A 9ª edição do periódico "A ORDEM", circulou em Xique-Xique no dia 18 de setembro de 1931.
Como editorial trazia a matéria "Direito Brasileiro", que, assinado pelo Sr. Aldo Brito, critica a diminuição da
semana de trabalho nos garimpos, alegando que no começo trabalhava-se de
segunda-feira pela manhã até sábado meio-dia e naquele momento estava-se
trabalhando de segunda-feira à tarde até à tarde de sexta-feira.
Outra matéria sob o título "Nomeações", noticia que o
tenente Manoel Nunes Damásio apresentou os nomes de Manoel Martins Ramos para
primeiro suplente de Delegado Municipal de Xique-Xique, de Carlos Rodrigues
Lima para segundo e de Antenor Benevenuto para terceiro, os quais foram
nomeados.
Em seguida vem uma reportagem relativamente grande a respeito da "Conferência Literária", apresentada no
dia 10 de setembro, no Paço Municipal de Xique-Xique pelo Sr. Agripino Santana com o tema "O Valor
da Mulher e a Mulher Brasileira”, cuja mesa dos trabalhos foi
composta pelo Dr. Clício Bezerra Moreno, Juiz de Direito da Comarca, coronel
José de Souza Nogueira, Prefeito de Xique-Xique, Dr. Vítor Farani, Promotor
de Justiça, que foi o orador abrindo os trabalhos.
Na página dois, com o título de "Feitiçaria"
vem de Tiririca a interessante história de um açougueiro local que trocara cem mil réis para
uma pessoa de alcunha Dão, que recebeu o dinheiro trocado, mas não entregou a
nota de cem mil réis. Quando o açougueiro se deu conta do prejuízo foi procurar
Dão que jurou ter-lhe entregue a cédula. O açougueiro procurou, então, um feiticeiro
local que fez lá seu "trabalho" e
informou que Dão estava com a cédula de cem mil réis. O açougueiro retornou a Dão e este após ser pressionado devolveu somente oitenta e cinco mil réis, porque havia gasto
quinze mil réis.
Na página quatro o importante artigo "O
Código dos Interventores", reportagem que traz uma relação do 66 municípios do Estado Bahia que
por possuírem uma pequena receita tributária poderiam ser extintos, por
decreto do Interventor do Estado da Bahia, general Raymundo Barbosa. Dentre esses estão arrolados os
municípios de Barra, Barreiras, Xique-Xique
Casa Nova, Miguel Calmon, Guanambi, Conceição do Coité, Bom Jesus da Lapa,
Pilão Arcado, Santa Maria da Vitória, Seabra e Porto Seguro.
Em seguida uma nota de Agradecimento, de Gameleira do Açuruá,
assinada por D. Adelaide Gomes Sampaio e filhos, agradecendo as diversas
manifestações de pesar recebidas por ocasião do falecimento de seu esposo
coronel Alfredo de Magalhães Sampaio. Com o título "De Baía a Chique-Chique em automóvel", o "A ORDEM" entrevistou o Sr. Aziz Asmar, comprador de ouro e pedras preciosas que fizer a viagem, de automóvel, de Salvador até Xique-Xique. Eis a íntegra da entrevista:
"A ORDEM": O
carro sofreu alguma avaria?
Aziz: Não. Nem um pneu furou.
"A ORDEM": Quanto
gastou de gasolina?
Aziz: Três caixas.
"A ORDEM": Quantos
quilômetros tem a estrada?
Aziz: Não nos lembramos de marcar a
quilometragem. Pode ter calculadamente uns mil e poucos quilômetros.
"A ORDEM": Que
tal acharam da estrada?
Aziz: Muito boa. Há de fato alguns trechos que
precisam de alguns retoques. Por exemplo, a ladeira do Cedro, a entrada de
Cafarnaum.
O jornal conclui a reportagem emitindo seu próprio comentário:
"Bem
se vê que a viagem é mais rápida e mais econômica. Pode-se muito bem ir e
voltar em oito dias, deixando três dias para tratar de negócios na Capital.
Ainda na quarta página, um edital assinado pelo tabelião Sr. Virgílio Alves
Bessa, na qualidade de Oficial do Registro de Casamentos, datado de 20 de
agosto de 1931, publicando os proclamas de casamento dos noivos Vicente
Alves Feitosa Neto e Francisca Honória dos Santos, que desejam se casar.
Finaliza com uma lista de pessoas que transitaram em viagens por Xique-Xique,
dentre as quais, Adelino Félix que era o subprefeito de Gameleira do Açuruá e José
Pereira Alves Barreto, coletor estadual da mesma cidade.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique - História de Chique Chique" de Cassimiro Machado Neto.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique - História de Chique Chique" de Cassimiro Machado Neto.
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