Demósthenes Silva
Aquilo
sim é que eram tempos. A política quase sempre tinha no governo o seu elemento
vitorioso. Então, chamava-se Intendente o cavaleiro a quem hoje o nome de
Prefeito.
Comícios
não havia, quase sempre se tinha certeza preconcebida de quem levaria nas urnas a vitória. Era o velho tempo dos
coronéis. E como estes eram poucos a coisa era como se fosse uma espécie de
rodízio, então, o Governo estava sempre na mão de meia dúzia de homens, de uma
política hoje chamada passadista.
Esses
homens, em matéria de letras, eram, de modo geral, como os prefeitos atuais.
Mas pertenciam ao tempo em que um fio de cabelo da barba valia por um
documento. Hoje, sem motivo e sem intenções de ataque, já não se pode dizer o
mesmo dos nossos candidatos. Com raríssimas exceções, fogem à palavra dada para
atender ao seu interesse pessoal.
Com
os Intendentes, por exemplo, se a coisa era em favor da terra, todo mundo
estava com o Governo Municipal. E a gente ia para onde o coronel queria. Não
cito aqui o nome de nenhum intendente porque escrevo sem objetivo de ataques
pessoais. Mas aproveito a oportunidade para dizer, tanto a amigos como
adversários, que a palavra de um homem, dentro ou fora da política, é o retrato
moral do mesmo.
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