terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A FAMÍLIA - Eclesiástico 3,3-7.14-17a

HONRAR PAI E MÃE

Há uma diferença entre obedecer e honrar. Obedecer significa agir de acordo com as instruções recebidas. Honrar significa respeitar e amar.
A partir de uma perspectiva cristã, a família continua tendo uma função insubstituível: ser uma comunidade de amor em que os integrantes possam abrir-se aos demais com uma total sinceridade e confiança.
Por isso a mansidão, a paciência, o perdão e, sobretudo, o amor, são coisas básicas e essenciais para nossas famílias.
O respeito e a veneração dos filhos para com seus pais é um comportamento agradável aos olhos de Deus. Os filhos que veneram seus pais serão venerados, por sua vez, pelos próprios filhos. Importa falar hoje do respeito que os filhos devem ter para com seus pais e também da atitude destes para com os filhos.
O texto do Eclesiástico que está logo adiante é um breve comentário do 4º mandamento sintetizado pela Igreja Católica nestas poucas palavras: “Honrar pai e mãe”, que, por sua vez vem de Ex. 20,12: “Honra teu pai e tua mãe, para que vivas longos anos na terra que o Senhor teu Deus te dará”.

Ness texto percebemos um fruto prometido, uma promessa feita para os filhos que honram seus pais; e a promessa é: “o prolongamento dos dias sobre a terra”. (cf. Eclo 3,7)

ECLESIÁSTICO 3, 3-7.14-17a

Deus honra o Pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe.
Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana.
Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros.
Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido.
Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe.
Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. 15Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, 16mas servirá para reparar os teus pecados 17ae, na justiça, será para tua edificação.

O texto acima, escrito há muitos séculos, supõe a família patriarcal, a tribo ou o clã onde os filhos casados viviam com os velhos pais. Ela é diferente da família nuclear de hoje (pai, mãe e filhos ou mesmo apenas mãe e filho ou pai e filho).
Começa relembrando a autoridade do pai e da mãe, que não são exatamente os pais de uma família nuclear, porque logo após (v. 6) se supõe que aquele que “honra o próprio pai” também já tem filhos. Pai e mãe são os mais velhos do clã ou da tribo, são os chefes da grande família.
A segunda parte da leitura vai tratar exatamente desses mais velhos, quando o peso dos anos começa a provocar algum tipo de demência senil. Hoje os pais ou os avós moram sozinhos ou estão no asilo, enquanto naquela época estavam no meio da grande família e deviam ser os mais venerados e respeitados.
Mesmo assim, todos os conselhos e orientações dados para aquele tempo, nas devidas proporções, ainda servem para hoje.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Evangelho Dominical - Mateus 2, 13-15, 19-23.

SAGRADA FAMILIA


13" Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e lhe disse: «Levanta-te, toma o Menino e Sua mãe, foge para o Egipto, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para O matar».14 ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e Sua mãe, e retirou-se para o Egipto. 15 Lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta: “Do Egipto chamei o Meu filho”. 19 Morto Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egipto, 20 e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e Sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque morreram os que procuravam tirar a vida ao Menino».21 Ele levantou-se, tomou o Menino e Sua mãe, e voltou para a terra de Israel. 22 Mas, ouvindo dizer que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá; e, avisado por Deus em sonhos, retirou-se para a região da Galileia, 23 e foi habitar numa cidade chamada Nazaré, cumprindo-se deste modo o que tinha sido anunciado pelos profetas: “Será chamado nazareno". PALAVRA DA SALVAÇÃO.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Fato Histórico em Xique-Xique (BA) - Mercado Municipal



Mercado Municipal São Francisco

Quando no dia 31 de janeiro de 1948, o Sr. Aurélio Miranda assumiu o cargo de Prefeito Municipal de Xique-Xique, pequenina cidade do interior baiano, encontrou a cidade com pouco menos de 4.000 habitantes, com as poucas ruas ainda sem calçamentos, com precária energia elétrica gerada por uma caldeira a vapor e que funcionava apenas das 18 às 22 horas, sem água encanada no que pese estar situada na margem do Rio São Francisco, sem ligação rodoviária com Salvador, capital do Estado e, na área da educação, a cidade contava apenas com as Escolas Reunidas Cesar Zama, ministrando apenas o Curso Primário. Era uma cidade pequena, muito pobre e com limitado Erário. Mesmo assim o recém prefeito eleito e empossado, vinha com uma plataforma de campanha que tinha como obra principal a construção de um mercado público para que os pequenos agropecuaristas pudessem vender seus produtos diretamente aos consumidores livrando-se da perniciosa interferência dos atravessadores.
Já tendo tudo planejado, até o nome da grande obra que seria denominada de Mercado Municipal São Francisco, o Prefeito discutiu o projeto com seus auxiliares diretos e juntos meteram mãos à obra. O Prefeito, diariamente visitava o canteiro a acompanhava diuturnamente o andamento dos trabalhos. Foram muitos meses de luta, economizando centavo a centavo o dinheiro público, até que no segundo semestre do ano de 1950, o grande mercado estava construído, no ponto de ser marcada a grande festa de inauguração.
Decidiu que, com solenidade modesta limitada pelo pouco dinheiro da Prefeitura, o Mercado seria inaugurado no dia 25 de dezembro de 1950, cuja programação consistia apenas numa missa campal celebrada pelo Pe. Honório de Queiroz Rocha e, após o corte da fita, um discurso do vereador Custódio Moraes.
Este mês o velho Mercado está completando 60 anos. Para aquele ano de 1950, representou uma grande obra municipal, realizada em face da tenacidade de um prefeito que teve uma visão do crescimento futura da cidade.
Ainda hoje, passado esses 6 decênios, o Mercado continua prestando um grande serviço aos pequenos produtores rurais e à população da cidade, já estando totalmente envolvido pelo grande comércio que se desenvolveu à sua volta.
Mas, infelizmente, os sucessores de Aurélio Miranda, não dedicaram à grande obra de 1950, o carinho e o cuidado que tanto merece. Atualmente o grande Mercado está apresentando um desolador estado de decadência não se assemelhando em nada ao pujante aspécto que tinha ha 60 anos quando foi inaugurado.
Daqui, fazemos o nosso apelo às autoridades municipais para que olhem para a grande obra que ainda possui plena estrutura para se transformar num grande centro comercial.
A Lenda e a função atual do Papai Noel

A tradição tenta associar o velho bonachão Papai Noel a São Nicolau, um santo católico do século 4, bispo de Myra, na Turquia.
A caracterização de Papai Noel deve-se, ao cartunista alemão Thomas Nast (1840-1902), que fez uma série de ilustrações do velho barbudo para o periódico Harper’s Weekly, a partir de 1863.
A imagem popular do Papai Noel que conhecemos hoje deve-se muito ao artista Haddon Sunblom, que criou ilustrações do velho associando-o à bebida Coca-Cola, no período de 1931 até 1964.
Atualmente, além de continuar ligado à bebida Coca-Cola, pelo menos nas cores do traje fantasia, o Papai Noel está intimamente ligado aos grandes centros comerciais espalhados em toda grande cidade, que fazem dele o principal chamariz para compra de presentes durante o mês de dezembro. O velhinho, pois, virou a principal ferramente do consumismo.
Por achar interessante o artigo do Sr. Wadislau Martins Gomes, publicado na internete, resolvi divulgá-lo, também neste Blog para deleite do leitores.

"O NATAL DO VELHINHO E O DO MENINO
Wadislau Martins Gomes
Houve tempo em que a pergunta era:
'Posso contar ao seu filho que papai noel não existe?'
Nessa hora, podia haver, até mesmo, desmaios e ranger de dentes. Já havia quem, simpático e bem humorado, achasse que Jesus, talvez, nem tivesse existido. Aí, sim, podia haver exaltação e riso satisfeito. Mas tirar a alegria do natal, desfazer o mistério do velhinho – isso era o mesmo que falar mal da mãe.
Não é que, hoje, o mito do natal esteja em alta, nem a mãe, mas é que todos nos convertemos a uma religião secular antiga que se vestiu de roupa nova: o consumismo. No tempo antigo, chamavam-na de Mamom, culto ou amor do dinheiro, cobiça e coisas mais. Até que encontram a palavra certa: c o n s u m i d o r! No início, a gente até que estranhava. Parecia muito com o rótulo de glutão, bêbado e por aí. Agora, tem uns que acham bom. Nem ligam para a realidade.
A cartinha ou spam vem berrando: Prezado consumidor. A pessoa vira, e diz: 'Olha, mãe, me chamou de consumidor.' Daqui a pouco, o dicionário definirá o termo como elogio. Veja, por exemplo, nossas últimas eleições; votamos na propaganda, não na pessoa que nos representaria. Renovando o ditado, nesse mundo nada se cria e nada se perde; tudo se consome. O natal do grande povo é prova inconteste da moderna doutrina do mercado – no mundo e na igreja.
Não é só dinheiro que está envolvido nesse mercado. Tem crente que briga a favor ou contra a comemoração do Natal. Uns, aproveitam a festa com o gosto dos penetras. Outros, por razões diversas. Orgulho, ira e comportamento também servem de moeda “intelectual”.
O teólogo disse que poderia adorar o Deus da cruz, mas jamais o menino da manjedoura. Vai nessa, Barth. Quem não se curva diante do encarnado também não tem parte com seu corpo crucificado e ressurreto.
O bíblico Simeão, conhecido de cristãos e de outros poetas nem tanto, foi quem traduziu a realidade do Natal – o Natal do menino. O nascimento é importante como a morte. Simeão, justo e piedoso – da justificação que procede da graça de Deus – disse, cheio de fé: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra porque os meus olhos já viram a tua salvação,” (ver Bíblia, Lucas 2.25-35). Seu entendimento do natal não era um de otimismo romântico de consumidor apalermado nem um de realismo desesperado de sábio convencional. Era, sim, um de realismo com esperança! O velho Simeão proclamou: “luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel”. Olhos cheios de vida e alma desejosa da vida que há de vir, viu a luz do mundo e glória dos filhos de Deus! Nem papai noel nem coisas poderão superar essa visão. Uma visão que não envergonha aquele que adora, pois é o encontro da própria vocação humana.
Simeão voltou-se para a mãe de Jesus, e disse: “Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”.
O natal é realmente uma contradição. Não o menino. Nascendo, ele assumiu a vida que está aí, nas casas, nas ruas da cidade. A minha e a sua condição. Passamos o ano, comprando e vendendo coisas, aparência, ideias valorizadas pela alma do negócio e, no natal, uns trocam presentes e outros, veleidades. Simeão passou a vida, esperando uma redenção que desse significado à existência. Quando ela chegou, já podia morrer, pois essa é sua significância: em Cristo, ele teria satisfeito o anseio maior de permanência e importância. Depois de realizada a esperança do sofrimento da glória de Cristo, ele teria um natal que não mais marcaria a contagem regressiva para a morte. O eterno Senhor seria seu presente, sua reunião de família, sua canção, e o verdadeiro espírito de fraternidade (por meio da adoção de filho em Cristo)."

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Foto Antiga de Xique-Xique (BA): ENCHENTE DE 1949.


O VELHO CHICO FORA DO LEITO

Esta antiga foto colhida no ano de 1949, por ocasião da grande enchente do Rio São Francisco, destaca o cruzamento da Praça Getúlio Vargas com a Rua Visconde do Rio Branco, local onde se situava o comércio xiquexiquense.
Essas grandes enchentes aconteciam quando o Velho Chico corria desembestado na direção Sul/Norte, rumo ao mar. Sem peias, o grande rio ia inundando todas as cidades ribeirinhas e expulsando os beiradeiros para os locais mais altos.
Hoje o Rio São Francisco está domado pelas duas grandes represas de Três Marias (MG) e Sobradinho (BA) e suas águas descem calmas e domesticadas para, após a geração de energia elétrica que alimenta o Brasil, formar o Oceano Atlântico.
Por isso, hoje é desnecessário o famigerado PAREDÃO que enfeia a cidade de Xique-Xique, retirando-lhe a bela vista do Lago Ipueira além de ser um vetor para várias doenças e contaminações vez que somente é utilizado como sanitário público.

FAÇAMOS UMA CORRENTE EM PROL DA DERRUBADA DO PAREDÃO.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Crônicas Xiquexiqueanas: NOVENAS DO SENHOR DO BONFIM

SENHOR DO BONFIM DE XIQUE-XIQUE
Juarez Morais Chaves


Nascido e criado em Xique-Xique (BA), desde que me entendo por gente e até os dias atuais, a data mais importante da cidade era e é a festa do Padroeiro Senhor do Bonfim, que se celebrada no dia 1º de janeiro e é antecedida por um novenário que começa no dia 23 de dezembro. Em cada 1º de janeiro, naqueles idos da década de 1950, cada xiquexiquenses se enfatiotava com o melhor vestuário que possuia, com a obrigação de ser novo. E, toda essa preparação, visava apenas assistir a Missa Solene celebrada às 9 horas na Igreja Matriz, pelo Pároco de então, Padre José de Oliveira Bastos (Padre Bastos) auxiliado pelo ilustre xiquexiquense Padre Honório de Queiroz Rocha, ficando este encarregado da homilia, na qual gastava mais de uma hora falando. O Padre Honório Rocha era filho de Xiquexique, mas precisamente da Fazenda Carnaúba e exercia o sacerdócio em Petrolina (PE) além de ser professor no Ginásio D. Bosco daquela mesma cidade. Bom orador sacro, muito admirado pela sua inteligência e preparo cultural, nunca deixou de estar em Xique-Xique prestigiando a festa anual em homenagem ao Senhor do Bonfim, que, com certeza, nos seus tempos de meninice, também se entusiasmava com a beleza do evento.
Mas, antecedendo ao brilhantismo da festa do dia 1º de janeiro, previamente aconteciam, durante 9 noites, as famosas novenas do Senhor do Bonfim tendo a cada dia, como patronos, uma determinada categoria econômica ou social da cidade. Era a noite das viúvas, a noite dos comerciantes, a noite das moças, dos fazendeiros, dos rapazes, etc. Mas, a novena mais esperada e mais animada em função da quantidade de fogos de artifício era a noite dos pescadores. Em compensação, no que pese a escassez de fogos, a mais bonita era a noite das viúvas que não mediam esforços e nem recursos na decoração da Igreja, com os altares totalmente ornados de flores naturais e iluminados com muitas velas. Como a prever a nobreza da festa do dia 1º de janeiro, as novenas já se revestiam de grande solenidade e eram prestigiadas por toda a comunidade católica e por todos os sacerdotes que se encontrassem na cidade.
Durante os nove dias das novenas os sinos da Matriz costumavam badalar às 12:00 e às 18:00 horas. Nesses dois momentos aconteciam queima de fogos em frente a Igreja. A depender do foguetório do meio dia já se podia fazer uma idéia da quantidade de fogos que seria utilizada na novena, principalmente no momento da elevação do Santíssimo quando a Praça D. Maximo ficava coberta por uma nuvem de fumaça e o ensurdecedor barulho dos fogos impedia qualquer audição de quem estivesse conversando nos bancos do jardim.
Caxixe, um negro velho e já de idade avançada, conhecido de toda a comunidade xiquexiquense, era o principal operador do foguetório especialmente os rojões soltados em frente à Igreja do Senhor do Bonfim, em todas as novenas que antecediam as festas religiosas da cidade. O pipocar dos fogos fascinava não somente as crianças. Os adultos, também ficavam admirados com os foguetes que subiam paralelos à torre da Igreja para logo em seguida lançarem o estouro. Precisava ver como Caxixe exercia aquela função com dignidade e responsabilidade. Ele e somente ele estava autorizado e capacitado a soltar os foguetes, principalmente, nas novenas do Senhor do Bonfim, não importando quem fosse o patrocinador da respectiva noite
Eventualmente levado pela nossa insistência, Caxixe permitia que um de nós soltasse um dos foguetes de vara, mas somente no horário do meio dia. Mesmo assim a gente tinha que seguir a sua explicação sobre a forma verticalmente correta de se colocar a vara do foguete bem como a melhor maneira de encostar o tição aceso na pólvora e o momento certo de liberá-lo para que, levado pelo empuxo, subisse retilíneo para o céu. Era a maior alegria e a gente ficava plenamente satisfeito com apenas um foguete que nos fosse permitido soltar
E assim a cada ano a população católica de Xiquexique homenageava o Senhor do Bonfim com uma bonita festa religiosa no dia 1º de janeiro antecedida por bonitas novenas com a Igreja totalmente lotada de fiéis que lá compareciam para fazer suas orações ao Santo Padroeiro, admirarem a decoração da Matriz e comentar o foguetório de cada noite.
Hoje, a tradição persiste e a festa do Senhor do Bonfim celebrada no dia 1º de janeiro de cada ano continua alimentando a vida espiritual dos xiquexiquenses como o maior evento religioso da cidade, antecedida, como antes, pelo novenário que se realiza no período d 23 a 31 do mês em curso.
O tema da atual celebração, JESUS É O CAMINHO QUE NOS CONDUZ A DEUS, extraído de Jo 14, 1-6, está permeando as novenas que, ao contrário das realizadas na década de 1950, têm como patronos não mais categorias econômicas ou sociais, mas as comunidades religiosas que estão espalhadas por toda a cidade, criadas e motivadas pela bela atuação pastoral dos últimos sacerdotes que dirigiram a nossa Paróquia do Senhor do Bonfim.
As novenas deste ano têm como patronos as seguintes comunidades: 23-Comunidade de São Pedro; 24-Comunidade de Nossa Senhora da Conceição; 25-Comunidade de Nossa Senhora Aparecida; 26-Comunidade dos Produtores Rurais; 27-Comunidade de São Lourenço e Nova Iguira; 28-Comunidade de Santo Antônio; 29-Comunidade de Santa Marta e Marreca Velha; 30-Comunidade de Santa Luzia e 31-Todas as comunidades.
Estão de parabéns os sacerdotes que administram a nossa Paróquia bem como a comunidade
católica de Xique-Xique (BA) que sem perda de ânimo continua a celebrar essa bonita festa anual em homenagem ao Senhor do Bonfim de Xique-Xique.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Foto Interessante: O BÊBADO E A IOGA


O BÊBADO E A IOGA


Parodiando a grande canção "O Bêbado e o Equilibrista", o Blog JUAREZ MORAIS CHAVES divulga algumas fotos que justificam a paródia.

Vejam!!!




Arte Sacra na Bahia: NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA PRAIA


CONCEIÇÃO DA PRAIA
Essa escultura de origem portuguesa data do Século XVIII, considerada uma das mais belas virgens da Bahia é a Orago da Basílica da Conceição da Praia.
Seu estofamento parece voar ao sabor de ventos celestes e refletir a luz do sol de seu crescente de lua e das estrelas. A peanha profusa em delicados querubins que a transportam representa um orbe estrelado em ouro sobre intenso fundo azul. Seu rosto é doce e compassivo, realçado por ondas castanhas de cabelo que por sua vez contrastam com o branco e ouro do véu que parece tremular.
Essa imagem está entronizada na Basílica da Conceição da Praia, em Salvador, que ainda guarda a parede de uma construção feita por Tomé de Souza nos primeiros dias da fundação da cidade, onde a invocação da Conceição foi adorada. "No principal desembarcadouro está uma fraca ermida de Nossa Senhorda da Conceição, que foi a primeira casa de oração e obra de que Tomé de Souza se ocupou." _ reporta Gabriel Soares de Souza em 1587.
(Bahia: tesouros da fé. Foto: Sérgio Benutti)

Cantinho da Seresta: O SERESTEIRO

O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, "cifradas" para violão e que estarão semanalamente sendo divulgadas.



























Escultores do Nordeste: DOMINGOS

DOMINGOS DA TRINDADE LOPES

Nasceu em 1947 na cidade de Petrolina (PE) e ali, nas margens do Rio São Francisco se criou, trabalhando com madeira desde os doze anos de idade e mais tarde na profissão de marceneiro.
Casou-se em 1971 com uma das filhas de Ana das Carrancas, famosa artesã em trabalhos de barro, tendo sido, pela sogra, incentivado a fazer carrancas de madeira.
As suas esculturas, feitas de imburana ou cedro, são esguias, bem talhadas revelando a habilidade do artesão e sua capacidade criativa.
(Livro: O REINADO DA LUA - escultores populares do Nordeste - 1980)
(Foto: Maria do Carmo Buarque de Holanda)

Foto do Rio São Francisco: AS AGUADEIRAS

Durante muitos anos, a população das cidades ribeirinhas do Rio São Francisco não dispunha de água encanada e tratada em suas residências.
A água do Velho Chico, preciosa no sertão semi-árido era levada na cabeça das mulheres em potes, em latas ou então nas mãos, em cabaças.
Lembro-me que na década de 1950, sentado sobre o cais, ficava a observar a "rampa do capim" que mais tarde ficou conhecida como "rampa do mercado", apinhada de mulheres, com rodilhas de pano na cabeça e na beira do rio, enchendo de água as suas "latas de querosene", que seriam transportadas para todas as residências da cidade, incrivelmente equilíbradas sobre a cabeça. Andavam ruas e ruas conversando entre si como se não estivessem sob um peso de 20 kg de água.
Muitas mulheres tinham essa atividade como a sua profissão com a qual ganhavam o sustento vendendo latas d'água de porta em porta.
Outras, no entanto, eram "crias" das residências mais abastadas, filhas de trabalhadores rurais que eram trazidas das fazendas para trabalharem nas casas dos patrões, como domésticas, a troco de um prato de comida ou de uma muda de roupa já usada pelas filhas da patroa.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Foto Interessante: ANALFABETISMO FUNCIONAL

Esta foto, posta como "interessante", nada tem disso, pois apenas demonstra que o analfabeto não é apenas aquele que não conhece o alfabeto.
Existem muitos brasileiros "diplomados" no Curso Fundamental que mal conseguem exprimir os pensamentos de uma forma correta.
Precisamos, pois, não só ensinar as nossas crianças a "ler" e a "escrever", mas, fazê-los de forma correta além de prepará-los para poder interpretarem o que estão lendo e escrevendo.
No entanto, o reclame posto no oitão da oficina não deixa de ser interessante face à forma como foi colocado, mesmo não estando num portugues escorreito.

O LAGO XIQUEXIQUENSE

O LAGO IPUEIRA
Esta foto aérea, obtida através do satélite aqui foi colocada com o único intuito de informar aos xiquexiquenses a beleza e o potencial do nosso Lago, bem como divulgar por todos os leitores do Blog que a nossa Xique-Xique, no interior da Bahia, é banhada por um longo e bonito lago sãofranciscano que se adequa, como nenhum outro, à prática de todos os tipos de esportes aquáticos.
Para que se tenha uma ideia da grandiosidade do volume hídrico, a cidade de Xique-Xique está representada pelo aglomerado de pontinhos situados na extremidade direita da foto.
Pois bem, o nosso Lago Ipueira tem um comprimento aproximado de 13 (treze) quilômetros e uma largura que varia de 350 metros, na parte mais estreita, entre a cidade e a Ilha do Gado Bravo e 1.200 metros na parte mais larga a uma distância de 4 (quatro) quilômetros da cidade.
Todo o Lago é formado por águas plácidas apropriadas à prática da vela ou mesmo para passeios em pequenos barcos a motor.
Nessa belíssima foto da autoria do nosso cinegrafista Édson Nogueira, podemos vislumbrar com toda a nitidez, a partir do Conjunto Residencial BNH, o Lago Ipueira contornando a cidade e, ao longe, do outro lado da Ilha do Gado Bravo, o caudaloso e pujante Rio São Francisco. Essa riqueza hídrica é inexcedível.
Cabe apenas aos xiquexiquenses despertarem para esse grande potencial econômico e de lazer que está bem defronte à sua cidade, apenas e infelizmente, escondido sob o famigerado PAREDÃO.

Poucas cidades do mundo dispõem de algo parecido.

Evangelho Dominical - 4º Domingo do Advento

A ORIGEM DE JESUS CRISTO
Mateus 1,18-24

A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.
José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Foto do Rio São Francisco: A CARRANCA DA BARCA


Não sabemos quando surgiram as carrancas essas exóticas figuras que eram colocadas na proa das embarcações fluviais como elemento protetor contra maus espíritos e perigos do rio, que avisariam com gemidos a proximidade de algum perigo.
Os primeiros registros do aparecimento das carrancas surgiram na segunda metade do século XIX.
As carrancas que eram colocadas na proa das barcas que viajavam no Rio São Francisco, há muitos anos perderam sua função de protegê-las contra perigos concretos e imaginados do percurso do rio e, atualmente assumiram uma função de peça de comércio artesanal.
Algumas carrancas, quando exibidas em lojas de artesanatos, como sendo fabricada por um famoso artesão, mesmo nunca tendo viajado pelo São Francisco, presa à proa de uma barca, alcançam consideráveis preços, sendo hoje, portanto, apenas utilizadas como peças decorativas de cantos de salas e escritórios.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Escultores do Nordeste: ANA DAS CARRANCAS

ANA DAS CARRANCAS


"Disso você não entende nada, isso é coisa do reinado da lua"
NHÔ CABOCLO
Artista Pernambucano



Ana das Carrancas é pernambucana de Ouricuri, nascida no ano de 1923, tendo vindo para a beirada do Rio São Francisco lá pelas bandas de 1957, fixando residência em Petrolina (PE).
Filha de artesã, aos 7 anos, em Ouricuri, Ana já ajudava à mãe no trabalho com barro de louça, fazendo panelinhas, bois e santos para as lapinhas.
Começou a fazer carranca motivada pelas estórias de seus antepassados escravos que contavam que os demônios apareciam no Rio São Francisco, com cara de feio animal, para amedrontar os filhos dos patrões brancos. Era a única escultora que fazia carranca utilizando barro de louça, sem pintura, apenas passando verniz copal.
As suas peças já figuram em museus e coleções particulares.

"O REINADO DA LUA - Escultores Populares do Nordeste - 1980
Fotografia: Maria do Carmo Buarque de Holanda.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Evangelho dominical: 3º DOMINGO DO ADVENTO

EVANGELHO DE DOMINGO
Mateus 11,2-11.
"Ora João, que estava no cárcere, tendo ouvido falar das obras de Cristo, enviou-lhe os seus discípulos
com esta pergunta: «És Tu aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?»
Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis:
Os cegos vêem e os coxos andam, os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa-Nova é anunciada aos pobres.
E bem aventurado aquele que não encontra em mim ocasião de escândalo.»
Depois de eles terem partido, Jesus começou a falar às multidões a respeito de João: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento?
Então que fostes ver? Um homem vestido de roupas luxuosas? Mas aqueles que usam roupas luxuosas encontram-se nos palácios dos reis.
Que fostes, então, ver? Um profeta? Sim, Eu vo-lo digo, e mais que um profeta.
É aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu mensageiro diante de ti, para te preparar o caminho.
Em verdade vos digo: Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no Reino do Céu é maior do que ele."

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Foto antiga de Xique-Xique (BA): INAUGURAÇÃO DO ASFALTO DA BA-52

Festa em Xique-Xique

Na década de 1950 o Departamento de Estrada de Rodagem do Estado da Bahia - DERBA, construiu uma rodovia piçarrada, ligando a cidade de Xique-Xique à cidade de Feira de Santana. Mesmo sem pavimentação asfáltica o povo da cidade ficou tão alegre que denominou a modesta estrada de "FEDERAL". Esse era o nome que identificava a BA.52 naquele tempo. Foi um grande ganho para a cidade pois encurtou sobremaneira o percurso dos caminhões para Salvador que passou de 8 para 3 dias.
Na década de 1960, foi inaugurada a primeira linha de ônibus para Salvador, denominada de São Francisco e, a partir desse evento a população, principalmente os estudantes, puderam desfrutar de uma viagem mais confortável e mais curta pois gastava-se apenas dois dias, com um pernoite na cidade de Mundo Novo (BA) e mais tarde em Piritiba (BA).
No começo da década de 1970, no governo de ACM (1971/1975), o DERBA iniciou os serviços de pavimentação asfáltica da BA.52, ligando Xique-Xique a Salvador, trabalhos que foram concluídos no ano de 1974, permitindo que a inauguração de toda estrada asfaltada pudesse ocorrer no dia 12 de novembro de 1974.
Em todas as cidades beneficiadas com o asfalto, a começar de Anguera (BA), foi um grande festa e, em Xique-Xique, pode-se dizer foi a maior festa popular que já se fez na cidade, com o sorriso de alegria estampado nos rostos de toda a população. Todos os carros sairam da garagem para experimentar, pela primeira vez, o novo asfalto que ora estava sendo inaugurado.
Muitos chegaram a arriscar uma pequena viagem à Várzea Grande ou mesmo até o Rio Verde para experimentar a sensação de viajar numa estrada livre das "costelas de vaca" que abundavam na velha via de piçarra.
Atualmente a BA.52, asfaltada, que por quase quatro décadas tem servido a uma grande população que se espalha pelas cidades de Xique-Xique, Rio Verde, Itaguaçu, Central, Gabriel, Lapão, Uibaí, Pres. Dutra, Irecê, João Dourado, América Dourada, Morro do Chapéu, Mundo Novo, Baixa Grande, Ipirá e Anguera, encontra-se abandonada, sem manutenção e totalmente cheia de buracos em pelo menos no percurso de aproximadamente 200 km, entre as cidades de Morro do Chapéu e Xique-Xique.
Esperamos que o próximo governo estadual que se instalará no iníco de 2011, volte as vistas para a nossa sofrida caatinga e, pelo menos, coloque a velha BA.52 na mesma situação de 1974, quando foi entregue à população.



Evangelho visto pela arte africana:VISITA DOS REIS MAGOS


OS REIS MAGOS
Mateus 2:1,12

“Depois de Jesus ter nascido em Belém da Judéia, nos dias de Herodes, o rei, eis que vieram magos das regiões orientais a Jerusalém, dizendo: “Onde está aquele que nasceu rei dos judeus? Pois vimos a sua estrela quando no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem.” O rei Herodes, ouvindo isso, ficou agitado, e, junto com ele, toda Jerusalém; e, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, começou a indagar deles onde havia de nascer o Messias. Disseram-lhe: “Em Belém da Judéia; pois é assim que se escreveu por intermédio do profeta: ‘E tu, ó Belém da terra de Judá, de nenhum modo és a mais insignificante entre os governadores de Judá; pois de ti sairá um governante que há de pastorear o meu povo, Israel.’”
Herodes convocou, então, secretamente os magos e averiguou deles cuidadosamente o tempo do aparecimento da estrela; e, ao enviá-los a Belém, ele disse: “Ide e procurai cuidadosamente a criancinha, e quando a tiverdes achado, avisai-me, para que eu também possa ir e prestar-lhe homenagem.” Tendo ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no Oriente ia adiante deles, até que se deteve por cima do lugar onde estava criancinha. Ao verem a estrela, alegraram-se muitíssimo. E ao entrarem na casa, viram a criancinha com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, prestaram-lhe homenagem. Abriram também seus tesouros e presentearam-na com dádivas: ouro, olíbano e mirra. No entanto, por terem recebido em sonho um aviso divino para não voltarem a Herodes, retiraram-se para o seu país por outro caminho.”




domingo, 5 de dezembro de 2010

Cantinho da Seresta: O SERESTEIRO

Cantinho da Seresta

O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, ilustradas com a "cifra" para violão e que estarão semanalamente sendo divulgadas.























Evangelho dominical : 2º DOMINGO DO ADVENTO


2º DOMINGO DO ADVENTO
Mt 3,1-12

Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. João foi anunciado pelo profeta Isaías, que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!” João usava uma roupa feita de pêlos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins; comia gafanhotos e mel do campo. Os moradores de Jerusalém, de toda a Judeia e de todos os lugares em volta do rio Jordão vinham ao encontro de João. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão. Quando viu muitos fariseus e saduceus vindo para o batismo, João disse-lhes: “Raça de cobras venenosas, quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? Produzi frutos que provem a vossa conversão. Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é nosso pai’, porque eu vos digo: até mesmo destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão. O machado já está na raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada no fogo. Eu vos batizo com água para a conversão, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de carregar suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele está com a pá na mão; ele vai limpar sua eira e recolher seu trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga”.

Pôr do Sol em Xique-Xique (BA)





O PÔR DO SOL

Esta linda foto do pôr do Sol em Xique-Xique me foi enviada pelo conterrâneo Marcelo e, como podem ver, ilustrou em estilo grandioso o Blog.







CRÔNICAS XIQUEXIQUEANAS: As Lapinhas de Xique-Xique (BA)


AS LAPINHAS DO NATAL
Juarez Morais Chaves

É tradição de muitos anos em Xique Xique, no início do mês de dezembro as famílias montarem um presépio de Natal ao qual dão o nome de "LAPINHA". As lapinhas, representação do nascimento de Jesus, eram feitas com pedras e papeis pintados, pequenas imagens de animais, diversos brinquedos e outros materiais que poderiam ser encontrados na cidade, muito carente e muito pobre. As fazedoras de lapinhas não se contentavam apenas com a montagem da gruta abrigando a família de Nazaré, cercada pelos reis magos. A gruta tradicional sempre estava presente, feita de pedras envoltas em papel de jornal pintado, mas, em volta, a decoração tomava o rumo imaginado pela dona da lapinha. Valia colocar tudo que se dispusesse em casa e que sob sua ótica servisse para enfeitar a sua homenagem ao Menino Deus, não importando se aquele objeto estava ou não em conformidade com a liturgia do Advento.
Por isso as Lapinhas variavam de tamanho em função da armação da gruta e dos itens decorativos espalhados por toda a estrutura. O que se queria era impressionar os visitantes que, com certeza estariam, no mês de dezembro a percorrer casa por casa admirando as lapinhas, às vezes as mesmas que vira no ano anterior e em nada mudara, pois a dona já tinha de cor os objetos decorativos a serem utilizados bem como os seus respectivos lugares.
Era muito comum, pela novidade, a utilização de pequenas conchas marinhas, dessas que são abundantes em todas as praias do nordeste e que eram trazidas e presenteadas por algum amigo que estivera em Salvador. As lapinhas que nos acostumamos a admirar em nossa infância, quando a gente peregrinava pelas casas em Xique-Xique, roteiro que também fizeram os nossos pais e avós, eram presépios pitorescos, de graça ingênua que tinham indefectivelmente um “lago” feito de espelho, cercado de fina e branca areia trazida das praias de Salvador ou da Gameleira do Assuruá onde "nadavam" patos e outras aves aquáticas, além de vários animais feitos de barro de louça pintado ou porcelana, uma infinidade de bugigangas, enfeites, bonecos de louça, bibelôs de resina, vasos de plantas no meio de seixos e latinhas com arroz recém brotados, trenzinhos de ferro que se acomodavam ao lado de camelos e dromedários, pastores de cajado e vestidos de pele de carneiro ombreando-se com marujos de gorro à francesa e soldadinhos de chumbo ao último modelo americano e, tudo o mais de quinquilharias que a dona pudesse guardar para ser usada na decoração da sua lapinha. Face à tradicionalidade desse trabalho existiam famílias que faziam lapinhas desde o início do séc. XX, continuando uma tradição que vinha dos seus avós. Por isso, como novos enfeites decorativos eram anualmente agregados a cada montagem da lapinha a tendência é que ano a ano fosse aumentando cada vez mais os itens utilizados na feitura da homenagem. As lapinhas de Xique-Xique estavam mais para um trabalho de decoração artesanal do que para uma homenagem ao menino Deus. Existiam lapinhas famosas e que faziam de tudo para se manterem na posição. Os xiquexiquenses mais velhos relembram ainda hoje, com saudades, as lapinhas mais bonitas e mais bem feitas de Xique-Xique que eram armadas logo no começo do mês de dezembro. Lembro-me muito bem de algumas lapinhas que ficaram gravadas na minha memória: a lapinha de D. Filomena, que ficava na Rua Marechal Deodoro, a de D. Beleza Guedes que ficava na mesma rua, a lapinha de D. Adalgisa que ficava na Rua Góis Calmon, afora outras dezenas que não consigo lembrar-me devido a passagem do tempo. No entanto, todas eram lapinhas feitas com muita dedicação e muito bom gosto com uma profusão de brinquedos e enfeites que somente eram expostos a cada ano. Chegado o dia de Reis, quando as lapinhas eram desmontadas, esses maravilhosos brinquedos e enfeites que enfeitiçavam as cabecinhas das crianças visitantes e provocavam o deleite dos adultos, eram novamente encaixotados e guardados por mais um ano. Muitas lapinhas que eram visitadas nos anos 1950, continuam hoje a serem armadas fazendo o mesmo sucesso de antigamente, o que demonstra que a homenagem ao Deus da Esperança que em breve chegará, ainda continua forte.Todas as famílias de Xique-Xique, que armavam lapinhas, tinham a maior satisfação em receber os conterrâneos para mostrar a sua obra prima. Nessas ocasiões eram servidos cafezinhos e bolos caseiros para todos os visitantes e era patente o largo sorriso sempre estampado na face da dona da lapinha acompanhando a admiração dos visitantes e dando explicações da origem de cada um dos enfeites espalhados. E, faziam isso com muito orgulho e dedicação, fossem as lapinhas grandes e ricas ou lapinhas pequenas e modestas, pois todas eram visitadas pela população da cidade.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Arte Sacra na Bahia: SANTO ANTÔNIO



SANTO ANTÔNIO DO MENINO JESUS
O Santo franciscano é uma das devoções mais importantes de todo o mundo católico. Esta escultura enfatiza a imensa ternura de Santo Antônio por um Menino Jesus especialmnente dengoso.
É interessante notar que a figura real de Santo Antônio nada tinha a ver com sua habitual representação no imaginário sacro, em geral um sucedânio adocicado de um modelo renascentista baseado na escultura grega do deus Hermes carregando Dionísio ao colo (Praxíteles c.350-340 AC).
Documentos históricos dão conta de robustez de Santo Nntônio, que seria um homem de porte avantajado e grande vigor físico.
O historiador Cid Teixeira nos diz que o tesoureiro da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos tinha que ser obrigatoriamente branco e que este seria o motivo de Santo Antônio de Lisboa ser o orago da Irmandade.
Essa imagem feita em Portugal e trazida para a Bahia no Século XVIII, está até hoje na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.





Bahia: Tesouros da Fé - 2000

Fato Histórico em Xique-Xique (BA): CURSO PARA FORMAÇÃO DO MAGISTÉRIO PRIMÁRIO.

Criado o Curso para Formação do Magistério Primário


Por incrível que pareça, o prefeito José Peregrino de Souza (1955 a 1959) ao assumir a prefeitura de Xique-Xique (BA) e se dispor a realizar uma das suas promessas de campanha, encontrou severa reação de parte da população bem como da maioria da Câmara de Vereadores, a partir do momento em que decidiu criar um Ginásio na cidade, vez que, até aquela data Xique-Xique dispunha de poucas escolas que ministravam apenas o Curso Primário, com destaque para as Escolas Reunidas Cezar Zama, local onde estava a elite cultural xiquexiquense. Não obstante isso o Ginásio Municipal Senhor do Bonfim foi inaugurado no dia 1º de março de 1959, ao apagar das luzes da administração José Peregrino de Souza.
Esse assunto está amplamente relatado no livro "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique (História de Chique-Chique) – Ed. 2009", da autoria do nosso ilustre historiador, Prof. Casimiro Machado Neto, bem como na Crônica "O Ginásio e o Bolsa Família", publicada neste Blog no dia 23.01.2010.
Sucedido na prefeitura pelo cidadão Francisco Marçal da Silva, que governou Xique-Xique de 1959 a 1963, este não só se empenhou para fortaleza o Ginásio Municipal Senhor do Bonfim, mas também se interessou em oferecer, naquela Instituição de Ensino mantida pelo poder municipal, e em continução ao ginásio, o Curso de Formação de Professores Primários o qual foi instalado no ano de 1962, tendo a partir daí o nome da instituição se mudado para Colégio Municipal Senhor do Bonfim.
Foi um ano de muitas alegrias para a maioria da população pois, iniciava-se uma nova etapa na cidade com a formatura da primeira turma de Professores e Professoras. Até aquela data o nosso povo dependia de professores e professoras formados em outras cidades, principalmente a vizinha Barra, e, como nem todos podiam dar-se ao luxo de manter um filho ou filha estudando fora de Xique-Xique, a nobre função de ser Professor ou Professora ainda estava destinada à elite financeira da cidade. O Colégio Municipal Senhor do Bonfim veio, com a democratização do ensino médio gratuito para os xiquexiquenses, acabar com a discriminação ao permitir que todos os cidadãos e cidadãs pudessem estudar e ampliar os seus conhecimentos após a conclusão do Curso Ginasial.
Assim, em dezembro de 1964, surge a primeira turma de Professores e Professoras (foto), formada pelo Colégio Municipal Senhor do Bonfim e, pela primeira vez, a função do magistério em Xique-Xique seria exercido, também, por profissionais forjados na cidade.
São os seguintes os primeiros Professores e primeiras Professoras diplomados em Xique-Xique: Abvalho Pires de Carvalho, Ana Lapa Araújo, Belanísia Pinheiro Borges, Climéria Marques Assunção, Darilene Santos, Gislene Barbosa, Leonice Feitosa Borges, Marileide Cruz, Marluce Santos Bandeira, Neuza Pires de Carvalho, Pascoal Nery de Souza, Ruy Alves de Santana, Terezinha dos Anjos, Violeta Adélia Franca, Wilca dos Santos e Marise Ferreira Albuquerque Coelho.