Estádio francês 1998 França no topo, sob a batuta de Zidane |
A décima sexta copa, com 64 jogos e 171 gols, foi realizada na França no ano de 1998 ocasião em que a França sagrou-se campeão mundial. O jogo final foi realizado contra o Brasil que perdeu por 3x0.
A geopolítica volta a em bolar o meio-campo: a separação da Tchecoslováquia e o desmembramento da Iugoslávia tornam as eliminatórias europeias ainda mais disputadas.
Terceira colocada na Copa, a estreante Croácia tinha em seu elenco jogadores que haviam atuado no passado pela Iugoslávia. O meia Prosinecki se tornou o primeiro - e único - a marcar gol por dois países diferentes na Copa.
Lesão, convulsão, crise nervosa.
Foi realizada até uma CPI para entender o que aconteceu com Ronaldo no dia da final. O fato é que a seleção entrou em campo nervosa.
É até hoje a única derrota do Brasil por três gols de diferença em Copas.
Aos 37 anos, o alemão Lothar Mattäus se tornou o jogador com mais partidas em Copas: 25 em cinco edições.
A
Copa do Mundo de 1998, na França, abriu mais oportunidades para o sonho de
várias nações de disputar um Mundial. Em vez de 24 participantes, o torneio foi
organizado com 32 equipes. Por isso, África do Sul, Japão e Jamaica conseguiram
se classificar pela primeira vez na história. O regulamento dividiu os
participantes em oito grupos, com quatro times em cada. Os dois melhores de
cada chave passariam para as oitavas de final.
O
torneio também teve um momento histórico. Irã e Estados Unidos, que desde 1979
eram ferrenhos inimigos políticos, caíram no mesmo grupo. Nenhuma das seleções
conseguiu se classificar para a segunda fase do torneio, mas os iranianos
comemoram muito a vitória sobre os Estados Unidos. Americanos e iranianos deram
exemplo de esportividade: posaram para fotos abraçados e trocaram gentilezas.
No fim, o placar apontou 2 x 1 para o Irã.
Mesmo
com as mudanças, as zebras continuaram a aparecer. A Espanha, por exemplo,
despediu-se de forma precoce depois de perder da Nigéria e empatar com o
Paraguai. Mas foi a Croácia de Davor Suker que se tornou a maior surpresa da
Copa. Separados da Iugoslávia, pela primeira vez os croatas jogavam como nação
independente. E a seleção comandada pelo técnico Miroslav Blažević mostrou
muita força.
Na
primeira fase, vitórias sobre Jamaica e Japão, que garantiram o segundo lugar
do grupo, atrás apenas da Argentina. Nas oitavas de final, os croatas
despacharam a Romênia, com vitória por 1 x 0, gol de Suker. Mas foi nas quartas
de final que a Croácia conseguiu o resultado mais impressionante. Diante da
tricampeã Alemanha, os croatas não se intimidaram e venceram por incontestáveis
3 x 0.
Na
semifinal, no entanto, os croatas tiveram que encarar a anfitriã França. Suker
ainda conseguiu abrir o placar, marcando seu sexto gol na competição e
garantindo a artilharia, mas o francês Lilian Thuram escolheu justamente aquela
partida para desencantar. Ele nunca havia marcado com a camisa da seleção
francesa. E, logo na semifinal, fez dois de uma vez, para decretar a vitória
dos franceses.
Depois
de verem a geração de Michel Platini ser eliminada duas vezes nas semifinais,
os franceses viam a própria seleção com alguma desconfiança. Zinedine Zidane,
que antes do Mundial chegou a dizer “eu vou ganhar essa Copa”, teve atuações
apagadas até a final e chegou a por em risco a classificação na primeira fase
ao pisar em um adversário, ser expulso e pegar dois jogos de suspensão. Mesmo
assim, os franceses venceram os três primeiros jogos e avançaram em primeiro
lugar do grupo.
Nas
oitavas de final, no entanto, o sufoco foi grande. Sem Zidane, a França teve de
suar muito para superar a retranca do Paraguai, que contava com o polêmico
goleiro Jose Chilavert e o excepcional zagueiro Carlos Gamarra. O gol da
vitória só veio na prorrogação, graças ao zagueiro Laurent Blanc.
Zidane
voltou nas quartas de final, diante da Itália, e ajudou a França a vencer nos
pênaltis. A semifinal, contra a Croácia, também foi emocionante: Thuram
precisou marcar seus dois primeiros gols com a camisa da seleção francesa para
que o time vencesse e avançasse à final.
Contra
o Brasil, campeão em 1994, Zidane finalmente mostrou seu futebol exuberante. Já
no primeiro tempo, o camisa 10 marcou dois gols e abriu 2 x 0 no placar.
Perdido em campo, os brasileiros não tiveram forças para reagir e coube a
Emmanuel Petit a tarefa de fechar o placar, antes do apito do árbitro
marroquino Said Belqola, o primeiro africano a comandar uma decisão de Copa do
Mundo da FIFA. A França era campeã pela primeira vez na história e a festa
tomou conta de todo o país, com destaque para os cerca de um milhão de
torcedores que lotaram a avenida Champs Élysées.
Onde está Ronaldo?
Como
campeão da Copa de 1994, o Brasil nem precisou disputar as Eliminatórias para o
Mundial da França. A preparação teve de ser feita por meio de amistosos. Mesmo
assim, a confiança era alta, já que a Seleção contava com Ronaldo, eleito pela
FIFA nos dois anos anteriores o melhor jogador de futebol do mundo.
Os
problemas, no entanto, começaram antes mesmo da Copa. Romário, ídolo na
campanha do tetra, foi cortado por contusão pelo técnico Zagallo pouco antes do
Mundial. Na época, o Baixinho jurou que a lesão era leve, mas a comissão técnica
mostrou-se irredutível. O atacante nunca se conformou.
Sem
Romário, o Brasil contava com Ronaldo, Bebeto e Rivaldo. Mas, na primeira fase,
o melhor jogador do apático time foi o volante César Sampaio. Nas duas
primeiras partidas, vitórias sobre Marrocos e Escócia. A derrota para a
Noruega, no entanto, expôs os problemas do time, embora não tenha comprometido
a vaga na segunda fase.
Uma
goleada fácil sobre o Chile nas oitavas de final voltou a animar a torcida. Nas
quartas de final, Rivaldo brilhou e marcou dois gols na vitória por 3 x 2 sobre
a Dinamarca. Na semifinal, diante da Holanda, a glória coube ao goleiro
Taffarel. O jogo terminou empatado e a decisão foi para os pênaltis. O camisa
1, então, se consagrou ao defender duas cobranças e colocar o Brasil em mais
uma final.
A
decisão, no entanto, foi um verdadeiro balde de água fria para os torcedores
brasileiros, que viram um time apático ser totalmente dominado pela França e
perder por 3 x 0.
Um
episódio ocorrido antes do jogo e até hoje não esclarecido totalmente entraria
de vez para as lendas das Copas do Mundo. O atacante Ronaldo sofreu uma
convulsão horas antes da partida decisiva. A entrada de Edmundo no time titular
chegou a ser anunciada pouco antes do jogo. Depois de ser avaliado por médicos,
Ronaldo foi liberado para jogar e entrou em campo. Os companheiros do atacante,
preocupados com a saúde do craque, teriam jogado sem foco. E o próprio Ronaldo
mostrou-se irreconhecível em campo.
Fonte: FIFA
Seleção de 1998 |
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