O Blog Jurez Morais Chaves, presta hoje a sua homenagem ao centenário de nascimento da cidadã xiquexiquense, Professora Maria Custódio Chaves, também conhecida como "Profa. Nenem".A Profa. Nenem foi uma das principais mestras na cidade de Xique Xique (BA) e participou da plêiade de docentes que ministraram aulas nas "Escolas Reunidas César Zama", da década de 1930 à década de 1960.
A Profa. Maria Custódio nasceu em Xique Xique (BA), no dia 13.12.1912, filha do casal Sr. José Custódio de Moraes, conhecido como Seu Zeca e de D. Josefa Afonso de Moraes, conhecida como D. Zefinha.
(Na foto da família, em 1922 ela é a garotinha da direita).
Contra todos os costumes da época, em 1930, com apenas 18 anos a jovem Maria Custódio, decidiu continuar os estudos, após a conclusão do ensino fundamental concluído em Xique Xique (BA).
Naquela época a cidade não possuía escolas primárias mantidas pelo Estado. As poucas que existiam eram propriedades de três ou quatro professoras, que haviam se formado no Curso Normal nas cidades de Senhor do Bonfim (BA), Petrolina (PE) ou mesmo em Salvador (BA), quando os pais tinham condições financeiras e boa vontade de manter as filhas longe da família estudando.
Essas poucas professoras, após o regresso, já formadas no Curso Normal, exerciam o magistério em salas de aulas improvisadamente construídas nas suas próprias residências.
Existiam, ainda, em Xique Xique (BA), na década de 1930, vários professores leigos que, também, em suas próprias residências ministravam aulas particulares limitadas a ensinar as quatro operações matemáticas, a ler e a escrever.
Naquele tempo somente os filhos homens tinham o privilégio de frequentar essas aulas de alfabetização, pois para as mulheres o destino era o casamento e para isso poderiam ficar até analfabetas.
Mas, para a Profa. Maria Custódio, mesmo tendo, excepcionalmente, concluído o curso primário nas escolas existentes em Xique Xique, isso não lhe satisfazia o ego e precisava, para se realizar, fazer um curso de formação de professora, o famoso Curso Normal, pois para isso estava vocacionada.
O velho Seu Zeca, genitor da jovem Maria Custódio, não entendia esse desejo da sua filha mais nova de se afastar do abrigo paterno para se lançar aos estudos em outra cidade, longe da família. Para ele já era o bastante suas filhas estarem alfabetizadas com a conclusão do curso primário.
Foi o filho mais velho, Antônio Morais que, sensibilizado com o desejo da irmã caçula em continuar os estudos, se encarregou de conversar com o patriarca e tentar convencê-lo da importância de permitir que a jovem irmã continuasse os estudos. Para quebrar um pouco a resistência do pai fez até uma velada ameaça no sentido de que ele próprio estaria disposto a arcar com o ônus financeiro do colégio, caso o fundamento da recusa fosse esse problema.
Não tendo como reagir à intervenção do filho mais velho em favor da irmã, o Seu Zeca concordou em enviar a filha para continuar os estudos.
Assim quebrando o tabu na cidade a jovem Maria Custódio partiu, em 1930, para estudar o Curso Normal, interna, num colégio de freiras salesianas na cidade de Petrolina PE.
Naquela cidade estudou apenas o primeiro ano pois logo no ano seguinte, 1931, foi inaugurado o Colégio Santa Eufrásia, também de freiras, na cidade da Barra, perto de Xique-Xique, para onde pediu a transferência, vindo a se formar em professora no ano de 1934.
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| Família Custódio Moraes no ano de 1922 |
Essas poucas professoras, após o regresso, já formadas no Curso Normal, exerciam o magistério em salas de aulas improvisadamente construídas nas suas próprias residências.
Existiam, ainda, em Xique Xique (BA), na década de 1930, vários professores leigos que, também, em suas próprias residências ministravam aulas particulares limitadas a ensinar as quatro operações matemáticas, a ler e a escrever.
Naquele tempo somente os filhos homens tinham o privilégio de frequentar essas aulas de alfabetização, pois para as mulheres o destino era o casamento e para isso poderiam ficar até analfabetas.
Mas, para a Profa. Maria Custódio, mesmo tendo, excepcionalmente, concluído o curso primário nas escolas existentes em Xique Xique, isso não lhe satisfazia o ego e precisava, para se realizar, fazer um curso de formação de professora, o famoso Curso Normal, pois para isso estava vocacionada.
O velho Seu Zeca, genitor da jovem Maria Custódio, não entendia esse desejo da sua filha mais nova de se afastar do abrigo paterno para se lançar aos estudos em outra cidade, longe da família. Para ele já era o bastante suas filhas estarem alfabetizadas com a conclusão do curso primário.
Foi o filho mais velho, Antônio Morais que, sensibilizado com o desejo da irmã caçula em continuar os estudos, se encarregou de conversar com o patriarca e tentar convencê-lo da importância de permitir que a jovem irmã continuasse os estudos. Para quebrar um pouco a resistência do pai fez até uma velada ameaça no sentido de que ele próprio estaria disposto a arcar com o ônus financeiro do colégio, caso o fundamento da recusa fosse esse problema.
Não tendo como reagir à intervenção do filho mais velho em favor da irmã, o Seu Zeca concordou em enviar a filha para continuar os estudos.
Assim quebrando o tabu na cidade a jovem Maria Custódio partiu, em 1930, para estudar o Curso Normal, interna, num colégio de freiras salesianas na cidade de Petrolina PE.
Naquela cidade estudou apenas o primeiro ano pois logo no ano seguinte, 1931, foi inaugurado o Colégio Santa Eufrásia, também de freiras, na cidade da Barra, perto de Xique-Xique, para onde pediu a transferência, vindo a se formar em professora no ano de 1934.
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| Concludentes de 1934 |
Formaram apenas nove professoras no colégio recém inaugurado, mas, para a jovem Maria Custódio foi a realização de sua vida. Conseguira o que poucas mulheres do seu tempo conseguiam: a conclusão do Curso Normal e um diploma de professora que a qualificava a ministrar aulas, no curso primário em escolas do governo estadual.
(Na foto do quadro de formatura, a Profa. Maria Custódio é a segunda da primeira fila a direita.)
Logo que se formou, no início do ano seguinte, 1935, e com apenas 23 anos de idade, contrariando mais uma vez os costumes da época, decidiu exercer a sua atividade de professora no Distrito de Marrecas, atual Iguira, que fica na margem do rio São Francisco, a 30 km de Xique-Xique, tendo como meios de transporte o cavalo ou as canoas que navegam pelo rio.
Quando lecionava no antigo Distrito de Marrecas, face à dificuldade de locomoção a Profa. Maria Custódio somente voltava a Xique-Xique, sede do Município e local da residência dos seus pais, nas épocas das férias letivas.
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| Escolas Reunidas César Zama |
Teria continuado com sua escolinha particular não fora o convite recebido para ser uma das professoras que iria lecionar na "Escolas Reunidas César Zama", situado na Avenida J.J. Seabra, primeiro grupo escolar estadual de Xique-Xique (BA), inaugurado no dia 07.09.1937 pelo então Intendente Municipal Cel. Francisco Xavier Guimarães.
A partir dessa data a Professora Maria Custodio Chaves exerceu a sua atividade no "César Zama", também conhecido como "Prédio Escolar", até a sua aposentadoria nos anos 1960.
Entre os muitos ilustres alunos que passaram pela atividade docente da Profa. Maria Custódio Chaves está o cidadão Carlos de Souza Santos, Contabilista com escritório na cidade e que durante o período de 1983 a 1989 exerceu a função de Prefeito Municipal de Xique-Xique .
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| Escola Profa. Maria Custódio Chaves |
A Profa. Maria Custódio Chaves viveu toda a sua vida na cidade de Xique-Xique (BA) dedicando-se integralmente à sua família e ao magistério.
No que pese as suas grandes dificuldades enfrentadas ante a escassez de recursos materiais e financeiros, a Profa. Maria Custódio foi uma guerreira, também, na educação dos seus três filhos preparando-os, através da educação doméstica e formal, para serem exemplares cidadãos e cidadã.
No que pese as suas grandes dificuldades enfrentadas ante a escassez de recursos materiais e financeiros, a Profa. Maria Custódio foi uma guerreira, também, na educação dos seus três filhos preparando-os, através da educação doméstica e formal, para serem exemplares cidadãos e cidadã.
Faleceu no dia 07 de dezembro de 2003, prestes a completar 91 anos, está sepultada no cemitério de Xique-Xique (BA) e, na eternidade recebe os louros pelas suas atividades de docente e mãe de família.
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