segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Crônica: Minha vida Bancária - O CANÁRIO VERMELHO

De 1964 a 1995, trabalhei como bancário numa instituição financeira federal e, no exercício da minha profissão, percorri os Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Ceará, onde me aposentei, tendo fixado residência em Fortaleza. Durante esse período de 31 anos assisti e participei de muitas coisas que aconteceram dentro e fora das Agências Bancárias, tendo registrado algumas delas, as quais passo a divulgar, por interessantes. Os nomes dos colegas ou personagens e das Agências não são divulgados por questão de ética.



O CANÁRIO VERMELHO

Juarez Morais Chaves
Dr. Faustino Neto era um médico muito conceituado que tive o prazer de conhecer quando, trabalhando numa pequena cidade do interior de Sergipe exercia a Chefia do Setor de Crédito Rural e Industrial da Agência, nos idos de 1969/1970. O querido e conceituado médico, não sendo oriundo daquele Estado, aportara naquela pequena cidade ainda recém formado e por lá se instalou e constituiu família numerosa ao se casar com moça de ilustre tronco sergipano.
Já o conheci sexagenário, mas ainda no exercício da medicina e administrando uma excelente fazenda repleta de capim sempre verde e colonião, na qual criava gado bovino de alta linhagem indiana. Além de criar bovinos o Dr. Faustino tinha como um dos seus passatempos criar, em sua fazenda, animais exóticos de qualquer espécie que nascessem perto dos seus domínios.

Assim quando em visita à sua fazenda tive oportunidade de conhecer vários animais diferentes, tais como um boi com 5 pernas, uma mula que dava cria, um "capote" que cantava como galinha e muitos outros bichos que por qualquer motivo nasceram diferentes do normal. Sabedores do seu gosto por esse tipo de coleção, as pessoas da região já o procuravam para presenteá-lo com esses animais excepcionais que eram mantidos com todo o carinho na fazenda e orgulhosamente mostrados às pessoas quando em visita ao seu imóvel rural.
Um dia, o Dr. Faustino tomou conhecimento de que na cidade existia um cidadão possuidor de um canário da terra de cor vermelha. O inusitado da notícia era pelo fato de que, normalmente, os canários da terra têm as penas de uma cor amarelo ouro. Naturalmente, ante tal informação, o médico ficou excitadíssimo e imediatamente se dirigiu ao endereço que lhe fora dado por um amigo. Lá chegando comprovou a existência da bela ave que pulava sem cessar dentro da gaiola pendurada na parede externa da casa. Ficou parado alguns minutos admirando o pássaro exótico antes de se decidir a ir falar com o dono do canário. Bateu palmas e logo apareceu o dono da casa que de imediato externou a sua satisfação e honra em receber a visita de tão ilustre cidadão.
Dr. Faustino foi direto ao assunto. Disse ao dono do canário que estava disposto a comprar o pássaro por qualquer preço, pois nunca vira um canário da terra vermelho e por isso era digno de participar do rol dos seus animais mantidos na fazenda. O dono do canário respondeu-lhe que o pássaro não estava a venda pois além de ser excelente cantador fora presente de um amigo que o tinha em grande consideração. O médico não se deu por vencido e insistiu que fora até ali e que não voltaria sem o canário. Estava disposto a pagar qualquer valor para colocá-lo no rol dos seus estranhos animais. A insistência foi tanta que ao dono do canário, dado a pressão do ilustre médico, só restou uma alternativa: abrir mão do pássaro.
Então disse ao médico:
- Dr. Faustino eu não posso lhe vender esse canário pois foi presente de um amigo. No entanto como sei que o senhor vai cuidar muito bem dele, com toda satisfação faço-lhe presente do mesmo.
Dr. Faustino não se conteve de alegria. Feito criança retirou a gaiola da parede e no próprio dedo a levou. Dado a raridade da cor das penas do canário iria mantê-lo em sua própria residência. A primeira semana foi de muita euforia naquela casa. Os dias eram alegrados pelo mavioso canto do canário e o Dr. Faustino não se cansava de passar horas admirando a bela plumagem rubi do canarinho.

Na segunda semana as penas começaram a esmaecer e na terceira semana já apresentavam a cor original amarelo ouro.
Dr. Faustino ficou indignado e foi, com a gaiola no dedo, tirar explicações do dono do canário sobre a intempestiva mudança de cor das penas do bichinho. Ficou ainda mais raivoso quando o ex dono lhe informou que empapava as penas do canário com mercúrio cromo para ele ficar diferente do outros canários. Dr. Faustino entendeu aquilo como uma ofensa pessoal e passou de imediato a destratar e maltratar o pobre ex dono do canário, alegando que o mesmo o havia feito de bobo perante toda a cidade e que ele iria pagar por essa humilhação que havia sofrido.
O pobre homem ouviu tudo calado e, quando o médico fez uma pequena pausa , assim falou:
- Olhe Doutor está acontecendo uma grande injustiça, pois foi o senhor que veio até minha casa comprar o meu canário. Eu não o queria vender e nem lhe ofereci para venda. Foi o senhor que insistiu e em nenhum momento me perguntou porque as penas dele eram vermelhas. Portanto o senhor não tem o direito de dizer o que está dizendo e muito menos que lhe causei qualquer humilhação. Muito pelo contrário, abri mão e lhe dei de presente um excelente canário cantador que me foi presenteado por um grande amigo meu. Diga se o canário não é bom?
Caindo em si do que estava fazendo, desacatar o homem na porta da sua residência e sem nenhum motivo, restou ao Dr. Faustino pedir desculpas sobre o que dissera e agüentar, a partir daí, a gozação de toda a cidade sobre a estória do canário vermelho.

Foto Antiga de Salvador: TEATRO SÃO JOÃO

O Teatro São João foi uma casa de espetáculos de Salvador Bahia e por mais de cem anos o principal teatro daquela cidade. Situava-se no exato local onde hoje fica a Praça Castro Alves.
Construído a partir de 1806, o teatro foi erguido seguindo o modelo instituído pelo Marques de Pombal pela constituição de teatros públicos e sua construção deu-se no governo do de João de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes Brito, Sexto Conde da Ponte, começando a funcionar no ano de 1808, quando a família real chegou ao Brasil. O Teatro foi palco não somente de apresentações teatrais, mas também de momentos históricos importantes da cidade. Em 1923 foi destruído por um incêndio.

Cantinho da Seresta: MÚSICAS POPULARES



O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, "cifradas" para violão e que, semanalmente, estarão sendo divulgadas.




domingo, 29 de janeiro de 2012

Dinheiro Deuses & Poder: AR STATER

Moeda das Ilhas da Trácia, Thasos, batida entre 500-463 a.C., com diâmetro de 22 mm e peso de 8,96 g, representando Sátiro itifálico avançando da esquerda para a direita sequestrando uma ninfa.


A figura refletia a celebração natural da fertilidade, com uma visão do mundo e da vida que ignorava os conceitos de pecado criados, mais tarde, por outras culturas.

Fonte: Coleção Spínola - Nomus Brasiliana

Enchente de 1979 - Fotos Inéditas: Praça do Mercado

O MERCADO ILHADO

A cheia do Rio São Francisco no ano de 1979, apesar de não ser a maior, inundou boa parte da cidade de Xique Xique (BA) obrigando muitos moradores das ruas próximas ao rio, se mudarem para partes mais altas da cidade.

Após a construção das barragens de Três Marias (MG) e Sobradinho (BA), que controlam as águas do Velho Chico, nunca mais as cidades ribeirinhas foram invadidas pelas águas, inclusive Xique Xique. Os jovens xiquexiquenses de até 32 anos nunca presenciaram uma enchente do rio.

A foto mostra o Mercado Municipal São Francisco e arredores, totalmente cercado pelas águas da grande cheia de 1979.

Foto: Afonso

Foto Interessante em Xique Xique (BA):DOUTORES DA ALEGRIA

Existe em Xique Xique (BA) um grupo de pessoas que se dedica a levar conforto espiritual aos pacientes internados nos Hospitais da cidade.

É um nobre trabalho, de um valor incalculável, e de um resultado imensurável para a pronta recuperação do doente.

Que Deus abençõe esse grupo e que sirva de exemplo para outros jovens xiquexiquenses se dedicarem a um trabalho de ajuda ao próximo.

Foto Denúncia: Margem do Lago Ipueira em Xique Xique (BA)

Não sei o por quê das margens do nosso belo Lago Ipueira, viver em total abandono cheio de barracos invasores e totalmente tomado pelo lixo.

O trecho fotografado, onde se misturam lixo doméstico e dejetos humanos fica vizinho ao Mercado do Peixe (o telhado é visto no canto superior direito), que tambem está em total abandono e já foi objeto desta coluna.

A água que consumimos em Xique Xique é coletada do Lago Ipueira e nada mais natural que as nossas autoridades Estaduais e Municipais atentem para que essa área fique isenta de lixo e sujeiras em função da saúde pública da cidade.

Foto do Rio Saõ Francisco: O "PAQUETE"

É muito comum, quando se navega pelo rio São Francisco, encontrar pequena embarcação fluvial, conhecida entre os "barranqueiros" como "PAQUETES", carregando pessoas.

É o menor meio de transporte existente no rio e geralmente é de uso pessoal, funcionando como os automóveis nas cidades.

Como o município de Xique Xique possui um grande arquipélago, os ilhéus comumente utilizam o "paquete", para circularem entre as ilhas e trazerem os seus produtos (tapioca, beijús, pubas, etc) para serem vendidos na feira livre da cidade.

Foto de Édson Nogueira: O PORTO DE XIQUE XIQUE (BA)

Nos fins de semana, quando acontece a feira livre em Xique Xique, o plácido Lago Ipueira se transforma num dinâmico porto fluvial onde centenas de barcas entram e saem tansportando pessoas e mercadorias e movimentando o comércio local.

O fotógrafo Édson Nogueira registrou esse importante momento da nossa vida econômica.

Foto aérea de Xique Xique (BA): Av. J.J. Seabra

Esta foto aérea registra o lado esquerdo da Av. J.J. Seabra.

Pode-se ver, o Colégio Senhor do Bonfim e a Escola Cézar Zama no canto superior direito e o inicio da BR.52 no canto superior esquerdo.

Foto: Édson Nogueira

Fotos Antigas de Xique Xique (BA): A BEIRA DO LAGO







Velhas fotografias de Xique Xique, registradas lá pelos anos 1950 ou 1960, quando o extremo norte da cidade ainda era delimitado pela antiga "Roça de D. Alcina". Curtam como era a cidade naquele tempo.

Evangelho Dominical: MARCOS 1, 21-28

JESUS ENSINA EM CAFARNAUM E CURA UM ENDEMONIADO

21Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. 23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. 25Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” 26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” 28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

Arte Sacra na Bahia: FUGA DOS VÍCIOS

Este Painel de Azulejo situado na parede do Cláustro do Convento de São Francisco em Salvador (BA), reza: "É útil a virtude fugir dos vícios".

Segundo o especialista Pedro Moacir Maia, "A grande ênfase temática nesta parede, paralela à igreja, é a reflexão relativa às condições necessárias para, na Vida, manter uma conduta vitoriosa".

Fonte: "Bahia: Tesouros da Fé"

Foto: Sérgio Benutti




Pôr do Sol em Xique Xique (BA): PONTA DAS PEDRAS

Pôr do Sol no Porto das Pedras, próximo ao Parque Aquático da cidade.

Em qualquer ponto da cidade o nosso pôr do Sol é bonito.


Lago Ipueira em Xique Xique (BA): Bravo Pescador

Esse pescador do Rio São Francisco, todos os dias deixa o porto do Lago Ipueira em Xique Xique e se aventura por muitos quilômetros de água no rio a procura do pescado para a sua sibrevivência.

Há muito tempo essa profissão é exercida na localidade, desde que a cidade de Xique Xique (BA) era um mero ponto de pescaria, no século XVII, utilizado pelos pescadores que naquela época moravam na Ilha do Miradouro.

O solitário pescador nunca frequentou uma escola para aprender o manejo da vela e nem a interpretação de cartas náuticas, mas, como ninguem manobra com maestria o seu paquete a vela dando-lhe a velocidade e direção adequadas.

Essa cena, não obstante ser rotineira em Xique Xique, sempre causa admiração a todos os que assistem a desenvoltura do pescador para com seu instrumento de trabalho.

Fato Histórico de Xique Xique (BA): JUIZ DE PAZ NÃO TOMA POSSE

No dia 13 de janeiro de 1853, a Câmara Municipal de Vereadores de Xique Xique comunicou ao presidente da província da Bahia Dr. João Maurício Wanderley – Barão de Cotegipe – (20.09.1852-01.05.55) que o Sr. Félix da Costa Torres, eleito Juiz de Paz e que já fora membro da Câmara Municipal e, inclusive, seu presidente, não quer absolutamente assumir seu cargo de Juiz de Paz na cidade. Informam que apesar de a Câmara Municipal já haver intercedido bastante nesse sentido o Sr. Felix Torres, simplesmente, sem dar satisfação, ausentou-se da cidade para cuidar da sua fazenda no município de Barra, sem ao menos tomar posse como Juiz de Paz.

Obs.: Isso prova que em 1853 Xique Xique já era cidade, vez que já possuia Câmara de Vereadores e Juiz de Paz.

sábado, 28 de janeiro de 2012

FRASE DO DIA

"UMA CONDUTA IRREPREENSÍVEL CONSISTE EM MANTER CADA UM A SUA DIGNIDADE SEM PREJUDICAR A LIBERDADE ALHEIA"
François Marie Arouet

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

MERCADO MUNCIPAL DE XIQUE XIQUE (BA)

MERCADO MUNICIPAL SÃO FRANCISCO

O Mercado Municipal foi construído pelo Prefeito Municipal Aurélio Gomes Miranda (1948/1951) e solenemente inaugurado no dia 25 de dezembro de 1950 com uma missa campal celebrada pelo Padre Honório de Queiroz Rocha e um belo discurso do vereador Custódio B. Moraes.

No que pese os 61 anos de existência e não ter passado por uma adequada conservação/manutenção por parte dos nossos gestores municipais ao longo dessas 6 décadas, o Mercado ainda continua sendo uma bela construção.

O estado precário em que atualmente se encontra, principalmente o interior da obra, tem sido objeto de constantes denúnicas por parte deste Blog. Por isso, é com grande alegria que transmito aos leitores, a mensagem que recebi do Sr. Prefeito Municipal de Xique Xique dando conta de que a necessária reforma daquele importante equipamento, já foi iniciada.
"Mercado de Frutas
Posted: 25 Jan 2012 06:22 AM PST
A Prefeitura de Xique-Xique iniciou as obras de recuperação e modernização do Mercado Municipal de Frutas. Apenas a fachada do prédio será mantida. Todo o restante deve ser modificado: telhado, piso, sanitários, rede elétrica e hidráulica, escadas de acesso, revestimentos, etc...As obras custarão R$ 450.000,00 a PMXX e a previsão é que o novo Mercado seja inaugurado em Julho de 2012"

Na oportunidade, parabenizo o Prefeito Municipal pela decisão e desejo apenas fazer-lhe dois pedidos:

I) Que seja mantido o nome original do mercado como "MERCADO MUNICIPAL SÃO FRANCISCO"

II) Que as armações das barracas da feira livre em frente ao mercado, sejam retiradas quando os feirantes recolherem as mercadorias para que a praça do mercado fique livre das estruturas de canos enferrujados que tanto enfeiam a via pública.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

AGRADECIMENTOS AOS NOVOS SEGUIDORES

O BLOG JUAREZ MORAIS CHAVES AGRADECE, SENSIBILIZADO, AS CHEGADAS DE PAULINHO MELONIO E CLÉRISTON PROMETENDO MANTER A MESMA LINHA EDITORIAL E ESPERANDO PODER CONTINUAR ATENDENDO AS EXPECTATIVAS DE TODOS OS QUE, GENTILMENTE, SE DIGNAM EM ACOMPANHAR ESTE MODESTO BLOG.






Cantinho da Seresta: MÚSICAS POPULARES

O SERESTEIRO
O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, "cifradas" para violão e que, semanalmente, estarão sendo divulgadas.
















Luiz Rattes Vieira Filho, cantor, compositor e radialista, nasceu em Caruarú (PE), em 12.10.1928. No início da carreira cantava músicas românticas, valsas e samba-canções e chegou a imitar Vicente Celestino. Foi crooner de orquestra num cabaré do bairro da Lapa e em 1950 foi contratado pelas rádios Tupi e Record, em São Paulo, que pertenciam as Emissoras Associadas.
A canção Menino de Braçanã de 1953 foi seu primeiro sucesso, na voz de Roberto Paiva e mais tarde gravada pelo cantor Ivon Curi
Como cantor da rádio e televisão ganhou as paradas de sucesso com a canção Prelúdio Pra Ninar Gente Grande, mais conhecida como Menino Passarinho. Não gosta de ser chamado de cantor, mas sim de cantador. Luiz Vieira é estudioso das músicas de Cordel.

Foto Antiga de Salvador:

LADEIRA DA CONCEIÇÃO - 1948






Fato Histórico de Xique Xique (BA):CENTENÁRIO DA CIDADE

Centenário da Emancipação Política de Xique-Xique (BA).
06.07.1832-06.07.1932


O primeiro semestre do ano de 1932, foi repleto de grandes e animados eventos todos preparatórios para a esperada festa que aconteceria no dia 07 de julho de 1932, data em se comemorou o Centenário de Xique Xique (BA).

Um dos eventos que atraiu toda a cidade, divulgado com grande pompa pelo jormal "A LUZ", foi a competição hípica acontecida no do dia 6 de julho de 1932 que foi dirigida pelos seguintes cidadãos xiquexiquenses: I) João Custódio de Moraes, como Juiz da Corrida; II) Gustavo Pinheiro como Juiz de Confirmação; III) Manuel Teixeira de Carvalho e João Cunha como Juízes de Chegada e IV) Vítor Farani como o Juiz dos Juízes.
O outro grande acontecimento foi um jogo de futebol entre os times Ipiranga e o Botafogo, notícia também divulgada pelo jornal "A LUZ" que apresenta, inclusive as escalações dos dois times.
IPIRANGA: Timé, Prequeté, Bertinho, Bá, Sinhô, Mimi, Osmar, Lameu, Sabiá, Deixa e Batista.
BOTAFOGO: Nozinho, Soupeiro, Gazeteiro, Sutuba, Testa, Corró, Mentenho, Bem, Odonel, Serra e Totonho.
Essa disputa teve como árbitro Aurélio Gomes de Miranda, auxiliado por Albertino Araújo, Tiburtino Barreto, Arnaldo Nogueira e Alcenor Miranda.

Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique (História de Chique-Chique) de Cassimiro Machado Neto.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Lago Ipueira em Xique Xique (BA): VELHO BARCO



Não é raro encontrar na beira do Lago Ipueira restos de uma embarcação que foi abandonada por seu dono após muitos anos servindo e transportando pessoas e mercadorias pelo rio São Francisco. Essa barca está abandonada em Xique Xique há muitos anos o que demonstra a insensibilidade do barqueiro para com um bem que lhe serviu por muitos anos além de lhe proporcionar ganhos financeiros. Deveria pelo menos aproveitar a madeira numa fogueira de São João, festa tradicional de Xique Xique.

Pôr do Sol em Xique Xique (BA): Pescador Solitário

O pescador findo o dia de labuta e com o peixe garantindo o alimento da família por, talvéz, uma semana, queda-se na beira do Lago Ipueira, admirando o pôr do Sol, que, mesmo esse fenômeno acontecendo todos os dias, sempre lhe causa admiração.

Arte Sacra na Bahia: AZULEJARIA

Painel de ex-votos, marca excepcional na arte do azulejo, existente na capela-mor da Igreja da Boa Viagem, em Salvador Bahia,

Os acontecimentos marítimos pintados são acompanhados de palavras que descrevem os prodígios, como o seguinte:

"M (milagre) q fes N.Sra daboa Viage a Bernardo da Costa vindo das ilhas pa Lix a (Lisboa) lhe sahirão quatro Naos de Mouros e pegandose (apegando-se) com mta (muita) fé com a dita Sra socedeu levntarse hum grande temporal que logo dezaparecerao (sucedeu levantar-se um grande temporal que logo desapareceram). No anno de 1720"

Fonte: Bahia:Tesouros da Fé

Foto: Sérgio Benutti

domingo, 22 de janeiro de 2012

Evangelho Dominical: Marcos MARCOS 1, 14-20

JESUS INAUGURA SUA PREGAÇÃO

Depois que João Batista foi preso, Jesus voltou para a Galiléia, pregando a Boa Notícia de Deus: «O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia».
Ao passar pela beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e seu irmão André; estavam jogando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse para eles: «Sigam-me, e eu farei vocês se tornarem pescadores de homens».
Eles imediatamente deixaram as redes e seguiram a Jesus.
Caminhando mais um pouco, Jesus viu Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes. Jesus logo os chamou. E eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus

Crônica de Guarabira: VAMOS CHAMAR O VENTO

O CANTOR E COMPOSITOR GUARABYRA


Pouca gente sabe, mas o famoso compositor/cantor Guarabyra, viveu grande parte da sua infância na cidade de Xique Xique (BA). O seu pai, Pastor Gutemberg Nery Guarabira, Missionário da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista, fundou em Xique Xique, no dia 05.06.1949, patrocinada pela Igreja Batista da Barra, a Congregação Batista de Xique Xique.

Veja o que o grande compositor Guarabyra diz sobre a nossa querida cidade:

"É impressionante ter saído de Xique-Xique (BA) tão pequeno e mesmo depois de morar em tantas cidades diferentes, ter feito tantos amigos outros, passar por tantas aventuras diversas, continuar acordando na velha praça do Pirulito.
Se penso em escrever um livro, Xique-Xique é o primeiro cenário. Se penso em rabiscar uma crônica, lá vem Xique-Xique de novo.
O cais, a igreja, a prefeitura, o Gringo, Cazuzão, o cancelão do campo. Tudo presente na memória como se houvesse saído de lá anteontem."
Como se não bastasse tão importante depoimento, Guarabyra ainda nos honra com a bela crônica, enviada para ser publicada no Blog Juarez Morais Chaves, sobre uma brincadeira muito conhecida dos meninos xiquexiquenses, pelos menos dos que foram crianças na década de 1950.

"VAMOS CHAMAR O VENTO

GUT GUARABIRA
Vamos chamar o vento..." Braços estendidos, corpos bem esticados, em pé e de frente para o fim escuro da avenida silenciosa e deserta, esperávamos o vento de olhos fechados, concentrados. Minha mãe, da porta de casa, cantava o verso e comandava a última brincadeira da noite. Eu e meus amigos aguardávamos a brisa. Às vezes, ela vinha. Quando não chegava, minha mãe mudava a letra da canção de Caymmi para "Vamos escovar os dentes..."
Era o sinal de boa-noite. Eu e a garotada reclamávamos. Alguém ainda achava que havia escutado um rumor de vento. Esperávamos e nada. Sem mais desculpas, nos despedíamos. Já dentro de casa, a pergunta era sempre a mesma: "Por que não podia dormir mais tarde?". A resposta também era a mesma de sempre: "Porque a luz acaba às dez e meia". E daí? — eu pensava. Vai ver que, no escuro, o vento até apareceria logo.
O vento, nas vezes em que vinha, era uma festa. Surgia do nada. A característica dali na época da seca era, ou ausência total de ventos, ou brisa forte. Não tinha meio-termo. Certas vezes, soprava tão bravo que virava rodamoinho. Movimentado-se em círculos, erguia um cone de areia que cobria a luz amarelada dos raros postes, alvoroçava nossas vidas e, depois, ia arrefecendo até nos abandonar por completo. O vento da noite, não sei porquê, quase sempre começava tarde. Um mistério insolúvel e detestável, visto que, se nos fizesse companhia mais cedo, jamais iríamos dormir sem antes ter sentido a sensação de vôo, que nos causava ao nos atingir de braços abertos, de frente para o escuro do fim da avenida.
Isso era em Xique-Xique (BA). Porém, descendo no mapa e subindo no rio — o São Francisco desce para cima do mapa —, na região das cidades de Piranhas, Pão de Açúcar e Penedo, depois do cânion de Paulo Afonso, era diferente. Ali, jamais falta vento. Os barcos, de velas sempre enfunadas, singram com velocidade, batendo forte nas ondas formadas pelos pés-de-vento. Exigem perícia e arrojo dos velejadores. Dizem que aquela arte de navegação é herança dos holandeses da invasão. Essas embarcações, quando vistas de frente, com as duas velas — uma à proa, outra à popa — estendidas para lados opostos, parecem mãos imitando asas de pássaros.
Outro dia, ouvi o navegador Amyr Klink dizendo que a história da navegação, no Brasil, não é considerada cultura digna de nota. E que, quando se procura patrocínio para eventos de pintura, música, restaurações de obras arquitetônicas antigas, e outras iniciativas reconhecidas como culturais, ele é possível. Para se reconstituir a história da navegação brasileira, da construção naval, porém, não se consegue verba alguma. Nem ouvem. Ora, até por ser um dos maiores navegadores do mundo, deveriam ao menos escutá-lo. Ao fim do depoimento, afirmou que está acostumado a essas dificuldades. Todavia, todas as vezes em que parte, ao menos deve saber que nós, brasileiros, torcemos com fervor para que bons ventos o acompanhem.
No Sul, estão ocorrendo rajadas poderosas. Não sei se sempre existiram, ou se nós é que estamos tomando ciência delas apenas agora, devido à integração dos meios de telecomunicações e até mesmo pela maior densidade demográfica da área em que estão agindo. Na televisão, vi uma vítima de um desses golpes de vento afirmar que de nada adianta tentar manter-se em pé, nessas ocasiões, pois a pessoa é arrastada e sai voando, planando.
Mas não quero descambar nossa conversa para o cenário das tempestades e tragédias. Prefiro recordar os bons momentos marcados por benfazejas e suaves brisas. No máximo, citar as virações vigorosas que empurram as embarcações com energia. Um dia, em cima de um penhasco sobre o rio São Francisco, na alagoana cidade de Penedo, cismava com a velocidade dos barcos que via percorrendo as águas e com a destreza daqueles pilotos. Acabei convencendo a tripulação de um barco a empreitar comigo uma viagem rio acima. Durante cinco dias, até que as pedras de Paulo Afonso impedissem nossa passagem, navegamos o rio, para mim sagrado. Foi um sonho perfeitamente realizado. Cinco dias de navegação, história e emoção inesquecíveis.
Minhas lembranças às vezes navegam assim, levadas pelos ventos mesmo em dia de calmaria total. São horas em que, mesmo com a alma ancorada, as saudades se põem em movimento. "Movimento dos barcos... Movimento..." Lembro a canção de Macalé com versos de Capinam. A tudo move a brisa, o vento. É a própria manifestação do enigma da natureza. O sopro da vida que nos acompanha desde a primeira vez que o ar nos invade os pulmões até o derradeiro suspiro.
Cá estou eu de novo desviando a conversa para assunto sinistro. Este ano, fiz 54 anos de vida de viração e movimento. Deve ser por isso que a crônica segue tão nostálgica. Sinal dos ventos. Digo, dos tempos. Mas só queria dizer que o ar se deslocando, mexendo com os cabelos, com as velas, com as folhas, com o mundo, é vida. Se me interrogassem, como perguntaram a Manuel Bandeira, o que mais queria além de versos e mulheres, como está descrito no poema Estrela da Vida Inteira, responderia, em vez de vinho, "Vento!... O vento que é meu fraco". E, no lugar de "Evoé, Baco!", evocaria a canção da infância: "Vamos chamar o vento...". E me deixava transportar para a porta de casa, rezando para voar e para que fosse eternamente levado."

sábado, 21 de janeiro de 2012

Foto antiga de Xique Xique (BA): Rua Monsenhor Costa

No ano de 1949 o Rio São Francisco apresentou uma das maiores cheias inundando grande parte das cidades ribeirinhas.

Xique Xique (BA), situada na margem do Lago Ipueira, formado pelo Rio São Francisco também foi tomada pelas águas e grande parte da população transferiu-se para as ruas mais altas, principalmente a Av. J. Seabra, para onde se mudou minha família.

A foto mostra a Rua Mons. Bruno totalmente inundada.

Dá para se distinguir, facilmente, no canto superior esquerdo, a torre da Igreja e o velho prédio da Prefeitura, demolido em 1963. Vê-se, ainda, a frente da casa de Edvando Bessa e os fundos da casa do Coronel Francisco Xavier, atual residência do e-prefeito Joel Meira. Ainda não existia o atual prédio dos Correios.

Um "paquete" navega tranquilamente pela rua, servindo de diversão para a meninada daquela época.

Foto: Chiquinho de Bibi

Foto aérea de Xique Xique (BA): Ilhas do Gado Bravo e Miradouro



Foto aérea de Xique Xique (BA), registrando, em primeiro plano o Canal do Guaxinin (Rio São Francisco), que separa a Ilha do Gado Bravo, à direita, da Ilha do Miradouro, à esquerda.

Esse ponto, onde o Lago Ipueira se bifurca é por todos conhecido como "Ponta da Ilha".

A cidade estende-se para o Leste e para o Norte com as respectivos bairros do BNH e das Pedrinhas.
Foto: Cincinato

Foto do Rio São Francisco: Tripulação dos vapores

Esta clássica foto da tripulação de um dos vapores que navegavam pelo Rio São Francisco, mostra muito bem a forma como os tripulantes se trajavam durante toda a viagem pelo rio.

Eram pessoas educadas e finamente treinadas para o trato com os passageiros.

Dava gosto viajar de vapor. Por 3 vezes fiz essa viagem, quando estudante, de Xique Xique (BA) a Juazeiro (BA), num percurso de de 420 km, nos vapores "Barão de Cotegipe", "Benjamim Guimarães" e "São Francisco".

Foto de Édson Nogueira: Praça da Caldeira em Xique Xique (BA)

Velha caldeira conservada na Praça 6 de julho, lembra aos mais jovens a forma como Xique Xique (BA) era iluminada na primeira metade do século XX.

Movida a lenha, a velha caldeira iluminou a cidade de 24.05.1936, quando foi inaugurada pelo Prefeito Municipal Coronel Francisco Xavier Guimarães, até o dia 07.04.1955, quando foi substituída por um motor a óleo diesel.

O nosso fotógrafo Édson Nogueira foi muito feliz ao registrar esse recanto da nossa cidade.

Foto Interessante de Xique Xique (BA): Tapioqueiras

As "tapioqueiras" são as mulheres dos pequenos agricultores residentes nas abundantes ilhas do Municipio, que, nos dias de feira livre se deslocam até Xique Xique (BA) para vender a tapioca, a puba, o beiju e outros produtos derivados da mandioca e por elas produzidos no decorrer da semana.

Infelizmente as nossas autoridades municipais ainda não se sensibilizaram no sentido de contruir um local adequado para que essas tradicionais trabalhadoras possam vender, dignamente, suas mercadorias.

Até hoje esses produtos alimentícios são expostos na calçada do lado oeste do Mercado Municipal, sem as mínimas condições de higiene.

Foto Denúncia: FEIRA DE FRUTAS EM XIQUE XIQUE (BA)

Vejam o estado precário em que chegamos: as nossas frutas, verduras e legumes são expostos diretamente sobre a suja calçada do não menos sujo Mercado Municipal de Xique Xique (BA).

Isso é um atentado contra a saúde pública dos xiquexiquenses, mas, infelizmente, as nossas autoridades ainda não se convenceram de a omissa postura é um crime contra os munícipes.

É com pesar que publico essa foto de um doloroso flagrante da minha terra, mas, faço isso apenas com o intuito de colaborar e alertar os nossos mandatários sobre o grave problema que afeta a saúde pública de Xique Xique.

Dinheiro, Deuses e Poder: MEIO-STATER


Moeda dos reis da Lídia, Croesus - Se.VI a. C.

Credita-se aos Lídios e ao reino de Croesus, na Ásia Menor a descoberta das vantagens de padronizar e colocar marcas em pedaços de metal um pouco maiores que um grão de feijão. Essas moedas primitivas eram produzidas com uma liga de prata e ouro chamada electrum. Assim nasceu o electrum stater de Croesus, que logo se transformou no rei mais rico do mundo em sua época.
Fonte: Coleção Spínola - Nomus Brasiliana

Enchente de 1979 em Xique Xique (BA): Mercado Municipal.

A enchente do Rio São Francisco, no ano de 1979 foi uma as maiores que atingiu a cidade de Xique Xique (BA).

Esta foto obtida a partir do meio do Lago Ipueira, em plena enchente, mostra o Mercado Municipal totalmente inundado pelas aguas do Velho Chico.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

BBB.2012

"BIG BROTHER BRASIL 2012

Reflitam sobre os termos desse importante artigo do grande cronista e escritor Luiz Fernando Veríssimo sobre o BBB.


"A VISÃO DE VERÍSSIMO SOBRE O BBB.
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo.
Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade."


"Não são as quedas nem as perdas que podem fazer fracassar
nossa vida, senão a falta de coragem para nos levantarmos e
seguir adiante."

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Fato Histórico de Xique Xique (BA): COMARCA DE XIQUE XIQUE.

No dia 14 de dezembro de 1857, através da Lei Provincial nº 650, foi criada a Comarca da cidade do Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique (BA) - atual cidade de Xique Xique (BA - que foi instalada e passou a funcionar no prédio da Câmara de Vereadores, chamado Paço Municipal, no centro da pequena cidade.
O primeiro Juiz de Direito da Comarca foi o bacharel Dr. Francisco Pacheco Pereira. Após o Dr. Francisco Pereira, outros juízes atuaram na Comarca de Xique Xique (BA): Dr. José Antônio da Rocha Viana (nomeado em 12.04.1958); Dr. Antonio José de Souza Lobo (nomeado em 1863 e reconduzido ao cargo no dia 10.08.1867; Dr. Ernesto Botelho de Andrade; Dr. Adolfo Carlos Sanches e Dr. José Alfredo da Conceição Machado.
Entre os Promotores de Justiça que atuaram na Comarca de Xique Xique, destacou-se o primeiro deles, Dr. Luiz Viana que exerceu a Promotoria no período de 1871 a 1880 tendo como Promotor Subsituto o Dr. Fernando Olympio Machado, natural de Xique Xique (BA). Uma das Praças mais antigas de Xique Xique tem o nome do Dr. Luiz Viana, que foi governador da Bahia no período de 1896 a 1900,época da Guerra de Canudos.

Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique - História de Chique Chique", da autoria do nosso pesquisador Cassimiro Machado Neto.

AGRADECIMENTO AO NOVO SEGUIDOR

O BLOG JUAREZ MORAIS CHAVES AGRADECE, SENSIBILIZADO A CHEGADAS DE ZABDIEL FILHO I, PROMETENDO MANTER A MESMA LINHA EDITORIAL E ESPERANDO PODER CONTINUAR ATENDENDO AS EXPECTATIVAS DE TODOS OS QUE, GENTILMENTE, SE DIGNAM EM ACOMPANHAR ESTE MODESTO BLOG.

O COMPLEXO DE CAROLINA

Sobre o aumento do PIB brasileiro que ultrpassou, recentemente o PIB inglês, colocando o Brasil como a 6º potência econômica do mundo, reflitemos sobre o que diz o Professor de Comunicação da Universidade de Brasília, Dr. Washington Araújo.

"O COMPLEXO DE CAROLINA


Não faz tanto tempo assim, mas é fato que a grande imprensa celebrava do nascer ao pôr do sol e madrugada afora o fato de o Brasil ocupar a oitava posição dentre as maiores economias do mundo. Nas últimas semanas de 2011, ficamos sabendo, pela mídia internacional, que nossa posição avançou rumo ao topo: o Brasil já é a sexta maior economia do mundo.
Ultrapassou nada menos que o Reino Unido, aquele antigo império “em que o sol nunca se põe”, e que nunca deixava de estar hasteada, ao longo das 24 horas, a bandeira da Union Jack – da Europa à África, da Ásia à América, passando pelos chamados protetorados no Oriente Médio.
O Reino Unido comandou com mão de ferro a Índia, a África do Sul, Hong Kong... e é bem longa a lista. Apropriou-se da culinária mundial, sem ao menos dar o crédito aos seus verdadeiros donos: quem não consome diariamente a batata inglesa, o chá inglês, a casemira inglesa?
A partir de meados do século passado teve início a derrocada do Império: foi obrigado a deixar a Índia com os indianos, em 1947, e a fazer reverências a seu líder maior, o Mahatma Gandhi; nos anos 1990 testemunhou o fim do odioso regime por ele mesmo implantado na África do Sul – o apartheid –, vendo surgir após 27 anos de cadeia o seu líder natural, Nelson Mandela; e, já no finalzinho daquele século, devolveu Hong Kong à China, por força de cláusulas contratuais em tratado firmado pelas duas nações.
Sem ver
Com cenário tão instigante, tão rico em história e em simbolismo, ainda assim nossa imprensa mais vistosa preferiu repercutir o feito de maneira tímida, quase que envergonhada, como se não passasse de reles disparate, de algo inconcebível a um país talhado para ser não mais que uma invenção do futuro – bem ao estilo da expressão de Stefan Zweig – aquele inatingível e fantasioso “País do Futuro”.
Isso demonstra à larga que não decorreu tempo suficiente para mudarmos nossos conceitos sobre o Brasil, seu potencial, sua importância geopolítica, suas riquezas naturais e humanas. Ficamos como que aprisionados à ideia romântica do Brasil festejado em nosso hino, o Brasil “deitado eternamente em berço esplêndido”.
Acostumados a explorar mazelas de todos os povos e países como invenções absolutamente nossas – corrupção, narcotráfico, malandragem, “jeitinho”, a noção nefasta da Belíndia –, a grande imprensa teve que engolir em seco seu olhar míope e acostumado em criar sua realidade paralela, aquela do país que não tem como dar certo e que precisa se acomodar, mesmo que seu pé seja tamanho 42 em sapato tamanho 36. Isso, segundo nossos oráculos de Delfos, que desde a manhã até à noite não param de azucrinar nossos olhos e ouvidos com presságios cada vez menos críveis, dando conta que o Brasil precisa urgentemente de uma primavera árabe, de um movimento ao estilo “occupy Wall Street”, e de fartas imagens tão artificiais quanto patéticas de vassouras limpando a nódoa da corrupção das nossas grandes cidades.
E a grande imprensa, mais uma vez, erra – e feio – ao querer importar de outros países uma realidade que não é a nossa: por que uma primavera árabe se temos eleições universais, diretas e livres a cada dois anos? Por que ocupar a Bolsa de São Paulo ou o Banco Central em Brasília se nossa economia, ao invés de gerar desemprego em massa, inflação apontando no horizonte e estagnação e colapso financeiro iminentes, encontra-se – nas palavras de nossos filhos – “bombando” e com viés de alta? Por que apoiar o movimento das vassouras quando existem vassouras demais, vistosas demais, novas demais, uniformes demais, fashion demais, coreografadas demais e poucos (ou quase nenhum) vassoureiro para empunhá-las?
A verdade é que não temos nenhum brasileiro se imolando na Cinelândia carioca nem na Praça da Sé paulistana, muito menos na mineira Afonso Pena ou nas imediações do Pelourinho baiano. E não temos por vários motivos. Dentre estes podemos citar o fato de que desde 2004 o premonitório slogan “Orgulho de ser brasileiro” deixou de ser mero reclame institucional do governo federal para ser sentimento vivo, pulsação corrente no corpo do país. A Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, as descobertas de vastas extensões de lençóis petrolíferos na camada do pré-sal, o Brasil já ser “a terceira maior economia europeia”, atrás apenas da Alemanha e da França.
E os brasileiros viram tudo isso acontecer em brevíssimo espaço de tempo. Mas nossa grande imprensa não viu e se recusa a ver. O que lhe interessa mesmo é explorar a doença e não a saúde, o veneno e não o antídoto, o retrovisor com as surradas visões do passado e não o espelho do presente e do futuro.
O tempo passa
Começa 2012 e logo no primeiro dia do ano entrou em vigor o novo salário mínimo, de R$ 622. Representa um aumento real (descontada a inflação) de 9,2% em relação ao mínimo vigente até 31 de dezembro de 2011, de R$ 545. O reajuste real do mínimo é o maior desde o ano eleitoral de 2006. E injetará formidáveis R$ 47 bilhões na economia neste ano, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esta e várias outras notícias foram tratadas como miçangas nas editorias dos jornalões e dos telejornais de maior audiência da tevê aberta brasileira.
A quem interessa isso?
Cada povo tem o governo que merece. E também a mídia que merece. E enquanto atuar dessa forma tão seletiva de fabricar a realidade que melhor atenda a seus interesses, a verdade é que nem o país ultrapassando as economias da China e dos Estados Unidos juntas, nem se transferindo a sede das Nações Unidas para Manaus, nem a Europa adotando o real em lugar do euro, ainda assim não nos veremos estampados nas capas de jornais e revistas, na escalada de matérias do Jornal Nacional.
A nossa grande imprensa prefere ver o futuro com aquele olhar perdido de Carolina, a eterna moça sonhadora que ficava na janela (e na poesia de Chico Buarque) vendo o tempo passar. Minuto a minuto, hora a hora. E nisso passa por sua janela tudo do bom e do melhor, mas só Carolina não vê. Ou se recusa a ver.
Arrisco-me a inferir que nossa grande imprensa sofre do complexo de Carolina."

Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela
UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil,
Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org
Email - wlaraujo9@gmail.com

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Foto Antiga de Salvador


Festa de Largo na Conceição da Praia, no ano de 1952.

Cantinho da Seresta: MÚSICAS POPULARES



O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, "cifradas" para violão e que, semanalmente, estarão sendo divulgadas.













Foto do Rio São Francisco: VAPOR ANCORADO

Vapor ancorado no porto de Juazeiro (BA), facilmente identificado pela ponte que liga os Estados da Bahia e Pernambuco.

Como Juazeiro (BA) era o fim de linha dos vapores que "desciam" o rio, a sacaria que espera ser colocada no porão da"lancha", será vendida ao longo das cidades ribeirinhas rio acima.

Continuo entendendo que a extinção do transporte de passageiros via vapor no Rio São Francisco foi um crime contra o nosso sistema viário.

A história julgará.

Foto: Marcel Gautherot

Arte Sacra na Bahia: AZULEJARIA



PROCISSÃO MARÍTIMA

Sede de uma das tradições mais divulgadas da Bahia, a procissão marítima do Senhor dos Navegantes, a igreja de Nossa Senhora da Boa viagem, antigo hospício dos franciscanos, possui um dos mais raros acervos de azulejos de Salvador (BA).

Sua capela-mor ostenta quatro painéis chamados de ex-votos, marcos excepcionais na arte do azulejo.

Bahia: Tesouros da Fé

Foto: Sérgio Benutti