O terceiro ano consecutivo de seca nos sertões nordestinos – 1851,
1852 e 1853 –, especialmente no sertão da província da Bahia levou seu
presidente João Maurício Wanderley – Barão de Cotegipe – (20.09.1852-01.05.55)
a fazer uma viagem mais longa: tomou um navio de carreira no porto da cidade do
Salvador e viajou para a cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil. Foi levar
o trágico e negligenciado problema da seca nordestina ao Imperador Dom Pedro
II, o qual o recebeu em palácio, providenciou-lhe ajuda financeira e lhe fez
promessas radicais.
Depois de mais de sessenta dias entre ida e retorno, o presidente da
província João Maurício Wanderley estava de volta a capital da Bahia. Sem perda
de tempo – sendo um homem de apenas trinta e oito anos de idade – tomou a
resolução de efetuar uma nova viagem aos sertões castigados pelas secas
devastadoras, conduzindo consigo mais do que esperanças e promessas aos
sofridos sertanejos.
A maratona de
socorro humano promovida pelo presidente da província da Bahia João Maurício
Wanderley nas regiões sertanejas flageladas pelas secas de três anos
consecutivos teve ressonância no palácio do Imperador Dom Pedro II, que
considerou a romaria de ajuda às vítimas um ato de heroísmo do político baiano.
A partir deste feito o líder político nordestino se tornou uma figura exemplar
no conceito do monarca brasileiro.
Registre-se, a bem
da justiça que, entre os cinqüenta e um governadores da província da Bahia,
poucos tiveram tanto prestígio junto a Sua Majestade quanto o barrense João
Maurício Wanderley. Basta dar uma olhada em sua movimentada biografia.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique", de Cassimiro Neto
90
Nenhum comentário:
Postar um comentário