quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Gestores de Xique-Xique (BA): Cel. FRANCISCO JOSÉ CORREIA - 6º Intendente

O 6º Intendente de Xique-Xique (BA) foi o Coronel FRANCISCO JOSÉ CORREIA, que governou o Município de maio de 1904 a maio de 1908.
Esse Intendente enfrentou uma grande crise econômica, política e social que começou a se desenhar no ano de 1900 na administração do seu antecessor Coronel  Praxedes Xavier da Rocha (1900-1904), devido à dispensa dos  "capangueiros", nome dado às pessoas  empregadas na exploração da borracha de maniçoba nas serras  do município de Xique-Xique, em função da queda vertiginosa dos preços do produto nos mercados internacionais.
Essa crise  amplia-se terrivelmente durante a gestão do coronel Francisco José Correia, chegando ao ponto de virar calamidade pública.
A visita do governador da Bahia, Dr. José Marcelino de Souza a Xique-Xique, no início de 1905, trouxe expectativa às lideranças políticas e ao povo de que a situação iria melhorar muito brevemente. O mandato do governador iria até o final de maio de 1908,  tempo suficiente para colocar em prática medidas que trouxessem dais melhores para todos. 
Mas, o tempo passava  e nada acontecia de novo, nem uma obra, nem um alto funcionário do governo estadual e a esperança ia murchando rapidamente.
 Agora, a crise toma ares de calamidade, pois são poucos empreendedores que permanecem na exploração das maniçobeiras. Muitos deles colocaram o dinheiro ganho nos alforjes e tomaram novo rumo para suas vidas, deixando para trás centenas de homens sem destino e sem futuro.
Xique-Xique, sede do município, estava tomada por centenas de homens em busca de um cantinho para se alojar, de um dia de serviço em troca de um prato de comida, maltrapilhos, mal encarados, desesperados, prontos a fazer qualquer coisa em troca de um simples prato de comida.
O coronel Francisco José Correia, na qualidade de intendente municipal, responsável pela vida pacata das famílias e dos trabalhadores, preocupava-se enormemente por aqueles inúmeros cidadãos flagelados pelo desemprego e pelas necessidades cotidianas.
O intendente municipal, após ter esgotado todos os tipos de alternativas discutidas com os cinco membros do Conselho Municipal, decide convidar proprietários e fazendeiros, buscando sugestões e cooperação para recolocar muitos daqueles cidadãos.
Algumas dezenas de ex-"capangueiros" foram convidados por alguns fazendeiros a irem trabalhar como vaqueiros e capatazes, a maioria absoluta, entretanto, permanecia perambulando pelas vais públicas. O tesouro municipal não dispunha de recursos financeiros para lhes pagar as passagens nos vapores que desciam para Juazeiro(BA) ou nos que subiam para Pirapora (MG). Um ou outro conseguia com algum comandante uma espécie de carona e partia em busca de um novo destino.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique", de Cassimiro Neto
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