quarta-feira, 19 de março de 2014

Aconteceu em Xique-Xique (BA), no século XIX: A SECA DE 1853


 
     O terceiro ano consecutivo de seca nos sertões nordestinos – 1851, 1852 e 1853 –, especialmente no sertão da província da Bahia levou seu presidente João Maurício Wanderley – Barão de Cotegipe – (20.09.1852-01.05.55) a fazer uma viagem mais longa: tomou um navio de carreira no porto da cidade do Salvador e viajou para a cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil. Foi levar o trágico e negligenciado problema da seca nordestina ao Imperador Dom Pedro II, o qual o recebeu em palácio, providenciou-lhe ajuda financeira e lhe fez promessas radicais.
     Depois de mais de sessenta dias entre ida e retorno, o presidente da província João Maurício Wanderley estava de volta a capital da Bahia. Sem perda de tempo – sendo um homem de apenas trinta e oito anos de idade – tomou a resolução de efetuar uma nova viagem aos sertões castigados pelas secas devastadoras, conduzindo consigo mais do que esperanças e promessas aos sofridos sertanejos.
     A maratona de socorro humano promovida pelo presidente da província da Bahia João Maurício Wanderley nas regiões sertanejas flageladas pelas secas de três anos consecutivos teve ressonância no palácio do Imperador Dom Pedro II, que considerou a romaria de ajuda às vítimas um ato de heroísmo do político baiano. A partir deste feito o líder político nordestino se tornou uma figura exemplar no conceito do monarca brasileiro.
     Registre-se, a bem da justiça que, entre os cinqüenta e um governadores da província da Bahia, poucos tiveram tanto prestígio junto a Sua Majestade quanto o barrense João Maurício Wanderley. Basta dar uma olhada em sua movimentada biografia.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique", de Cassimiro Neto 
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