Juarez Morais Chaves
Como vimos em estória anterior, "A VOZ DA LIBERDADE" empresa criada pelo coletor federal Sr. Castilho e que abrigava cinema, sorveteria e serviço de alto-falante, foi extinta após a descoberta de que o empreendimento havia sido realizado com dinheiro público desviado da Coletoria Federal (ver matéria de. 20.02.10).
Como vimos em estória anterior, "A VOZ DA LIBERDADE" empresa criada pelo coletor federal Sr. Castilho e que abrigava cinema, sorveteria e serviço de alto-falante, foi extinta após a descoberta de que o empreendimento havia sido realizado com dinheiro público desviado da Coletoria Federal (ver matéria de. 20.02.10).
O outro cinema denominado, "CINE NEIDE" que pertencia à empresa "VOZ DO BARRANCO", que concorria em desigualdade de condições com a forte "A VOZ DA LIBERDADE", vinha sendo, precariamente mantido por alguns empresários de Xique Xique (BA), apenas por uma questão de honra e de vaidade da elite local. Assim, com a extinção da "A VOZ DA LIBERDADE", "A VOZ DO BARRANCO" também fechou suas portas e com ela o "CINE NEIDE".
Xique Xique (BA) que contava com 2 cinemas, ficou sem nenhum.Encerrados o processo administrativo e judicial contra o Sr. Castilho, o acervo patrimonial de "A VOZ DA LIBERDADE", composto pelos equipamentos da sala de projeção, da sorveteria e do serviço de alto-falantes, foi levado à praça tendo a Prefeitura Municipal arrematado o serviço de alto-falantes e o comerciante Custódio B. Moraes arrematado a sorveteria e a sala de projeção, imediatamente rebatizada de "CINE BONFIM", ficando a entrada do cinema situado na Rua Benjamim Constante, também conhecida como Rua do Perau. Recomeçava assim, mais uma vez, a movimentação cinematográfica em Xique Xique (BA).
Prático como sempre Custódio Moraes aproveitou a mão de obra local para o funcionamento do novo empreendimento, mantendo como locutor, comandando o sistema de alto falantes e o carro de propaganda do cinema, o famoso Mario Leandro (ver 11.11.09), conhecido como "Mário Veio" e até hoje em plena atividade como radialista.
Na cabine, operando as máquinas de projeção, também manteve o Sr. Zenhô Vogado de Araújo, que já vinha trabalhando nesses equipamentos desde os tempos da "A VOZ DA LIBERDADE". Entusiasmado com a aquisição do cinema, cuja estrutura era bem superior à da antiga "VOZ DO BARRANCO" que, precariamente, funcionou na cidade, Custódio Moraes se dispôs a introduzir algumas inovações e novidades na arte de projetar filmes. Lembro-me que uma das primeiras melhorias chegadas a Xique Xique (BA) foi a lente e a tela retangular que permitiram a projeção de filmes na modalidade “cinemascope”, que estava muito em moda nos cinemas das grandes cidades. Após a adoção do “cinemascope”, Custódio Moraes decidiu substituir o projetor que arrematara junto com o cinema, o qual mesmo apresentando a vantagem de uma projeção ininterrupta não fornecia uma imagem de boa qualidade por questão de luminosidade. No intuito de melhor servir aos cinéfilos partiu para aquisição de um projetor a arco voltaico passando assim a projetar filmes de 35 mm, fitas que continham as grandes filmagens.
Os assentos do "CINE BONFIM" ainda continuavam os mesmos da "A VOZ DA LIBERDADE", bancos de tábua corrida, afixados num piso inclinado o que permitia um maior conforto aos usuários. Mas, dando continuidade à introdução de melhorias no cinema, os longos banco de madeira foram substituídos por poltronas individuais bem como foram colocados ventiladores que atenuavam o calor da sala de projeção.
Apesar de todas as inovações introduzidas o "CINE BONFIM" continuava operando no mesmo local da antiga "A VOZ DA LIBERDADE", na Rua Mal. Deodoro com entrada pela Rua do Perau, e o desejo de Custódio Moraes era construir uma melhor e maior sede para o seu cinema que vinha de vento em popa. Após amealhar algumas economias, foi levantado um prédio na Avenida J. Seabra bem maior e mais confortável que as velhas instalações da "A VOZ DA LIBERDADE". Mas, por esse tempo, no começo dos anos 1980, a novidade da televisão que jogava sua programação de novelas e filmes por todo o interior do Estado, decretou a morte e o fechamento de centenas de cinemas espalhados por todas as cidades do interior. Xique Xique (BA) não foi exceção e lentamente a procura de ingressos para assistir filmes foi se reduzindo drasticamente e em pouco tempo o "CINE BONFIM", também, teve as suas portas fechadas por inviabilidade econômica e, a cidade continua sem sala de cinema até os dias de hoje, no que pese o ressurgimento, nos grandes centros, do salutar hábito de ver filmes nos cinemas.
Apesar de todas as inovações introduzidas o "CINE BONFIM" continuava operando no mesmo local da antiga "A VOZ DA LIBERDADE", na Rua Mal. Deodoro com entrada pela Rua do Perau, e o desejo de Custódio Moraes era construir uma melhor e maior sede para o seu cinema que vinha de vento em popa. Após amealhar algumas economias, foi levantado um prédio na Avenida J. Seabra bem maior e mais confortável que as velhas instalações da "A VOZ DA LIBERDADE". Mas, por esse tempo, no começo dos anos 1980, a novidade da televisão que jogava sua programação de novelas e filmes por todo o interior do Estado, decretou a morte e o fechamento de centenas de cinemas espalhados por todas as cidades do interior. Xique Xique (BA) não foi exceção e lentamente a procura de ingressos para assistir filmes foi se reduzindo drasticamente e em pouco tempo o "CINE BONFIM", também, teve as suas portas fechadas por inviabilidade econômica e, a cidade continua sem sala de cinema até os dias de hoje, no que pese o ressurgimento, nos grandes centros, do salutar hábito de ver filmes nos cinemas.
O antigo prédio do "CINE BONFIM", durante muitos anos ficou sub-utilizado abrigando bar para venda de bebidas alcoólicas e só recentemente, por volta do ano 2006, por conta de uma mobilização espontânea de homens e mulheres xiquexiquenses, foi totalmente recuperado e atualmente abriga a sede da instituição GEMIX-Grupo de Elevação da Melhor Idade em Xique Xique, que vem prestando excelentes serviços aos idosos da cidade.
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