Somente os
barranqueiros do Velho Chico conhecem os remeiros
e sabem da sua importância no desenvolvimento comercial das cidades
ribeirinhas.
Eram eles
que, na ausência do vento para inchar as velas ou na ausência de água que
provocava os encalhamentos, faziam a velha barca continuar a sua viagem pelo
rio utilizando a longa e pesada vara com uma extremidade fazendo ponto de apoio
no calo do peito e a outra no fundo do rio.
Eram fortes,
valentes e, aparentemente, incansáveis, mas, às vezes o duro trabalho os
forçava a um rápido encosto na amiga carranca da proa que sempre tão perto
deles estava.
A figura
mítica do remeiro desapareceu com o advento das barcas movida a motor diesel as
quais, não obstante o grande movimento comercial que até hoje promovem em todas
as cidades à margem do São Francisco, descaracterizaram as suas antecessoras ao
eliminar a carranca da proa.
Nada
custaria, mesmo que fosse apenas por tradição ou ornamento que esse novas
barcas deslizassem nas águas do Velho Chico portando na proa a tradicional
carranca
Foto: Marcel Gautherot
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