domingo, 31 de janeiro de 2010

Foto Antiga - Enchente de 1949

Rua Monsenhor Costa

Esta é uma fotografia obtida em 1949, por ocasião de uma grande enchente em Xiquexique.
A casa em primeiro plano era a residência da profa. Emidinha e a segunda casa era o imóvel onde mais tarde foi instalada a Pensão do Sr. Abdias, pai de Abvalho, que vieram da Tiririca residir em Xiquexique.
A rua era bastante pequena e a última casa, se não me engan,o era do Sr. Marçal.
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Intendentes e Prefeitos de Xiquexique

Intendente Cel. Francisco Xavier Guimarães
– 1920-1922 –

Mandato: 18 de abril de 1920-22 de dezembro de 1922.
Presidentes da República: Epitácio da Silva Pessoa (28.07.1919- 15.11.1922);
Artur da Silva Bernardes (15.11.1922-15.11.1926).
Governadores da Bahia: Antonio Ferrão Moniz de Aragão (28.03.1916-28.03.1920) e
José Joaquim Seabra (28.03.1920-28.03.1924).

O Cel. Francisco Xavier Guimarães aceita o convite que lhe faz o governador da Bahia, Dr. José Joaquim Seabra para assumir a Intendência Municipal, como o 13º Intendente de Xiquexique, em substituição ao Cel. Lindolpho de França Bastos, seu amigo e compadre. Na ocasião foram nomeados, também, os cinco conselheiros do Poder Consultivo, composto pelos cidadãos Cel. José de Souza Nogueira, Cel. Agrário de Magalhães Avelino, Cel. Manoel Antunes Bastos, Cel. Zoroastro Ferreira Lustosa e o Cel. Genuíno Carvalho dos Santos.
O Cel. Francisco X. Guimarães já vinha exercendo há muitos anos, eleito pelo povo, o cargo de Conselheiro Municipal, mandatos em que teve oportunidade de defender os interesses dos cidadaõs xiquexiquenses
Não obstante a escassez de recursos próprios da municipalidade, e sem receber recursos do tesouro estadual, restou ao novo Intendente usar a criatividade e a imaginação para realizar alguma coisa na cidade. Assim, optou por executar pequenos projetos, cujos custos seriam perfeitamente suportados pelo erário municipal e, ao cabo de dois anos e oito meses de mandato deixou um rastro de realizações consideráveis para um município de tão pequena renda.
Dando prioridade à educação, o Intendente ampliou o quadro professores leigos e aumentou o salário mensal dos mesmos. Estimulou os cidadãos e cidadãs que tinham conhecimento cultural a instalarem nas próprias residências sala de aulas, aumentando assim a quantidade de vagas no ensino elementar.
Como não existia assistência médica em Xiquexique, tentando atenuar o problema o Intendente resolveu contratar um médico na vizinha cidade da Barra que ia a Xiquexique a cada 15 dias para consultas e dar uma mínima assistência à saúde da população.
Entre as realizações do Intendente, consta, curiosamente a construção do caixão da misericórdia que serviu durante muitos anos para enterrar os pobres livrando-os de serem carregados para o cemitério enrolados em redes ou esteira de palha.
Também foi o autor do projeto dando o nome do Governador da Bahia, J.J. Seabra, à principal avenida da nossa cidade, em retribuição ao esforço por ele despendido que culminou com a restauração da paz em Xiquexique, acabando com o que ficou conhecido como "Barulhos de Xiquexique" que aconteceu no período de 1910 a 1915.
Em novembro de 1922 o Cel. Francisco Xavier Guimarães adoeceu e necessitou se dirigir à vizinha cidade da Barra para se submeter a alguns exames médicos. No que pese a orientação médica de que bastaria alguns dias de repouso o Cel. Francisco Xavier Guimarães preferiu encaminhar um ofício ao governador Dr. José Joaquim Seabra solicitando afastamento definitivo, alegando problemas de saúde, pelo que, em 28 de novembro de 1922, entregou o cargo ao governador da Bahia.
Durante o mandato do Cel. Francisco Xavier Guimarães aconteceram os seguintes fatos:
07 de setembro de 1920: Foi fundado o Clube Cultural e Recreativo Sete de Setembro, marcando o início das as comemorações do Centenário da Independência do Brasil.
22 de outubro de 1920: Nasceu o Sr.Francisco Rodrigues Soares, na Fazenda Santo Antonio, distrito de Ibiraba, município de Barra, estado da Bahia, filho de Antonio Rodrigues Soares e de Maria da Assunção Rodrigues Soares. Francisco Rodrigues se casou com D. Marilusa Morais Soares, no dia 13 de dezembro de 1951, no templo da Igreja Matriz do Senhor de Bonfim, na cidade de Chique-Chique. A cerimônia foi celebrada pelo padre José de Oliveira Bastos, o ‘padre Bastos’. O casal teve três filhos: Luzia Maria Soares, Antonio Henrique Morais Soares e Gilvanete Pereira de Morais Soares.
15 de maio de 1921: Nasceu o Sr. Domingos Alves da Costa, filho de Manoel Alves da Costa e de Maria Teodora da Costa, conhecido na cidade como ‘Domingos Pilão Arcado". A Câmara de Vereadores prestou-lhe uma homenagem, colocando seu nome em uma unidade escolar localizada na Rua Virgílio Bessa. Domingos Alves da Costa faleceu no dia 17 de setembro de 2001, estando sepultado no cemitério de Chique-Chique.
07 de junho de 1921: Hermenegildo de Souza Nogueira se casou com Erotides Bessa Nogueira, na cidade de Chique-Chique, estado da Bahia. O casal teve quatro filhos: Ropper, Dilton, Dílson e Ezy.
14 de junho de 1921: Nasceu o Sr.Samuel Rodrigues Soares, em Icatu, distrito de Barra, estado da Bahia, filho de João Rodrigues Soares e de Neufrides de Assunção Soares. Casou-se com D. Zita Magalhães Soares, no dia 20 de dezembro de 1947.
16 de maio de 1922: Nasceu o Sr. João Figueiredo Neto, no povoado de Iguitu, próximo a Tiririca do Bode – atual cidade de Ibipeba –, município de Gameleira do Açuruá, estado da Bahia, filho de Pedro de Figueiredo Rocha e de Hormezinda Rocha de Figueiredo. Casou-se com D. Amália Rocha de Figueiredo, no dia 27 de junho de 1943.
10 de agosto de 1922: Nasceu a Profa. Zilda Rodrigues de Andrade, na localidade de Tiririca do Bode – atual cidade de Ibipeba –, município de Gameleira do Açuruá, estado da Bahia, filha de Francolino Andrade e de Durvalina Rodrigues de Andrade. Zilda concluiu o Curso de Formação para o Magistério Primário, no ano de 1943, no Colégio Santa Eufrásia, na cidade de Barra, estado da Bahia. Lecionou, até a sua aposentadoria, nas Escolas Reunidas Cezar Zama. Eu tive a honra e o prazer de ter sido aluno da Profa. Zilda (conhecida como Divininha), no período de 1952 a 1954.
13 de setembro de 1922: Nasceu o Sr. Aristóteles Marçal da Silva, em Marrecas – atual Iguira –, município de Xiquexique, filho de José Marçal da Silva e de Júlia Rosa da Silva. Casou-se com D. Olindina Pereira Silva e tiveram sete filhos. Faleceu no dia 13 de maio de 1982, na cidade de Chique-Chique. Seu corpo foi sepultado no cemitério central da cidade.
19 de outubro de 1922: Nasceu o Sr. Edgardo Pessoa da Silva, na cidade do Salvador, capital do estado da Bahia, filho de Leocádio Pessoa da Silva e de Sinésia Silva. destacou-se na cidade como um excelente mecânico de automóveis, possuindo uma das oficinas mais bem equipadas da cidade. Faleceu no dia 24 de agosto de 1983, na cidade de Brasília, Distrito Federal. Seu corpo foi trasladado para Xiquexique, estando sepultado no cemitério central da cidade.

OBS.: Informações extraídas e selecionadas do livro "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique". Ed. 1999. Autor: Cassimiro Machado Neto





Crônica - Festa de Senhora Sant'Ana em Gameleira



Festa de Sant'Ana em Gameleira do Assuruá

Em julho do ano passado, precisamente no dia 26 encontrava-me em Gameleira do Assuruá para mais uma vez participar dos festejos religiosos em homenagem à Senhora Sant'Ana. Desde quando era menino em Xiquexique, ouvia os comentários sobre essa festa que se realizava numa pequenina vila situada no alto da Chapada Diamantina, num clima europeu de 15 graus. Era praticamente uma festa familiar promovida e freqüentada por todos os parentes que residiam ali ou em outras cidades. Na última semana de julho as pessoas que moravam fora de Gameleira, mesmo em outros Estados, começavam a chegar pois a festa não se resumia somente ao dia 26, o dia da Santa, mas por todo os 9 dias que o antecedia nos quais se celebram as novenas freqüentadíssimas por todos os gameleirenses.
Antes da existência da pavimentação asfáltica que liga os 60 km entre Xiquexique (BA) e Gameleira, a viagem, contam os mais velhos, era uma verdadeira odisséia tendo-se que subir a Chapada passando por cima de um amontuado de pedras haja vista a inexistência de uma estrada mesmo precária. Somente alguns conhecedores do trecho e com um pouco de loucura se arriscavam a colocar o seu veículo, mesmo com tração nas 4 rodas. Entre esses “loucos” destacou-se Alberto Gomes Sampaio, ali nascido, que durante toda a sua vida produtiva incluiu a viagem para a Gameleira como fazendo parte da sua atividade comercial. Nunca deixou que gêneros de primeira necessidade viessem a faltar aos seus conterrâneos e, várias vezes por mês, subia a serra com o seu “jeep” e mais tarde num canhãozinho repleto de mercadorias.
Comecei a freqüentar a festa de Santana após a chegada do asfalto, algo em torno de 3 ou 4 anos e por influência da Terezinha, minha esposa, que é gameleirense e sempre me contava estórias sobre esse importante evento religioso. Realmente, a Festa de Santana é de uma beleza sem par. É emocionante se constatar a fé e o carinho piedoso com que os fiéis tratam Senhora Sant'Ana e o cuidado que têm para com o pequenino templo que sempre se apresenta impecavelmente limpo e pintado com as cores azul e branca. No que pese a importância da festa para comunidade, os sacerdotes somente aparecem para as celebrações dos dois últimos dias. A missa do dia 25 de julho, véspera da festa e último dia da novena, sempre é celebrada pelo Padre Paulo Ribeiro, filho da Gameleira e residente na cidade de São Paulo mas que, por nenhum motivo, deixa de estar presente. A sua missa, mesmo não sendo a do dia 26, para mim é a mais bonita, pois o Padre Paulo nascido e criado naquele lugarejo, faz, na sua homilia uma verdadeira viagem no tempo ao relembrar, nominalmente, todos os filhos dali, presentes, ausentes e mesmo os que já partiram dessa vida terrena. Como ninguém conhece a vida e a história de cada uma das pessoas do lugar e faz desse conhecimento, na sua homilia, um momento de muito carinho e de muita emoção. As pessoas quedam num grande silêncio para ouvir o sacerdote relembrar as histórias de cada uma dessas pessoas. É um momento muito bonito e emocionante, principalmente para os gameleirenses.
A procissão vespertina e a missa campal às 18 horas do dia 26 de julho, sempre são promovidas pelos padres sediados na Paróquia de Gentio do Ouro, sede do município a que pertence Gameleira. Chegam geralmente pela manhã para nesse período celebrarem os batizados e algum casamento programado para o dia. São sacerdotes vocacionados mas que por mais que se esforcem não exibem e beleza da missa celebrada pelo Padre Paulo, pois, lhes falta o conhecimento da cultura gameleirense. Além de serem padres oriundos de outros Estados da Federação, permanecem o ano todo residindo na Cidade de Gentio do Ouro e não têm um maior contato íntimo com o povo da Gameleira. Não obstante, isso não empana o brilho da festa ante a alegria do povo pela homenagem à sua padroeira.
No ano de 2009, no entanto, a festa de Senhora Sant'Ana, na Gameleira, teve o seu brilho natural aumentado pela presença do ilustre Cidadão do Mundo Dom Luiz Flávio Cappio, Bispo da Diocese da cidade de Barra (BA), pastor da comunidade de Gameleira e que desejando prestigiar a homenagem à Mãe de Maria fez questão de celebrar a missa festiva do dia 26 de julho. A sua decisão de estar presente em Gameleira no dia de Sant'Ana foi alegremente esperada por todos ante o fato de os gameleirenses terem intimidade com aquele prelado muito antes dele ser sagrado Bispo. Ainda como Frei, foi morador, como ermitão e por muitos anos, numa modesta casa na Chapada Diamantina, próxima à Gameleira, frequentemente visitada por todo os que desejavam receber uma palavra de conforto. A sua elevação dentro da hierarquia católica não lhe tirou a humildade e a modéstia que sempre foram as suas características. Chegou a Gameleira às 9 horas do dia 26 tendo lá permanecido até às 19 horas quando se deu o encerramento da missa campal. Nesse intervalo Dom Luiz fez tudo o que tinha direito e o que lhe dava satisfação fazer. Fez batizados, abraçou os conhecidos, conversou com todos os que lhe cercavam e, para completar, ele próprio acionou o sino da pequenina igrejinha chamando os fiéis para a procissão. Pelo seu modesto vestuário somente as pessoas que o conheciam sabiam da sua alta posição na Igreja, pois, não havia a exibição de nenhum símbolo inerente à condição de bispo católico. Acompanhou toda a procissão caminhando ao lado dos outros padres, sem distinção.
Eu o conhecia apenas por fotografias e pelos noticiários e, quando soube da sua presença na festa de Sant'Ana, em julho de 2009 fiquei satisfeito pois era uma oportunidade impar de estar bem próximo daquele grande homem público e lider religioso.

LUIZA PFAU LUPFAU VISITA XIQUEXIQUE

LUIZA PFAU LUPFAU


A pesquisadora LUIZA PFAU LUPFAU está fazendo uma viagem histórica pelo Rio São Francisco, da nascente à foz do Velho Chico. É uma viagem sem nenhum patrocínio, público ou privado, bancado exclusivamente com recursos próprios, motivado apenas pela paixão que dedica a esse Rio tão sofrido e tão amado. Nessa missão utiliza todo e qualquer meio de transporte disponível, desde que navegue. Como ela mesma afirma em seus comentários, o seu "perfil vai mudando à medida que vai descendo com as água do São Francisco"
Com a experiência adquirida durante a viagem as suas observações estão dando prioridade ao "relacionamento que o rio está tendo com suas cidades ... e tem como obsessão descobrir o elo perdido entre essas cidades e o Rio" .
No dia 20 de outubro do ano passado, Luiza esteve em Xiquexique e veja o comentário que ela publica em seu Blog, sob o título "Xique-Xique - BA, a Cidade: Em Xique-Xique tem “Quase Tudo” que uma cidade precisa. Conserva e preserva o antigo. Ao mesmo tempo que constrói a nova cidade que está se desenvolvendo visivelmente. É uma das cidades na qual eu moraria. Fui muito bem recebida. Comi o melhor surubim ensopado da minha vida, oferecido pelo Edson da FUNDIFRAN, fiquei hospedada na casa do Prof. Alfredo, tive conversas muito agradáveis com o agrônomo José Robsom, a artista plástica Aricélia, e ainda fiquei devendo várias vizitas e encontros, fica para quando eu voltar. De Carlinhos vou falar na postagem sobre a APA DA LAGOA DE ITAPARICA. A cidade sentiu o fim da navegação como todas as outras, mas continua com o porto mais movimentado até aqui. Manteve o comércio bem ativo, e o seu povo educado. A grande feira semanal toma conta de quase toda cidade, recebendo gente dos municípios e povoados vizinhos para comercializar desde gado a calcinhas.O que mais chamou minha atenção foi a quantidade de pessoas bem informadas, ligadas no que acontece no mundo, politizadas e com iniciativa. De Xique-Xique saiu uma expedição rio acima, bem antes de Dom Luiz Cappio, ainda nos anos 70. Agora a cidade vai passar por grandes transformações com o agronegócio, é lá que está sendo construído o Baixio de Xique –Xique. A movimentação de mineradoras também é grande. A cidade inteira está com hotéis lotados com pessoas de fora que ninguém sabe direito o que estão fazendo ou de onde vem. O que observei é que a quantidade de carros com placa de São José dos Pinhais e Curitiba – PA é quase tão grande quanto da própria cidade. "
Em comentário feito ao Blog XIQUESAMPA, expressa-se da seguinte forma: "Xique Xique é uma cidade fascinante. Sempre respondo quando me perguntam sobre qual cidade que mais gostei, que é difícil, cada uma tem seus encantos. Mas foi em Xique Xique que encontrei mais pessoas ligadas em cultura, arte, pessoas bem politizadas, ligadas nos problemas reais do Rio São Francisco, e suas comunidades. Um povo alegre cheio de energia, uma mistura incrível na beira do rio, se está num mercado ao mesmo tempo no porto dos barcos. Tenho saudades dos dias que passei por lá, das pessoas especiais que lá conheci, espero poder voltar um dia."
E disse mais, no dia 02 do mês em curso: "Eu Adorei Xique Xique, primeiro passei três dias lá, pois tinham me dito que não era importante ir a esta cidade, tive que voltar a Barra e fiquei novamente em Xique Xique mais uma semana, e quase fico de vez. Sempre me refiro a cidade como misteriosa, comparo cidades com pessoas, e vi Xique Xique assim: Culta, politizada, misteriosa, "na dela".Conheci pessoas especiais lá, e quero voltar em breve".
Se quiserem mais detalhes sobre a visita dessa grande mulher a Xiquexique, acessem
(http://viagemnosaofrancisco.blogspot.com/).

Pessoas que fizeram Xiquexique - Zulmira Marçal

Nasceu a Srta.Zulmira Marçal da Silva, na vila de Marrecas – atual povoado de Velha Iguira –, município de Xiquexique (BA), filha de José Marçal da Silva e de Júlia Rosa da Silva. Zulmira ou ‘Zu’, como os familiares e os amigos próximos a chamam carinhosamente –, é descendente de Marçal Ferreira dos Santos e de Josefa Ferreira de Brito, sendo esta, neta de Alberto Pires de Carvalho e da índia tapuia Felícia Pires de Carvalho, fundadores, no ano de 1765, das Fazendas Marrecas e Riacho Grande, que, a partir do dia 06 de julho de 1832, passaram cosntituiram-se como distritos do município de Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique, província da Bahia. Zulmira é irmã de Francisco Marçal da Silva, prefeito municipal entre 1959 e 1963 e Aristóteles Marçal da Silva, vereador na legislatura 1959-1963. Entre as suas muitas ocupações profissionais, Zulmira exerceu a função de oficial do Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais da vila de Marrecas, auxiliar administrativa da Coletoria Estadual de Chique-Chique, datilógrafa da Prefeitura Municipal de Chique-Chique, tesoureira da Prefeitura Municipal de Chique-Chique, durante a administração do prefeito José Peregrino de Souza, entre 1955 e 1959 e auxiliar operacional de laboratório clínico. Zulmira Marçal da Silva se aposentou no dia 28 de novembro de 1978.
No entanto, Zulmira tem mesmo se destacado e adqurido o respeito e carinho do povo de Xiquexique é no atendimento domiciliar de todos aqueles que precisam de um medicamento injetado ou de uma palavra de apoio. Especializou-se em aplicar enjeções e, quando ainda não existiam seringas descartáveis, Zulmira não saía à rua sem estar com o seu "estojo" de injeção pronto para um chamado de emergência.
Zulmira é gente muito querida e que todos conhecem.

OBS.: Informações extraídas e selecionadas do livro "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique". Ed. 1999. Autor: Cassimiro Machado Neto

Foto Interessante: O peixe dourado



Peixes em Xiquexique


A foto serve para ilustrar que o nosso Lago Ipueira e arredores ainda tem um potencial muito grande para quem quer se dedicar à psicultura ou à pesca, mesmo artesanal.
O peixe dourado exibido pelo peixeiro, no mercado em Xiquexique (BA) é um belo espécimem e muitos famosos pescadores que andam pelos grandes rios brasileiros, bem que gostariam de fisgá-lo.
Quem já teve a felicidade de pescar um dourado sabe o quanto é dificil trazê-lo à superfície e quanto é bonita a coreografia de saltos feita pelo peixe quando se sente fisgado. De uma beleza indescritível, também, são os reflexos dourados dos raios do sol quando atingem as suas escamas, principalmente quando, preso pelo anzol, resiste à captura e num grande salto se apresenta por inteiro sobre as águas do Rio São Francisco. Daí o seu nome de "dourado".

sábado, 23 de janeiro de 2010

Foto Interessante: Fabricando rede de pescar



Fabricando rede de pescar

O objeto desta foto, mãos calosas e habilidosas fabricando uma delicada rede de pescar com fio de nailon, é comumente encontrada por quem tenha disposição de dar uma caminhada pela beira do rio São Francisco.

Foto Antiga - A Matriz ainda com a balaustrada


IGREJA DO SENHOR DO BONFIM


Esta foto deve ter sido obtida na década de 1930.

Reparem que ainda não tinha o relógio na torre.


Por do Sol em Xiquexique



NUVENS INTERESSANTES

Há dias em que, por capricho da natureza, as nuvens ao entardecer da cidade apresentam-se nas mais exóticas formas parecendo animais antidiluvianos passeando na Ilha do Gado Bravo, acidente geográfico onde o nosso sol diariamente se esconde.
Esse belo entardecer não é coisa rara na nossa cidade. É coisa que pode ser vista diariamente pelo ribeirinho, mas que, por causa do feioso paredão o povo de Xiquexique perdeu o hábito de sentar no cais para assistí-lo.
Precisamos voltar ao nosso velho costume de apreciar o por do sol, que violentamente nos foi tirado com a construção do PAREDÃO. Povo de Xiquexique, vamos iniciar uma campanha para derrubar o PAREDÃO.

Pessoas que fizeram Xiquexique - Dr. Hélcio Bessa

HÉLCIO GUIMARÃES BESSA

Hélcio Guimarães Bessa nasceu em Xiquexique no dia 14.07.1930, filho de Rodrigo Alves Bessa e de Alexandrina Guimarães Bessa. Fez o curso Primário na Escolas Reunidas César Zama, inaugurado no dia 07 de setembro de 1937, como aluno da professora Honesinda Teixeira da Rocha, emérita mestra de Xiquexique. Concluído o curso primário Hélcio foi para a cidade do Salvador, capital do estado da Bahia, onde concluiu os cursos Ginasial e Científico, cidade onde prestou exame vestibular para a Faculdade de Medicina tendo se graduado como médico em 10.12.1954. Paralelo ao Curso de Medicina, que concluiu com brilhantismo Hélcio Bessa ainda encontrava tempo para participar de jogos de futebol pelo Esporte Clube Bahia do qual era titular do time juvenil e, ao se formar em medicina foi convidado para ser titular do time principal.
Junto com o convite do Esporte Clube Bahia, Hélcio Bessa, agora já graduado em Medicina, também foi convidado pelo Dr. Euríclides de Jesus Zerbine, que uma década e meia mais tarde ficaria mundialmente famoso como cardiologista, para compor a sua equipe na cidade de São Paulo. O médico Hélcio Bessa havia estagiado e impressionado grandemente o cirurgião paulista. Refletindo sobre os dois convites, Hélcio decidiu retornar à sua terra, Xiquexique e dedicar toda sua vida profissional aos seus conterrâneos.
No dia 07 de janeiro de 1960 Hélcio Bessa assumiu a vice-direção do Colégio Municipal Senhor do Bonfim, permanecendo neste cargo até março de 1966 quando assumiu o cargo de diretor do Colégio função que permaneceu até o dia 07 de abril de 1973, tendo sido considerado pelos xiquexiquenses como o diretor mais importante do referido Colégio. Foi na sua gestão que o Colégio Municipal começou a comemorar o 02 de Julho – data da Independência da Bahia.
A paixão pelo futebol o levou a construir o Estádio Municipal, anexo ao Colégio que, contra sua vontade, mas por pressão dos conterrâneos foi batizado como Estádio Municipal Doutor Hélcio Bessa e inaugurado no dia 21 de setembro de 1967, com uma grande Festa da Primavera e um jogo amistoso da Seleção da cidade contra o Caiano Futebol Clube, time da cidade de Petrolina (PE),tendo o time visitando vencido por 2x1.
Em 06.09.1981, inaugurou a sua clínica particular denominada de “Clínica Alexandrina Bessa” em homenagem à sua genitora, empreendimento que administrou junto com sua mulher, também médica, Dra. Joselita Bastos Bessa com quem se casou no dia 06.04.1958.
Sem nenhuma aptidão política partidária, em 1976, por insistência de parentes resolveu lançar-se candidato a vice prefeito de Xiquexique, na chapa encabeçada pelo Dr. Reinaldo Teixeira Braga, vencendo as eleições daquele 15.11.1976.
Com a renúncia do Dr. Reinaldo Braga, em maio/1982, para concorrer a uma vaga de deputado estadual o Dr, Hélcio Bessa, assumiu o cargo de Prefeito Municipal até o dia 31 de janeiro de 1983, quando retomou sua rotina profissional. O Doutor Hélcio Bessa faleceu no dia 05 de janeiro de 1998, estando sepultado na cidade de Xiquexique.


Intendentes e Prefeitos de Xiquexique - Cel Lindolpho Bastos

Intendente Cel. Lindolpho de França Bastos
1918-1920

Mandato: 22 de dezembro de 1918-18 de abril de 1920.
Presidente da República: Wenceslau Braz Pereira (15.11.1914-15.11.1918)
Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15.11.1918-28.07.1919) e
Epitácio da Silva Pessoa (28.07.1919-15.11.1922).
Governador da Bahia: Antonio Ferrão Moniz de Aragão (28.03.1916-28.03.1920) e
José Joaquim Seabra (28.03.1920-28.03.1924).

Em 09.12.1918, com menos de 5 meses de gestão o 10º Intendente Cel Gustavo Pinheiro de Alcântara renunciou ao mandato indignado por não ter o Governador do Estado atendido ao apelos no sentido de resolver o estado de calamidade em que se encontrava Xiquexique. Sem levar em conta a renuncia que de logo foi aceita, o Governador convidou o Cel. Lindolpho de França Bastos para ocupar a vaga, tendo assumido como 11º Intendente Municipal no dia 22.12.1918 mantendo os mesmos Conselheiros Municipais.
O Cel Lindolpho Bastos conhecia como ninguém a difícil situação econômico-financeira que o Município estava atravessando e também tinha consciência de que o governo estadual não iria realizar qualquer tipo de investimento que possibilitasse uma melhoria nas condições de vida da população de Xiquexique, e portanto a sua intenção era fazer uma administração baseada nos meios e recursos gerados e recolhidos no próprio Município.
Assim, no setor educacional, fez uma administração “sui generis”quando pela falta de professores pagãos pelo Estado orientava e estimulava as famílias carentes a mandar os filhos para as escolas isoladas e leigas mantidas precariamente pela Intendência e que apenas ensinava leitura e escrita. Na área de saúde, ante a inexistência de profissional habilitado buscava ele próprio, com ajuda de farmacêuticos práticos, dar assistência e distribuindo gratuitamente medicamentos adquiridos junto aos postos avançados do governo federal em cidades mais distantes, como Juazeiro, para combater as doenças mais comuns, tais como malária, varíola, sarampo, tuberculose etc. Mandou limpara as fontes de água no interior do Município para que a população pudesse desfrutar de uma água saudável, evitando assim a ocorrência de muitas doenças.
Permaneceu no cargo de intendente até 18.04.1920, final do Governo Antônio Ferrão Muniz de Aragão, quando passou o posto para o novo intendente escolhido pelo Governador Joaquim José Seabra. Deixou o cargo cheio de admiração e respeito dos políticos locais e de toda a população do Município pela maniera honesta com que administrou Xiquexique.
Fatos importantes ocorridos durante a administração do Cel. Lindolpho de França Bastos.
1919: Faleceu Aureliano Raimundo Bahia, marido da famosa parteira Rosa Baraúna;
15 de fevereiro de 1919: Nasceu em Xiquexique a Profa. Eufrosina Camandaroba dos Santos, filha do Sr. Antonio Luiz Camandaroba e de D. Maria de Morais Camandaroba.
06 de março de 1919: Nasceu em Xiquexique Anísio Teixeira de Carvalho, filho do Cel. Manoel Teixeira de Carvalho e de D. Fulgência Bastos de Carvalho.
19 de julho de 1919: Nasceu Otávio de Figueiredo Barreto, na localidade de Gentio do Ouro, município de Gameleira do Açuruá, estado da Bahia, filho de Otaviano Alves Barreto e de Zulmira de Figueiredo Barreto. Casou-se com Edna de Souza Barreto e tiveram os seguintes filhos: Zenita, Otávio Filho, Neuron, João Pedro, Morvan, Nora Nei, Maria Lúcia, Tânia Maria e Edna Acássia.
22 de novembro de 1919: Nasceu Prim Gomes Barreto, na localidade de Gentio do Ouro, município de Gameleira do Açuruá, estado da Bahia, filho de José Pereira Alves Barreto e de Henedina Gomes Barreto.
24 de dezembro de 1919: Nasceu Temístocles Rodrigues Setubal, em Pilão Arcado (BA), conhecido como “Senhorzinho”, filho de Eduardo Rodrigues Setubal e de Angélica Gonçalves Setubal. Casou-se com D. Maria Vitória de Queiroz Setubal, e tiveram nove filhos.
24 de dezembro de 1919: Nasceu Amélia Soares Barbosa, em Ibiraba, município de Barra, estado da Bahia, filha de Antonio Rodrigues Soares e de Maria da Assunção Soares. Casou-se com José Carlos Barbosa e tiveram 12 filhos.
16 de fevereiro de 1920: Nasceu Francisco da Silva Neiva, em Palmeiras, estado da Bahia, filho de Claro da Silva Neiva e de Joana Nonato Neiva. Casou-se com D. Nívea Sampaio Neiva, e tiveram 6 filhos.

OBS.: Informações extraídas e selecionadas do livro "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique". Ed. 1999. Autor: Cassimiro Machado Neto


Vapores do Rio São Francisco: HALFED e RAUL SOARES



Os vapores “Engenheiro Halfeld” e o “Raul Soares”

Esses dois vapores foram construídos nos estaleiros de Hamburgo, na Alemanha no ano de 1927, transportados, desmontados, até o Rio de Janeiro e dali foram, de trem até a cidade de Pirapora (MG), onde foram montados e lançados ao rio em 1930. Navegaram no Rio São Francisco por muitos anos até que, em 1965, foram desativados pela Cia. de Navegação do São Francisco. Pertenciam à categoria dos maiores vapores do Rio São Francisco, com duas classes, medindo 49 metros de comprimento, potência de 360 cavalos de força e com capacidade, cada um deles, de deslocar até 150 toneladas. Em tamanho e potência só perdiam para o o vapor “Mata Machado”.




OBS.: Na falta de fotos dos dois vapores, foi usada uma fotografia de um outro vapor apenas para ilustrar.

CRÔNICA: O GINÁSIO E O BOLSA FAMÍLIA

O GINÁSIO SENHOR DO BONFIM E O BOLSA FAMÍLIA
















Título esdrúxulo dirão uns, desconexo, dirão outros, mas a relação é verdadeira e retrata a postura da elite xiquexiquense em relação a essas duas realidades.
Em 03 de outubro de 1954, o Sr. José Peregrino de Souza, originário da então Vila de Tiririca, atual cidade de Itaguaçu da Bahia, foi eleito Prefeito de Xiquexique para um mandato de 4 anos (07.04.55/07.04.59), após uma renhida disputa eleitoral onde o opositor era o Sr. Felinto Pires Maciel do então distrito de Central, atualmente cidade de Central.
Talvez levado pela própria vivência na então vila de Tiririca que contava apenas com o curso primário, e esse, provavelmente, deveria ser o seu grau de instrução, a prioridade do prefeito eleito, quase uma obsessão, foi a criação de um Ginásio Municipal em Xiquexique, em cuja tarefa lançou-se com todas as forças a partir do primeiro dia de governo municipal.
Até meados da década de 1950, Xiquexique possuía apenas o Curso Primário e mesmo assim sem atender o total da demanda vez que possuía apenas um equipamento estatal, as “Escolas Reunidas Cézar Zama” conhecido como o “Prédio”, com apenas 4 salas de aulas, funcionando nos turnos matutino e vespertino. Concluir o curso primário no Cézar Zama era um privilégio para os poucos que conseguiam uma matrícula naquela escola pública. Grande número de alunos era atendido em escolas particulares de professores leigos que ministravam aulas nas próprias residências e se preocupavam apenas em ensinar escrita, leitura e as quatro operações de aritmética.
Dentre os sortudos que conseguiam o diploma do curso primário no “Prédio”, pouquíssimos tinham a ventura de complementar os estudos com o Curso Ginasial e raros eram os que concluíam o curso secundário (científico ou clássico) e ingressavam em uma faculdade. Essa carência era função da pobreza que grassava na cidade. Somente uns poucos financeiramente privilegiados tinham condições de colocarem filhos e filhas para estudar fora de Xiquexique num colégio interno. Não obstante, alguns jovens estudantes tiveram esse privilégio em face da obtenção de bolsas de estudos que esteve em moda naqueles anos e que foram prodigamente conseguidas pelos políticos locais e distribuídas por muitos alunos e alunas que concluíam o primário no “Prédio”. Eu, por exemplo, fui beneficiado com uma bolsa federal de estudos que me permitiu concluir o ginásio e o primeiro científico interno no Colégio Antônio Vieira em Salvador. Enquanto os meninos que concluíam o primário davam preferência ao Colégio Marista, da cidade do Senhor do Bonfim ou de Salvador, as meninas, na quase totalidade estudavam na cidade da Barra, no Colégio Santa Eufrásia onde se formavam em Professoras Primárias.
A verdade é que a grande maioria dos jovens que concluíam o Curso Primário no “Prédio” permanecia em Xiquexique, por não conseguirem bolsas de estudos e os pais não terem condições financeiras para bancar os gastos com estudos dos filhos em outras cidades. Eram esses jovens que ficavam reféns do desemprego, dos subempregos e às vezes até do trabalho semi-escravo, nas residências ou nas casas comerciais da elite urbana.
Todos nós que nascemos em Xiquexique, sabemos como funcionava o trabalho quase escravo realizado pelos “empregados” domésticos. As famílias ricas da cidade se especializaram em “criar” jovens adolescentes pobres, muitas vezes próprios afilhados de batismo, filhos da periferia da cidade ou trazidos das suas fazendas, que eram destinados a todo tipo de trabalho doméstico, tais como cozinheiras, copeiras, arrumadeiras, babás, lavadeiras, passadeiras e outros trabalhos congêneres. Muitas dessas jovens que dedicaram toda uma vida a cuidar da casa e dos filhos da família que as “criaram” chegaram à velhice sem nenhuma assistência médica e totalmente desamparadas não obstante muitas receberem denominações domésticas, tidas como afetivas, de “mãe preta”, “mãe de leite”, etc.
Os meninos “criados”, a partir dos 15 anos ou até menos, eram encarregados de abastecer a casa de água apanhada na beira do rio. Nesse tempo não tínhamos água encanada e havia uma quantidade muito grande de jumentos que, guiados por esses meninos trafegavam das residências ricas para a beira do rio e vice versa, carregando 4 barris de madeira cheios de água, até que a caixa d’água e outros recipientes da casa estivessem abarrotados com o precioso líquido. Concluída a tarefas de abastecedor de água, o jovem “aguadeiro”, como era conhecido, ainda tinha que administrar a vida do jumento cuidando para que comesse um bom capim no final do dia.
Todos, meninos e meninas, cresciam como “crias domésticas” e passavam a vida inteira integralmente dedicados àquela família que, em troca dava-lhe apenas o alimento diário, consumido na cozinha, roupas e sapatos usados pelos filhos e filhas e, para dormir, tinham direito a uma esteira, de palha ou tabua, estendida num quarto dos fundos da casa, onde passavam a noite. De um modo geral cresciam analfabetos ou semi-alfabetizados sabendo apenas “ferrar” o nome, para poderem votar.
Por tudo isso, a notícia de que o novo Prefeito, vindo da Tiririca, iria construir um Ginásio Municipal até o final da década de 1950, causou um profundo estresse nas famílias ricas, pois isso iria democratizar o ensino e os jovens que eram destinados ao trabalho servil como meio de sobrevivência teriam, com isso, oportunidade de estudar e, vejam só, se formarem até em professores primários, profissão exercida por suas filhas graduadas pelas freiras na cidade da Barra. Como iriam arranjar cozinheiras, copeiras, aguadeiros, todos analfabetos e dispostos a trabalharem mais de 12 horas por dia a troco de comida e vestuário usado? Absurdo, querer que todo mundo estude. Quem vai trabalhar? Ouvi muitas vezes frases que diziam “Agora, com o Ginásio, ninguém mais vai querer trabalhar como empregada doméstica ou aguadeiro”.
A insatisfação da elite xiquexiquense repercutiu e foi concretizada na Câmara de Vereadores da cidade logo que o Prefeito José Peregrino enviou àquela casa, em regime de urgência, o projeto da criação do Ginásio, ocasião em que 7 dos 11 vereadores se pronunciaram contra o empreendimento, posição que paralisou o Projeto por mais de três anos nas mãos dos vereadores. Antevendo que pelos caminhos normais não conseguiria criar o Ginásio Municipal, o Prefeito resolveu negociar com os vereadores e políticos do então distrito de Central, no sentido de apoiá-lo na aprovação do Projeto do Ginásio e em troca ele os ajudaria no projeto de emancipação de Central. Fechado o acordo começou um trabalho junto aos deputados da região e em agosto de 1958 o distrito de Central foi emancipado de Xiquexique e transformado no Município de Central. Correspondendo ao acordo firmado a Câmara de Xiquexique, cuja maioria era de vereadores eleitos pelos Distritos, aprovou, em 1958, quase no apagar das luzes da gestão do Prefeito José Peregrino de Souza, o projeto de criação do Ginásio Municipal Senhor do Bonfim, que estava engavetado havia mais de três anos. Dessa forma, contra toda a vontade da parte da população de Xiquexique que temia perder o concurso da mão de obra quase escrava, o Ginásio Municipal Senhor do Bonfim foi inaugurado no dia 1 de março de 1959, e instalado num imóvel alugado, situado na Rua Monsenhor Costa, tendo começado as aulas no dia 02 de março de 1959.
A título de justiça deve ser registrado que o Prefeito José Peregrino contou, na sua luta pela instalação do Ginásio, com a importante e valiosa ajuda do Dr. Sólon Figueiredo, xiquexiquense recém bacharelado em Direito que além dos bons relacionamentos em Salvador que lhe permitia livre trânsito na Secretaria de Educação, contava com o trunfo de ter sido colega de faculdade do Dr. Luiz Viana Neto que mais tarde viria a ser importante político baiano.
Nesses últimos 50 anos dezenas de escolas públicas de primeiro grau foram criadas em Xiquexique e as salas de aulas foram dirigidas por professores e professoras formadas pelo agora Colégio Municipal Senhor do Bonfim que, além de suprir mão-de-obra para o magistério forma cidadãos e cidadãs qualificados para os diversos empregos formais e dignos criados pelo comércio, pequenas indústrias e serviços públicos.
A exploração dos domésticos ainda é exercida pela classe dominante de Xiquexique que continua pagando menos que o valor do salário mínimo e não cumpre as demais obrigações trabalhistas. Não obstante isso já foi um grande avanço, pois, em face dos serviços prestados pelo Ginásio de Xiquexique, desde o longínquo ano de 1959, desapareceu o trabalho servil e quase escravo que era mantido pelos empregadores domésticos.
Em visita que fiz a Xiquexique em julho de 2009, também vi e ouvi, meio século após a inauguração do Ginásio, pessoas da classe dominante que, revoltadas com o BOLSA FAMÍLIA, alegavam que essa “demagógica” distribuição de dinheiro instituída pelo Governo Federal estava estimulando a preguiça dos trabalhadores e por isso “não mais se encontravam pessoas dispostas a trabalharem nas casas de famílias como domésticas e nem nas propriedades cuidando das criações e das cercas das fazendas”. Reclamação semelhante à de 1959 quando da criação do Ginásio em Xiquexique.
“O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$ 70 a R$ 140) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 70), desenvolvido pelo governo federal, desde que os beneficiários cumpram algumas regras, tais como manter as crianças e adolescentes em idade escolar freqüentando a escola e cumprindo os cuidados básicos em saúde, ou seja, estar em dia com o calendário de vacinação, para as crianças entre 0 e 6 anos e também com a agenda pré e pós-natal para as gestantes e mães em amamentação. Tem como objetivo assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuir para a erradicação da extrema pobreza e para a conquista da cidadania pela parcela da população mais vulnerável à fome”.
Pelo objeto do programa constata-se de imediato que atende apenas as pessoas que estão no limiar da miséria, ou seja, exatamente aquelas com perfil apropriado para o serviço doméstico semi-escravo, aquelas pessoas que trocam o seu trabalho por um prato de comida, uma roupa velha ou um par de sapatos usados. Como essas pessoas, a partir do Bolsa Família, dispõem de um numerário que mesmo insignificante permite a aquisição de gêneros alimentícios e vestuários, modestos mas novos, não mais se submetem ao trabalho servil que por muitos anos foi exercido nas casas de família e nas fazendas, por seus pais e avós.
Deve ser reafirmado aqui, que o Bolsa Família não impede e nem desmotiva que pessoas por ele assistidas desmereçam oferta de emprego digno e legal. Qualquer pessoa aceitará de bom grado, mesmo sabendo que será excluinda do Bolsa Família, um emprego doméstico ou mesmo no campo, desde que o empregador se disponha a, mensalmente, pagar pelo menos o Salário Mínimo e as demais obrigações trabalhistas, tais como férias, 13º mês, FGTS, INSS, salário família, descanso semanal, etc, que são as mínimas obrigações exigidas em lei. É óbvio que esses empregadores não mais encontrarão pessoas para serem exploradas como acontecia rotineiramente antes do Bolsa Família. Mas, com certeza, facilmente contratarão empregados que de bom grado estarão executando as tarefas domésticas e do campo por um salário legal, mesmo o mínimo, mas com todos os encargos trabalhistas.
Não culpemos o Bolsa Família, pois esse instituto não é causa e sim conseqüência. Ele existe para corrigir uma grave distorção social onde os nossos irmãos mais pobres, levados pelas mais elementares necessidades biológicas, eram obrigados a trabalharem como escravos para poder sobreviver. Cumpramos, pois, a nossa obrigação social e cristã dando empregos dignos e legais aos nossos semelhantes menos favorecidos caso precisemos dos seus serviços nas nossas residências ou nos nossos imóveis rurais. Temos obrigação de acompanhar a evolução dos tempos tanto na parte social quanto religiosa.
O BOLSA FAMÍLIA É UM DIREITO DOS CIDADÃOS BRASILEIROS MENOS FAVORECIDOS NA REPARTIÇÃO DO PRODUTO NACIONAL.











































































































quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Peixes do Rio São Francisco: O DOURADO


O DOURADO

Os peixes conhecidos como DOURADO, considerados como o "salmão brasileiro", pertencem à família Characidae, à sub-família Salminae e são exclusivo da América do Sul. Dividem-se em quatro espécies, sendo a espécie Salminus Brasilienses, a que vive na Bacia do Rio São Francisco. Possuem carne carne muito apreciada e se alimentam de outros peixes. Por sua enorme esportividade, beleza e agressividade é muito procurado por todos os pescadores esportivos e, quando fisgado pula e briga com muita força, mostrando toda sua majestade.
O Dourado, espécie endêmica do Rio São Francisco, possui numerosos dentes distribuídos em 2 séries, têm o corpo comprimido lateralmente, pode alcançar 1,5 m de comprimento e pesar cerca de 30 kg. É o segundo maior peixe da bacia do São Francisco e o mais bonito dos rios brasileiros.

OBS.: a foto, obtida no Lago de Xiquexique, é de um pescador local.

Vapores do São Francisco: Cordeiro de Miranda



O Vapor Cordeiro de Miranda

O vapor Cordeiro de Miranda, incialmente batizado de "Rio Branco", foi fabricado na Escócia em 1912, tinha 29 metros de comprimento e uma potência de 60 cavalos. Chegou em Salvador (BA) de navio e, desmontado e em lombo de animais, foi levado até o porto de Juazeiro (BA). Era um vapor muito alto e estreito e em função dessa forma que lhe dava pequena estabilidade, naufragou duas vezes. No primeiro naufrágio, após ser retirado do fundo do Rio São Francisco foi rebatizado com o nome de “Cordeiro de Miranda”, e ainda navegou no Rio São Francisco por longos anos, vindo a naufragar em definitivo à meia noite do dia 13 de fevereiro de 1943, a uma distância de 48 km da cidade de Remanso (BA), no lugar denominado “Malhadinha”, ocasião em que veio a falecer o comandante do vapor Sr. Samuel Ayres do Nascimento, além de 27 pessoas entre tripulantes e passageiros. O naufrágio foi assistido pela tripulação do vapor "Engenheiro Halfed", que por alí, também passava naquele, tendo dado grande contribuição no resgate dos sobreviventes.
OBS.: Na falta de uma foto do Cordeiro de Miranda, foi colocada uma foto de outro vapor apenas para ilustrar.

Pessoas que fizeram Xiquexique - Honório de Queiroz Rocha

HONÓRIO DE QUEIROZ ROCHA

Honório de Queiroz Rocha nasceu no dia 06 de agosto de 1925 na Fazenda Carnaúba, município de Xiquexique, filho do Sr. Pedro de Freitas Rocha e de D. Maria Amanda Queiroz da Rocha. Fez o curso primário em Xiquexique e o secundário nos seminários de Petrolina e de Olinda, cidades pernambucanas. Cursou Filosofia e Teologia no Seminário de Olinda e na Universidade Gregoriana de Roma, na Itália, tendo-se ordenado como padre da Igreja Católica em meados da década de 1940. Já sacerdote cursou Filosofia Pura, na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Pernambuco, e, mais tarde graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Caruaru, em Pernambuco. Mesmo sendo sacerdote ligado à Diocese de Petrolina (PE) e exercendo o magistério naquela cidade, o Padre Honório sempre passava as férias de fim de ano na companhia de sua família na Fazenda Carnáuba e concelebrava a missa da festa do Senhor do Bonfim ocasião em que, delegado pelo Padre Bastos vigário de Xiquexique, fazia a homilia da Missa solene da 9:00 horas. Em uma dessas férias de fim de ano, foi convidado pelo prefeito municipal Sr. Aurélio Gomes Miranda, para celebrar a missa de inauguração do Mercado Municipal São Francisco, no dia 25 de dezembro de 1950. Durante a sua vida Honório de Queiroz Rocha, além de sacerdote católico foi advogado, professor, político, secretário de estado do governador Nilo Coelho, em Pernambuco, membro do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, escritor e poeta. Já licenciado da ordem sacerdotal Honório de Queiroz Rocha se casou com D. Marta Lúcia de Castro Rocha e da união tiveram duas filhas: Maria Amanda de Castro Rocha e Ana Vitória de Castro Rocha. Durante os 81 anos de vida, Honório Rocha recebeu inúmeras e honrosas condecorações e homenagens prestadas por instituições variadas, tais como universidades, órgãos de governamentais, sociedades culturais e acadêmicas, de vários Estados. Faleceu no dia 25 de julho de 2006, e está sepultado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista (PE).

Por do Sol em Xiquexique (BA).



POR DO SOL NO LAGO DE XIQUEXIQUE.



Anoitece em Xiquexique e o Sol se prepara para encerrar a sua missão de iluminar o sertão sãofranciscano.
O balé das nuvens escondendo parcialmente a luz do astro, transforma a superfície do nosso lago num espelho que transmite calma e segurança para o povo ribeirinho.
Nessa hora as barcas procuram o porto para o merecido repouso do barqueiro.


É a noite que se aproxima sobre a nossa cidade.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Intendentes e Prefeitos: Cel. Gustavo Pinheiro


Intendente Cel. Gustavo Pinheiro de Alcântara
– 1918 –

Mandato: 19 de julho de 1918-22 de dezembro de 1918.
Presidentes da República:
Wenceslau Braz Pereira Gomes (15.11.1914-15.11.1918) e Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15.11.1918-28.07.1919).
Governador da Bahia:
Antonio Ferrão Moniz de Aragão (28.03.1916-28.03.1920).

No dia 03.07.1918, logo após o pedido de renúncia do Intendente Cel. Cyro de Medeiros Borges, ocorrida em 25.06.1918, o Governador da Bahia Dr. Antônio Ferrão Moniz de Aragão, nomeou como 10º Intendente de Xiquexique o Cel. Gustavo Pinheiro de Alcântara. No que pese os membros do Conselho Municipal também haverem renunciado em solidariedade ao Intendente, o Governador não aceitou os pedidos dos Conselheiros e os manteve no cargo.
No discurso de posse, em 19.07.1918, o novo Intendente Cel. Gustavo Pinheiro de Alcântara, reivindicou algumas providências ao Governo Estadual, em favor da sofrida população do Município, chegando inclusive a condicionar a sua permanência no poder ao atendimento dos pedidos. Entre as solicitações do novo Intendente, destacava-se:
- A construção de aguadas e açudes na região de caatingas, para prevenir as secas cíclicas sertanejas, que tantos prejuízos trazem ao agricultor e à sobrevivência dos animais domésticos;
- A construção de salas de aulas e a melhoria dos salários dos mestre-salas;
- A construção de um Posto de Puericultura, equipado com os recursos humanos e técnicos, para ser administrado pela Intendência Municipal.
Para reforçar esses pedidos, que os tinha como os mais improtantes da sua administração, o Cel. Gustavo Alcântara solicitou ao Governador uma audiência para o começo do mês do agosto/1918, no que foi atendido. Seguiu para Salvador na companhia dos Conselheiros Cel. Manoel Teixeira de Carvalho e Cel. Francisco Xavier Guimarães e foram muito bem recebidos pelo Governador. Em lá chegando o Intendente relatando minuciosamente os problemas do Município, fez vários pedidos visando a melhoria das condições de vida dos moradores de Xiquexique.
O governador da Bahia ouviu atentamente as explanações do Intendente e prometeu que iria ajudar o Município. De volta a Xiquexique, o Intendente se reuniu com todo o Conselho Municipal ocasião em que fez um relato da viagem à Salvador e do contato com o Governador, avisando que aguardaria o resultado da visita por cento e vinte dias, e, caso nada fosse feito pelo Governo do Estado, renunciaria a Intendência Municipal.
Como nada foi providenciado pelo Governador do Estado, que não levou em consideração a visita do Intendente, este, em 09.12.1918, após conversar com os Conselheiros Municipais, encaminhou carta ao Governador solicitando seu afastamento definitivo do cargo.
De imediato o Governador da Bahia aceitou o pedido de renúncia do 10º Intendente Municipal, Cel. Gustavo Pinheiro de Alcântara e convidou o Cel. Lindolpho de França Bastos para substituí-lo, mantendo os mesmos Conselheiros Municipais.

Foto Antiga - Enchente de 1949 (Xiquexique -BA)



Praça Luiz Viana



A enchente do Rio São Francisco, de 1949, foi a maior que aconteceu tendo inundado a maior parte da cidade de Xiquexique e forçado a maioria da população a se mudar para a parte mais alta da cidade, pois, todas as residências e casas comerciais situadas a uma distância de 400 metros da margem foram totalmente tomadas pelas águas.
A foto mostra um vapor navegando em plena Praça Luiz Viana, de Xiquexique. Se hoje é uma foto rara e ousada, naqueles dias era fato corriqueiro um vapor ancorar nas ruas da cidade. Hoje, ante as barragens de Três Marias, em Minas e Sobradinho na Bahia, não mais temos enchentes desse porte e muito menos vapor navegando pelo rio da integração social.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Por do Sol em Xiquexique



POR DO SOL NA ROÇA


O beiradeiro no fim da tarde ao descansar do cabo da enxada, de dentro da roça, olha para a beira do rio, ao longe e se deslumbra com a visão do Sol que teima em se esconder atras da Ilha do Gado Bravo. É um espetáculo diáriamente observado mas que a cada dia se mostra diferente. E o sertanejo/beiradeiro retorna para casa, após um um dia de labuta, feliz da vida por morar na beira do rio.

Pessoas que fizeram Xiquexique: Custódio Moraes

CUSTÓDIO B. MORAES


Custódio B Moraes, nasceu em Xiquexique, no dia 15.06.1914, filho do Sr. José Custódio Ribeiro de Moraes e de D. Josefa Afonso de Moraes. Ao lado das atividades profissionais como um dos principais comerciantes da cidade, Custódio Moraes era agropecuarista e teve participações na vida política de Xiquexique. Como político, exerceu a função de Prefeito Municipal no período de 28.09.1946 a 12.12.1947, por indicação do Interventor da Bahia. Nas eleições de 1947, Custódio Moraes elegeu-se Vereador para o quadriênio 1948-1951, tendo sido, a convite do Prefeito Municipal, o orador da inauguração do Mercado Municipal, no dia 25.12.1950. Foi novamente eleito vereador nas legislaturas 1951-1955, 1963-1967 e 1971-1973, tendo sido, no último mandato o Presidente da Câmara. Entre os empreendimentos realizados, Custódio B. Moraes instalou na cidade o Cine Bonfim, com modernas instalações, na Avenida J. J. Seabra. Custódio B Moraes casou-se com D. Bernadete Rocha Moraes, no dia 24 de junho de 1944, em Xiquexique e dessa união nasceu José Custódio Bastos Moraes, único filho, atualmente residindo em Xiquexique.

Intendentes e Prefeitos: Cel. Cyro de M. Borges

Intendente Cel. Cyro de Medeiros Borges
– 1916-1918 –

Mandato: 25 de abril de 1916 a 19 de julho de 1918.
Presidente da República:
Wenceslau Braz Pereira Gomes (15.11.1914-15.11.1918).
Governador da Bahia:
Antonio Ferrão Moniz de Aragão (28.03.1916-28.03.1920).

Ao terminar o mandato do Cel. Agrário de Magalhães Avelino (1912-1916), o Governador da Bahia Antonio Ferrão Moniz de Aragão (28.03.1916-28.03.1920) nomeou, o Cel. Cyro de Medeiros Borges para o cargo de 9º Intendente Municipal de Xiquexique, que tomando posse no dia 25 de abril de 1916, governou o Município até o dia 19 de julho de 1918. Junto com o Intendente foram nomeados os membros do Conselho Municipal de Xiquexique, para o mesmo quatriênio formado pelo seguintes cidadãos: Cel. Manoel Teixeira de Carvalho, Cel. Joaquim Honorato de Souza, Cel. Hermenegildo de Souza Nogueira, Cel. Francisco Xavier Guimarães e Cel. Francisco Dionísio dos Santos.
Ao ser empossado como novo Intendente, o Cel. Cyro Medeiros, não se sabe porque, nomeou dois cidadãos para exercerem a subintendência no Povoado de Canabrava do Gonçalo gerando com isso uma grande desavença política na região. Não obstante os nomeados serem parentes a população não aceitou a indicação de um dos subintendentes sob a alegação de que o mesmo era da religião protestante e uma comissão foi formada para, em Xiquexique tratar desse assunto com o Intendente Cel. Cyro e, na ocasião foi escolhido o Padre Francisco de Magalhães Sampaio, pároco da Matriz Senhor do Bonfim para intermediar o diálogo o que levou o Intendente a revogar a nomeação do protestante mantendo apenas o nome de Jovito Pereira Machado como subintendente..
Essa questão foi o estopim que deu origem, em 1917, no povoado Canabrava do Gonçalo a briga familiar conhecida como "Guerra da família Machado", fratricida, que causou grande desgaste ao intendente Cel. Cyro de Medeiros Borges.
Ainda em 1917, todo o vale do Rio são Francisco foi contemplado com um grande inverno que provocou a elevação das águas do rio com inundação das comunidades ribeirinhas e das ilhas do arquipélago que cerca Xiquexique. Grande parte das famílias xiquexiquenses mudaram-se para outros lugares mais altos da cidade, pois todas as ruas foram atingidas pelas águas. O Cel. Cyro viajou até Salvador a procura de recursos para resolver a grave crise provocada pela enchente e conseguiu obter do Governador o envio de alimentação, roupas, calçados e agasalhos para socorrer as famílias que estavam desabrigadas.
Em face dos graves conflitos que estavam acontecendo em Canabrava do Gonçalo o ano de 1918 começou muito difícil para o Cel. Cyro de Medeiros Borges, pois os políticos da oposição faziam intensa campanha contra sua permanência exigindo até a sua renúncia e entrega do cargo de Intendente ao Governador da Bahia.
A pressão política foi aumentando até que em junho de 1918 o Cel. Cyro de Medeiros Borges encaminha ao Governador da Bahia o seu pedido de renúncia o qual foi aceito, permanecendo contudo, em seus cargos os cinco integrantes do Conselho Municipal. Ato seguinte, em 03 de julho de 1918, o Governador da Bahia nomeia o Cel. Gustavo Pinheiro de Alcântara para substituir o Cel. Cyro de Medeiros Borges.
No período da gestão do Cel. Cyro de Medeiros Borges, aconteceram os seguintes fatos:
02 de fevereiro de 1917: Nasceu o Sr. João Rodrigues Soares que veio mais tarde a ser prefeito Municipal de Xiquexique. Casou-se com D. Neufrides de Assunção Rodrigues e dessa união tiveram 3 filhos.
22 de novembro de 1917: Nasceu em Xiquexique, Anita de Carvalho e Silva, filha de Genuíno Carvalho Santos e de Ana Gomes de Carvalho. Exerceu o magistério nas Escolas Reunidas Cezar Zama em Xiquexique, casou-se com Francisco Marçal da Silva, no dia 03 de julho de 1948, em Chique-Chique e tiveram seis filhos. Faleceu no dia 28 de outubro de 2002. Seu corpo foi sepultado no cemitério central da cidade de Chique-Chique.

OBS.: Informações extraídas e selecionadas do livro "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique". Ed. 1999. Autor: Cassimiro Machado Neto

Foto Antiga - Carnaval de 1960




CARNAVAL DE 1960 EM XIQUEXIQUE

Fotografia colhida por ocasião do carnaval de 1960. Um grupo de estudantes de Xiquexique reunidos em volta de uma mesa no "ringue" do Clube Recreativo Sete de Setembro, aguardando o "jazz" de Mário Rapadura iniciar as marchas carnavalescas.
Para refrescar a memória, vamos dar os nomes aos bois:

I) Sentados, da esquerda para a direita: Paulo Dantas, que perdemos o contato; Valtércio, advogado residente em Brasília; Ney Barreto, médico residente em Brasília; Paulo Carvalho, economista, já falecido; Carlos Herbert, engenheiro residente em Brasília; Batista, engenheiro residente em Salvador; Everaldo, que perdemos o contato; Nei Dilson, médico residente em Niteroi;

II) Em pé, da esquerda para direita: Luizinho, advogado residente em Xiquexique; Paulinho, que perdemos o contato; Mazinho, coronel da PM, residente em Salvador.

ERA ASSIM O CARNAVAL DE 1960 EM XIQUEXIQUE.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

FEIRA DA CIÊNCIA EM XIQUEXIQUE

FEIRA DA CIÊNCIA

Os alunos da Universidade Estadual da Bahia-UNEB, campus de Xiquexique, adotaram a iniciativa de, semestralmente, realizarem um Seminário Temáico onde, após um trabalho de pesquisa apresentam à sociedade a origem das coisas de Xiquexique. As exposições são feitas em praça pública e em locais diferentes a cada evento. Já se apresentaram no Parque Aquático, no Colégio Luiz Eduardo e agora, pela terceira vez, escolheram a Praça D. Máximo para a Feira de Ciência, onde apresentaram cinco estandes, enfocando a influência do negro em nosso meio:
a) Estande Saberes e Sabores de Xiquexique onde foram apresentados as iguarias de origem africana, tais como Moqueca de peixe, Buxada, bolo de aipim, fufu, cocada etc. Junto a cada um desses pratos era colocado um relato de cada comida típica para conhecimento dos degustadores.
b) Estande Você é um Show - Nesse estande foram apresentados cantores e dançarinos locais, ocasião em que um garoto de 08 anos, com boa voz afinada, se apresentou com o pai. Outras crianças e grupos de adultos se apresentaram com instrumentos musicais e os próprios alunos da UNEB participaram de danças típicas.
c) Estande Mãos na Arte - onde o artista local era valorizado nas artes da pintura, do bordado em vagonite, do croché, da cerâmica e das tercedeiras de rêde. Inês Ramos apresentou trabalhos de bordado, Carlos Roldão fez escultura na areia e Zélia Jacobina apresentou pintura em tela.
d) Estande Sobre Dança Típica e Folclore: onde foram apresentados o Reizado, o Samba de Roda, a Capoeira, a Roda de São Gonçalo e o Cordão de São Lourenço.
e) Estande - Símbolos d'água -tinha como símbolos o Nego Dagua, a Carranca, a Mãe dagua, etc. Tratava da agua nutritiva, da irrigação, do trabalho no barro, do peixe e do solo fertil.
A feira é patrocinada pelo Governo do Estado da Bahia, através da Prefeitura e tem a Professora Rita de Cásia Chagas como a coordenadora responsável.

Foto Interessante - Coligação quase impossível



COLIGAÇÃO PT/PSDB


Dizem os políticos sudestinos e as grandes revistas semanais de oposição a LULA que uma coligação entre o Partido dos Trabalhadores - PT e o Partido Social Democrático do Brasil - PSDB é impossível. Dizem isso porque passam o tempo todo olhando para o umbigo situado em São Paulo.

Pois, em Xiquexique, uma pequena cidade do interior da Bahia, essa coligação foi feita na campanha local do ano passado. Foi a "Coligação Xique-Xique de todos nós" que juntava num mesmo balaio o PT e PSDB além de uma ruma de outros partidos pequenos.

ACREDITE SE QUISER.

CRÔNICA: AS ENCHENTES DO RIO SÃO FRANCISCO

AS ENCHENTES DO RIO SÃO FRANCISCO EM XIQUEXIQUE

As cheias do Rio São Francisco, ou as enchentes como chamávamos, criavam transtornos para as famílias de Xiquexique, mas, para meninada era uma das melhores distrações que podia acontecer e por isso eram ansiosamente esperadas a cada ano. A partir de dezembro, com as primeiras chuvas caídas nas nascentes do rio, em Minas Gerais, as águas do Velho Chico começavam a subir. As notícias da enchente eram trazidas pelos tripulantes dos vapores e das barcas que vinham de Pirapora (MG) para Juazeiro (BA), e logo a gente tomava conhecimento do aumento do volume da água, que chegava devagarzinho e, quase sem ser percebido, ia subindo o cais.
A cada dia a população media os centímetros que o nível do rio subia e todos ficavam na expectativa do tamanho da enchente, vez que as cheias variavam de ano para ano e eram lembradas pela área que inundavam na cidade. Para a meninada, no entanto, a perspectiva de uma grande cheia era motivo de muita alegria, pois o fato de tomar banho de rio no local onde era a praça ou determinada rua representava uma grande novidade e desejava ser experimentada por todos os garotos. Era uma grande festa para os jovens da cidade. Os maiores e adolescentes passeando pelas ruas alagadas em pequenas canoas a remo e os menores, acompanhados dos pais ou outros parentes, com um par de cabaças em volta do tórax, a título de bóia salva vidas, iniciavam os primeiros exercícios de natação.
Ao subir, o rio primeiro encostava nas rampas e depois no cais da cidade. Quando chegava nesse ponto o nível da água, ia lentamente subindo e era acompanhado diariamente pela meninada, pois a partir de uma determinada profundidade já permitia que a gente praticasse o salto do cais. A brincadeira de saltar do cais era a distração máxima trazida anualmente pelas enchentes do rio e também a maior preocupação dos pais. Bastava que as águas atingissem pelo menos 1 metro de profundidade na parede do cais, que tinha uma altura de 4 metros a partir do leito do rio, já era possível o exercício de saltar e mergulhar nas águas. Tinha-se todo o cuidado para não tocar a cabeça no fundo do rio que era representado por um lagedo o que poderia causar grave acidente. Os mais novos aprendiam com os mais velhos que ao saltar, os braços deveriam estar estirados para frente e logo tocassem a água o corpo deveria fazer uma inflexão para cima para que a entrada na água não se desse na vertical.
Na maioria das vezes o rio não ultrapassava o cais e por isso não havia a inundação da cidade. Mas isso não tirava a alegria da enchente e pelo menos por uns dois meses iríamos passar o dia dando saltos. Mas, algumas vezes, a enchente vinha com mais força, ultrapassava o cais e invadia a cidade. A depender da cheia poderia haver a expulsão de algumas famílias que tinham residências nas ruas próximas ao rio. Lembro-me muito bem da enchente de 1949. Tinha eu 6 anos e foi a maior que conheci. No entanto, na época, os mais velhos já diziam que enchente de 1949, realmente, foi a maior do século XX, garantindo, inclusive que fora maior que a de 1911, tida como uma cheia descomunal. A cidade, naquele ano possuía pequena área urbana e uma população que não ultrapassava os 5.000 habitantes. Ainda não fora construído o Mercado Municipal e, naturalmente, as ruas adjacentes atuais também não existiam. O movimento comercial, inclusive a feira-livre, era realizado a partir da Praça Getúlio Vargas, Rua Belo Horizonte, Rua Beira Rio e ruas vizinhas à Praça D. Máximo, ainda sem o jardim.
Quando as águas ultrapassaram o cais, inundaram a Rua Beira Rio e em poucos dias subiram a Rua Belo Horizonte e a Praça Getúlio Vargas com uma rapidez ainda não vista, o povo entendeu que se tratava de uma enchente das grandes e começaram a se mudar para casas de aluguel situadas na Avenida J.J. Seabra, parte mais alta ou mesmo para áreas desabitadas e sem construções, que ficavam para os lados onde hoje se situa o Colégio Senhor do Bonfim, onde, na falta de casas para alugar construíam pequenos e provisórios barracos para se abrigarem enquanto o rio estivesse dentro da cidade. A minha família se mudou para uma casa alugada ao Sr. Pompílio, situada no final da Av. J. Seabra, quase em frente ao Grupo Escolar Cezar Zama e lá ficamos até as águas baixarem e a nossa casa na Praça D. Máximo, que foi inundada por quase um metro de água, ficar seca e em condições de se fazer o retorno. Essa volta era mais um grande trabalho que as donas de casa enfrentavam, pois durante os vários dias em que a casa ficara invadida pelas águas a lama se acumulava no piso e nas paredes e era uma dificuldade para fazer a limpeza.
Apesar dos transtornos para os moradores de Xique Xique, os males, por acaso, causados pelas enchentes eram plenamente recompensados pelo humus deixado nas suas margens quando o rio vazava, lá para os meses de junho e julho. Esse húmus era um excelente adubo para plantação e em cima dele os agricultores ribeirinhos, moradores nas inúmeras ilhas que cercam Xiquexique, plantavam o feijão e o milho com que se alimentavam e ainda sobrava algo para vender nas feiras livres. Eram as safras das vazantes ou dos lameiros, como eles chamavam o húmus.
Hoje, praticamente, não mais existem as enchentes do rio suficientes para inundar Xiquexique, ou qualquer outra cidade ribeirinha, em face da construção das Barragens de Três Marias (MG) e de Sobradinho (BA), que controlam o volume de água do Velho Chico, impedindo que as grandes secas reduzam o volume de água e evitando que os grandes invernos promovam as enchentes descontroladas com invasões das cidades. Portanto, graças a essas duas grandes barragens, o feio muro de concreto que fizeram em frente a Xiquexique (O PAREDÃO), perdeu a sua finalidade e hoje serve apenas para enfear a cidade impedindo que os moradores tenham o agradável acesso à beira do rio, além de causar muitos males à saúde pública pois esse PAREDÃO, em toda a sua extensão, está sendo utilizado, à noite ante a falta de iluminação, como mictório e latrina pública exalando em torno da sua área um enorme mau cheiro incômodo e danoso para os xiquexiquenses. PRECISAMOS DERRUBAR O PAREDÃO E RETORNAR O CAIS AO QUE ERA ANTES.
A foto que aqui ilustra é uma raridade e mostra claramente o aspecto da cidade banhada pelo rio São Francisco quando ainda não existia o famigerado muro de concreto, vendo-se a rampa da Praça Getulio Vargas e a rampa da Rua Belo Horizonte, além de toda a extensão da Rua Beira Rio.
No que pesem os transtornos causados pela enchentes quase anuais, a ausência delas era motivo de muita tristeza para a população de Xiquexique pois isso significava falta de chuvas nas cabeceiras do rio e, consequentemente, falta de grãos nos lameiros. A falta do húmus não animava os barranqueiros a plantarem o milho, a mandioca e o feijão, pois sem a cheia do rio não havia a certeza da colheita.
Assim, com todas as agruras que passavam, as populações ribeirinhas preferiam o rio cheio, mesmo que tivessem o desconforto de mudar de endereço.

ERAM ASSIM AS ENCHENTES DO VELHO CHICO EM XIQUEXIQUE.

Pessoas que fizeram Xiquexique - Profa. Litinha Soares


PROFa. LITINHA SOARES.

A Profa. Alita Ribeiro de Araújo Soares, conhecida afetuosamente como profa. Litinha, nasceu na cidade da Barra (BA), no dia 28.01.1925, filha do ilustre Sr. Aristides Olympio de Araújo e de D. Alita Cândida Ribeiro de Araújo. Todos os seus estudos, desde o primário, foram realizados na sua cidade natal no Colégio Santa Eufrásia onde se formou em Professora. Por concurso público, no ano de 1943, ingressou na rede estadual de Educação da Bahia tendo exercido o magistério durante muitos anos em Xiquexique nas Escolas Reunidas Cezar Zama. Casou-se com o xiquexiquense Sr. Sandoval Rodrigues Soares, e tiveram nove filhos. A Profa. Litinha Soares é responsável pela alfabetização e preparo intelectual de muitos ilustes senhores que formam a elite de Xiquexique. Os nossos agradecimentos à Profa. Litinha Soares pela sua dedicação ao ensino primário da nossaa cidade.

Fotografia Antiga - Praça D. Máximo (1960)




JARDIM DA PRAÇA D. MÁXIMO



Jardim da Praça D. Máximo construído pelo Prefeito João Rodrigues Soares, gestão jan/1951 a abr/1955.

A foto é de 1960, com destaque para imóveis que não mais existem ou que foram desfigurados com as reformas. Vemos da esquerda para a direita o Ponto Chic (reformado), a casa do Sr. Ascendino (não mais existe) e a casa comercial do Sr. Aurélio Miranda (reformada) onde hoje é a Farmácia de Oberdã.

O jardim está no original com foi projetado e construído no ano de 1955. Era formado por grandes canteiro com pequenas plantas ornamentais e ainda sem as árvores que hoje fornecem uma boa sombra aos transeuntes.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Intendentes e Prefeitos de Xiquexique - Cel. Agrário Avelino

Intendente Cel. Agrário de Magalhães Avelino
– 1912-1916 –

Mandato: 28 de maio de 1912-25 de abril de 1916.
Presidentes da República:
Hermes Rodrigues da Fonseca (15.11.1910-15.11.1914)
Wenceslau Braz Pereira Gomes (15.11.1914-15.11.1918)
Governadores da Bahia:
Bráulio Xavier da Silva Pereira (27.01.1912-29.03.1912)
José Joaquim Seabra (29.03.1912-28.03.1916)

O Cel. Agrário de Magalhães Avelino, oitavo Intendente de Xiquexique, foi o último eleito pelo povo local, fato que aconteceu no dia 28 de novembro de 1911, tendo tomado posse no dia 28 de maio de 1912 e administrado a cidade até o dia 25 de abril de 1916, juntamente com o Poder Consultivo, formado pelos cidadãos Cel. Francisco Xavier Guimarães, Cel. Francisco Dionísio dos Santos, Cel. Manoel Antunes Bastos, Cel. Joaquim de Figueiredo Rocha e Cel. Manoel Teixeira de Carvalho. O nono mandatário, para o período de 1916 a 1920 seria, juntamente com o Poder Consultivo, nomeado pelo Governador da Bahia.
A mudança da forma da escolha dos Intendentes e dos cinco membros do Conselho Municipal se deu em função da reforma da Constituição do Estado da Bahia, ocorrida no ano de 1915, quando os Governadores Estaduais ficaram com o poder de nomear os mandatários municipais.
A Comarca de Xiquexique que hávia sido extinta no ano de 1892, foi, no ano de 1915 restaurada por determinação do então Governador J.J.Seabra como de 1ª Entrância, tendo entre os seus Juízes o Dr. José Manoel Viana de Castro, que chegou a ser Prefeito da cidade no ano de 1945.
Ainda em junho de 1915 terminou o longo período de conflitos armados conhecido como “Barulhos de Chique-Chique”, que causou incalculáveis prejuízos materiais, humanos e documentais a todo o município.
Durante a gestão do Cel. Agrário de Magalhães Avelino, aconteceram alguns eventos importantes, a saber:

18 de novembro de 1912: Nasceu na vila de Tiririca, atual Itaguaçu da Bahia, o Sr. José Peregrino de Souza que chegou a ser eleito Prefeito de Xiquexique, no período de 1955 a 1959.
12 de dezembro de 1912: Chega a Xiquexique o Cel. Militão Rodrigues Coelho, chefe político de Barra do Mendes (BA), em visita de solidariedade ao Cel. Gustavo Teixeira da Rocha, um dos chefes políticos de Chique-Chique.
23 de junho de 1913: Nasceu na cidade de Uibaí (BA), o Sr. José Barbosa e Silva, tendo, ainda na juventude, se mudado para Xiquexique onde se tornou comerciante. Nas eleições do ano de 1966, foi eleito Prefeito Municipal de Xiquexique para o período de abril/1967 a janeiro/1971. Casou-se com D. Amélia Soares Barbosa, no dia 03 de maio de 1938.
18 de abril de 1914: Nasceu no município de Barra (BA), o Sr. Mário Torres Rapadura, tendo fixado residência em Xiquexique onde se tornou servidor público municipal, na função de agente arrecadador. Músico, organizou e dirigiu um grupo musical, conhecido como ‘Jazz’, que predominou nos bailes da cidade pelo período de 1957 e 1975. Faleceu no dia 11 de março de 1975, estando o seu corpo sepultado no cemitério central desta cidade.
15 de junho de 1914: Nasceu em Xiquexique o Sr. Custódio B Moraes, filho do Sr. José Custódio de Moraes e de D. Josefa Afonso de Moraes. Foi um dos mais importantes comerciantes da cidade tendo exercido, algumas vezes cargos políticos, inclusive nomeado, pelo Governador da Bahia, Prefeito da Cidade função que exerceu de setembro/1946 a dezembro/1947. Exerceu, ainda mandatos de Vereador nos períodos de 1948/1951, 1951/1955, 1963/1967, 1971/1973. Casou-se com D. Bernadete Rocha Moraes, em junho de 1944, e tiveram como filho o Dr. José Custódio Bastos de Moraes, que atualmente reside em Xiquexique.
16 de junho de 1914: Nasceu Francisco Marçal da Silva, em Marrecas, município de Xiquexique, filho de José Marçal da Silva e de Júlia Rosa da Silva. No dia 03 de outubro de 1958 foi eleito Prefeito de Xiquexique para um mandato de abril/1959 a abril/1963. Casou-se com a Profa. Anita de Carvalho e Silva, no dia 03 de julho de 1948, e tiveram 6 filhos. Faleceu no dia 06 de janeiro de 2003 e está sepultado no cemitério central da cidade de Chique-Chique.
10 de junho de 1915: Nasceu em Gameleira do Açuruá, o Sr. Ney Gomes Barreto, filho do Sr. José Pereira Alves Barreto e de D. Henedina Gomes Barreto. Ainda jovem veio morar em Xiquexique onde se transformou num dos principais comerciantes da cidade. Casou-se com D. Odete Magalhães Barreto e tiveram 5 filhos.
02 de outubro de 1915: Nasceu na vila de Tiririca, município de Xiquexique, a Sra. Amélia Magalhães e Silva, filha de Francisco Peregrino de Souza e de Lídia Magalhães Souza. Exerceu, ate a aposentadoria a função de serventuária da Justiça da Bahia, como oficiala do Cartório do registro de Imóveis e do Cartório de Títulos e Documentos, da Comarca de Xiquexique. Casou-se com Demósthenes Barnabé da Silva, no dia 15 de junho de 1945, na Igreja Matriz do Senhor do Bonfim e desse enlace tiveram os filhos Terezinha Maria Magalhães Silva Alvim e José Magalhães Silva.
09 de dezembro de 1915: Nasceu em Gameleira do Açuruá o Sr. Ademar Gomes Paiva, Foi fazendeiro, prefeito municipal de Santo Inácio (BA), funcionário público e advogado provisionado, tendo grande atuação nesta atividade, principalmente junto aos fóruns das comarcas de Barra e de Chique-Chique, residindo nesta cidade durante mais de quarenta anos. Ademar Gomes Paiva se casou com D. Aládia Coelho Paiva, no dia 08 de julho de 1942, na cidade de Santo Inácio. O casal não teve filhos.