Além do ouro da Serra do Açuruá, município de Gentio do Ouro (BA), o cristal de rocha de primeira qualidade, também teve grande procura por parte do garimpeiros de Xique-Xique (BA).
O garimpo de cristal, mais importante foi o que aconteceu em Xique-Xique (BA), no final da década de 1930 e que ficou conhecido como GARIMPO DO RUMO, localizado aproximadamente 40 km ao norte da cidade sede.
O escritor xiquexiquense Prof. Carlos Santos trata desse assunto com muita propriedade na sua obra Crônicas Xiquexiquíssimas, (Neograf – São Paulo – 2004), páginas 29, 30 e 31. Vejamos:
O escritor xiquexiquense Prof. Carlos Santos trata desse assunto com muita propriedade na sua obra Crônicas Xiquexiquíssimas, (Neograf – São Paulo – 2004), páginas 29, 30 e 31. Vejamos:
O GARIMPO DO RUMO
Em 1938, na Serra do Rumo,
descobriu-se a mais famosa e histórica mina de cristal de rocha do nosso
município. Naquela época o Garimpo do Rumo foi o maior gerador de riquezas,
superando o produto bruto gerado pela cera de carnaúba e pelo pescado.
A fama do novo Eldorado trouxe
para Xiquexique uma nova e inesperada população formada por indivíduos dos mais
distantes pontos do País. No auge da produção, aquele garimpo foi considerado
mais populoso do que mesmo a sede do município.
Era para lá que convergiam as novidades e as diversões de todos os matizes, tais como circos, parques, cinemas, etc. Naquele tumultuado ambiente, a multidão perdia a noção do tempo, não sabia, inclusive, em qual dia da semana se estava vivendo. Todo dia era dia de festa, todo dia surgiam novos milionários. A extravagância não tinha limites. Fumavam-se cigarros de fumo picado enrolado em papel moeda em sinal de que o dinheiro era farto e feito para ser gasto.
Os sanfoneiros se revezavam nas intermináveis festanças, acontecidas nos inúmeros meretrícios abarrotados de mulheres das mais diversas categorias, sendo em verdade, a maioria absoluta, formada por verdadeiras catraias.
Água potável era deveras difícil, apanhada no Estreito e carrega em corotes, em lombos de jumentos, a uma distância de nove quilômetros do fuzuê. O comércio de água era praticado por aqueles desafortunados que a sorte ainda não havia bafejado.
Era para lá que convergiam as novidades e as diversões de todos os matizes, tais como circos, parques, cinemas, etc. Naquele tumultuado ambiente, a multidão perdia a noção do tempo, não sabia, inclusive, em qual dia da semana se estava vivendo. Todo dia era dia de festa, todo dia surgiam novos milionários. A extravagância não tinha limites. Fumavam-se cigarros de fumo picado enrolado em papel moeda em sinal de que o dinheiro era farto e feito para ser gasto.
Os sanfoneiros se revezavam nas intermináveis festanças, acontecidas nos inúmeros meretrícios abarrotados de mulheres das mais diversas categorias, sendo em verdade, a maioria absoluta, formada por verdadeiras catraias.
Água potável era deveras difícil, apanhada no Estreito e carrega em corotes, em lombos de jumentos, a uma distância de nove quilômetros do fuzuê. O comércio de água era praticado por aqueles desafortunados que a sorte ainda não havia bafejado.
Estes, então,
tentavam fazer fortuna com algo mais fácil de obter do que o cristal. Assim o
precioso líquido era vendido em latas de vinte litros a custo mais elevado do
que mesmo os vidros de perfumes ou água-de-cheio com que as rameiras tomavam
banho.
A abundância do cristal de rocha extraído sem muito trabalho nas minas do garimpo do Rumo foi espantosa. O casario, desordenadamente, arruava-se com as bibocas que serviam como pontos de apoio, sempre por pouco tempo, ou seja, até que a euforia levasse todos para novas escavações, novas esperanças. À proporção que surgiam novos veios o povaréu partia naquela direção, deixando abandonados os rústicos casebres.
A abundância do cristal de rocha extraído sem muito trabalho nas minas do garimpo do Rumo foi espantosa. O casario, desordenadamente, arruava-se com as bibocas que serviam como pontos de apoio, sempre por pouco tempo, ou seja, até que a euforia levasse todos para novas escavações, novas esperanças. À proporção que surgiam novos veios o povaréu partia naquela direção, deixando abandonados os rústicos casebres.
OBS: O Garimpo do Rumo durou apenas 4 anos tendo sido destruído por um grande incêndio no ano de 1942. A atual população da comunidade Rumo, vive atualmente da agricultura e pouco se lembra do passado.
425
425
Nenhum comentário:
Postar um comentário