quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Foto Interessante em Xique Xique (BA): AS BARCAS


AS BARCAS

As barcas que, diariamente cobrem as margens do Lago Ipueira a procura de fretes e passageiros, também apresentam o seu lado jocoso.

Espremida entre a grande barca "Final Feliz", que transporte gado bovino e a "Arca da Aliança", de tamanho tradicional, ancora a diminuta "Titanic" formando contraste com o famoso navio que naufragou na primeira viagem.

Foto Aérea de Xique Xique (BA): Pedrinhas

Pedrinhas.

É um tradicional e antigo bairro situado no norte da cidade de Xique Xique (BA).

Antes da existência da água tratada e encanada, as pessoas de posses preferiam beber a água colhida na "Ponta da Ilha", região próxima a esse bairro e tida como , localidade de água mais limpa.

O povão, mesmo, bebia a água apanhada no Lago Ipueira, transportada em "carotes" e jegues.

Lago Ipueira em Xique Xique (BA): Porto das barcas

Quem se dispõe a ultrapassar o mal-cheiroso e sujo PAREDÃO, que dificulta o livre acesso dos xiquexiquenses à beira do rio, encontrará, sempre, as margens do Lago Ipueira constantemente coloridas pelas inúmeras barcas pintadas de cores vivas, alí ancoradas à espera de mercadorias e passageiros.

É grande o vai-e-vém de pessoas comprando produtos de consumo ou mesmo adquirindo passagens para retornarem aos seus lugares de origem.

O Lago Ipueira pulsa de vitalidade durante todo o ano.

Foto Antiga de Xique Xique (BA): Desfile da Primavera

Rainha da Primavera

Apesar de Xique Xique (BA), como as demais cidades do vale do São Francisco, não contar com estações definidas, a cidade nunca deixou de comemorar a chegada da primavera com um grande desfile promovido pelo Colégio Senhor do Bonfim, com direito à eleição da Rainha da Primavera.

E, o desfile da escolhida era em carro aberto. CHIQUE!!!

sábado, 26 de novembro de 2011

Foto Denúncia: Mercado do Peixe.

LAVAGEM DE PRATOS E PANELAS.

No Mercado do Peixe, em Xique Xique (BA), além dos imundos balcões onde são expostos os pescados "in natura", existem, também, pequenos "pontos comerciais" onde se vendem pratos de comida aos pescadores e vendedores de peixe.

Até aí tudo bem não fosse o local onde as cozinheiras lavam os utensílios utilizados para a preparação dos alimentos.

Desnecessário comentar a sujeira da pia e do seu entorno. É UMA VERGONHA!!!

Já está passando da hora de as nossas autoridades Estaduais, Judiciárias, Municipais e Ministério Público tomarem alguma providência tendo como base a saúde pública da população da cidade.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Foto Antiga de Xique Xique (BA): Clube Operário


CLUBE BENEFICENTE DE OPERÁRIOS.

No dia 15 de agosto de 1935, o clube foi, por iniciativa de carpinteiros, pescadores, vaqueiros, marceneiros, pedreiros, comerciários, e outros ofícios, inaugurado na cidade de Xique Xique (BA), cuja sede situada na esquina da Rua Goes Calmon com a Praça 6 de julho, permanece até hoje.

A foto é da construção do referido Clube e foi enviada por um seguidor deste Blog.

Moradia de Alto Risco: Casas no Penhasco





















Foto Aérea: Xique Xique banhada pelo Lago Ipueira

O Lago Ipueria, formado pelo Rio São Francisco e que banha a cidade de Xique Xique (BA) é uma bênção e uma dádiva da natureza.

É um pena que esse recurso não seja explorado pelos xiquexiquenses com esportes aquáticos que proderiam ser facilmente praticados

Foto: Édson Nogueira

Lago Ipueira: Chegada ao porto

Nos dias da feira livre semanal, o porto de Xique Xique (BA) fica repleto de barcas que se revezam num constante transporte de gente e mercadorias oriundas das várias ilhas do entorno.

Por isso fica até dificil uma barca encontrar onde ancorar tendo que, muitas vezes, dar várias voltas pelo Lago Ipueira a procura de um espaço para estacionar.

É o intenso trânsito fluvial.

Foto Interessante de Xique Xique (BA): Travessia do Lago em barco de papel.

No dia 12 de junho, data do aniversário da cidade de Xique Xique (BA), o artista plástico Carlos Rodão, 45 anos, surpreende a população da cidade com a proposta de atravessar o Lago Ipueira num barco de papel.

A proposta foi cumprida e os 400 metros de largura do Lago Ipueira foram navegados em apenas 9 minutos.

Foto do Rio São Francisco: Vapor Djalma Dutra

VAPOR ANCORADO

Esta é uma foto que poderia estar na galeria das fotos antigas.

Trata-se do vapor Djalma Dutra, da Navegação Baiana, parado em um porto para se abastecer do combustível lenha indispensável às suas caldeiras.

Cantinho da Seresta: Musicas Populares


O SERESTEIRO
O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, "cifradas" para violão e que, semanalmente, estarão sendo divulgadas.














Crõnica Xiquexiqueana: CEMITÉRIO NOVO

O CEMITÉRIO NOVO
Os xiquexiquenses com mais de 60 anos por certo ainda se lembram da existência do cemitério velho, localizado na Rua Aurora, mas, que eu saiba, ninguém em Xique-Xique (BA), tem ciência de quando o mesmo foi construído. A tradição oral sustenta que o velho cemitério era administrado pela Paróquia do Senhor do Bonfim, da cidade, mas toda a sua documentação a exemplo de outras fontes históricas importantes, foi destruída no período de 1910 a 1915 quando a população e a paz da cidade foram prejudicados com os famosos “Barulhos de Xique-Xique”. Não sobrou nenhuma pista que sirva de ponto de partida para se saber quando ele foi inaugurado.
Transcorria o ano de 1925 e era Intendente em Xique-Xique (BA) o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho, que administrou a cidade por 6 anos, de 1924 a 1930, em 3 mandatos. Mesmo sendo uma pequena e acanhada cidade nesse tempo, o velho cemitério situado na Rua Aurora já não mais atendia às necessidades que a população tinha para enterrar seus mortos, pois era ali que aconteciam todos os sepultamentos tanto dos moradores da sede quanto dos povoados próximos e das ilhas e por isso estava com seu espaço e sua capacidade de sepultamentos praticamente tomada, com toda sua área esgotada para cavar novas sepulturas.
Indignado com o desconforto dos munícipes o Cel. Intendente Manoel Teixeira de Carvalho, reunindo-se com o Conselho Municipal, decidiu construir um novo cemitério na cidade e de imediato constituíu uma comissão de cidadãos para tomar todas as providências iniciais, principalmente na escolha do local apropriado para a construção do equipamento, desde que a área fosse doada à Prefeitura vez que o erário não possuía recursos para a aquisição.
A Comissão Especial aceitou a incumbência com muito gosto apesar de saber da trabalheira que iria enfrentar pois teria que encontrar um terreno sem ônus para a Prefeitura.
Após algumas semanas de muitas caminhadas e muitas conversas com os grandes proprietários de terras em Xique-Xique, a Comissão, finalmente bateu na porta certa, na pessoa do Cel. Joaquim de Souza Nogueira, membro de uma das principais famílias xiquexiquenses, rico fazendeiro e grande proprietário de terrenos dentro do perímetro urbano, que após a abordagem da Comissão doou uma grande área na periferia da cidade e relativamente próxima do velho cemitério da Rua Aurora.
Já na posse do terreno o Intendente divulgou para a população, com muita alegria, a grande doação feita pelo Cel. Joaquim Nogueira e anunciou que ainda no segundo semestre de 1925 começaria a construção do novo cemitério, e que para isso iria precisar da ajuda e das doações de toda a população de conformidade com as disponibilidades de tempo e financeira de cada um dos colaboradores, vez que, com recursos do erário nada poderia fazer.
O Padre Vicente Francisco dos Santos, pároco da cidade foi escolhido para ser o depositário das doações em dinheiro e em materiais, ficando incumbido, ainda de esclarecer às pessoas que poderiam, também, se quisessem, participar como voluntários nas atividades de pedreiros ou carpinteiros, de acordo com o ofício de cada uma.
Confiante do amplo apoio da população, o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho acenou com a possibilidade de começar a obra no mês de janeiro de 1926, mas, devido a problemas de caixa, somente em março de 1926, autorizado pela Lei Municipal nº 26 bateu o martelo e os trabalhos da obra foram iniciados com grande vibração do povo da cidade, tudo levando a crer numa adesão de muitos voluntários doando materiais, numerário e mesmo o seu suor na mão de obra. A cada fim de semana, nas missas dominicais na Igreja Matriz do Senhor do Bonfim o Padre Vicente Francisco dos Santos declinava os nomes das pessoas que voluntariamente trabalhavam na construção do cemitério, bem como o montante do numerário arrecadado. A cada fala domingueira do Padre aumentava o número de xiquexiquenses que queriam entrar para a história como um dos colaboradores da construção do novo cemitério.
A construção transcorreu em ritmo de grande mutirão e além dos trabalhadores contratados e pagos pela Intendência Municipal muitas famílias de posses mandavam seus empregados trabalhar na nova obra e, a quantidade de voluntários cresceu tanto que obrigou o Cel. Manoel Teixeira de Carvalho a designar um servidor municipal com a função de alistar, coordenar e programar os voluntários, determinando os dias em que cada um deveria dar sua participação, trabalhando.
No dia 28 de maio de 1926 o novo cemitério foi inaugurado e estava totalmente pronto e em condições de receber cadáveres para sepultamentos.
Após a inauguração do Novo Cemitério, o velho cemitério da Rua Aurora, permaneceu fechado durante muitos anos e somente era aberto no mês de novembro, principalmente no dia de finados quando os xiquexiquenses mais velhos visitavam os seus parentes que ali estavam enterrados.
Eu tive um tio, pelo lado materno, que no cemitério velho foi sepultado. Lembro-me, que, ainda menino, acompanhava minha mãe na visita que ela fazia anualmente ao túmulo do seu irmão precocemente falecido nos anos 1920. Mas, todos os sexagenários xiquexiquenses, lembram-se, perfeitamente, do velho cemitério, pois, a caminhada até o novo cemitério, forçosamente passava ao lado da velha construção. E, assim, nos acostumamos a passar por aqueles muros totalmente enegrecidos e carcomidos pelo tempo sem nenhuma manutenção por parte do povo. Era um total abandono e nem parecia que alí, naquele pequeno quadrado limitado por quatro muros velhos e abandonados, jazia grande parte dos munícipes que faleceram antes de 1926.
Mas, insensivel a esse aspecto emocional e indiferente ao costume de algumas famílias xiquexiquense visitarem os seus entes que ali estavam sepultados, a administração municipal decidiu, em lugar de recuperar e manter esse espaço tão caro às famílias, demolir o velho cemitério e após botar abaixo o muro externo passou o trator por cima dos velhos túmulos nivelando o terreno ao nível da rua, para em seguida transformar esse depositário dos ossos dos nossos ancestrais em uma simples Praça à qual deu o nome de João Ferreira Filho.
O novo cemitério, hoje com 84 anos de construído, também, a exemplo do velho na década de 1920, já não suporta a demanda de uma população calculada em 50 mil pessoas. E, como todos desejam uma pequena área para depositar o corpo do ente querido sempre ocorrem procedimentos inadequados e que prejudicam famílias cujos parentes já estão ali enterrados há muitos anos mas que, por impossibilidade financeira, não puderam ainda construir um túmulo de alvenaria. Como o cemitério não mais possui novos espaços para sepultamento, as pequenas e modestas sepulturas muitas vezes são invadidas e destruídas por pessoas estranhas à família, para que ali seja colocado um novo corpo.
Por tudo isso, é urgente a necessidade de um novo cemitério a ser feito pelo admnistração municipal ou por uma instituição privada a exemplo do que já acontece nas grandes cidades brasileiras.
OBS.:Informações extraídas e selecionadas do livro “Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique” Ed. 1999 – Autor: Cassimiro Machado Neto e foto extraída do BlogdoZeca100.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Foto Denúncia: O DESMATAMENTO

Xique Xique (BA), como as demais cidades à margem do Rio São Francisco é de clima muito quente, principalmente nos últimos meses do ano.

Para atenuar esse clima é necessário que a comunidade seja motivada a dotar a cidade de uma grande cobertura vegetal, com a plantio de árvores frondosas em todas as ruas.

Na minha última visita à cidade, de 15 a 20 deste mês, observei que a preocupação geral não é pela plantação de árvores e sim pela poda exagerada dos pés de ficus, que os deixa totalmente pelados de folhas.

Como se não bastasse, verifiquei, ainda que muitas residências estão adotando a prática de cortar as árvores pelo tronco.

A foto é de uma árvore que foi cortada da frente de uma casa situada na Rua Marechal Deodoro.
ISSO É UM CRIME AMBIENTAL QUE DEVE SER COMBATIDO PELOS NOSSOS GOVERNANTES.

Pôr do Sol em Xique Xique (BA): O Porto

O Pôr do Sol por de trás da Ilha do Gado Bravo, concede, diariamente, um espetáculo de inexcedível beleza, admirado até mesmo pelos barqueiros acostumados a isso desde meninos.

Os dois da foto, após ancorarem as barcas, ficam extasiados com belo o ocaso.

Foto do cineasta Édson Nogueira: MOCAMBO DO VENTO

"Mocambo do Vento" é a denominação que os xiquexiquenses dão à parte do Rio São Francisco que separa a parte sul da Ilha do Gado Bravo da terra firme.

Esse local tem como característica a existência de um vento muito forte que leva os navegantes a terem um maior cuidado na sua travessia.

Mas, para contrabalançar a violência dos ventos que coloca em risco as pequenas embarcações, as margens são contempladas com belíssimas dunas como as mostradas nessa foto publicada.

Foto: Édson Nogueira.

Foto Inedita da Enchente de 1949: Mercado São Francisco

O famoso Mercado São Francisco, tomado pelas águas do Rio São Francisco durante a grande enchente de 1979.

A foto foi tomada a partir da Rua Coronel Manoel Teixeira, na cidade de Xique Xique (BA).

Foto: Afonso

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cantinho da Seresta: Músicas Populares

O SERESTEIRO
O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, "cifradas" para violão e que, semanalmente, estarão sendo divulgadas.

















segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Fato Histórico de Xique Xique (BA): Campeonato Interdistrital

FUTEBOL EM XIQUE XIQUE (BA)
O campeonato Interdistrital organizado pelo desportista Jorge Meira e sob o patrocínio da Prefeitura Municipal, acontece na cidade de Xique Xique (BA), desde o ano de 1983, portanto há 28 anos.

Este ano participaram da competição 24 times de futebol, representando os distritos xiquexiquenses de Pestana, Ibiraba, Mocambo, Geléia, B. da Tapera B. Quixaba, B. Bonfim, B. Cajueiro, Ilha do Meio, Amaralina, Nova Iguira, Mendonça, Boa Vista, Vacarias, Marreca Velha, Mato Grosso, Amarracouro, Ilha Paulista, Saco dos Bois, Porto, Alto Grande, Utinga, Angicos e Porto Alegre .
A final do campeonato aconteceu no último dia 13 do corrente, no Estádio Dr. Hélcio Bessa, com os times do Distrito de Nova Iguira com o do Distrito do Mocambo do Vento, cujo resultado ficou num empate sem gols.

A decisão foi para os pênaltes, quando o Nova Iguira venceu por 5x4 e a renda do jogo foi da ordem de R$ 2.014,00.

Foto: Édson Nogueira.

domingo, 13 de novembro de 2011

Pôr do Sol em Xique Xique (BA): BARCA SOLITÁRIA

É fim do dia, o Sol lança seus últimos raios sobre o Lago Ipueira e o barqueiro tenta encontrar um lugar tranquilo para sua barca ancorar.

Evangelho Dominical: Mateus 25, 14-30

OS TALENTOS

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: “Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens.
15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou.
16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco.
17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois.
18Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão.
19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados.
20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco, que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’
22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’
24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso, fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’.
26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e ceifo onde não semeei? 27Então, devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’.
28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes’”.

sábado, 12 de novembro de 2011

Crônica Xiquexiqueana: O CÉSAR ZAMA

ESCOLAS REUNIDAS CÉSAR ZAMA - O "PRÉDIO".

Juarez Morais Chaves
Nos anos 1950, passadas as festas de fim de ano, Natal e Ano Novo e, findo o Carnaval, somente nos aguardava, agora, o reinicio das atividades escolares do curso primário. Era o retorno ao Prédio como carinhosamente chamávamos as "Escolas Reunidas César Zama", único Grupo Escolar estatal de Xique Xique (BA), construído pelo Intendente Coronel Francisco Xavier Guimarães e inaugurado no dia 07.09.1937, tendo como primeira Diretora a Profa. Honezinda Teixeira Rocha.
O Prédio, situado no final da Avenida J.J. Seabra, esquina com a Rua Rosa Baraúna que, naquele tempo era conhecida como rua de João Percevejo, famoso mecânico de automóveis que ali instalara sua oficina, durante muito tempo foi a única escola destinada ao ensino do curso primá rio em Xique Xique (BA).

É reconfortante verificar pela foto, por mim colhida em 2007, que o nosso PRÉDIO, ao contrário de outros equipamentos da cidade ainda continua de pé, igualzinho ao que estudei no período de 1950 a 1954. Só a pintura externa mudou, pois naquele tempo era todo cinza e hoje está de amarelo. O grande mistério da época era se saber quem fora a figura de César Zama que dá nome ao Prédio. Ninguém na cidade sabia de quem se tratava, nem mesmo as professoras. Acredito que até hoje a grande maioria da população da cidade não saiba quem foi César Zama. Após algumas pesquisas descobri que seu nome completo era ARISTIDES CÉSAR SPÍNOLA ZAMA, nascido na cidade de Caitité (BA), em 19 de novembro de 1837, único filho de Rita de Souza Spínola e do médico italiano César Zama (de Faenza). Após se graduar em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, alistou-se na Guerra do Paraguai onde teve intensa atividade no atendimento aos feridos. Ao retornar da guerra dedicou-se à vida política na Bahia e no Rio de Janeiro. Foi Deputado Provincial no Império, por vários mandatos e Constituinte na República. De notável cultura, polemizou várias vezes com Ruy Barbosa e publicou, como historiador, dois volumes sobre Júlio César, Aníbal e Alexandre, generais da antiguidade. Morreu em Salvador, aos 21.10.1906, com 69 anos.

Inaugurado em 1937, ano do centenário do seu patrono, o "Prédio César Zama" não era um empreendimento pequeno, pelo contrário apresentava grande magnitude sendo, ao lado do prédio da Prefeitura e de algumas casas particulares, uma das mais belas construções de Xique Xique, suficiente para atender a demanda estudantil da época. É constituído de quatro salas de aula abrigando 8 professoras nos turnos de manhã e tarde e, naquele tempo, ensinar no "Prédio" era uma distinção para poucas professoras e somente as mais antigas conseguiam esse privilégio. Minha Mãe, Profa. Maria Custódio Chaves, conhecida como Profa. Neném, foi uma das 8 que o inauguraram no ano de 1937 e ali lecionou até quando se aposentou. Ao lado dela figuraram outras ilustres mestras: Profa. Honezinda Teixeira da Rocha, Profa. Emídia Magalhães, Profa. Zilda Andrade Rodrigues (Profa. Divininha), Profa. Litinha Soares, Profa. Nívea Pinheiro Leite, etc.

Como era a única Escola Pública e ministrava o principal curso primário da cidade, ali estudavam crianças ricas e pobres, negras, brancas e morenas, católicas e protestantes. Não havia distinção de classe, cor ou religião. Mas, havia algo que distinguia as crianças umas das outras, e, involuntariamente, determinava a categoria social de cada uma delas. Esse algo eram o fardamento e o material escolar.

Explico. Não que houvesse uma farda escolar para os ricos, uma para os pobres e outra para os remediados. Não, não era isso. Todos os meninos usavam calça curta de brim azul, com suspensório feito do mesmo pano, camisa branca e sapato preto e as meninas vestiam saia abaixo do joelho de brim azul com suspensório feito do mesmo pano, blusa branca e sapato preto. E então, onde estava a diferença que as identificava? Estava na forma como esses fardamentos eram feitos. Os meninos e meninas de famílias tidas como ricas usavam, nas calças e nas saias um brim de melhor marca, nas camisas e blusas um tecido de algodão da melhor qualidade, sendo que essas fardas eram confeccionadas por boas costureiras ou mesmo até alfaiates e também usavam os melhores sapatos que se podiam adquirir na cidade ou mesmo em Salvador. Os mais pobres como sempre, adquiriam, nas lojas locais os tecidos mais baratos e eles mesmos confeccionavam os fardamentos para os filhos e nas sapatarias compravam os sapatos, também mais baratos ou mesmo alpercatas. Então, pelo tipo de tecido das fardas e pela qualidade na confecção das mesmas, bem como pelo sapato utilizado, poder-se-ia, facilmente determinar qual a classe social do aluno ou aluna do Prédio.

Mas, o que mais identificava a classe social dos meninos e meninas, era, sem dúvida, a exibição do material escolar de cada um. Xique Xique naquele tempo não tinha livraria e nem papelaria que prestasse. Se alguém quisesse algum material escolar diferente e de boa qualidade teria que trazer de Salvador. As papelarias locais vendiam o mínimo minimorum, exclusivamente aqueles materiais indispensáveis para o ano letivo, solicitado pelas professoras e que poderiam ser adquiridos por todos os alunos. O material escolar, daquele tempo, basicamente, era composto de um livro de leitura, livro de ciência, livro de história, livro de instrução moral e cívica, livro de matemática e tabuada, cadernos pequenos, grampeados, de 30 folhas, marca "2 de julho", para cópias e ditados, lápis preto, caixinha com 6 pequenos lápis de cor, pena e tinteiro para escrita e uma “pedra” para fazer contas das 4 operações. Essa “pedra”, que até hoje tenho a minha, era uma lousa de ardósia de 0,5 cm de espessura, com dimensões aproximadas de 20 cm x 15 cm, na qual se escrevia utilizando-se uma haste roliça da mesma ardósia. Terminada as contas a “pedra” era lavada e reutilizada durante todo o ano, a não ser que caísse e se estraçalhasse no chão.

Pois bem, aí nesse material estava a outra grande diferença entre os alunos do "Prédio". Minha mãe que também alí era professora, ante a dificuldade financeira que tínhamos, adquiria nas papelarias de Xique Xique o material escolar mínimo necessário que seria utilizado por mim e por meu irmão.

Lembro-me bem de um fato comigo ocorrido relacionado com o material escolar "LAPIS DE COR". A caixa de lápis de cor vendida no comércio de Xique Xique e aceita pelas professoras era uma caixa pequena com apenas 6 (seis) lápis de cor com tamanho correspondente à metade de um lápis para escrever. Era essa caixinha com 6 pequenos lápis de cor que a Profa. Neném comprava para o meu uso durante todo o ano. Quando iniciei o 3º ano primário, em 1952, com a Profa. Zilda Rodrigues de Andrade (Profa. Divininha), tinha entre os colegas a filha de um servidor público federal cuja remuneração estava bem acima da média da renda familiar da cidade. Na primeira oportunidade em que os alunos se reuniram para utilizar os lápis de cor, estando eu muito satisfeito com a minha caixinha de 6 lápis, eis que a colega exibe uma enorme caixa com 36 (trinta e seis) lápis de cor, todos grandes. A exibição dessa preciosidade foi muito impactante para todos, principalmente para mim porque eu nunca tinha visto tal coisa e não sabia que existiam tantas cores. As minhas 6 cores sempre foram suficientes para os meus trabalhos coloridos. Mas, sem muita delonga, as crianças se recompuseram e passamos a gastar os lápis coloridos da colega, pois o pai dela tinha dinheiro e gosto suficientes para comprar aquela caixa de lápis de cor para a filha única.

Pois bem, foi nesse ambiente e nesse Prédio que fiz todo o meu curso primário no período de 1950 a 1954. Nos anos 1950 e 1951, 1º e 2º anos o curso foi muito desordenado, pois tive várias professoras nesse período e posso dizer que o aproveitamento não foi dos melhores. Como a área de recreação do "PRÉDIO" era muito pequena, como é até hoje, no intervalo das aulas a grande maioria dos alunos e alunas ia brincar no meio da Avenida que nessa época era destituída de calçamento. Como não existiam veículos automotores na cidade, o risco de atropelamento praticamente não existia. Assim, os meninos brincavam de jogar futebol e as meninas de jogar voleibol. Terminado o intervalo estávamos todos muito suados e sujos de terra e era assim que assistíamos as ultimas aulas.

Também, não havia muita criatividade por parte das professoras do PRÉDIO. Não me lembro de haver participado de alguma festinha escolar que envolvesse todo o corpo discente e docente do César Zama. O único evento que movimentava o Grupo Escolar era o 7 de setembro, dia em que desfilávamos pelas principais ruas da cidade em comemoração da independência. Também a grade curricular era muito árida e apresentava certa complexidade. As professoras eram obrigadas a nos ensinar história do Brasil e Geografia Geral, sabíamos de cor as capitais de todos os Estados do Brasil bem como as capitais de todos os países das três Américas e da Europa. No entanto, nada estudávamos do Estado da Bahia e nem da Bacia do Rio São Francisco tão importante para a nossa Região. Mas, isso não era culpa das professoras, pois elas tinham que seguir o programa elaborado pela Secretaria de Educação da Bahia. No entanto, apesar dessa grade, saíamos preparados do Curso Primário e prontos para enfrentar o Exame de Admissão ao Ginásio, que na grande maioria dos casos era realizado nos colégios de Salvador, pois Xique Xique não contava com o Curso Ginasial e, deve ser registrado, nenhum aluno xiquexiquense foi reprovado nesse exame, que ao contrário do que muita gente pensa, era tão importante quanto um vestibular nos dias de hoje. E assim a gente ia levando o Curso Primário, na condição de privilegiados por estar estudando no "Prédio" e recebendo aulas de professoras competentes, a maioria formada pelo Colégio Santa Eufrásia, na cidade da Barra.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CINEMA NOS BAIRROS DE XIQUE XIQUE (BA)

PROJETO "CINEMA PARA TODOS"

Apresso-me em divulgar a notícia que me chega através do cineasta conterrâneo Édson Nogueira, sobre importante serviço que está sendo prestado às comunidades xiquexiquenses. Eis, na íntegra a informação:


"Com o objetivo de levar cultura e lazer para as comunidades mais carentes a Associação Filantrópica Viver Melhor implanta um novo serviço que leva exibição de filmes brasileiros para os bairros periféricos de Xique-Xique (BA). o "Cinema para Todos, Cultura e Cidadania" foi realizado pela primeira vez no Conjunto Habitacional Raul Braga (BNH NOVO) onde mais de 500 pessoas compareceram para assistir ao filme "O Auto da Compadecida". Ao final foram distribuídos mais de 800 saquinhos de pipoca e refrigerantes a todos os presentes, alem do sorteio de 3 prêmios entre o público presente."
Esse Programa, tão importante para a cultura de Xique Xique (BA), é patrocinado por "Móveis Nordeste", "TV Xique-Xique", "Rádio FM Xique-Xique", "CECOSAP" e Prefeitura Municipal.
Devido à importância do evento é de todo interessante que os lojistas da cidade dêm um maior apoio material à "Associação Filantrópica Viver Melhor" para que programas dessa ordem possam ser ampliados e atinjam um maior número de bairros da cidade.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

AGRADECIMENTOS AOS NOVOS SEGUIDORES

O BLOG JUAREZ MORAIS CHAVES AGRADECE, SENSIBILIZADO
AS CHEGADAS DE AMÂNCIO NETO, KAOANE GACHET E PSEUDOANONIMO, PROMETENDO MANTER A MESMA LINHA EDITORIAL E ESPERANDO PODER CONTINUAR ATENDENDO AS EXPECTATIVAS DE TODOS OS QUE, GENTILMENTE, SE DIGNAM EM ACOMPANHAR ESTE MODESTO BLOG.

domingo, 6 de novembro de 2011

Foto Inédita da Enchente de 1979: Rua Mons. Costa

Esta histórica fotografia, mostra a Rua Monsenhor Costa, na cidade de Xique Xique (BA), ainda enlameada pelas águas remanescentes da grande enchente do Rio São Francisco no ano de 1979.

Foto Antiga de Xique Xique (BA): Reunião Política

Essa reunião de líderes políticos de Xique Xique(BA), aconteceu na residência do Sr. Adão Moreira Bastos, o terceiro a contar da direita para a esquerda, situada na Rua Gois Calmon.

O Sr. Adão Bastos era, além da atividade de agropecuarista, um político profissional que exerceu mandatos eletivos em várias ocasiões.
Começou essa atividade no ano de 1937, com 27 anos de idade, quando foi nomeado Prefeito Municipal do município de Santo Inácio (BA). Terminado o mandato de prefeito, Adão Bastos transferiu-se, definitivamente para Xique Xique, chegando a ser prefeito da cidade em dois curtos mandatos nos anos de 1945 e 1946. Membro do antigo e tradicional Partido Social Democrático - PSD, foi eleito duas vezes Deputado Estadual por Xique Xique, nos quadriênios de 1947/1951 e 1951/1955.
O Sr. Adão Moreira Bastos faleceu no dia 24 de outubro de 1994.

Será que vocês identificam esses políticos xiquexiquenses que estavam nessa reunião com o político Adão Bastos? O Padre José de Oliveira Bastos (Padre Bastos) é o terceiro da esquerda para a direita, facilmente identificável pelo uso da batina.

Foto Denúncia: O PAREDÃO de Xique Xique (BA)

O EXECRÁVEL PAREDÃO, construído em Xique Xique (BA), no ano de 1980 e que teve como único mérito separar a população da agradável convivência com a as águas do Rio São Francisco, tansformou-se atualmente em duas grande ameaças para os xiquexiquenses:
1º) A parte superior do Paredão bem como as suas escadas de acessos são hoje utilizadas como sanitários públicos onde, dejetos humanos, são lançados, diariamente, na via pública.

2º) Algumas "lojinhas" abandonadas principalmente as situadas na Rua Benjamim Constant, antiga Rua do Perau, transformaram-se em covil de malfeitores e uso de drogas ilícitas.

Urge, pois, que nossas autoridades Estaduais, Judiciárias, Municipais e Ministério Público intervenham para estancar essas ameaças que diuturnamente pairam sobre a população indefesa.

Foto do Rio São Francisco: Pequeno Carreteiro

CARRO DE BOI

O carro de boi, juntamente com o vapor, o paquete e a tropa de burro foi um dos tradicionais meios de transportes no valor do rio São Francisco.

Era comum, nos anos 1950, a utilização do carro de boi para transportar as mercadorias que seriam embarcadas nos vapores.

Para dirigir o carro, além dos bois de tração, altamente treinados, era necessário a participação do carreteiro.

Por isso, o treinamento do carreteiro era iniciado ainda em criança, quando, armado com uma vara de tucum o filho pequeno já auxiliava o pai na condução do carro de boi.

Foto: Marcel Guatherot

Foto Interessante de Xique Xique BA: BOCA DO SURUBIM



No interior do Parque Aquático Ponta da Pedras, em Xique Xique (BA), existe a escultura de um Surubim, tradicional e muito apreciado peixe do Rio São Francisco.

A escultura tem um tamanho adequado que permite aos visitantes transitarem por seu interior e conhecerem as vísceras que lá estão em tamanho amplicado.

O final do passeio fica na boca do Surubim que, escancarada, permite a livre passagem dos turistas.








Lago Ipueira: O TRANSPORTE

No que pese o grande desenvolvimento dos meios de transportes, a barca a motor continua liderando o transporte de pessoas e mercadorias pelo Lago Ipueira, que banha a cidade de Xique Xique (BA).

Isso se deve ao fato de o trecho do Rio São Francisco que banha o Município ser pródigo em ilhas bem povoadas e a cidade ser praticamente cercada por um arquipélago.

Nos dias de feira livre, principalmente, é grande a movimentação no porto fluvial de Xique Xique (BA), com a chegada e saída dos ilhéus que vêm à cidade vender suas mercadorias produzidas no decorrer da semana e comprar outras, para consumo e uso, não fabricada por eles.

É uma movimentação muito bonita.

Foto Aérea de Xique Xique (BA): Ponta da Ilha

Fotografia aérea da cidade de Xique Xique (BA), no sentido norte/sul.

Do lado superior direito avista-se uma pequena parte da Ilha do Gado Bravo e na parte inferior direita uma parte maior da Ilha do Miradouro.

Na parte esquerda da foto, a cidade que se espraia e cresce na direção leste.

O Rio São Francisco se apresenta formando um "S", com destaque para o Lago Ipueira que fica exatamente em frente à cidade.

Fato Histórico de Xique Xique (BA): MORTE DA LAURO FARANI DE FREITAS

A “Escolas Reunidas César Zama”, primeira escola pública estadual de Xique Xique (BA), inaugurada em 1937 e onde estudei o primário, no período de 1950/1954, era bem pertinho do “campo de avião” e sempre que tinha algum pouso no horário do recreio dava tempo para, correndo, ainda ver o poeirão subir da pista da barro, nos momentos da aterrissagem. Era uma grande alegria para toda a turma.
Outra das nossas diversões era quando algum figurão, nas proximidades das eleições, decidia visitar a cidade e chegava de avião, pois, naquele tempo se gastava pelo menos 2 dias de Salvador a Xique-Xique nos 600 km de estrada de piçarra.
Nessas ocasiões, nós meninos, alunos da escola pública "César Zama", sempre éramos utilizados para, vestindo farda de gala e portando bandeirolas, receber os políticos no “campo de avião” o que fazíamos indo a pé e em fila indiana.
Entre as várias vezes que fomos ao "campo de avião" receber políticos em campanha, uma ficou registrada na minha memória até hoje, apesar da minha pouca idade naqueles tempos.
Lá pelos idos de 1950, precisamente no mês de setembro, estávamos no aeroporto, enfileirados e bandeirolas nas mãos aguardando a chegada do Dr. Lauro Farani de Freitas, candidato ao Governo do Estado da Bahia, que, após o comício na cidade da Lapa, viria a Xique Xique (BA), para mais um comício político e encontro com as lideranças locais, na campanha que vinha fazendo por todas as cidades ribeirinhas.
Nessa sua maratona se fazia acompanhar do político Gercino Coelho de Guanambi (BA) que concorria à Vice Governância do Estado da Bahia.
No entanto, após muito esperar no “campo de avião”, além da hora prevista para a chegada do político, chegou a triste notícia de que o avião em que viajava o candidato sofrera um acidente aéreo nas margens do Rio São Francisco, na cidade da Lapa, onde veio a perder a vida o candidato a governador, Lauro de Freitas e seu vice Gercino Coelho. Foi uma tragédia e, mesmo sendo meninos, voltamos para casa, em fila e em silêncio.

Assim era a nossa vida de menino em Xique Xique.
Até o modestíssimo “campo de avião” era para nós motivo de alegrias e tristezas. Mas na condição de menino pobre a gente ia enfrentando junto com as outras crianças todas as limitações impostas pela cidade e procurávamos arrancar diversões das coisas mais simples. O “campo de avião” era uma dessas coisas que sempre nos causou fascínio e admiração.

Fotos do cineasta Édson Nogueira: AS DUAS PREFEITURAS

Nessas fotos colocadas lado a lado o nosso cineasta e fotógrafo faz um paralelo entre os dois prédios que serviram à cidade de Xique Xique (BA) como sede do Poder Municipal.

O da direita é a Prefeitura Velha, construída no ano de 1896 e que foi destruída no ano de 1963 na administração Joel Meira.

O da esquerda é a "nova" Prefeitura, sem nenhuma beleza arquitetônica e que foi construída após a demolição da outra.

A comparação, entre outras coisas serve para mostrar aos mais jovens, o patrimônio arquitetônico que perdemos.

Moradia de Alto Risco: CASAS NO PENHASCO

O risco que essas casas estão correndo é muito grande e provavelmente não encontrarão companhias dispostas a segurá-las.
Com certeza não escaparão de um tsunami.

Foto Antiga de Salvador: Ladeira da Montanha

A Ladeira da Montanha no início do século XX.

Normandia Ontem e Hoje



























Atentem para as fotos. Uma delas apresenta o quarteirão totalmente destruído pelas bombas lançadas pelos alemães durante a Segunda Grande Guerra.

Outro povo teria acabado de demolir o pouco que restou para, no terreno, fazer novas construções. Mas, na Normandia é diferente. O povo de lá não abre mão da sua arquitetura e dos seus costumes. Decidiram, pois, restaurar e manter a paisagem como era.

Evangelho Dominical: As Bem-Aventuranças (Mateus 5, 1-12)

SERMÃO SOBRE A MONTANHA


O Sermão da Montanha, introduzido pela proclamação das bem-aventuranças, é o programa do Reino dos Céus já presente entre nós. Elas constituem as virtudes de Jesus. São, segundo Santo Agostinho, uma regra perfeita de vida cristã. Nas bem-aventuranças encontramos valores universais, que podem ser entendidos e acolhidos por todos. As bem-aventuranças são o caminho concreto para a transformação deste mundo em um mundo de fraternidade, justiça e paz.


"AS BEM-AVENTURANÇAS

Naquele tempo: 1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vós. "

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O JORNALISMO-URUBÚ E A DOENÇA DE LULA

É bom para o espírito que se leia o excelente artigo de MARIA INÊS NASSIF, Colunista Política e Editora da Carta Maior em São Paulo.


"Guia de boas maneiras na política. E no jornalismo.
Maria Inês Nassif

A cultura de tentar ganhar no grito tem prevalecido sobre a boa educação e o senso de humanidade na política brasileira. E o alvo preferencial do “vale-tudo” é, em disparada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por algo mais do que uma mera coincidência, nunca antes na história desse país um senador havia ameaçado bater no presidente da República, na tribuna do Legislativo. Nunca se tratou tão desrespeitosamente um chefe de governo. Nunca se questionou tanto o merecimento de um presidente – e Lula, além de eleito duas vezes pelo voto direto e secreto, foi o único a terminar o mandato com popularidade maior do que quando o iniciou.
A obsessão da elite brasileira em tentar desqualificar Lula é quase patológica. E a compulsão por tentar aproveitar todos os momentos, inclusive dos mais dramáticos do ponto de vista pessoal, para fragilizá-lo, constrange quem tem um mínimo de bom senso. A campanha que se espalhou nas redes sociais pelos adversários políticos de Lula, para que ele se trate no Sistema Único de Saúde (SUS), é de um mau gosto atroz. A jornalista que o culpou, no ar, pelo câncer que o vitimou, atribuindo a doença a uma “vida desregrada”, perdeu uma grande chance de ficar calada.
Até na política as regras de boas maneiras devem prevalecer. Numa democracia, o opositor é chamado de adversário, não de inimigo (para quem não tem idade para se lembrar, na nossa ditadura militar os opositores eram “inimigos da pátria”). Essa forma de qualificar quem não pensa como você traz, implicitamente, a idéia de que a divergência e o embate político devem se limitar ao campo das idéias. Esta é a regra número um de etiqueta na política.
A segunda regra é o respeito. Uma autoridade, principalmente se se tornou autoridade pelo voto, não é simplesmente uma pessoa física. Ela é representante da maioria dos eleitores de um país, e se deve respeito à maioria. Simples assim. Lula, mesmo sem mandato, também o merece. Desrespeitar um líder tão popular é zombar do discernimento dos cidadãos que o apoiam e o seguem. Discordar pode, sempre.
A terceira regra de boas maneiras é tratar um homem público como homem público. Ele não é seu amigo nem o cara com quem se bate boca na mesa de um bar. Essa regra vale em dobro para os jornalistas: as fontes não são amigas, nem inimigas. São pessoas que estão cumprindo a sua parte num processo histórico e devem ser julgadas como tal. Não se pode fazer a cobertura política, ou uma análise política, como se fosse por uma questão pessoal. Jornalismo não deve ser uma questão pessoal. Jornalistas têm inclusive o compromisso com o relato da história para as gerações futuras. Quando se faz jornalismo com o fígado, o relato da história fica prejudicado.
A quarta regra é a civilidade. As pessoas educadas não costumam atacar sequer um inimigo numa situação tão delicada de saúde. Isso depõe contra quem ataca. E é uma péssima lição para a sociedade. Sentimentos de humanidade e solidariedade devem ser a argamassa da construção de uma sólida democracia. Os formadores de opinião têm a obrigação de disseminar esses valores.
A quinta regra é não se deixar contaminar por sentimentos menores que estão entranhados na sociedade, como o preconceito. O julgamento sobre Lula, tanto de seus opositores políticos como da imprensa tradicional, sempre foi eivado de preconceito. É inconcebível para esses setores que um operário, sem curso universitário e criado na miséria, tenha ascendido a uma posição até então apenas ocupada pelas elites. A reação de alguns jornalistas brasileiros que cobriram, no dia 27 de setembro, a solenidade em que Lula recebeu o título “honoris causa” pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, é uma prova tão evidente disso que se torna desnecessário outro exemplo.
No caso do jornalismo, existe uma sexta regra, que é a elegância. Faltou elegância para alguns dos meus colegas."

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Foto Inédita da Enchente de 1979: Rua Cel Manoel Teixeira


O famoso Mercado São Francisco tomado pelas águas na enchente do Rio São Francisco no ano de 1979.

É uma vista tomada da Rua Coronel Manoel Teixeira, em Xique Xique (BA).

Crônica Xiquexiqueana: Dia de Finados


DIA DE FINADOS
Juarez Morais Chaves


"Um dia eu vou estar aqui também,
e gostaria que a pessoa viesse aqui me ver,
também, me prestigiar nesse dia.
Acho muito importante"
(Autor desconhecido)

Finados é o dia em que todas as pessoas se preparam para, em visitas aos cemitérios, prestar homenagens aos seus entes queridos já falecidos e que ali repousam. Nessa data todos os túmulos, sejam os mais ricos revestidos de granito ou uma pequena cova adornada por uma simples cruz de madeira registrando a data do nascimento e da morte do parente ou amigo, estarão cercados de pessoas independente do estrato social, da etnia ou da denominação religiosa, portando flores e livros de orações para a visita mais importante do ano.
O dia de finados sempre foi valorizado pela Igreja Católica, desde o início, quando, ainda no séc. I os cristãos visitavam os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram defendendo a fé. Para que as orações dos vivos atingissem a todas as almas, no século V, a Igreja Católica instituiu um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Já no ano de 998 santo Odilon, pedia aos monges, seus irmãos, que orassem pelos mortos. E os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigavam as comunidades de cristãos a dedicar um dia aos mortos. No século XI, o calendário litúrgico da Igreja Católica incorporou o Dia de Finados, que deveria cair no dia 2 de novembro ocasião em que as celebrações seriam dedicadas a todos os mortos. A primeira celebração do dia dos mortos pelos povos católicos foi feita pelos monges beneditinos na França.
Por isso, os cemitérios são locais de grande importância para todas as pessoas que, ainda encarnadas, perambulam por esta Terra aguardando a data do retorno. Pode-se dizer até, que são locais sagrados que devem ser respeitados e pisados com a maior reverência possível pois é ali que descansam, para sempre os que nos antecederam. Qualquer que seja a cidade brasileira, da maior à menor, a população, no dia 2 de novembro, pára e num momento de reflexão queda-se junto aos túmulos espalhados por todos os cemitérios desse nosso Brasil para dirigindo orações aos seus mortos, solicitar, também, que nos protejam na caminhada terrena. Nós não celebramos a morte, celebramos a vida, porque, nós cremos que Deus é misericordioso e que aqueles que partiram estão na graça de Deus. Então, é a celebração da esperança, da vida. E, essa visita ao cemitério é mais para lembrança, para recordar onde foi colocado o corpo daquele que nós amamos.

Xique Xique não foge a regra e tem como um dos seus costumes a ida de grande parte da população ao cemitério local reverenciar os antepassados. Existe até um grupo de pessoas, minha Mãe fazia parte desse time, que não satisfeitas com apenas a visita do dia de finados, caminham para o cemitério, todos os dias do mês de novembro, para rezarem pelas almas. É um bom hábito, pois, mesmo depois de mortos, com certeza continuamos precisando de orações que são o alimento do espírito.
Mas, o cemitério de Xiquexique, cuja construção foi autorizada pela Lei Municipal nº 26, de 19.03.1926, portanto há 85 anos, já não suporta a demanda de uma população calculada em 50 mil pessoas. E, como todos desejam uma pequena área para depositar o corpo do ente querido sempre ocorrem procedimentos inadequados e que prejudicam famílias cujos parentes já estão ali enterrados há muitos anos mas que, por impossibilidade financeira, não puderam ainda construir um túmulo de alvenaria. Como o cemitério não mais possui novos espaços para sepultamento, as pequenas e modestas sepulturas muitas vezes são invadidas e destruídas por pessoas estranhas à família, para que ali seja colocado um novo corpo. Por tudo isso, é urgente a necessidade de um novo cemitério.
Mas, enquanto o novo não chega, é mais premente a necessidade de uma campanha de sensibilização dos nossos Poderes Públicos no sentido de levá-los a promover um saneamento no nosso cemitério. E, diga-se de passagem, o custo para isso é relativamente pequeno e quase insignificante para o Erário. Sem muitas pretensões, bastaria que a área fosse capinada eliminando-se a erva daninha que está impedindo o livre trânsito das pessoas. Poder-se-ia pensar, também, na delimitação de pequenas ruas cimentadas por onde as pessoas pudessem caminhar com mais conforto. Estas modestas melhorias nada representam se levarmos em conta a importância daquele lugar para todas as famílias xiquexiquenses.

O atual cemitério era conhecido até bem pouco tempo como “cemitério novo” denotando que existia um “cemitério velho”. E isso é verdade. O “cemitério velho” foi destruído pelo Poder Municipal e transformado numa praça ajardinada. No que pese a boa intenção considero que foi um desrespeito às famílias dos mortos que ali repousavam. Não é que os mortos precisassem do “cemitério velho”, mas, por certo os parentes ficaram sem um referencial importante para suas vidas. Acredito que se, naquela época, a sociedade xiquexiquense houvesse se organizado para estudar um destino para o “cemitério velho”, que já estava desativado, a solução teria sido melhor e diferente, talvez recuperando-o, iluminando-o e transformando-o num local de visitação tão ou mais importante que a pracinha construída sobre antigos túmulos.
É, para evitar o mesmo destino dado ao “cemitério velho”, que a sociedade de Xique Xique precisa estar atenta e se envolver com o necessário saneamento e permanente manutenção do “cemitério novo”.

Mesmo sendo uma responsabilidade dos nossos Poderes Municipais, o zelo por esse equipamento é de toda a comunidade local e a OMISSÃO DO POVO, um dos piores males, se não o pior, é a maior responsável pela degradação da nossa sociedade. Unamo-nos e transformemos o nosso “cemitério novo” que não é assim tão novo, num local limpo, saneado, iluminado e que permita conforto e bem estar a todos os que procuram reverenciar os seus mortos.
O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. Vida eterna que não vai terminar nunca, pois, a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre. É também o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro nunca morrerá.