domingo, 13 de abril de 2014

Recordando as copas: 1970 - MÉXICO

Estádio Azteca - México 1970

                    COPA DE 1970
A Copa dos grandes lances do Rei do futebol
          A nona, com 32 jogos e 95 gols,  foi realizada no México no ano de 1970, ocasião em que o Brasil sagrou-se tricampeão mundial. O jogo final foi realizado contra a  Itália que perdeu por 4 x 1.
Jogos decisivos aconteceram sob o sol do meio-dia. Só para que fossem transmitidos no final da tarde para a Europa.
O técnico da Seleção foi o ex-jogador  Zagallo, que foi campeão em 1958 e 1962, mas quem montou o time foi o treinador  João Saldanha, que, em plena ditadura brasileira, não aceitava os palpites do ditador Emílio Médici e, assim retrucava: "Ele escala o ministério, eu escalo a seleção".
Do meio para a frente, todos os jogadores do Brasil vestiam a camisa 10 nos seus times: Gérson (São Paulo), Jairzinho (Botafogo), Rivellino (Corinthians), Tostão (Cruzeiro) e Pelé (Santos) - o 10 da seleção.
Depois do jogo contra a Itália, em que o Brasil saiu vencedor,  os mexicanos invadiram o campo e arrancaram dos tricampeões camisas, chuteiras, meias e até os calções. Pelé deixou o campo de cueca e sombreiro.
Primeira Copa transmitida em cores para todo o mundo pela televisão, o Mundial de 1970 foi marcado por lances plásticos e geniais, protagonizados, principalmente, pela seleção brasileira de craques como Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho e Gérson. Desde os primeiros jogos até a final, o escrete canarinho encantou o mundo e arrebanhou a torcida dos anfitriões mexicanos, extasiados com o futebol ofensivo apresentado pelo time comandado por Zagallo.
O México recebia a Copa do Mundo pela primeira vez e a maior preocupação dos atletas era quanto ao calor intenso, já que os jogos teriam de se adequar à televisão europeia, o que resultava em partidas marcadas para horários escaldantes.
Outro destaque do torneio foi o atacante alemão Gerd Müller, artilheiro com impressionantes dez gols. Ele marcou um na virada sobre o Marrocos, fez três contra a Bulgária e repetiu a conta diante do Peru. Nas quartas de final, marcou, na prorrogação, o gol que eliminou a Inglaterra.
O jogo foi um dos muitos que entraram para a mitologia alemã de nunca se entregar em campo. Os germânicos perdiam por 2 x 0 a pouco mais de vinte minutos do fim do jogo. Franz Beckenbauer e Uwe Seeler, no entanto, empataram e levaram a partida para a prorrogação. A ironia foi que, antes de Müller decretar a vitória alemã, o árbitro anulou um gol do inglês Geoff Hurst, justamente o autor de um polêmico gol contra a Alemanha Ocidental na decisão da Copa de 1966. E os alemães tinham Müller, que marcou e garantiu a primeira vitória dos alemães sobre a Inglaterra em uma partida oficial.
Outro jogo que entrou para a história foi a semifinal entre Itália e Alemanha. A partida terminou empatado em 1 x 1, após Karl-Heinz Schnellinger marcar no último minuto do tempo regulamentar e levar os alemães a disputarem mais uma prorrogação. No tempo extra, o maior número de gols marcados na prorrogação em toda a história das Copas: foram cinco, dois deles de Gerd Müller. Os italianos, no entanto, marcaram três, e se garantiram na final. Para os alemães ficou eternizada a imagem do capitão Franz Beckenbauer, que deslocou o ombro e mesmo assim continuou jogando com uma atadura.
Mesmo tendo sofrido com a violência dos adversários em 1966, Pelé chegou a ser questionado por causa do fiasco da seleção brasileira na Inglaterra. Por isso, o Rei cogitou não jogar a Copa de 1970. Mas acabou cedendo e virou o alicerce de um time que, para muitos, ainda hoje seria difícil de ser batido.
A vitória por 4 x 1 sobre a Itália na final deu ao Brasil o direito de levar a Taça Jules Rimet para casa em definitivo. Para delírio dos mexicanos e assombro de espectadores do mundo inteiro, que viram a reluzente camisa amarela se transformar em ícone eterno da magia do futebol, Pelé compilou uma verdadeira antologia de jogadas incríveis em sua perfeita despedida das competições internacionais.
São inúmeros os exemplos de genialidade dados pelo camisa 10: a cabeçada perfeita, no canto direito do gol da Inglaterra, que selou a glória eterna do goleiro Gordon Banks, naquela que é considerada a maior defesa de todos os tempos; o chute dado de trás da linha do meio-de-campo diante da Tchecoslováquia, para desespero do arqueiro adversário, que viu a bola sair por pouco; o magistral drible sem tocar na bola sobre o goleiro uruguaio Mazurkiewicz, na jogada que só não terminou em gol para se tornar ainda mais mítica; e os quatro tentos marcados por Edson Arantes do Nascimento, um deles na final contra a Itália. 
Mas seria injusto atribuir somente a Pelé o encanto criado em campos mexicanos. O time formado por Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Gérson e Clodoaldo; Pelé, Jairzinho, Tostão e Rivelino ficou para sempre na memória de qualquer amante de futebol. O último gol marcado pelo Brasil na Copa de 1970, o quarto diante da Itália na decisão, mostra bem a beleza daquela seleção. O lance teve a participação de sete jogadores e culminou em um passe milimétrico de Pelé para o capitão Carlos Alberto Torres mandar às redes. Ao todo, foram seis vitórias em seis jogos, com 19 gols marcados, sete deles de Jairzinho, que entrou para a história por ter marcado em todos os jogos da Copa.
Fonte: FIFA

 
Seleção Brasileira de 1970

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