"ADEUS ÀS BAIANAS
Tradições seculares que desaparecem - “Almasencantadoras das ruas” ameaçadas pelo “rapa”- Quando a tagarelice dos camelôs vale dinheiro.
O “camelô” é uma instituição nacional. Quem não se detém pelas esquinas da Avenida Rio Branco, Gonçalves Dias ou Ouvidor perde um dos mais pitorescos espetáculos que o asfalto carioca oferece aos seus transeuntes. Mercadores de ilusões. Homens de muita fala e pouco dinheiro que fazem da parlapatice um meio de vida. Dá gôsto vê-los berrando aos quatro ventos as excelências dos seus produtos acumulados sôbre uma tôsca mesinha fàcilmente desmontável, de olhos fixos no “farol” (que é o ajudante estratègicamente colocado a curta distância para detectar a presença do “rapa”). Falam pelos cotovelos. Citam os nomes das marcas em inglês, alardeiam a qualidade da “coisa” vinda sempre dos Estados Unidos, como última novidade. E vendem tudo. De caneta esferográfica ao descascador de laranja. Pentes, geringonças, brinquedos baratíssimos e de grande efeito, sobretudo quando êles próprios, os camelôs matreiros, os fazem funcionar à vista dos curiosos extasiados. Em tôrno dêles forma-se a clássica rodinha de que todos nós nos acercamos com prazer. Um camelô é sempre uma boa atração no meio da rua. E há também mulheres que vivem essa espécie de vida em função da boa vontade do transeunte. São as doceiras chamadas “baianas”. Poucas vêm, realmente, da Bahia. Mas não importa que seja de Jacarepaguá ou de Recife. Elas vestem as batas rendadas, os colares e personificam as pretas do acarajé na sua versão metropolitana de vender doces. Dão um toque pitoresco às ruas. Atiçam a gula de todo mundo com seus quindins. Ganham a existência trocando a mercadoria pobre por alguns magros tostões.
No entanto, pobres baianas! O “rapa” pretende varrê-las das ruas fazendo desaparecer uma de nossas mais pitorescas tradições"
O “camelô” é uma instituição nacional. Quem não se detém pelas esquinas da Avenida Rio Branco, Gonçalves Dias ou Ouvidor perde um dos mais pitorescos espetáculos que o asfalto carioca oferece aos seus transeuntes. Mercadores de ilusões. Homens de muita fala e pouco dinheiro que fazem da parlapatice um meio de vida. Dá gôsto vê-los berrando aos quatro ventos as excelências dos seus produtos acumulados sôbre uma tôsca mesinha fàcilmente desmontável, de olhos fixos no “farol” (que é o ajudante estratègicamente colocado a curta distância para detectar a presença do “rapa”). Falam pelos cotovelos. Citam os nomes das marcas em inglês, alardeiam a qualidade da “coisa” vinda sempre dos Estados Unidos, como última novidade. E vendem tudo. De caneta esferográfica ao descascador de laranja. Pentes, geringonças, brinquedos baratíssimos e de grande efeito, sobretudo quando êles próprios, os camelôs matreiros, os fazem funcionar à vista dos curiosos extasiados. Em tôrno dêles forma-se a clássica rodinha de que todos nós nos acercamos com prazer. Um camelô é sempre uma boa atração no meio da rua. E há também mulheres que vivem essa espécie de vida em função da boa vontade do transeunte. São as doceiras chamadas “baianas”. Poucas vêm, realmente, da Bahia. Mas não importa que seja de Jacarepaguá ou de Recife. Elas vestem as batas rendadas, os colares e personificam as pretas do acarajé na sua versão metropolitana de vender doces. Dão um toque pitoresco às ruas. Atiçam a gula de todo mundo com seus quindins. Ganham a existência trocando a mercadoria pobre por alguns magros tostões.
No entanto, pobres baianas! O “rapa” pretende varrê-las das ruas fazendo desaparecer uma de nossas mais pitorescas tradições"
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