Era o tempo
das barcas à vela e à vara, quando imperava a carranca abrindo os caminhos
pelo Velho Chico.
Contudo,
para o canoeiro ou "paqueteiro", como era chamado em Xique-Xique (BA), a
visão da grande barca era sempre motivo de admiração, pois inevitável a
comparação com a sua pequenina canoa a remo.
Piloto de
canoa era, regra geral, pescador ou mini produtor que tirava o sustento da família, na pesca diária ou da
pequena lavoura plantada nas inúmeras ilhas do rio, adubada pelo humus deixado anualmente pelas enchentes.
Era na canoa ou "paquete" que o canoeiro
trazia os seus produtos para vender na feira de Xique-Xique (BA).
A barca, no
entanto, era o meio utilizado para o transporte de grandes cargas que
percorriam todo o Rio São Francisco. Os barqueiros eram os transportadores e
distribuidores dos produtos pelas cidades ribeirinhas, de Pirapora (MG) à
Juazeiro (BA). Ganhavam no frete e, eventualmente, também exerciam o comércio
ambulante e por conta própria com a venda de produtos no varejo às pequenas
comunidades barranqueiras.
Hoje, ainda
permanece a figura do canoeiro, remando a sua canoa, mas a barca à vela e à
vara, há muito foi substituída pelas barcas a motor.
Foto Marcel Gautherot
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