segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

História de Xique-Xique (BA): DISTRITO DE TIRIRICA

                                              
     FAZENDA TIRIRICA - 1725
 
Junto com milhares de judeus que fugiam da perseguição religiosa e política que acontecia na Europa, desembarcou em Salvador (BA), no ano de 1720, o judeu português  Alberto Pires de Carvalho, jovem, solteiro e dono de uma respeitável fortuna pessoal.
    Alberto Pires de Carvalho permaneceu por algum tempo na cidade do Salvador, tendo pouco depois, tomado o caminho da   "Fazenda Praia", localizada a margem da ipueira do Rio São Francisco, onde hoje está a cidade de Xique-Xique (BA), ali instalada no ano de 1685 por seu tio e também português,  Theobaldo José Miranda Pires de Carvalho.
     Logo que chegou na "Fazenda Praia", Alberto Pires de Carvalho  se casou com Felícia, uma índia tapuia aprisionada nas imediações da Lagoa de Itaparica, criada pela família de Theobaldo José Miranda Pires de Carvalho, tendo adquirido hábitos europeus.
    Após o casamento Alberto Pires de Carvalho adquiriu junto aos herdeiros  de Antônio Guedes de Brito – Barão da Casa da Ponte – uma grande área de terras localizadas a 24 km a leste da "Fazenda Praia", que ia da localidade  "Várzea Grande", até a margem do Rio Verde.
       Ao tomar posse da terra Alberto Pires de Carvalho escolheu um local próximo a um olho  d'água doce, cercado de plantas aquáticas, para construir a sede da "Fazenda Tiririca" – nome de uma das plantas aquáticas existente na região – construindo ali casas residenciais para a família e para os empregados e escravos, os currais dos bovinos  e as roças de subsistência.
      Alberto Pires de Carvalho e Felícia Pires de Carvalho tiveram vinte e quatro filhos, que se casaram com a segunda e a terceira geração de primos descendentes do tio Theobaldo José Miranda Pires de Carvalho.
      A "Fazenda Tiririca", do judeu português e cristão novo Alberto Pires de Carvalho e da esposa Felícia Pires de Carvalho era a única comunidade composta por portugueses existente, desde 1735, em um período de quase cem anos, até começar em 1826 a ocupação entre o Rio Verde e a Vereda do jacaré.
     Assim, exceção feita à "Fazenda Tiririca", localizada a 48 km  ao Leste da sede do município de Xique-Xique (BA), todo o restante da enorme região da caatinga permanecia intacta, quanto à presença e à exploração praticada por portugueses, permanecendo totalmente desabitada e virgem, na referida área que vai desde o Rio Verde  até a Vereda do Jacaré. 
    No ano de 1900, a centenária "Fazenda Tiririca" foi elevada a categoria de Distrito do município de Xique-Xique (BA), criado pela Resolução Municipal de 28 de abril de 1900, sendo confirmado pela Lei Estadual nº 452, de 06 de junho de 1902.
      Durante grande parte do século XX o Distrito de Tiririca  foi chamado de "Tiririca de Luizinho", para distingui-lo de "Tiririca do Bode" – atual cidade de Ibititá (BA), que também pertenceu ao município de Xique-Xique, até 1890.
    No dia 24 de fevereiro de 1989, pela Lei Estadual nº 4839 o Distrito de Tiririca se emancipou politicamente de Xique-Xique (BA) e transformando-se em  município autônomo  passou a se chamar Itaguaçu da Bahia.
  Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique", de Cassimiro Neto.
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4 comentários:

  1. Parabéns pela matéria, meu pai era um Pires de Carvalho, mas nunca conheci nossa história. Obrigada. Arilda/SP.

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  2. Parabéns pela matéria, meu pai era um Pires de Carvalho, mas nunca conheci nossa história. Obrigada. Arilda/SP.

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  3. Parabéns pela matéria, meu pai era um Pires de Carvalho, mas nunca conheci nossa história. Obrigada. Arilda/SP.

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  4. Antonio Guedes de Brito nunca foi barão pois não pertencia a Casa da Ponte. João de Saldanha de Melo Torres, VI Conde da Ponte foi quem herdou todo o patrimônio de Antonio Guedes de Brito. O Morgado deixado por Antonio de Brito Correia estabelecia que quem quisesse tomar posse de suas propriedades deveria acrescentar o Guedes de Brito ao nome. Foi assim então que o VI Conde da Ponte passou a se chamar João de Saldanha Melo Torres Guedes de Brito. Seu filho, o VII Conde da Ponte também acrescentou o Guedes de Brito ao nome para herdar as posses deixadas pelo pai, conforme estabelecia as cláusulas do Morgado.

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