(Lucas 19, 1-10)
Comentários do Pe. Nilo Luza, ssp.
No relato deste domingo, Lucas joga com um contraste interessante: Zaqueu é chefe e muito rico, mas é também muito baixo, de pequena estatura. Apesar da sua riqueza e poder, ele é insignificante aos olhos dos outros e excluido do reino de Deus. Por ser rico, provavelmente tem tudo o que deseja: banquetes, influência, respeito, poder. Mesmo assim sente falta de algo: quer ver Jesus.
Por um lado, Zaqueu, à semelhança de certos grupos de pessoas mais abastadas, a "elite cheirosa", não se integra à multidão, normalmente formada por pessoas simples e modestas, a "massa suada". Ele faz parte de certos pequenos e seletos grupos que parecem ter alergia à multidões. Tanto que Zaqueu não se enveredou pelo meio do povo para se encontrar com Jesus, mas seguiu outro caminho e subiu numa árvore para vê-lo. A multidão, embora seja obstáculo para ele, é o lugar de atuação de Jesus.
Por outro lado, pode ser que Zaqueu não se misture com o povo porque este estaria contaminado pela mentalidade de alguns que consideram impuros e excluem de sua convivência os cobradores de impostos e outros pecadores. Percebemos isso quando muitos se admiram de que Jesus vá se hospedar na casa de um pecador. Com essa atitude, Jesus desmascara nossos preconceitos contra certas pessoas - quando vemos nelas só lado negativo. Êle vê com olhos diferentes dos nossos e sente a necessidade de ficar na companhia de quem está isolado e necessitado de salvação.
A salvação chega a Zaqueu e à sua casa quando ele acolhe Jesus e confessa o desejo de partilhar seus bens com os pobres e indenizar os que, por acaso, tenha defraudado. Zaqueu abre o coração para acolher Jesus e sua salvação e estende as mãos para partilhar seus bens com os pobres. De solitário, torna-se solidário.
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