Estádio Wankdor |
COPA DE 1954
Maracanazo húngaro
A quinta Copa, com 26 jogos e 140 gols, foi realizada na Suíça no ano de 1954 e teve a Alemanha Ocidental como bicampeã mundial. O jogo final foi realizado contra a Hungria que perdeu por 3 x 2. A seleção Brasileira ficou classificada em 5º lugar.
Em 1953, houve um concurso para substituir o uniforme branco
da seleção brasileira, manchado pelo trauma da Copa anterior (1950). O projeto vencedor, do
desenhista Aldyr Schlee, permanece até hoje.
A Copa de 1954 foi a que teve a maior média de gols: 5,4 por jogo. O número foi
impulsionado por partidas como Hungria 8 x 3 Alemanha Ocidental e Áustria 7 x 5
Suíça - o maior placar da história das Copas.
A sensação foi a Hungria do craque púskas. A esquadra detém o recorde de melhor ataque da história do torneio: 28
gols.
Na final, porém, os húngaros sucumbiram à eficiência alemã.
O
imponderável voltou a deixar suas marcas numa Copa do Mundo. Quatro anos depois
de o Brasil ver o título escapar diante do Uruguai, foi a vez de uma das
supremacias mais incontestáveis da história do futebol ruir diante da força
física e da obstinação dos alemães. A poderosa Hungria, campeã olímpica em 1952
e dona de um futebol extremamente ofensivo e eficiente, chegou à final do
torneio com uma marca invejável: 31 jogos de invencibilidade e o retrospecto de
uma goleada por 8 x 3 diante dos mesmos alemães na primeira fase.
Na
fase inicial, em cada grupo de quatro países, os dois cabeças-de-chave
enfrentavam somente as duas outras seleções e não jogavam entre si. Assim, o
técnico da Alemanha, Sepp Herberger, foi para o jogo contra a Hungria sabendo
que poderia perder e ainda assim se classificar em segundo lugar se derrotasse
em um jogo extra a outra cabeça-de-chave, a Turquia, que os alemães já tinham
vencido por 4 x 1. Herberger fez sete mudanças, assistiu a uma sonora goleada
diante da Hungria, mas levou uma equipe muito mais forte a vencer por 7 x 2 o
jogo extra diante da Turquia para chegar às quartas-de-final.
Com
41 gols somente no grupo da Hungria, a competição em solo suíço foi a edição da
Copa do Mundo da FIFA com o maior número de gols marcados. Em 26 jogos, as
redes balançaram 140 vezes, com uma média superior a cinco por partida. Outro
recorde foi o de 12 gols em apenas um jogo, no confronto entre Suíça e Áustria
nas quartas-de-final. Os donos da casa fizeram 3 x 0 em 19 minutos, tomaram
cinco gols em um período de apenas dez minutos antes do intervalo e acabaram
perdendo por 7 x 5.
Mesmo
com a chuva de gols, os estreantes Coreia do Sul e Escócia saíram zerados na
lanterna dos respectivos grupos. A Escócia levou 7 x 0 do Uruguai, que provou
ser o carrasco britânico ao eliminar a Inglaterra nas quartas-de-final , por 4
x 2.
O
adversário seguinte do Uruguai seria o vencedor do confronto das
quartas-de-final entre Hungria e Brasil. Os brasileiros usavam pela primeira
vez a famosa camisa canarinho, escolhida em um concurso nacional. Mas a
esperança de conquistar o primeiro título mundial acabou após um encontro
turbulento que ficou conhecido como a "Batalha de Berna". Kocsis, que
depois viria a ser o goleador da competição com 11 gols, balançou a rede duas
vezes na vitória húngara por 4 x 2. O jogo ficou marcado pelas expulsões do
húngaro Bozsik e dos brasileiros Nilton Santos e Humberto, além de uma briga já
nos vestiários.
Dois
gols de cabeça marcados por Kocsis na prorrogação ajudaram a Hungria a obter um
resultado idêntico na semifinal diante do Uruguai. A Celeste Olímpica, que
havia conquistado as duas únicas Copas do Mundo da FIFA que disputara,
conseguiu se recuperar de uma desvantagem de 2 x 0 com dois gols de Juan
Holberg, mas no fim teve de aceitar a sua primeira derrota na história da maior
competição do futebol mundial. Enquanto os húngaros enfrentavam dois duelos
dilacerantes, a Alemanha Ocidental avançava à final sem maiores dificuldades,
derrotando a Iugoslávia por 2 x 0 e tirando de letra a vizinha Áustria por 6 x
1. Nesta última partida, os irmãos Fritz e Ottmar Walter marcaram dois gols
cada um.
A
final foi disputada em um encharcado Estádio Wankdorf no dia 4 de julho de
1954. As condições do tempo eram um bom presságio para a Alemanha Ocidental,
pois o capitão e meio-campista artilheiro Fritz Walter tinha notórios problemas
com o calor após ter sofrido com a malária durante a guerra. Os torcedores alemães
comemoraram o que chamaram de "clima Fritz Walter".
Por
sua vez, a Hungria tinha dúvidas sobre as condições físicas de Puskas, que não
participara das duas partidas anteriores após ter o tornozelo acertado por
Werner Liebrich justamente no primeiro encontro com a Alemanha Ocidental.
Mesmo sem totais condições, Puskas abriu o placar aos seis minutos. Aos oito,
os favoritos já faziam 2 x 0 após o goleiro alemão Toni Turek largar a bola nos
pés de Zoltán Czibor. No entanto, só foram necessários mais dez minutos para os
alemães empatarem. O primeiro gol veio com uma finalização de Morlock. Depois
foi Rahn quem concluiu um escanteio cobrado por Fritz Walter.
A
chuva seguiu torrencial, a tensão aumentou e somente a trave impediu o gol de
Hidegkuti. Mas, faltando somente seis minutos, Rahn pegou a bola na entrada da
área e chutou de perna esquerda no ângulo. Ainda houve tempo para Puskas ter um
gol anulado pelo bandeirinha antes de o apito final confirmar a derrota da
Hungria e o nascimento de uma nova potência do futebol mundial. A partida ficou
conhecida como o “Milagre de Berna”.
Fonte: FIFA
Seleção Brasileira - 1954 |
1 Castilho • 2 Djalma Santos • 3 Nílton Santos • 4 Brandãozinho • 5 Pinheiro • 6 Bauer • 7 Julinho • 8 Didi • 9 Baltazar • 10 Pinga • 11 Rodrigues • 12 Paulinho de Almeida • 13 Alfredo Ramos • 14 Ely • 15 Mauro • 16 Dequinha • 17 Maurinho • 18 Humberto • 19 Índio • 20 Rubens • 21 Veludo • 22 Cabeção • Treinador: Zezé Moreira
Em 1953, houve um concurso para substituir o uniforme branco
da seleção, manchado pelo trauma da Copa anterior. O projeto vencedor, do
desenhista Aldyr Schlee, permanece até hoje.
É a Copa com maior média de gols: 5,4 por jogo. O número foi
impulsionado por partidas como Hungria 8 x 3 Alemanha Ocidental e Áustria 7 x 5
Suíça - o maior placar da história das Copas.
A sensação foi a Hungria do craque púskas. A esquadra
detém o recorde de melhor ataque da história do torneio: 28
gols.
Na final, porém, os húngaros sucumbiram à eficiência alemã.
o GUIA CURIOSO DAS COPAS 9
Maracanazo
húngaro
O
imponderável voltou a deixar suas marcas numa Copa do Mundo. Quatro anos depois
de o Brasil ver o título escapar diante do Uruguai,foi a vez de uma das
supremacias mais incontestáveis da história do futebol ruir diante da força
física e da obstinação dos alemães. A poderosa Hungria, campeã olímpica em 1952
e dona de um futebol extremamente ofensivo e eficiente, chegou à final do
torneio com uma marca invejável: 31 jogos de invencibilidade e o retrospecto de
uma goleada por 8 x 3 diante dos mesmos alemães na primeira fase.
A
maior estrela húngara era Ferenc Puskas, o "Major Galopante". A
seleção comandada por Gusztav Sebes tinha outros jogadores de extremo talento.
Além de Puskás, destacavam-se os atacantes Sandor Kocsis e Nandor Hidegkuti e o
meia Jozsef Bozsik.
Na
fase inicial, em cada grupo de quatro países, os dois cabeças-de-chave
enfrentavam somente as duas outras seleções e não jogavam entre si. Assim, o
técnico da Alemanha, Sepp Herberger, foi para o jogo contra a Hungria sabendo
que poderia perder e ainda assim se classificar em segundo lugar se derrotasse
em um jogo extra a outra cabeça-de-chave, a Turquia, que os alemães já tinham
vencido por 4 x 1. Herberger fez sete mudanças, assistiu a uma sonora goleada
diante da Hungria, mas levou uma equipe muito mais forte a vencer por 7 x 2 o
jogo extra diante da Turquia para chegar às quartas-de-final.
Chuva de gols
Com
41 gols somente no grupo da Hungria, a competição em solo suíço foi a edição da
Copa do Mundo da FIFA com o maior número de gols marcados. Em 26 jogos, as
redes balançaram 140 vezes, com uma média superior a cinco por partida. Outro
recorde foi o de 12 gols em apenas um jogo, no confronto entre Suíça e Áustria
nas quartas-de-final. Os donos da casa fizeram 3 x 0 em 19 minutos, tomaram
cinco gols em um período de apenas dez minutos antes do intervalo e acabaram
perdendo por 7 x 5.
Mesmo
com a chuva de gols, os estreantes Coreia do Sul e Escócia saíram zerados na
lanterna dos respectivos grupos. A Escócia levou 7 x 0 do Uruguai, que provou
ser o carrasco britânico ao eliminar a Inglaterra nas quartas-de-final , por 4
x 2.
O
adversário seguinte do Uruguai seria o vencedor do confronto das
quartas-de-final entre Hungria e Brasil. Os brasileiros usavam pela primeira
vez a famosa camisa canarinho, escolhida em um concurso nacional. Mas a
esperança de conquistar o primeiro título mundial acabou após um encontro
turbulento que ficou conhecido como a "Batalha de Berna". Kocsis, que
depois viria a ser o goleador da competição com 11 gols, balançou a rede duas
vezes na vitória húngara por 4 x 2. O jogo ficou marcado pelas expulsões do
húngaro Bozsik e dos brasileiros Nilton Santos e Humberto, além de uma briga já
nos vestiários.
Dois
gols de cabeça marcados por Kocsis na prorrogação ajudaram a Hungria a obter um
resultado idêntico na semifinal diante do Uruguai. A Celeste Olímpica, que
havia conquistado as duas únicas Copas do Mundo da FIFA que disputara,
conseguiu se recuperar de uma desvantagem de 2 x 0 com dois gols de Juan
Holberg, mas no fim teve de aceitar a sua primeira derrota na história da maior
competição do futebol mundial. Enquanto os húngaros enfrentavam dois duelos
dilacerantes, a Alemanha Ocidental avançava à final sem maiores dificuldades,
derrotando a Iugoslávia por 2 x 0 e tirando de letra a vizinha Áustria por 6 x
1. Nesta última partida, os irmãos Fritz e Ottmar Walter marcaram dois gols
cada um.
O “Milagre de Berna”
A
final foi disputada em um encharcado Estádio Wankdorf no dia 4 de julho de
1954. As condições do tempo eram um bom presságio para a Alemanha Ocidental,
pois o capitão e meio-campista artilheiro Fritz Walter tinha notórios problemas
com o calor após ter sofrido com a malária durante a guerra. Os torcedores alemães
comemoraram o que chamaram de "clima Fritz Walter".
Por
sua vez, a Hungria tinha dúvidas sobre as condições físicas de Puskas, que não
participara das duas partidas anteriores após ter o tornozelo acertado por
Werner Liebrich justamente no primeiro encontro com a Alemanha Ocidental.
Mesmo sem totais condições, Puskas abriu o placar aos seis minutos. Aos oito,
os favoritos já faziam 2 x 0 após o goleiro alemão Toni Turek largar a bola nos
pés de Zoltán Czibor. No entanto, só foram necessários mais dez minutos para os
alemães empatarem. O primeiro gol veio com uma finalização de Morlock. Depois
foi Rahn quem concluiu um escanteio cobrado por Fritz Walter.
A
chuva seguiu torrencial, a tensão aumentou e somente a trave impediu o gol de
Hidegkuti. Mas, faltando somente seis minutos, Rahn pegou a bola na entrada da
área e chutou de perna esquerda no ângulo. Ainda houve tempo para Puskas ter um
gol anulado pelo bandeirinha antes de o apito final confirmar a derrota da
Hungria e o nascimento de uma nova potência do futebol mundial. A partida ficou
conhecida como o “Milagre de Berna”.
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