Juarez Morais Chaves
"Um
dia eu vou estar aqui também, e
gostaria que a pessoa viesse aqui me
ver, também, me prestigiar nesse dia.
Acho muito importante" (Autor
desconhecido)
Finados é o dia em que todas as pessoas se preparam para, em visitas aos
cemitérios, prestar homenagens aos seus entes queridos já falecidos e que ali
repousam.
Nessa data todos os túmulos, sejam os mais ricos revestidos de
granito ou uma pequena cova adornada por uma simples cruz de madeira
registrando a data do nascimento e da morte do parente ou amigo, estarão
cercados de pessoas independente do estrato social, da etnia ou da denominação
religiosa, portando flores e livros de orações para a visita mais importante do
ano.
O dia de finados sempre foi valorizado pela Igreja Católica, desde o início,
quando, ainda no séc. I os cristãos visitavam os túmulos dos mártires para
rezar pelos que morreram defendendo a fé.
Para que as orações dos vivos
atingissem a todas as almas, no século V, a Igreja Católica instituiu um dia do
ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais
ninguém lembrava.
Já no ano de 998 santo Odilon, pedia aos monges, seus irmãos,
que orassem pelos mortos. E os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e
Leão IX (1015) obrigavam as comunidades de cristãos a dedicar um dia aos
mortos. No século XI, o calendário litúrgico da Igreja Católica incorporou o Dia
de Finados, que deveria cair no dia 2 de novembro ocasião em que as celebrações
seriam dedicadas a todos os mortos. A primeira celebração do dia dos mortos
pelos povos católicos foi feita pelos monges beneditinos na França.
Por isso, os cemitérios são locais de grande importância para todas as pessoas
que, ainda encarnadas, perambulam por esta Terra aguardando a data do retorno.
Pode-se dizer até, que são locais sagrados que devem ser respeitados e pisados
com a maior reverência possível pois é ali que descansam, para sempre os que
nos antecederam.
Qualquer que seja a cidade brasileira, da maior à menor, a
população, no dia 2 de novembro, para e, num momento de reflexão, queda-se junto
aos túmulos espalhados por todos os cemitérios desse nosso Brasil para, dirigindo
orações aos seus mortos, solicitar, também, que nos protejam na caminhada
terrena.
Nós não celebramos a morte, celebramos a vida, porque, nós cremos que
Deus é misericordioso e que aqueles que partiram estão na graça de Deus. Então,
é a celebração da esperança, da vida. E, essa visita ao cemitério é mais para
lembrança, para recordar onde foi colocado o corpo daquele que nós amamos.
Xique-Xique não foge a regra e tem como um dos seus costumes a ida de grande parte da população ao cemitério local reverenciar os antepassados. Existe até um grupo de pessoas, minha Mãe fazia parte desse time, que não satisfeitas com apenas a visita do dia de finados, caminham para o cemitério, todos os dias do mês de novembro, para rezarem pelas almas. É um bom hábito, pois, mesmo depois de mortos, com certeza continuamos precisando de orações que são o alimento do espírito.
Xique-Xique não foge a regra e tem como um dos seus costumes a ida de grande parte da população ao cemitério local reverenciar os antepassados. Existe até um grupo de pessoas, minha Mãe fazia parte desse time, que não satisfeitas com apenas a visita do dia de finados, caminham para o cemitério, todos os dias do mês de novembro, para rezarem pelas almas. É um bom hábito, pois, mesmo depois de mortos, com certeza continuamos precisando de orações que são o alimento do espírito.
Mas, o cemitério de Xique-Xique, cuja construção foi autorizada pela Lei
Municipal nº 26, de 19.03.1926, portanto há 87 anos, já não suporta a demanda
de uma população calculada em 50 mil pessoas. E, como todos desejam uma pequena
área para depositar o corpo do ente querido sempre ocorrem procedimentos
inadequados e que prejudicam famílias cujos parentes já estão ali enterrados há
muitos anos mas que, por impossibilidade financeira, não puderam ainda
construir um túmulo de alvenaria. Como o cemitério não mais possui novos
espaços para sepultamento, as pequenas e modestas sepulturas muitas vezes são
invadidas e destruídas por pessoas estranhas à família, para que ali seja
colocado um novo corpo. Por tudo isso, é urgente a necessidade de um novo
cemitério.
Mas, enquanto o novo não chega, é mais premente a necessidade de uma campanha
de sensibilização do nosso Poder Público no sentido de levá-lo a promover um
saneamento no nosso cemitério. E, diga-se de passagem, o custo para isso é
relativamente pequeno e quase insignificante para o Erário.
Sem muitas
pretensões, bastaria que a área fosse capinada eliminando-se a erva daninha que
está impedindo o livre trânsito das pessoas. Poder-se-ia pensar, também, na
delimitação de pequenas ruas cimentadas por onde as pessoas pudessem caminhar
com mais conforto. Estas modestas melhorias nada representam se levarmos em
conta a importância daquele lugar para todas as famílias xiquexiquenses.
O atual cemitério era conhecido até bem pouco tempo como “cemitério novo” denotando que existia um “cemitério velho”. E isso é verdade. O “cemitério velho” foi destruído pelo Poder Municipal e transformado numa praça ajardinada. No que pese a boa intenção considero que foi um desrespeito às famílias dos mortos que ali repousavam. Não é que os mortos precisassem do “cemitério velho”, mas, por certo os parentes ficaram sem um referencial importante para suas vidas.
O atual cemitério era conhecido até bem pouco tempo como “cemitério novo” denotando que existia um “cemitério velho”. E isso é verdade. O “cemitério velho” foi destruído pelo Poder Municipal e transformado numa praça ajardinada. No que pese a boa intenção considero que foi um desrespeito às famílias dos mortos que ali repousavam. Não é que os mortos precisassem do “cemitério velho”, mas, por certo os parentes ficaram sem um referencial importante para suas vidas.
Acredito que se, naquela época, a sociedade xiquexiquense houvesse
se organizado para estudar um destino para o “cemitério velho”, que já estava
desativado, a solução teria sido melhor e diferente, talvez recuperando-o,
iluminando-o e transformando-o num local de visitação tão ou mais importante
que a pracinha construída sobre antigos túmulos.
É, para evitar o mesmo destino dado ao “cemitério velho”, que a sociedade de
Xique-Xique precisa estar atenta e se envolver com o necessário saneamento e
permanente manutenção do “cemitério novo”.
Mesmo sendo uma responsabilidade dos
nossos Poderes Municipais, o zelo por esse equipamento é de toda a comunidade
local e a OMISSÃO DO POVO, um dos piores males, se não o pior, é a maior
responsável pela degradação da nossa sociedade.
Unamo-nos e transformemos o
nosso “cemitério novo” que não é assim tão novo, num local limpo, saneado,
iluminado e que permita conforto e bem estar a todos os que procuram
reverenciar os seus mortos.
Torçamos para que no próximo dia de finados, em 2014, possamos contar com esse ambiente. O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram.
Torçamos para que no próximo dia de finados, em 2014, possamos contar com esse ambiente. O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram.
Vida eterna que não vai terminar nunca, pois, a vida
cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre.
É também o Dia
do Amor, porque amar é sentir que o outro nunca morrerá.
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