quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Aconteceu em Xique-Xique (BA) no século XIX: RELATÓRIO SOBRE ENCHENTES.


       No dia 20 de junho de 1857 a Câmara Municipal de Xique-Xique (BA) enviou ao Presidente da Província da Bahia Dr. João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu (19.08.1856-11.05.1858) o seguinte relatório  sobre as cheias do Rio São Francisco, desde o ano de 1780 e até onde as águas entraram na cidade de Xique-Xique (BA):

                        1780: As águas subiram oito palmos e chegou até a porta da Igreja Matriz   do Senhor do Bonfim;
                         1791: Foi uma enchente maior do que a anterior; o nível do rio subiu dez palmos e, dentro da Igreja do Senhor do Bonfim, as águas se elevaram três palmos;
                         1792: Foi a maior enchente que até então os moradores conheceram: as águas subiram dezesseis palmos inundando toda a comunidade; a Igreja Matriz do Senhor do Bonfim desmoronou.
                         1802: Foi uma grande enchente, chegando até a segunda rua da cidade;
                         1813: Outra grande enchente, chegando novamente até a segunda rua, alcançando até a altura de três palmos.
                             1838: Foi uma enchente muito grande, alcançando a altura de dezesseis palmos na primeira rua; penetrou na Igreja Matriz do Senhor do Bonfim, onde subiu quatro palmos; na cadeia pública subiu a mesma altura, cobrindo praticamente toda a sede municipal. Essa enchente de 1838 foi a primeira desde a emancipação política de Xique-Xique!
                        1839: Foi uma repetição da enchente de 1838 ou, talvez, um pouco mais até.
                        1840: Repetiu-se o fenômeno; como em 1838 e 1839 a cidade ficou coberta pelas águas do Velho Chico.
                         1841: Outra enorme enchente, com pequena diferença para a anterior de um ou dois palmos.
                        1843: Esta enchente derrubou inúmeras casas e também a Igreja Matriz do Senhor do Bonfim, que ainda não teve sua reconstrução completada por falta de dinheiro suficiente. Essa cheia pode ser destacada entre as maiores de todos os tempos.
         Assinam o  relatório os seguintes vereadores: Manoel Fulgêncio de Azevedo – presidente, José de Sá e Lira, Frutuoso José de Carvalho, Antonio Joaquim Garrido e Antonio Roberto dos Santos.

Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique" de Cassimiro Neto 
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