No dia 20 de junho de 1857 a Câmara Municipal de Xique Xique (BA) enviou ao presidente da província da Bahia Dr. João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu (19.08.1856-11.05.1858) um extenso relatório respondendo às 10 questões elaboradas pelo governo central da Bahia e que nos dá uma visão geral dos problemas que o grande município de Xique Xique estrava atravessando naquel época, no tocante à vida social, econômica e educacional.
Semanalmente estaremos divulgado os relatos sobre cada uma das questões enviadas ao presidente da Provincia da Bahia, cujo relatório foi assinado pelos vereadores Joaquim Estácio da Costa – presidente, Emigdio José de Carvalho, Liberato de Novais Sampaio, João de Deus Marino e Antonio Martins Santiago. Eis o Relatório:
"A Câmara Municipal, posto que iliterata passa a responder Circular enviada por V. Exª. datada de 14 do mês próximo findo, recebida anteontem, pela forma que julga mais acertada.
Quanto ao 1° quesito informa que os principais produtos agrícolas deste município é a farinha de mandioca, o milho, o feijão, o arroz, o fumo, o algodão e as canas, assim como os modos de fábricas usadas no município são as engenhocas, seus alambiques para o consumo das canas e extração de aguardente, e os teares comuns do município, aonde se organizam por diferentes formas o tecido de panos de algodões. Superabundam também neste município o ouro, o diamante (conquanto miúdo), a cal, a tabatinga, o caruá, a tabua, o azeite de peixes e o da mamona, a cera preta de carnaúba, a imbira que serve de estopa para calafeto das embarcações, os couros de reses e de criações miúdas depois de cortidos, o pano de algodão, o sal (e esse é ótimo!); as pescarias em abundância. E, tanto os da produção agrícola, como os demais têm tido nestes três últimos anos considerável alteração de preços; supõe-se que para os primeiros concorrem muito as irregularidades das estações."
A questão primeira está interessada na produto agropecuária e mineral do Município e a Câmara de Vereadores daquela época faz um relato detalhado do que produzíamos naquele distante ano de 1857, há 155 anos.
Na próxima semana veremos a segunda questão.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique - História de Chique Chique", do Prof. Cassimiro Machado Neto.
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