Antes da construção das barragens de Sobradinho (BA) e Três Marias (MG), as cheias do Rio São Francisco eram cíclicas e constantemente esperadas pelos ribeirinhos.
Em todas elas, a cidade de Xique Xique foi atingida com a submersão de algumas ruas, forçando os moradores aprocurarem casas para alugar nos locais mais afastados da beira do rio.
Por isso as as enchentes sempre se constituiram num referêncial para todos os xiquexiquenses que anotavam e gravavam, com exatidão estatística cada subida do rio em direção à cidade.
Assim é que no dia 20 de junho de1857 a Câmara Municipal de Xique Xique (BA), enviou ao presidente da província da Bahia Dr. João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu um relatório sobre as várias enchentes do Rio São Francisco que atingiram a cidade, desde o ano de 1780. Vejamos o histórico de cada uma delas:
1780: As águas subiram oito palmos, inundou a Praça D. Máximo e chegou até às portas da Igreja Matriz do Senhor do Bonfim;Em todas elas, a cidade de Xique Xique foi atingida com a submersão de algumas ruas, forçando os moradores aprocurarem casas para alugar nos locais mais afastados da beira do rio.
Por isso as as enchentes sempre se constituiram num referêncial para todos os xiquexiquenses que anotavam e gravavam, com exatidão estatística cada subida do rio em direção à cidade.
Assim é que no dia 20 de junho de
1791: Foi uma enchente maior do que a do ano anterior; subiu dez palmos, inundou novamente toda a Praça D. Máximo e entrou na Igreja do Senhor do Bonfim, onde se elevaram três palmos;
1792: Foi a maior enchente que até então os moradores conheceram. As águas do Rio São Francisco subiram dezesseis palmos e inundou toda a cidade. A enchente foi tão grande que a Igreja do Senhor do Bonfim não resistiu ao volume de água no seu interior e desmoronou.
1802: Foi, também, uma grande enchente, tendo chegado até a segunda rua da cidade;
1813: Outra grande enchente, chegando novamente até a segunda rua da cidade e as águas nas ruas inundadas alcançaram a profundidade de três palmos.
1838: Foi uma enchente muito grande. As águas , alcançando a altura de dezesseis palmos na primeira rua e penetrou no templo da Igreja Matriz do Senhor do Bonfim onde subiu quatro palmos; na cadeia pública subiu a mesma altura, cobrindo praticamente toda a sede municipal.
Esta enchente de 1838 foi a primeira desde a emancipação política de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique!
1839: Foi uma repetição da enchente de 1838 ou, talvez, um pouco mais até.
1840: Repetiu-se o fenômeno. Novamente foi uma grande cheia como em 1838 e 1839. A cidade ficou coberta pelas águas do Velho Chico.
1841: Outra enorme enchente, com pequena diferença para a de 1840, de um ou dois palmos.
1843: É tida como a maior enchente que atingiu a cidade. Derrubou inúmeras casas e também o templo da Igreja Matriz do Senhor do Bonfim e Bom Jesus, que ainda estava sendo reconstruído do desmoronamento causado pela enchente de 17982.
Esse relatório foi assinado pelos seguintes vereadores: Manoel Fulgêncio de Azevedo – presidente, José de Sá e Lira, Frutuoso José de Carvalho, Antonio Joaquim Garrido e Antonio Roberto dos Santos.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique", de Cassimiro Machado Neto.
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