sexta-feira, 25 de outubro de 2013

História de Xique-Xique (BA): 1663 - ANTÔNIO GUEDES DE BRITO - " FAZENDA PEDRAS"

     O Sr. Antônio Guedes de Brito nasceu no ano de 1627 na cidade do Salvador (BA), filho do Sr. Antônio de Brito Correia e de D. Maria Guedes de Brito.
     Foi um dos grandes sertanistas do século XVII,  tendo em 1650 sido  chamado de “grande sertanejo e guerreador do índio hostil”, ganhando o direito de ser “mestre de campo e regente do São Francisco”.
     No ano de 1681 tornou-se coronel e, posteriormente, juiz do senado da Bahia.
     Por  herança  e por compras tornou-se proprietário  de 111 léguas de terras, além da metade de Mata de São João as quais com as doações do governo  da Bahia, iam do  Rio Itapicuru ao Rio São Francisco e deste até o Rio Paraguaçu.
     Na propriedade situada no Município de Mata de São João (BA), instalou a sede  dos seus negócios, com o brasão de Barão da Casa da Ponte,  construiu a casa sede e residências para colonos  e implantou canaviais, engenhos e usinas de açúcar, fazendas e currais de gado.
     A metrópole portuguesa fez-lhe  em reconhecimento pelos relevantes serviços prestado a Bahia e ao Brasil, doação da margem direita do Rio São Francisco, estendendo e abrangendo uma área de centenas de léguas quadradas, desde a altura da Chapada Diamantina, incluindo Morro do chapéu, chegando até o atual estado de Minas Gerais, na altura do Rio das Velhas.
      O Barão da Casa da Ponte tomou posse de todas as suas propriedades, instalando fazendas de gados diversos e currais em dezenas de localidades da margem direita do Rio São Francisco e da Chapada Diamantina, como sinal de sua presença física e posse do milionário patrimônio – sendo o segundo latifúndio da colônia do Brasil, tendo falecido no ano de 1694, na fazenda de Morro do Chapeu BA.
     Após a morte de Antônio Guedes de Brito, a sua filha Isabel Guedes de Brito nomeou o sertanista Manoel Nunes Viana, dando-lhe todo poder para administrar o milionário patrimônio rural da família.
    Toda propriedade urbana e rural em toda a extensão da margem direita do Rio São Francisco, incluída nos limites do atual estado da Bahia teve origem e escritura pública no imenso latifúndio de Antônio Guedes de Brito – Barão da Casa da Ponte, incluindo aí as fazendas Praia, Saco dos Bois, Tiririca, Várzea Grande, Marrecas, Riacho Grande, São Domingos, Canabrava do Gonçalo, Olho d’Água do Gonçalo, Riacho de Areia, Lagoa de Canabrava, São Gabriel, Fazendinha, Carnaúba, Riacho Largo, Roça de Dentro, Matinha, Maxixe, Gavião Forquilha, Vacaria e uma infinidade de outras propriedades mais que seculares.
     No município de Xique-Xique (BA)  Antônio Guedes de Brito situou em 1663 a Fazenda Pedras, onde ramificou descendentes do Barão da Casa da Ponte até meados do século XX.

     No livro de autoria de Massimo Ricardo Benedictis, A Bahia de Hoje, volume II, página 34, está escrito, referindo-se a origem da propriedade histórica do espaço onde se localiza o município de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique: “Em 1663, o então Rei de Portugal doou ao Conde da Casa da Ponte a área de terras onde depois seria criado o município (de Xique-Xique BA)”.
 
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique", de Cassimiro Neto.

 

 

 

 

 

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