quinta-feira, 29 de abril de 2010

A história de Lampião e seus Cangaceiros

Lampião
Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, nasceu em 7 de julho de 1897 numa pequena fazenda dos seus pais no município de Serra Talhada (PE), sendo o terceiro filho de uma família de oito irmãos. Desde criança demonstrando ser excelente vaqueiro, cuidava do gado, trabalhava com artesanato de couro e conduzia tropas de burros carregada de mercadorias para vender nas feiras da região.
Em 1915, ao acusar um empregado do seu vizinho de fazenda, de estar furtando caprinos, iniciou um briga entre as duas famílias que lhe trouxe grandes problemas para o resto da vida. A rivalidade entre as famílias tornou-se grave e a familia de Lampião passou a ser perseguida inclusive pela polícia de Serra Talhada, sendo forçada a abandonar o imóel rural de onde extraiam o sustento. Nessa fuga Lampião perdeu o pai e a mãe assassinados pelos policiais. O jovem Virgulino, então, jurou vingança e, junto com dois irmãos, primos e amigos formou o seu bando que variou de um mínimo de 30 e um máximo de 100 cangaceiros. A partir da formação do banco, passou, durante 20 anos, de 1918 a 1938, a atacar fazendas e pequenas cidades em cinco Estados do Nordeste do Brasil, sempre montados a cavalo.
Como todas as lendas que tendem a se torna maiores que os fatos, Lampião e sua saga pelo Nordeste brasileiro contém todos os elementos de aventura, romance, violência, amor e ódio das grandes histórias da humanidade. Jogado na clandestinidade após o assassinato de seu pai, Lampião foi o maior cangaceiro de todos os tempos, tendo sua vida, enquanto chefe dos cangaceiros, sido recheada de mistérios e mitos. Cada um contava uma estória dando-lhe a versão que queria, de acordo com a sua posição favorável ou desfavorável ao "Rei do Cangaço". Os que lhe eram simpáticos diziam que ele roubava dos mais ricos para distribuir com os mais pobres. Outros, representados pelos policiais e pelos que o queriam ver morto, criavam e ampliavam as suas crueldades afirmando que para matar os inimigos, Lampião enfiava longos punhais entre a clavícula e o pescoço, que seu banco sequestrava crianças, que marcava a face dos inimigos com ferro em brasa e por aí iam desfilando as estórias.
Grande estrategista militar, Lampião sempre saía vencedor nas lutas com a polícia, pois atacava sempre de surpresa e fugia para esconderijos no meio da caatinga, onde, com o bando, acampavam por vários dias até o próximo ataque. Não obstante isso, Lampião viu três dos seus irmãos morrerem em combate e foi ferido a bala por seis vezes, tendo perdido o olho direito.
Apesar de formalmente perseguido pelos Estados Nordestinos, por onde passava, Lampião e seu bando foram convocados pelo Governo Federal, em 1926, para ajudar no combate à Coluna Prestes, tendo recebido fardas e fuzis automáticos além da patente de Capitão.
No início da década de 30, mais de 4 000 soldados estavam em seu encalço, em vários Estados. Seu grupo com aproximadamente 50 elementos entre homens e mulheres, tornou-se amigo de coronéis e grandes fazendeiros que lhe forneciam abrigo e apoio material.
Ainda hoje, passado mais de 70 anos de sua morte, Lampião é odiado e idolatrado com igual intensidade e, sua imagem continua, impressionantemente, viva no imaginário popular influenciando a música, a pintura, a literatura e o cinema nacionais.
Em 1929, conheceu Maria Déa, a Maria Bonita, a linda mulher de um sapateiro chamado José Neném. Ela tinha 19 anos e se disse apaixonada pelo cangaceiro há muito tempo. Pediu para acompanhá-lo. Lampião concordou. Ela enrolou seu colchão e acenou um adeus para o incrédulo marido.
Em 1930 ampliando a perseguição a Lampião e seus companheiros, o governo baiano ofereceu 50 contos de réis pela sua captura, dinheiro suficiente para comprar seis carros de luxo.
Lampião morreu no dia 28 de julho de 1938, na Fazenda Angico, em Sergipe. Os trinta homens e cinco mulheres estavam começando a se levantar, quando foram vítimas de uma emboscada formada por uma tropa de 48 policiais de Alagoas, comandados pelo tenente João Bezerra. O combate foi rápido e durou somente 10 minutos, pois os policiais tiveram a vantagem da surpresa e de quatro metralhadoras Hotkiss. Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros foram mortos e tiveram suas cabeças cortadas, sendo que Maria Bonita foi degolada viva. Os demais conseguiram escapar.
O cangaço terminou definitivamente em 1940, com a morte de Corisco, o "Diabo Loiro", um dos que conseguiram fugir da emboscada em Sergipe e era o último sobrevivente do grupo comandando por Lampião.
Na foto o Grupo de Lampião retratado no dia 13.10.1927, na cidade de Limoeiro do Norte (CE)



2 comentários:

  1. No meu entender Lampiao demostrou bravura e coragem, ele nao queria este rumo de vida, ele queria ser um homem digno e formar familia, mas o destino da muitas voltas e transformou um homem em uma maquina de matar.

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  2. a musica levanta maria bonita,levanta vem fazer café,o dia já vem raiando e a policia já está de pé;era como uma premoniçao da forma em que foram pegos e mortos.

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