Na década de 1960, quando, ante a inexistência dos shopings, a distração do baiano era ir para a Rua Chile e, sob o pretexto de olhar vitrines ficarem a ver as meninas passarem, era comum a presença de uma misteriosa mulher de aproximadamente 45 anos, toda vestida de roxo e que ficava perambulando pela Rua Chile com um ponto preferencial na "Lojas Sloper". Era um mulher misteriosa, quase uma lenda. Ninguem sabia da sua origem ou da sua família. Dormia na Rua Chile ou nas imediações, mas, logo que as lojas abriam, lá estava ela, com chuva ou com sol, na porta da Sloper, vestida com um longo vestido de veludo vermelho, sempre falando sozinha e pedindo dinheiro aos passantes.
Andava geralmente descalça, com alguma coisa enfeitando a cabeça e um grande crucifixo pendendo no pescoço. Às vezes aparecia vestida de noiva, com buquê, véu e grinalda.
Como era uma personagem lendária muitos fatos eram-lhe atribuídos, sem nenhuma comprovação. Uns diziam que havia perdido uma grande fortuna e enlouquecida; outros que havia presenciado a mãe assassinar o pai e depois suicidar-se. O mais divulgado era que foi moça instruída, de boa família e que por uma decepção amorosa ficara daquele jeito.
Quando se pintava, usando maquiagem forte no rosto e nos lábios, usava o espelho retrovisor dos automóveis importados que ficavam estacionados ao longo da Rua Chile. Muitas reportagens foram publicadas na época sobre a mulher de roxo ou dama de roxo.
Hoje a Mulher de Roxo ou Dama de Roxo é uma personagem lendária da Rua Chile. É mais uma lenda entre as muitas da velha Salvador.
Hoje a Mulher de Roxo ou Dama de Roxo é uma personagem lendária da Rua Chile. É mais uma lenda entre as muitas da velha Salvador.
Ninguém conhece sua verdadeira história: se foi rica ou pobre, se foi noiva abandonada no altar ou se perdeu grande fortuna. Talvez ela fosse tudo isso.
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