segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Crônica de Demósthenes Silva: OS INTENDENTES


            OS INTENDENTES
                    Demósthenes Silva 

Aquilo sim é que eram tempos. A política quase sempre tinha no governo o seu elemento vitorioso. Então, chamava-se Intendente o cavaleiro a quem hoje o nome de Prefeito.
Comícios não havia, quase sempre se tinha certeza preconcebida de quem levaria  nas urnas a vitória. Era o velho tempo dos coronéis. E como estes eram poucos a coisa era como se fosse uma espécie de rodízio, então, o Governo estava sempre na mão de meia dúzia de homens, de uma política hoje chamada passadista.
Esses homens, em matéria de letras, eram, de modo geral, como os prefeitos atuais. Mas pertenciam ao tempo em que um fio de cabelo da barba valia por um documento. Hoje, sem motivo e sem intenções de ataque, já não se pode dizer o mesmo dos nossos candidatos. Com raríssimas exceções, fogem à palavra dada para atender ao seu interesse pessoal.
Com os Intendentes, por exemplo, se a coisa era em favor da terra, todo mundo estava com o Governo Municipal. E a gente ia para onde o coronel queria. Não cito aqui o nome de nenhum intendente porque escrevo sem objetivo de ataques pessoais. Mas aproveito a oportunidade para dizer, tanto a amigos como adversários, que a palavra de um homem, dentro ou fora da política, é o retrato moral do mesmo.

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