamada Xique-Xique e que recebe o nome só porque está localizada em uma região de grande concentração deste cactus, imaginamos logo não ser um município antigo e de valor histórico. A atual aparência do cais do porto e a falta de hospedagem, nos fez imaginar o pior.
Os hotéis estavam cheios, servindo às empreiteiras que estão construindo grandes obras de irrigação na região. E a primeira impressão da área do atual cais de Xique-Xique não foi das melhores: do antigo e histórico Mercado das Frutas não se consegue ver o rio São Francisco. Um enorme paredão de quase 4 metros de altura foi construído ao longo de toda a margem.
"O cactus mais importante do São Francisco
Quando encontramos uma cidade chamada Xique-Xique e que recebe o nome só porque está localizada em uma região de grande concentração deste cactus, imaginamos logo não ser um município antigo e de valor histórico. A atual aparência do cais do porto e a falta de hospedagem, nos fez imaginar o pior.
Os hotéis estavam cheios, servindo às empreiteiras que estão construindo grandes obras de irrigação na região. E a primeira impressão da área do atual cais de Xique-Xique não foi das melhores: do antigo e histórico Mercado das Frutas não se consegue ver o rio São Francisco. Um enorme paredão de quase 4 metros de altura foi construído ao longo de toda a margem.
A sensação que se tem é de que o rio São Francisco foi todo murado, faltando apenas cercas elétricas ou de arame farpado.
Aos poucos, o desejo de deixar rapidamente a cidade foi desaparecendo. Com ajuda de parceiros, começamos por encontrar um bom e simples pouso. Em seguida, resolvemos passar por cima da muralha do cais e ver de perto o porto de Xique-Xique. A movimentação de barcos era intensa. E não eram barcos pequenos. Eram barcas grandes. Num vai e vem frenético.
A água já barrenta do São Francisco dava um belo contraste com o colorido das barcas e dos potes de barro, peixes, legumes, verduras e frutas espalhadas ao longo do porto.
A gota d’água para a nossa mudança de impressão foi o encontro com Chico de Né. Em poucos minutos de conversa, ele se tornou nosso personagem! Sua história de vida, sua simplicidade e, principalmente, sua risada nos conquistou. Era impossível ficar triste depois de ouvir Chico de Né soltar sua risada!!! Perto dele, Caetano não iria querer ver a de Irene.
Também tivemos a oportunidade de conhecer o povoado de Marreca Velha, às margens do Velho Chico. Uma vila basicamente formada por pescadores e que fica de fronte a imensas dunas de areia. Cenário raríssimo nos 2.700 quilômetros do São Francisco.
Se a desconfiança com Xique-Xique já tinha ido embora, a admiração ainda não tinha chegado totalmente, mas bastou um pouco de pesquisa sobre a história da cidade para nos rendermos.
Xique-xique foi um importantíssimo centro quando da exploração de metais e pedras preciosas na Chapada Diamantina. Numa época em que as margens nordestinas do São Francisco se dividiam entre os impérios da Casa da Ponte e da Casa da Torre, no final do Século XVII e início do Século XVIII.
Neste período, o São Francisco recebia o codinome de Rio dos Currais, pelo grande número de fazendas de gado às suas margens. E eram essas fazendas que supriam de alimentos os devoradores de ouro e diamantes da Chapada. E exatamente próximo a Xique-xique passava a Estrada de Dona Joana, via de acesso dos mineradores aos alimentos do Velho Chico.
Sabedores da história, fomos até a Ilha do Miradouro, onde Xique-Xique começou. Aos muitos trancos e inúmeros barrancos, a primeira capela da Ilha ainda está em pé. Infelizmente, seu estado de conservação está longe da qualidade da história do município.
Mas essa foi a Xique-xique para nós: aos trancos e barrancos. Mas nos conquistou!
A nossa admiração a Xique-Xique e sua história também deve ser creditava a alguns grandes amigos: Adriano Brito (Blog http://www.xiquesampa.blogspot.com/), nosso braço paulista do São Francisco; a Poliana Pinheiro, pela sua sensibilidade; Juarez Chaves (http://www.xiquexiquense.blogspot.com/ ), baluarte da história de sua cidade; Jorge Meira, nosso parceirão; e João da Água, o maior contador de piadas de Xique-xique. "
Aos poucos, o desejo de deixar rapidamente a cidade foi desaparecendo. Com ajuda de parceiros, começamos por encontrar um bom e simples pouso. Em seguida, resolvemos passar por cima da muralha do cais e ver de perto o porto de Xique-Xique. A movimentação de barcos era intensa. E não eram barcos pequenos. Eram barcas grandes. Num vai e vem frenético.
A água já barrenta do São Francisco dava um belo contraste com o colorido das barcas e dos potes de barro, peixes, legumes, verduras e frutas espalhadas ao longo do porto.
A gota d’água para a nossa mudança de impressão foi o encontro com Chico de Né. Em poucos minutos de conversa, ele se tornou nosso personagem! Sua história de vida, sua simplicidade e, principalmente, sua risada nos conquistou. Era impossível ficar triste depois de ouvir Chico de Né soltar sua risada!!! Perto dele, Caetano não iria querer ver a de Irene.
Também tivemos a oportunidade de conhecer o povoado de Marreca Velha, às margens do Velho Chico. Uma vila basicamente formada por pescadores e que fica de fronte a imensas dunas de areia. Cenário raríssimo nos 2.700 quilômetros do São Francisco.
Se a desconfiança com Xique-Xique já tinha ido embora, a admiração ainda não tinha chegado totalmente, mas bastou um pouco de pesquisa sobre a história da cidade para nos rendermos.
Xique-xique foi um importantíssimo centro quando da exploração de metais e pedras preciosas na Chapada Diamantina. Numa época em que as margens nordestinas do São Francisco se dividiam entre os impérios da Casa da Ponte e da Casa da Torre, no final do Século XVII e início do Século XVIII.
Neste período, o São Francisco recebia o codinome de Rio dos Currais, pelo grande número de fazendas de gado às suas margens. E eram essas fazendas que supriam de alimentos os devoradores de ouro e diamantes da Chapada. E exatamente próximo a Xique-xique passava a Estrada de Dona Joana, via de acesso dos mineradores aos alimentos do Velho Chico.
Sabedores da história, fomos até a Ilha do Miradouro, onde Xique-Xique começou. Aos muitos trancos e inúmeros barrancos, a primeira capela da Ilha ainda está em pé. Infelizmente, seu estado de conservação está longe da qualidade da história do município.
Mas essa foi a Xique-xique para nós: aos trancos e barrancos. Mas nos conquistou!
A nossa admiração a Xique-Xique e sua história também deve ser creditava a alguns grandes amigos: Adriano Brito (Blog http://www.xiquesampa.blogspot.com/), nosso braço paulista do São Francisco; a Poliana Pinheiro, pela sua sensibilidade; Juarez Chaves (http://www.xiquexiquense.blogspot.com/ ), baluarte da história de sua cidade; Jorge Meira, nosso parceirão; e João da Água, o maior contador de piadas de Xique-xique. "
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