Festa de Sant'Ana em Gameleira do Assuruá
Em julho do ano passado, precisamente no dia 26 encontrava-me em Gameleira do Assuruá para mais uma vez participar dos festejos religiosos em homenagem à Senhora Sant'Ana. Desde quando era menino em Xiquexique, ouvia os comentários sobre essa festa que se realizava numa pequenina vila situada no alto da Chapada Diamantina, num clima europeu de 15 graus. Era praticamente uma festa familiar promovida e freqüentada por todos os parentes que residiam ali ou em outras cidades. Na última semana de julho as pessoas que moravam fora de Gameleira, mesmo em outros Estados, começavam a chegar pois a festa não se resumia somente ao dia 26, o dia da Santa, mas por todo os 9 dias que o antecedia nos quais se celebram as novenas freqüentadíssimas por todos os gameleirenses.
Antes da existência da pavimentação asfáltica que liga os 60 km entre Xiquexique (BA) e Gameleira, a viagem, contam os mais velhos, era uma verdadeira odisséia tendo-se que subir a Chapada passando por cima de um amontuado de pedras haja vista a inexistência de uma estrada mesmo precária. Somente alguns conhecedores do trecho e com um pouco de loucura se arriscavam a colocar o seu veículo, mesmo com tração nas 4 rodas. Entre esses “loucos” destacou-se Alberto Gomes Sampaio, ali nascido, que durante toda a sua vida produtiva incluiu a viagem para a Gameleira como fazendo parte da sua atividade comercial. Nunca deixou que gêneros de primeira necessidade viessem a faltar aos seus conterrâneos e, várias vezes por mês, subia a serra com o seu “jeep” e mais tarde num canhãozinho repleto de mercadorias.
Comecei a freqüentar a festa de Santana após a chegada do asfalto, algo em torno de 3 ou 4 anos e por influência da Terezinha, minha esposa, que é gameleirense e sempre me contava estórias sobre esse importante evento religioso. Realmente, a Festa de Santana é de uma beleza sem par. É emocionante se constatar a fé e o carinho piedoso com que os fiéis tratam Senhora Sant'Ana e o cuidado que têm para com o pequenino templo que sempre se apresenta impecavelmente limpo e pintado com as cores azul e branca. No que pese a importância da festa para comunidade, os sacerdotes somente aparecem para as celebrações dos dois últimos dias. A missa do dia 25 de julho, véspera da festa e último dia da novena, sempre é celebrada pelo Padre Paulo Ribeiro, filho da Gameleira e residente na cidade de São Paulo mas que, por nenhum motivo, deixa de estar presente. A sua missa, mesmo não sendo a do dia 26, para mim é a mais bonita, pois o Padre Paulo nascido e criado naquele lugarejo, faz, na sua homilia uma verdadeira viagem no tempo ao relembrar, nominalmente, todos os filhos dali, presentes, ausentes e mesmo os que já partiram dessa vida terrena. Como ninguém conhece a vida e a história de cada uma das pessoas do lugar e faz desse conhecimento, na sua homilia, um momento de muito carinho e de muita emoção. As pessoas quedam num grande silêncio para ouvir o sacerdote relembrar as histórias de cada uma dessas pessoas. É um momento muito bonito e emocionante, principalmente para os gameleirenses.
A procissão vespertina e a missa campal às 18 horas do dia 26 de julho, sempre são promovidas pelos padres sediados na Paróquia de Gentio do Ouro, sede do município a que pertence Gameleira. Chegam geralmente pela manhã para nesse período celebrarem os batizados e algum casamento programado para o dia. São sacerdotes vocacionados mas que por mais que se esforcem não exibem e beleza da missa celebrada pelo Padre Paulo, pois, lhes falta o conhecimento da cultura gameleirense. Além de serem padres oriundos de outros Estados da Federação, permanecem o ano todo residindo na Cidade de Gentio do Ouro e não têm um maior contato íntimo com o povo da Gameleira. Não obstante, isso não empana o brilho da festa ante a alegria do povo pela homenagem à sua padroeira.
No ano de 2009, no entanto, a festa de Senhora Sant'Ana, na Gameleira, teve o seu brilho natural aumentado pela presença do ilustre Cidadão do Mundo Dom Luiz Flávio Cappio, Bispo da Diocese da cidade de Barra (BA), pastor da comunidade de Gameleira e que desejando prestigiar a homenagem à Mãe de Maria fez questão de celebrar a missa festiva do dia 26 de julho. A sua decisão de estar presente em Gameleira no dia de Sant'Ana foi alegremente esperada por todos ante o fato de os gameleirenses terem intimidade com aquele prelado muito antes dele ser sagrado Bispo. Ainda como Frei, foi morador, como ermitão e por muitos anos, numa modesta casa na Chapada Diamantina, próxima à Gameleira, frequentemente visitada por todo os que desejavam receber uma palavra de conforto. A sua elevação dentro da hierarquia católica não lhe tirou a humildade e a modéstia que sempre foram as suas características. Chegou a Gameleira às 9 horas do dia 26 tendo lá permanecido até às 19 horas quando se deu o encerramento da missa campal. Nesse intervalo Dom Luiz fez tudo o que tinha direito e o que lhe dava satisfação fazer. Fez batizados, abraçou os conhecidos, conversou com todos os que lhe cercavam e, para completar, ele próprio acionou o sino da pequenina igrejinha chamando os fiéis para a procissão. Pelo seu modesto vestuário somente as pessoas que o conheciam sabiam da sua alta posição na Igreja, pois, não havia a exibição de nenhum símbolo inerente à condição de bispo católico. Acompanhou toda a procissão caminhando ao lado dos outros padres, sem distinção.
Eu o conhecia apenas por fotografias e pelos noticiários e, quando soube da sua presença na festa de Sant'Ana, em julho de 2009 fiquei satisfeito pois era uma oportunidade impar de estar bem próximo daquele grande homem público e lider religioso.
Em julho do ano passado, precisamente no dia 26 encontrava-me em Gameleira do Assuruá para mais uma vez participar dos festejos religiosos em homenagem à Senhora Sant'Ana. Desde quando era menino em Xiquexique, ouvia os comentários sobre essa festa que se realizava numa pequenina vila situada no alto da Chapada Diamantina, num clima europeu de 15 graus. Era praticamente uma festa familiar promovida e freqüentada por todos os parentes que residiam ali ou em outras cidades. Na última semana de julho as pessoas que moravam fora de Gameleira, mesmo em outros Estados, começavam a chegar pois a festa não se resumia somente ao dia 26, o dia da Santa, mas por todo os 9 dias que o antecedia nos quais se celebram as novenas freqüentadíssimas por todos os gameleirenses.
Antes da existência da pavimentação asfáltica que liga os 60 km entre Xiquexique (BA) e Gameleira, a viagem, contam os mais velhos, era uma verdadeira odisséia tendo-se que subir a Chapada passando por cima de um amontuado de pedras haja vista a inexistência de uma estrada mesmo precária. Somente alguns conhecedores do trecho e com um pouco de loucura se arriscavam a colocar o seu veículo, mesmo com tração nas 4 rodas. Entre esses “loucos” destacou-se Alberto Gomes Sampaio, ali nascido, que durante toda a sua vida produtiva incluiu a viagem para a Gameleira como fazendo parte da sua atividade comercial. Nunca deixou que gêneros de primeira necessidade viessem a faltar aos seus conterrâneos e, várias vezes por mês, subia a serra com o seu “jeep” e mais tarde num canhãozinho repleto de mercadorias.
Comecei a freqüentar a festa de Santana após a chegada do asfalto, algo em torno de 3 ou 4 anos e por influência da Terezinha, minha esposa, que é gameleirense e sempre me contava estórias sobre esse importante evento religioso. Realmente, a Festa de Santana é de uma beleza sem par. É emocionante se constatar a fé e o carinho piedoso com que os fiéis tratam Senhora Sant'Ana e o cuidado que têm para com o pequenino templo que sempre se apresenta impecavelmente limpo e pintado com as cores azul e branca. No que pese a importância da festa para comunidade, os sacerdotes somente aparecem para as celebrações dos dois últimos dias. A missa do dia 25 de julho, véspera da festa e último dia da novena, sempre é celebrada pelo Padre Paulo Ribeiro, filho da Gameleira e residente na cidade de São Paulo mas que, por nenhum motivo, deixa de estar presente. A sua missa, mesmo não sendo a do dia 26, para mim é a mais bonita, pois o Padre Paulo nascido e criado naquele lugarejo, faz, na sua homilia uma verdadeira viagem no tempo ao relembrar, nominalmente, todos os filhos dali, presentes, ausentes e mesmo os que já partiram dessa vida terrena. Como ninguém conhece a vida e a história de cada uma das pessoas do lugar e faz desse conhecimento, na sua homilia, um momento de muito carinho e de muita emoção. As pessoas quedam num grande silêncio para ouvir o sacerdote relembrar as histórias de cada uma dessas pessoas. É um momento muito bonito e emocionante, principalmente para os gameleirenses.
A procissão vespertina e a missa campal às 18 horas do dia 26 de julho, sempre são promovidas pelos padres sediados na Paróquia de Gentio do Ouro, sede do município a que pertence Gameleira. Chegam geralmente pela manhã para nesse período celebrarem os batizados e algum casamento programado para o dia. São sacerdotes vocacionados mas que por mais que se esforcem não exibem e beleza da missa celebrada pelo Padre Paulo, pois, lhes falta o conhecimento da cultura gameleirense. Além de serem padres oriundos de outros Estados da Federação, permanecem o ano todo residindo na Cidade de Gentio do Ouro e não têm um maior contato íntimo com o povo da Gameleira. Não obstante, isso não empana o brilho da festa ante a alegria do povo pela homenagem à sua padroeira.
No ano de 2009, no entanto, a festa de Senhora Sant'Ana, na Gameleira, teve o seu brilho natural aumentado pela presença do ilustre Cidadão do Mundo Dom Luiz Flávio Cappio, Bispo da Diocese da cidade de Barra (BA), pastor da comunidade de Gameleira e que desejando prestigiar a homenagem à Mãe de Maria fez questão de celebrar a missa festiva do dia 26 de julho. A sua decisão de estar presente em Gameleira no dia de Sant'Ana foi alegremente esperada por todos ante o fato de os gameleirenses terem intimidade com aquele prelado muito antes dele ser sagrado Bispo. Ainda como Frei, foi morador, como ermitão e por muitos anos, numa modesta casa na Chapada Diamantina, próxima à Gameleira, frequentemente visitada por todo os que desejavam receber uma palavra de conforto. A sua elevação dentro da hierarquia católica não lhe tirou a humildade e a modéstia que sempre foram as suas características. Chegou a Gameleira às 9 horas do dia 26 tendo lá permanecido até às 19 horas quando se deu o encerramento da missa campal. Nesse intervalo Dom Luiz fez tudo o que tinha direito e o que lhe dava satisfação fazer. Fez batizados, abraçou os conhecidos, conversou com todos os que lhe cercavam e, para completar, ele próprio acionou o sino da pequenina igrejinha chamando os fiéis para a procissão. Pelo seu modesto vestuário somente as pessoas que o conheciam sabiam da sua alta posição na Igreja, pois, não havia a exibição de nenhum símbolo inerente à condição de bispo católico. Acompanhou toda a procissão caminhando ao lado dos outros padres, sem distinção.
Eu o conhecia apenas por fotografias e pelos noticiários e, quando soube da sua presença na festa de Sant'Ana, em julho de 2009 fiquei satisfeito pois era uma oportunidade impar de estar bem próximo daquele grande homem público e lider religioso.
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