A tradição tenta associar o velho bonachão Papai Noel a São Nicolau, um santo católico do século 4, bispo de Myra, na Turquia.
A caracterização de Papai Noel deve-se, ao cartunista alemão Thomas Nast (1840-1902), que fez uma série de ilustrações do velho barbudo para o periódico Harper’s Weekly, a partir de 1863.
A imagem popular do Papai Noel que conhecemos hoje deve-se muito ao artista Haddon Sunblom, que criou ilustrações do velho associando-o à bebida Coca-Cola, no período de 1931 até 1964.
Atualmente, além de continuar ligado à bebida Coca-Cola, pelo menos nas cores do traje fantasia, o Papai Noel está intimamente ligado aos grandes centros comerciais espalhados em toda grande cidade, que fazem dele o principal chamariz para compra de presentes durante o mês de dezembro. O velhinho, pois, virou a principal ferramente do consumismo.
Por achar interessante o artigo do Sr. Wadislau Martins Gomes, publicado na internete, resolvi divulgá-lo, também neste Blog para deleite do leitores.
"O NATAL DO VELHINHO E O DO MENINO
Wadislau Martins Gomes
Houve tempo em que a pergunta era:
'Posso contar ao seu filho que papai noel não existe?'
Houve tempo em que a pergunta era:
'Posso contar ao seu filho que papai noel não existe?'
Nessa hora, podia haver, até mesmo, desmaios e ranger de dentes. Já havia quem, simpático e bem humorado, achasse que Jesus, talvez, nem tivesse existido. Aí, sim, podia haver exaltação e riso satisfeito. Mas tirar a alegria do natal, desfazer o mistério do velhinho – isso era o mesmo que falar mal da mãe.
Não é que, hoje, o mito do natal esteja em alta, nem a mãe, mas é que todos nos convertemos a uma religião secular antiga que se vestiu de roupa nova: o consumismo. No tempo antigo, chamavam-na de Mamom, culto ou amor do dinheiro, cobiça e coisas mais. Até que encontram a palavra certa: c o n s u m i d o r! No início, a gente até que estranhava. Parecia muito com o rótulo de glutão, bêbado e por aí. Agora, tem uns que acham bom. Nem ligam para a realidade.
Não é que, hoje, o mito do natal esteja em alta, nem a mãe, mas é que todos nos convertemos a uma religião secular antiga que se vestiu de roupa nova: o consumismo. No tempo antigo, chamavam-na de Mamom, culto ou amor do dinheiro, cobiça e coisas mais. Até que encontram a palavra certa: c o n s u m i d o r! No início, a gente até que estranhava. Parecia muito com o rótulo de glutão, bêbado e por aí. Agora, tem uns que acham bom. Nem ligam para a realidade.
A cartinha ou spam vem berrando: Prezado consumidor. A pessoa vira, e diz: 'Olha, mãe, me chamou de consumidor.' Daqui a pouco, o dicionário definirá o termo como elogio. Veja, por exemplo, nossas últimas eleições; votamos na propaganda, não na pessoa que nos representaria. Renovando o ditado, nesse mundo nada se cria e nada se perde; tudo se consome. O natal do grande povo é prova inconteste da moderna doutrina do mercado – no mundo e na igreja.
Não é só dinheiro que está envolvido nesse mercado. Tem crente que briga a favor ou contra a comemoração do Natal. Uns, aproveitam a festa com o gosto dos penetras. Outros, por razões diversas. Orgulho, ira e comportamento também servem de moeda “intelectual”.
Não é só dinheiro que está envolvido nesse mercado. Tem crente que briga a favor ou contra a comemoração do Natal. Uns, aproveitam a festa com o gosto dos penetras. Outros, por razões diversas. Orgulho, ira e comportamento também servem de moeda “intelectual”.
O teólogo disse que poderia adorar o Deus da cruz, mas jamais o menino da manjedoura. Vai nessa, Barth. Quem não se curva diante do encarnado também não tem parte com seu corpo crucificado e ressurreto.
O bíblico Simeão, conhecido de cristãos e de outros poetas nem tanto, foi quem traduziu a realidade do Natal – o Natal do menino. O nascimento é importante como a morte. Simeão, justo e piedoso – da justificação que procede da graça de Deus – disse, cheio de fé: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra porque os meus olhos já viram a tua salvação,” (ver Bíblia, Lucas 2.25-35). Seu entendimento do natal não era um de otimismo romântico de consumidor apalermado nem um de realismo desesperado de sábio convencional. Era, sim, um de realismo com esperança! O velho Simeão proclamou: “luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel”. Olhos cheios de vida e alma desejosa da vida que há de vir, viu a luz do mundo e glória dos filhos de Deus! Nem papai noel nem coisas poderão superar essa visão. Uma visão que não envergonha aquele que adora, pois é o encontro da própria vocação humana.
Simeão voltou-se para a mãe de Jesus, e disse: “Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”.
O natal é realmente uma contradição. Não o menino. Nascendo, ele assumiu a vida que está aí, nas casas, nas ruas da cidade. A minha e a sua condição. Passamos o ano, comprando e vendendo coisas, aparência, ideias valorizadas pela alma do negócio e, no natal, uns trocam presentes e outros, veleidades. Simeão passou a vida, esperando uma redenção que desse significado à existência. Quando ela chegou, já podia morrer, pois essa é sua significância: em Cristo, ele teria satisfeito o anseio maior de permanência e importância. Depois de realizada a esperança do sofrimento da glória de Cristo, ele teria um natal que não mais marcaria a contagem regressiva para a morte. O eterno Senhor seria seu presente, sua reunião de família, sua canção, e o verdadeiro espírito de fraternidade (por meio da adoção de filho em Cristo)."
O bíblico Simeão, conhecido de cristãos e de outros poetas nem tanto, foi quem traduziu a realidade do Natal – o Natal do menino. O nascimento é importante como a morte. Simeão, justo e piedoso – da justificação que procede da graça de Deus – disse, cheio de fé: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra porque os meus olhos já viram a tua salvação,” (ver Bíblia, Lucas 2.25-35). Seu entendimento do natal não era um de otimismo romântico de consumidor apalermado nem um de realismo desesperado de sábio convencional. Era, sim, um de realismo com esperança! O velho Simeão proclamou: “luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel”. Olhos cheios de vida e alma desejosa da vida que há de vir, viu a luz do mundo e glória dos filhos de Deus! Nem papai noel nem coisas poderão superar essa visão. Uma visão que não envergonha aquele que adora, pois é o encontro da própria vocação humana.
Simeão voltou-se para a mãe de Jesus, e disse: “Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”.
O natal é realmente uma contradição. Não o menino. Nascendo, ele assumiu a vida que está aí, nas casas, nas ruas da cidade. A minha e a sua condição. Passamos o ano, comprando e vendendo coisas, aparência, ideias valorizadas pela alma do negócio e, no natal, uns trocam presentes e outros, veleidades. Simeão passou a vida, esperando uma redenção que desse significado à existência. Quando ela chegou, já podia morrer, pois essa é sua significância: em Cristo, ele teria satisfeito o anseio maior de permanência e importância. Depois de realizada a esperança do sofrimento da glória de Cristo, ele teria um natal que não mais marcaria a contagem regressiva para a morte. O eterno Senhor seria seu presente, sua reunião de família, sua canção, e o verdadeiro espírito de fraternidade (por meio da adoção de filho em Cristo)."
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