A AMEAÇA NUCLEAR
Hoje, 11 de abril de 2011 faz um mês que os japoneses foram surpreendidos pela maior catástrofe que a natureza pode produzir: a união de um terremoto com um tsunami.
Era uma manhã de sábado, ainda noite de sexta-feira no Brasil, quando os japoneses residentes na costa nordeste acordaram e se depararam com um cenário de devastação sem precedentes na história do País, provocado por um terremoto no fundo do mar de magnitude 9 na escala Richter combinado com um tsunami com ondas gigantes de até 14 metros de altura que destruiu cidades costeiras arrancando edifícios e carregando grandes veículos como se fossem carros de brinquedos.
Mas, esse dano natural nada representa em relação ao dano maior provocado pelas usinas nucleares que atualmente fornecem energia ao povo japonês.
A central nuclear japonesa Fukushima Daiichi, atingida por uma dessas ondas gigantes foi varrida do mapa, bem como a sua congênere Fukushima Daini situada a 10 km ao sul da primeira e a 250 km da capital Tókio.
Nessas duas Usinas Nucleares, imprevidentemente construídas à beira mar de um pais geologicamente instável está ocorrendo, até hoje, vazamentos de radiações que por certo trarão prejuízos e danos à saúde dos japoneses por muitos e muitos anos. No momento da tragédia 46 mil moradores em um raio de dez quilômetros das usinas nucleares foram retirados emergencialmente de suas casas e transportados para lugares seguros. Porém, segundo a televisão japonesa, no momento da explosão das usinas ainda havia cerca de 800 pessoas nas redondezas, algumas delas idosas.
O time de cientistas que, ainda, está controlando a situação na usina nuclear de Fukushima, por medida de precaução agora inclui um robô, conhecido como Monirobot, que é usado para situações em que os níveis de radiação são muito altos para humanos.
Recentemente esses cientistas descobriram uma rachadura de 20 centímetros numa câmara de dois metros de profundidade onde estão os cabos do reator número 2 que se acredita ser a fonte de vazamento de água altamente tóxica do núcleo do reator da Fukushima Daiichi. Engenheiros tentaram selar, com concreto, essa rachadura mas não conseguiram. Então, como recurso extremo estão injetando uma mistura de serragem, jornal picado e um polímero que pode expandir até 50 vezes seu tamanho normal quando combinado com água para ver se vedam a rachadura.
Um outro problema que está surgindo como conseqüência da destruição das usinas nucleares é a poeira radioativa. O vento forte leva nuvens de areia radioativa e demais partículas irradiadas espalhando-as pelos arredores. A solução teórica sugerida seria cobrir todo o território da usina nuclear com uma resina sintética líquida. Esse material criaria uma película capaz de prender todas as partículas radioativas. A central seria coberta por um capuz feito de um tecido especial. Acreditam os cientistas que essas providências hão de atenuar a corrente de radiação fugindo de dentro do reator e prevenir espalhamento da poeira. Para dizer a verdade, ainda não se sabe quando será possível realizar esse projeto, porque os reatores ainda não foram resfriados.
Desde os lançamentos das bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, também cidades japonesas, e após a grande demanda dos países ditos desenvolvidos pela introdução da energia nuclear, os políticos e cientistas do mundo inteiro têm-se debruçados sobre a polêmica criada em torno dessa energia, transformada assim na alternativas energéticas mais polemizada no mundo. As autoridades discutem se valerá a pena implementar centrais de produção nuclear ou se devemos apostar noutras energias renováveis. São muitas, pois, as vantagens e desvantagens desse tipo de energia elencados pelos cientistas: I) Vantagens:- não contribui para o efeito de estufa (principal); - não polui o ar com gases de enxofre, nitrogénio, particulados, etc.; - não utiliza grandes áreas de terreno para ser implantada a usina: - não depende da sazonalidade climática (nem das chuvas, nem dos ventos);- pouco ou quase nenhum impacto sobre a biosfera - grande disponibilidade de combustível; - é a fonte mais concentrada de geração de energia - a quantidade de resíduos radioativos gerados é extremamente pequena e compacta; - a tecnologia do processo é bastante conhecida; - o risco de transporte do combustível é significativamente menor quando comparado ao gás e ao óleo das termoelétricas; - não necessita de armazenamento da energia produzida em baterias; II) Desvantagens:- necessidade de armazenar o resíduo nuclear em locais isolados e protegidos;- necessidade de isolar a central após o seu encerramento;- é mais cara quando comparada às demais fontes de energia;- os resíduos produzidos emitem radiatividade durante muitos anos;- dificuldades no armazenamento dos resíduos, principalmente em questões de localização e segurança;-pode interferir com ecossistemas;- grande risco de acidente na central nuclear.
A tragédia do Japão não foi o primeiro acidente nuclear acontecido no mundo e não será o último. Sem se falar em Hiroshima e Nagasaki, cidades japonesas que receberam bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos durante a Segunda Grande Guerra, outros desastres acidentais aconteceram ao longo dos últimos anos, com destaque para CHERNOBYL e a ACIDENTE COM O CÉSIO 137 que contaminou a cidade de Gioânia (GO), em 1987. Esses dois acidentes serão analisados nas próximas semanas.
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