Estádio África do Sul - 2010 A Espanha, enfim, chega lá. |
A décima nona copa, com 64 jogos e 145 gols, foi realizada na África do Sul no ano de 2010 ocasião em que a Espanha sagrou-se campeã mundial. O jogo final foi realizado contra a Holanda que perdeu por 1x0.
Até hoje, há quem ouça o som das vuvuzelas, cornetas que
eram assopradas durante todo o tempo nos estádios pela torcida sul-africana. O
incômodo no restante do mundo, via TV, foi tamanho que a Fifa agora proíbe
qualquer instrumento similar nos estádios.
A seleção da Coreia do Norte foi a alegria da Copa. Não pelo futebol - eles ficaram em último lugar. Os
estreantes conquistaram o público devido às hilárias ordens do ditador Kim
Jong-II. Na mais emblemática, o líder decidiu que os jogos não seriam
transmitidos ao vivo no país. O motivo: evitar que os inexperientes jogadores
ferissem o orgulho nacional.
A Jabulani, bola oficial de 2010, foi muito criticada por seus movimentos "sobrenaturais". No fim da
Copa, cientistas da Nasa explicaram que as curvas exageradas aconteciam devido
às costuras e ao baixo peso da esfera - apenas 440 gramas. Em chutes com
velocidade superior a 73 km/h, sua superfície sofria deformações que tornavam o
trajeto "impossível de prever".
A Espanha se tornou a campeã do mundo com o píor ataque da
história: apenas oito gols. No mata-mata, venceu os quatro jogos por 1 a O - o
placar mais comum da competição, repetido 17 vezes.
A primeira Copa do Mundo em solo africano também contou com um
campeão inédito. Depois de boas campanhas que invariavelmente acabavam
frustradas em Mundiais, a Espanha enfim pode comemorar o título e entrar para o
seleto grupo de campeões da Copa. Em 19 edições do torneio, apenas oito
seleções conseguiram chegar ao topo: Brasil, Argentina, Uruguai, Itália,
Alemanha, Inglaterra, França e Espanha.
A Fúria, como é conhecida a seleção espanhola, se tornou o
primeiro time a conseguir vencer a Copa depois de perder a partida de estreia.
Com uma equipe mesclada entre jogadores do Barcelona e do Real Madrid, dois dos
maiores times do planeta, os espanhóis chegaram à África do Sul como um dos
favoritos. Mas, logo na primeira partida, amargaram uma inesperada derrota para
a Suíça.
Muitos colocaram o time espanhol em xeque, mas, aos poucos, a
Fúria foi se ajeitando. Ainda na primeira fase, vitórias sobre Honduras e Chile
garantiram a classificação para a segunda fase. Nas oitavas de final, um
adversário duro: o vizinho Portugal. O clássico ibérico foi bastante
equilibrado, mas um gol de David Villa colocou os espanhóis nas quartas de
final.
O Paraguai e seu sempre complicado sistema defensivo foram os
adversários seguintes. E, novamente, coube a David Villa se tornar o herói da
partida, dessa vez com um gol marcado a sete minutos do fim do tempo
regulamentar.
Na semifinal, os espanhóis pegaram os alemães. A rejuvenescida
seleção germânica foi a maior sensação do Mundial. Com jogadores habilidosos
como Mesut Özil Bastian Schweinsteiger e Thomas Müller ao lado dos veteranos
Lukas Podolski e Miroslav Klose, o time treinado por Joachim Löw mostrou uma
velocidade impressionante e deu show nos gramados sul-africanos. Antes de
enfrentar a Espanha, os alemães fizeram 4 x 1 na Inglaterra, nas oitavas, e 4 x
0 na Argentina, nas quartas. Mas a Fúria não se intimidou. De novo, os
espanhóis precisaram apenas de um gol para avançar. Dessa vez, o herói foi o
defensor Carles Puyol.
A Espanha chegava a uma final de Copa do Mundo pela primeira vez
em sua história. Do outro lado, a Holanda. Ou seja, a primeira Copa em solo
africano teria também um campeão inédito, qualquer que fosse o resultado do
jogo. Os holandeses também chegaram com moral, já que tinham eliminado o
Brasil, nas quartas de final, e o surpreendente Uruguai, na semi. Mas era a vez
da Espanha. E, depois de um 0 x 0 no tempo regulamentar, o craque Andres
Iniesta, do Barcelona, fez o gol mais importante da história do futebol
espanhol. As ruas da Espanha foram tomadas pela torcida enlouquecida e o
futebol de toque de bola idealizado pelo técnico Vicente Del Bosque, inspirado
no próprio Barcelona, virou referência em todo o planeta.
A ressurreição da Celeste
Bicampeã mundial na primeira metade do século passado, a seleção
do Uruguai penou no fim do século 20 e início do século 21.
Na América do Sul,
passou a ser a terceira força, atrás de Brasil e Argentina. Às vezes, nem isso.
Mas a excelente campanha no Mundial de 2010 simbolizou o resgate do futebol
uruguaio. Liderada por Diego Forlán, a seleção celeste se classificou em um
grupo que tinha França, a anfitriã África do Sul e o México. Depois, ainda
despachou a Coreia do Sul e Gana até ser eliminada pela Holanda na semifinal. O
quarto lugar foi o melhor resultado do Uruguai desde a Copa de 1970.
Outra surpresa foram os eslovacos. Na primeira participação em
uma Copa como país independente, a Eslováquia conseguiu se classificar para a
segunda fase, batendo a Itália no último jogo da etapa de grupos e obrigando a
Azzurra a dar adeus ao Mundial. Nas oitavas de final, no entanto, os eslovacos
acabaram eliminados, com uma derrota para a Holanda.
Segundo tempo
fatal
Depois da preparação excessivamente festiva e o consequente
fracasso em 2006, Dunga foi escolhido para ser o treinador do Brasil no ciclo
para a Copa de 2010. Tetracampeão em 1994 e com fama de disciplinador, o gaúcho
não tinha experiência como técnico, mas conseguiu uma série de resultados
positivos antes de embarcar para a África do Sul. Sob o comando de Dunga, a
Seleção Brasileira venceu a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de
2009.
O treinador formou um grupo de jogadores de sua confiança e
conseguiu colocar o Brasil mais uma vez como favorito. Tudo deu certo até o
segundo tempo das quartas de final. Na primeira fase, o Brasil ganhou da Coreia
do Norte e da Costa do Marfim, além de ter empatado com Portugal. Classificado
em primeiro do grupo, enfrentou o Chile nas oitavas de final. Resultado:
vitória tranquila por 3 x 0.
Contra a Holanda, a Seleção Brasileira fez um primeiro tempo
quase perfeito e foi para o intervalo vencendo por 1 x 0, gol de Robinho com
passe de Felipe Melo. Ninguém poderia imaginar o que viria no segundo tempo. A
Holanda empatou já aos sete minutos. A zaga falhou, o goleiro Julio Cesar saiu
mal e a bola, que tinha sido cruzada por Wesley Sneijder, desviou de leve em
Felipe Melo antes de entrar.
Desestabilizado, o Brasil se perdeu em campo e viu a Holanda
virar. Dessa vez, Kuyt desviou uma cobrança de escanteio e a bola caiu na
cabeça do baixinho Sneijder, que só mandou para as redes. A situação ainda piorou
quando, descontrolado, Felipe Melo fez falta e deu um pisão em Robben,
recebendo o cartão vermelho. Uma melancólica despedida para o Brasil.
Fonte: FIFA
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