quarta-feira, 5 de março de 2014

Aconteceu em Xique-Xique (BA), no século XIX: GRANDE SECA - 1852


Outra tremenda seca
 
       No ano de 1852 houve uma  espécie de continuação da grande seca  de 1851, dizimando ou expulsando centenas de famílias inteiras, que fugiram  dos seus rincões em busca de sobrevivência, salvando a própria pele e os filhos.
     Os bens praticamente não existiam, a não ser um pedaço de chão seco e imprestável, por mais um ano de seca. As últimas aves do quintal foram transformadas no último prato de pirão de farinha, antes da partida desesperada para lugares incertos e não sabidos.
     O presidente da província da Bahia, Francisco Gonçalves Martins – Visconde de São Lourenço – (12.10.1848-03.05.1852) fora notificado por ofício da Câmara Municipal de Xique-Xique, deixando uma tarefa grave para o sucessor, o sertanejo João Maurício Wanderley – futuro Barão de Cotegipe – (20.09.1852-01.05.1855), conhecedor profundo da vida e do flagelo da seca, pois nascera em Barra (BA) e fora Juiz de Direito em Xique-Xique.
    O presidente da província João Maurício Wanderley visitou o sertão baiano, em uma viagem penosa, trazendo socorro e esperança às multidões de famintos.
Amenizou o sofrimento e a dor, diminuindo sensivelmente a quantidade de óbitos causados pela desnutrição, mas não encontrou recursos suficientes para sanar definitivamente as consequências de fenômenos semelhantes no futuro.
O presidente da província da Bahia foi devidamente informado pela Câmara Municipal de Xique-Xique, entretanto foi quase invisível o socorro chegado até os flagelados.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique", de Cassimiro Neto
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