O CEMITÉRIO NOVO
Os xiquexiquenses com mais de 60 anos por certo ainda se lembram da existência do cemitério velho, localizado na Rua Aurora, mas, que eu saiba, ninguém em Xique-Xique tem ciência de quando o mesmo foi construído. A tradição oral sustenta que o velho cemitério era administrado pela Paróquia do Senhor do Bonfim, da cidade, mas toda a sua documentação a exemplo de outras fontes históricas importantes, foi destruída no período de 1910 a 1915 quando a população e a paz da cidade foram prejudicados com os famosos “Barulhos de Xique-Xique”. Não sobrou nenhuma pista que sirva de ponto de partida para se saber quando ele foi inaugurado.
Transcorria o ano de 1925 e era Intendente em Xique-Xique o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho, que administrou a cidade por 6 anos, de 1924 a 1930, em 3 mandatos. Mesmo sendo uma pequena e acanhada cidade nesse tempo, o velho cemitério situado na Rua Aurora já não mais atendia às necessidades que a população tinha para enterrar seus mortos, pois era ali que aconteciam todos os sepultamentos tanto dos moradores da sede quanto dos povoados próximos e das ilhas e por isso estava com seu espaço e sua capacidade de sepultamentos praticamente tomada, com toda sua área esgotada para cavar novas sepulturas.
Indignado com o desconforto dos munícipes o Cel. Intendente Manoel Teixeira de Carvalho, reunindo-se com o Conselho Municipal decidiram construir um novo cemitério na cidade e de imediato constituíram uma comissão de cidadãos para tomar todas as providências iniciais, principalmente na escolha do local apropriado para a construção do equipamento, desde que a área fosse doada à Prefeitura vez que o erário não possuía recursos para a aquisição.
A Comissão Especial aceitou a incumbência com muito gosto apesar de saber da trabalheira que iria enfrentar pois teria que encontrar um terreno sem ônus para a Prefeitura.
Após algumas semanas de muitas caminhadas e muitas conversas com os grandes proprietários de terras em Xique-Xique, a Comissão, finalmente bateu na porta certa, na pessoa do Cel. Joaquim de Souza Nogueira, membro de uma das principais famílias xiquexiquenses, rico fazendeiro e grande proprietário de terrenos dentro do perímetro urbano, que após a abordagem da Comissão doou uma grande área na periferia da cidade e relativamente próxima do velho cemitério da Rua Aurora.
Já na posse do terreno o Intendente divulgou para a população, com muita alegria, a grande doação feita pelo Cel. Joaquim Nogueira e anunciou que ainda no segundo semestre de 1925 começaria a construção do novo cemitério, e que para isso iria precisar da ajuda e das doações de toda a população de conformidade com a disponibilidade de tempo e disponibilidade financeira de cada um dos colaboradores, vez que, com recursos do erário nada poderia fazer.
O Padre Vicente Francisco dos Santos, pároco da cidade foi escolhido para ser o depositário das doações em dinheiro e em materiais, ficando incumbido, ainda de esclarecer às pessoas que poderiam, também, se quisessem, participar como voluntários nas atividades de pedreiros ou carpinteiros, de acordo com o ofídio de cada uma.
Confiante do amplo apoio da população, o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho acenou com a possibilidade de começar a obra no mês de janeiro de 1926, mas, devido a problemas de caixa, somente em março de 1926, autorizado pela Lei Municipal nº 26 bateu o martelo e os trabalhos da obra foram iniciados com grande vibração do povo da cidade, tudo levando a crer numa adesão de muitos voluntários doando materiais, numerário e mesmo o seu suor na mão de obra. A cada fim de semana, nas missas dominicais na Igreja Matriz do Senhor do Bonfim o Padre Vicente Francisco dos Santos declinava os nomes das pessoas que voluntariamente trabalhavam na construção do cemitério, bem como o montante do numerário arrecadado. A cada fala domingueira do Padre aumentava o número de xiquexiquenses que queriam entrar para a história como um dos colaboradores da construção do novo cemitério.
A construção transcorreu em ritmo de grande mutirão e além dos trabalhadores contratados e pagos pela Intendência Municipal muitas famílias de posses mandavam seus empregados trabalhar na nova obra e, a quantidade de voluntários cresceu tanto que obrigou o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho a designar um servidor municipal com a função de a alistar, coordenar e programar os voluntários, determinando os dias em que cada um deveria dar sua participação, trabalhando.
No dia 28 de maio de 1926 o novo cemitério foi inaugurado e estava totalmente pronto e em condições de receber cadáveres para sepultamentos.
Após a inauguração do Novo Cemitério, o velho cemitério da Rua Aurora, permaneceu fechado durante muitos anos e somente era aberto no mês de novembro, principalmente no dia de finados quando os xiquexiquenses mais velhos visitavam os seus parentes que ali estavam enterrados.
Os xiquexiquenses com mais de 60 anos por certo ainda se lembram da existência do cemitério velho, localizado na Rua Aurora, mas, que eu saiba, ninguém em Xique-Xique tem ciência de quando o mesmo foi construído. A tradição oral sustenta que o velho cemitério era administrado pela Paróquia do Senhor do Bonfim, da cidade, mas toda a sua documentação a exemplo de outras fontes históricas importantes, foi destruída no período de 1910 a 1915 quando a população e a paz da cidade foram prejudicados com os famosos “Barulhos de Xique-Xique”. Não sobrou nenhuma pista que sirva de ponto de partida para se saber quando ele foi inaugurado.
Transcorria o ano de 1925 e era Intendente em Xique-Xique o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho, que administrou a cidade por 6 anos, de 1924 a 1930, em 3 mandatos. Mesmo sendo uma pequena e acanhada cidade nesse tempo, o velho cemitério situado na Rua Aurora já não mais atendia às necessidades que a população tinha para enterrar seus mortos, pois era ali que aconteciam todos os sepultamentos tanto dos moradores da sede quanto dos povoados próximos e das ilhas e por isso estava com seu espaço e sua capacidade de sepultamentos praticamente tomada, com toda sua área esgotada para cavar novas sepulturas.
Indignado com o desconforto dos munícipes o Cel. Intendente Manoel Teixeira de Carvalho, reunindo-se com o Conselho Municipal decidiram construir um novo cemitério na cidade e de imediato constituíram uma comissão de cidadãos para tomar todas as providências iniciais, principalmente na escolha do local apropriado para a construção do equipamento, desde que a área fosse doada à Prefeitura vez que o erário não possuía recursos para a aquisição.
A Comissão Especial aceitou a incumbência com muito gosto apesar de saber da trabalheira que iria enfrentar pois teria que encontrar um terreno sem ônus para a Prefeitura.
Após algumas semanas de muitas caminhadas e muitas conversas com os grandes proprietários de terras em Xique-Xique, a Comissão, finalmente bateu na porta certa, na pessoa do Cel. Joaquim de Souza Nogueira, membro de uma das principais famílias xiquexiquenses, rico fazendeiro e grande proprietário de terrenos dentro do perímetro urbano, que após a abordagem da Comissão doou uma grande área na periferia da cidade e relativamente próxima do velho cemitério da Rua Aurora.
Já na posse do terreno o Intendente divulgou para a população, com muita alegria, a grande doação feita pelo Cel. Joaquim Nogueira e anunciou que ainda no segundo semestre de 1925 começaria a construção do novo cemitério, e que para isso iria precisar da ajuda e das doações de toda a população de conformidade com a disponibilidade de tempo e disponibilidade financeira de cada um dos colaboradores, vez que, com recursos do erário nada poderia fazer.
O Padre Vicente Francisco dos Santos, pároco da cidade foi escolhido para ser o depositário das doações em dinheiro e em materiais, ficando incumbido, ainda de esclarecer às pessoas que poderiam, também, se quisessem, participar como voluntários nas atividades de pedreiros ou carpinteiros, de acordo com o ofídio de cada uma.
Confiante do amplo apoio da população, o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho acenou com a possibilidade de começar a obra no mês de janeiro de 1926, mas, devido a problemas de caixa, somente em março de 1926, autorizado pela Lei Municipal nº 26 bateu o martelo e os trabalhos da obra foram iniciados com grande vibração do povo da cidade, tudo levando a crer numa adesão de muitos voluntários doando materiais, numerário e mesmo o seu suor na mão de obra. A cada fim de semana, nas missas dominicais na Igreja Matriz do Senhor do Bonfim o Padre Vicente Francisco dos Santos declinava os nomes das pessoas que voluntariamente trabalhavam na construção do cemitério, bem como o montante do numerário arrecadado. A cada fala domingueira do Padre aumentava o número de xiquexiquenses que queriam entrar para a história como um dos colaboradores da construção do novo cemitério.
A construção transcorreu em ritmo de grande mutirão e além dos trabalhadores contratados e pagos pela Intendência Municipal muitas famílias de posses mandavam seus empregados trabalhar na nova obra e, a quantidade de voluntários cresceu tanto que obrigou o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho a designar um servidor municipal com a função de a alistar, coordenar e programar os voluntários, determinando os dias em que cada um deveria dar sua participação, trabalhando.
No dia 28 de maio de 1926 o novo cemitério foi inaugurado e estava totalmente pronto e em condições de receber cadáveres para sepultamentos.
Após a inauguração do Novo Cemitério, o velho cemitério da Rua Aurora, permaneceu fechado durante muitos anos e somente era aberto no mês de novembro, principalmente no dia de finados quando os xiquexiquenses mais velhos visitavam os seus parentes que ali estavam enterrados.
Eu tive um tio, pelo lado materno, que no cemitério velho foi sepultado. Lembro-me, que, ainda menino, acompanhava minha mãe na visita que ela fazia anualmente ao túmulo do seu irmão precocemente falecido nos anos 1920. Mas, todos os sexagenários xiquexiquenses, lembram-se, perfeitamente, do velho cemitério, pois, a caminhada até o novo cemitério, forçosamente passava ao lado da velha construção. E, assim, nos acostumamos a passar por aqueles muros totalmente enegrecidos e carcomidos pelo tempo sem nenhuma manutenção por parte do povo. Era um total abandono e nem parecia que alí, naquele pequeno quadrado limitado por quatro muros velhos e abandonados, jazia grande parte dos munícipes que faleceram antes de 1926.
Mas, insensivel a esse aspecto emocional e indiferente ao costume de algumas famílias xiquexiquense visitarem os seus entes que ali estavam sepultados, a administração municipal decidiu, em lugar de recuperar e manter esse espaço tão caro às famílias, demolir o velho cemitério e após botar abaixo o muro externo passou o trator por cima dos velhos túmulos nivelando o terreno ao nível da rua, para em seguida transformar esse depositário dos ossos dos nossos ancestrais em uma simples Praça à qual deu o nome de João Ferreira Filho.
O novo cemitério, hoje com 84 anos de construído, também, a exemplo do velho na década de 1920, já não suporta a demanda de uma população calculada em 50 mil pessoas. E, como todos desejam uma pequena área para depositar o corpo do ente querido sempre ocorrem procedimentos inadequados e que prejudicam famílias cujos parentes já estão ali enterrados há muitos anos mas que, por impossibilidade financeira, não puderam ainda construir um túmulo de alvenaria. Como o cemitério não mais possui novos espaços para sepultamento, as pequenas e modestas sepulturas muitas vezes são invadidas e destruídas por pessoas estranhas à família, para que ali seja colocado um novo corpo.
Mas, insensivel a esse aspecto emocional e indiferente ao costume de algumas famílias xiquexiquense visitarem os seus entes que ali estavam sepultados, a administração municipal decidiu, em lugar de recuperar e manter esse espaço tão caro às famílias, demolir o velho cemitério e após botar abaixo o muro externo passou o trator por cima dos velhos túmulos nivelando o terreno ao nível da rua, para em seguida transformar esse depositário dos ossos dos nossos ancestrais em uma simples Praça à qual deu o nome de João Ferreira Filho.
O novo cemitério, hoje com 84 anos de construído, também, a exemplo do velho na década de 1920, já não suporta a demanda de uma população calculada em 50 mil pessoas. E, como todos desejam uma pequena área para depositar o corpo do ente querido sempre ocorrem procedimentos inadequados e que prejudicam famílias cujos parentes já estão ali enterrados há muitos anos mas que, por impossibilidade financeira, não puderam ainda construir um túmulo de alvenaria. Como o cemitério não mais possui novos espaços para sepultamento, as pequenas e modestas sepulturas muitas vezes são invadidas e destruídas por pessoas estranhas à família, para que ali seja colocado um novo corpo.
Por tudo isso, é urgente a necessidade de um novo cemitério.
Feito pelo admnistração municipal ou por uma instituição privada a exemplo do que já acontece nas grandes cidades brasileiras.
OBS.:Informações extraídas e selecionadas do livro “Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique” Ed. 1999 – Autor: Cassimiro Machado Neto e foto extraída do BlogdoZeca100
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