Quase que por acaso descobri a existência do livro “Poemas, Crônicas e Cartas”, da autoria do xiquexiquenses DEMÓSTHENES SILVA. O valioso livro me foi gentilmente remetido por Terezinha Magalhães Silva Alvim, filha do autor e para mim foi como ter encontrado uma pepita de ouro nos garimpos do Gentio ou um cristal sem jaça nos garimpos do Rumo.
A partir de agora o Blog Juarez Morais Chaves estará publicando, semanalmente as obras literárias do grande Demóstenes para conhecimento dos jovens xiquexiquense e também dos velhos que tiveram o prazer de conhecê-lo em vida.
A partir de agora o Blog Juarez Morais Chaves estará publicando, semanalmente as obras literárias do grande Demóstenes para conhecimento dos jovens xiquexiquense e também dos velhos que tiveram o prazer de conhecê-lo em vida.
Demósthenes Silva
À zero hora que aí vem, aos pródromos de uma nova aurora, a ampulheta do tempo, inexorável, mascara o término de um ano e o início de outro. Como sempre o ano que se foi desfilou na passarela do dia-a-dia, entre risos de uns e lagrimas de outros, marcando épocas e fazendo História. Enquanto em muitas nações euforicamente vibram os guizos da alegria, em outras, sob o manto da tristeza e da saudade, gargalham as metralhas e troavam os canhões.
Com esses dados, muitos homens fazem um balancete, buscando entre o débito e o crédito do ano extinto algum haver em favor da humanidade, mas não realizam seu próprio balancete, uns por medo e outros, por descrença de saberem da sua conta perante Deus.
Na dança da vida, qual relâmpagos, os dias voam e os anos se sucedem cada vez mais rápidos e só a neve dos cabelos e o cansaço do corpo fazem o homem despertar para a noite que chega, na aridez do outono da sua vida, muitas vezes desperdiçada em parte ou totalmente.
Amigo, você que me ouve, o que tem feito pelo próximo? Qual a ajuda que tem dado à comunidade a que pertence? O que tem feito, enfim, em matéria de amor? Não me responda. Responda para dentro, a você mesmo, mas com sinceridade, após um exame de consciência.
Os homens são como os anos. Quando passam, deixam sempre uma lembrança, boa ou má. Procure fazer com que, um dia, seja lembrado com saudade e com amor. Não sei quem você é perante os homens, mas sei que, igual a mim, aqui na Terra, um dia será caveira. O que interessa, entretanto, é o que somos perante Deus. Procure, pois, neste ano que se inicia, ver e julgar a si mesmo, através os atos, eliminando os ruins e aumentando os bons. Semeie mais amor no lar, na sociedade. Pratique a divina tentativa de cristalizar o seu espírito.
A concupiscência destrói-nos, enquanto a venda da ilusão nos cega, no tragicômico carnaval da vida. E preciso despertar, sair da letargia, pois você só será alguma coisa perante Deus quando se convencer de que nada é perante os homens.
Em cada ano que se acaba você se acaba um pouco. Dentro de um deles você se acabará fatalmente. Pode ser distante de hoje, mas pode ser amanhã também.
Esta crônica contribuição da Prefeitura Municipal, não tem alvo algum entre pessoas e se refere a todas elas, iniciando pela do seu autor.
Não é objeto de crítica ou de ataque, é convite, advertência fraternal e acima de tudo, saudação sincera, com votos de um ano-novo próspero, exuberante de felicidades terrenas e espirituais, sob a sagrada proteção do querido "Senhor do Bonfim".
Esta crônica foi lida pelo autor no dia 31.12.1973 através do serviço de alto-falantes "A Voz da Liberdade" de Xique Xique (BA).
À zero hora que aí vem, aos pródromos de uma nova aurora, a ampulheta do tempo, inexorável, mascara o término de um ano e o início de outro. Como sempre o ano que se foi desfilou na passarela do dia-a-dia, entre risos de uns e lagrimas de outros, marcando épocas e fazendo História. Enquanto em muitas nações euforicamente vibram os guizos da alegria, em outras, sob o manto da tristeza e da saudade, gargalham as metralhas e troavam os canhões.
Com esses dados, muitos homens fazem um balancete, buscando entre o débito e o crédito do ano extinto algum haver em favor da humanidade, mas não realizam seu próprio balancete, uns por medo e outros, por descrença de saberem da sua conta perante Deus.
Na dança da vida, qual relâmpagos, os dias voam e os anos se sucedem cada vez mais rápidos e só a neve dos cabelos e o cansaço do corpo fazem o homem despertar para a noite que chega, na aridez do outono da sua vida, muitas vezes desperdiçada em parte ou totalmente.
Amigo, você que me ouve, o que tem feito pelo próximo? Qual a ajuda que tem dado à comunidade a que pertence? O que tem feito, enfim, em matéria de amor? Não me responda. Responda para dentro, a você mesmo, mas com sinceridade, após um exame de consciência.
Os homens são como os anos. Quando passam, deixam sempre uma lembrança, boa ou má. Procure fazer com que, um dia, seja lembrado com saudade e com amor. Não sei quem você é perante os homens, mas sei que, igual a mim, aqui na Terra, um dia será caveira. O que interessa, entretanto, é o que somos perante Deus. Procure, pois, neste ano que se inicia, ver e julgar a si mesmo, através os atos, eliminando os ruins e aumentando os bons. Semeie mais amor no lar, na sociedade. Pratique a divina tentativa de cristalizar o seu espírito.
A concupiscência destrói-nos, enquanto a venda da ilusão nos cega, no tragicômico carnaval da vida. E preciso despertar, sair da letargia, pois você só será alguma coisa perante Deus quando se convencer de que nada é perante os homens.
Em cada ano que se acaba você se acaba um pouco. Dentro de um deles você se acabará fatalmente. Pode ser distante de hoje, mas pode ser amanhã também.
Esta crônica contribuição da Prefeitura Municipal, não tem alvo algum entre pessoas e se refere a todas elas, iniciando pela do seu autor.
Não é objeto de crítica ou de ataque, é convite, advertência fraternal e acima de tudo, saudação sincera, com votos de um ano-novo próspero, exuberante de felicidades terrenas e espirituais, sob a sagrada proteção do querido "Senhor do Bonfim".
Esta crônica foi lida pelo autor no dia 31.12.1973 através do serviço de alto-falantes "A Voz da Liberdade" de Xique Xique (BA).