Estádio Azteca - México 1970 |
COPA DE 1970
A Copa dos grandes lances do Rei do futebol
A nona, com 32 jogos e 95 gols, foi realizada no México no ano de 1970, ocasião em que o Brasil sagrou-se tricampeão mundial. O jogo final foi realizado contra a Itália que perdeu por 4 x 1.
Jogos decisivos aconteceram sob o sol do meio-dia. Só para
que fossem transmitidos no final da tarde para a Europa.
O técnico da Seleção foi o ex-jogador Zagallo, que foi campeão em 1958 e 1962, mas quem montou o time foi o treinador João
Saldanha, que, em plena ditadura brasileira, não aceitava os palpites do ditador Emílio
Médici e, assim retrucava: "Ele escala o ministério, eu escalo a seleção".
Do meio para a frente, todos os jogadores do Brasil vestiam
a camisa 10 nos seus times: Gérson (São Paulo), Jairzinho (Botafogo), Rivellino (Corinthians), Tostão
(Cruzeiro) e Pelé (Santos) - o 10 da seleção.
Depois do jogo contra a Itália, em que o Brasil saiu vencedor, os mexicanos invadiram o campo e
arrancaram dos tricampeões camisas, chuteiras, meias e até os calções. Pelé
deixou o campo de cueca e sombreiro.
Primeira
Copa transmitida em cores para todo o mundo pela televisão, o Mundial de 1970
foi marcado por lances plásticos e geniais, protagonizados, principalmente,
pela seleção brasileira de craques como Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho e
Gérson. Desde os primeiros jogos até a final, o escrete canarinho encantou o
mundo e arrebanhou a torcida dos anfitriões mexicanos, extasiados com o futebol
ofensivo apresentado pelo time comandado por Zagallo.
O
México recebia a Copa do Mundo pela primeira vez e a maior preocupação dos
atletas era quanto ao calor intenso, já que os jogos teriam de se adequar à
televisão europeia, o que resultava em partidas marcadas para horários
escaldantes.
Outro
destaque do torneio foi o atacante alemão Gerd Müller, artilheiro com
impressionantes dez gols. Ele marcou um na virada sobre o Marrocos, fez três
contra a Bulgária e repetiu a conta diante do Peru. Nas quartas de final,
marcou, na prorrogação, o gol que eliminou a Inglaterra.
O jogo foi um dos
muitos que entraram para a mitologia alemã de nunca se entregar em campo. Os
germânicos perdiam por 2 x 0 a pouco mais de vinte minutos do fim do jogo.
Franz Beckenbauer e Uwe Seeler, no entanto, empataram e levaram a partida para
a prorrogação. A ironia foi que, antes de Müller decretar a vitória alemã, o
árbitro anulou um gol do inglês Geoff Hurst, justamente o autor de um polêmico
gol contra a Alemanha Ocidental na decisão da Copa de 1966. E os alemães tinham
Müller, que marcou e garantiu a primeira vitória dos alemães sobre a Inglaterra
em uma partida oficial.
Outro
jogo que entrou para a história foi a semifinal entre Itália e Alemanha. A
partida terminou empatado em 1 x 1, após Karl-Heinz Schnellinger marcar no
último minuto do tempo regulamentar e levar os alemães a disputarem mais uma
prorrogação. No tempo extra, o maior número de gols marcados na prorrogação em
toda a história das Copas: foram cinco, dois deles de Gerd Müller. Os
italianos, no entanto, marcaram três, e se garantiram na final. Para os alemães
ficou eternizada a imagem do capitão Franz Beckenbauer, que deslocou o ombro e
mesmo assim continuou jogando com uma atadura.
Mesmo
tendo sofrido com a violência dos adversários em 1966, Pelé chegou a ser
questionado por causa do fiasco da seleção brasileira na Inglaterra. Por isso,
o Rei cogitou não jogar a Copa de 1970. Mas acabou cedendo e virou o alicerce
de um time que, para muitos, ainda hoje seria difícil de ser batido.
A
vitória por 4 x 1 sobre a Itália na final deu ao Brasil o direito de levar a
Taça Jules Rimet para casa em definitivo. Para delírio dos mexicanos e assombro
de espectadores do mundo inteiro, que viram a reluzente camisa amarela se
transformar em ícone eterno da magia do futebol, Pelé compilou uma verdadeira
antologia de jogadas incríveis em sua perfeita despedida das competições
internacionais.
São
inúmeros os exemplos de genialidade dados pelo camisa 10: a cabeçada perfeita,
no canto direito do gol da Inglaterra, que selou a glória eterna do goleiro
Gordon Banks, naquela que é considerada a maior defesa de todos os tempos; o
chute dado de trás da linha do meio-de-campo diante da Tchecoslováquia, para
desespero do arqueiro adversário, que viu a bola sair por pouco; o magistral
drible sem tocar na bola sobre o goleiro uruguaio Mazurkiewicz, na jogada que
só não terminou em gol para se tornar ainda mais mítica; e os quatro tentos
marcados por Edson Arantes do Nascimento, um deles na final contra a
Itália.
Mas
seria injusto atribuir somente a Pelé o encanto criado em campos mexicanos. O
time formado por Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Gérson
e Clodoaldo; Pelé, Jairzinho, Tostão e Rivelino ficou para sempre na memória de
qualquer amante de futebol. O último gol marcado pelo Brasil na Copa de 1970, o
quarto diante da Itália na decisão, mostra bem a beleza daquela seleção. O
lance teve a participação de sete jogadores e culminou em um passe milimétrico
de Pelé para o capitão Carlos Alberto Torres mandar às redes. Ao todo, foram
seis vitórias em seis jogos, com 19 gols marcados, sete deles de Jairzinho, que
entrou para a história por ter marcado em todos os jogos da Copa.
Fonte: FIFA
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