Somente os barranqueiros do Velho Chico conhecem os remeiros e sabem da sua importância no desenvolvimento comercial das cidades ribeirinhas.
Eram eles que, na ausência do vento para inchar as velas ou na ausência de água que provocava os encalhamentos, faziam a velha barca continuar a sua viagem pelo rio utilizando a longa e pesada vara com uma extremidade fazendo ponto de apoio no calo do peito e a outra no fundo do rio.
Eram fortes, valentes e, aparentemente, incansáveis, mas, às vezes o duro trabalho os forçava a um rápido encosto na amiga carranca da proa que sempre tão perto deles estava.
A figura mítica do remeiro desapareceu com o advento das barcas movida a motor diesel as quais, não obstante o grande movimento comercial que até hoje promovem em todas as cidades à margem do São Francisco, descaracterizaram as suas antecessoras ao eliminar a carranca da proa.
Nada custaria, mesmo que fosse apenas por tradição ou ornamento que esse novas barcas deslizassem nas águas do Velho Chico portando na proa a tradicional carranca.
Fica a sugestão.
Foto: Marcel Gautherot (1910/1996)
Mestre Juarez.
ResponderExcluirEsta foto do Remeiro é de rara beleza e compete com a do pôr-do-sol que você postou a seguir.
Continuo sendo um dos seus assíduos leitores, com devoção.
Nilson