segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fato Histórico de Xique- Xique (BA): DESASTRE DE AVIÃO

DESASTRE DE AVIÃO
Por incrível que pareça o “campo de avião” de Xique Xique (BA), para não fugir à regra dos grandes aeroportos, teve, também, o seu desastre aéreo, pequeno é verdade e sem expressão nacional, mas um desastre aéreo.

O avião sinistrado conhecido na época como Teco-Teco era um pequeno e velho monomotor, feito de canos de alumínio e lona emborrachada de propriedade de um pessoal que vinha da cidade de Pirapora (MG), com destino ao Garimpo do Rumo em Xique Xique (BA), local onde estava sendo extraída grande quantidade de cristal de rocha e que estava atraindo garimpeiros de todos os cantos do Brasil.

Numa incompetente manobra na pista de piçarra, o pequeno avião, transportando 4 pessoas, quebrou uma roda, arriou para um dos lados e não mais saiu do lugar. Os ocupantes, ilesos, pegaram suas coisas, abandonaram o pequeno avião no meio da pista e foram embora para o hotel. No dia seguinte, levaram Macilon, famoso mecânico de carro de Xique Xique que tentou consertar o avião, sem sucesso. Em face disso os donos do avião providenciaram a retirada dos equipamentos que ainda tinham algum valor e abandonaram a carcaça do pequeno avião.
Esse avião sinistrado permaneceu abandonado por muitos anos no “campo de avião” e era a alegria da meninada que subia na carenagem e fazia de conta que estava pilotando. Com o tempo, a lona se foi rasgando e os canos de alumínio foram sendo furtados por adultos e crianças, para os mais diversos usos, até nada mais existir do avião sinistrado.

Foi o primeiro e único desastre de avião em Xique Xique. Mas, mesmo pequeno, teve o seu desastre.


domingo, 30 de outubro de 2011

Evangelho Dominical: Mateus 23, 1-12

HIPOCRISIA E VAIDADE DOS ESCRIBAS E DOS FARISEUS

Pela leitura do Evangelho de Mateus, vemos que aos poucos vai-se acentuando a tensão entre Jesus e os escribas e fariseus, que acaba levando-o à morte. Neste texto, Jesus dirige-se à multidões e aos seus discípulos num ataque frontal aos escribas e fariseus, denunciando sua hipocrisia:


1 Então, Jesus falou às multidões e aos seus discípulos, dizendo: 2 "Sobre a cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. 3 Observai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem, mas não imiteis as suas ações, porque dizem e não fazem. 4 Atam cargas pesadas e impossíveis de levar, e as põem sobre os ombros dos outros homens, mas nem com um dedo as querem mover. 5 Fazem todas as suas obras para serem vistos pelos homens. Trazem mais largas as filactérias, e mais compridas as franjas dos seus mantos. 6 Gostam de ter os primeiros lugares nos banquetes, e as primeiras cadeiras nas sinagogas, 7 das saudações na praça, e de serem chamados rabi pelos homens. 8 Mas vós não vos façais chamar rabis, porque um só é o vosso Mestre, e vós sois todos irmãos. 9 A ninguém chameis pai sobre a terra, porque um só é o vosso Pai, O que está nos Céus. 10 Nem façais que vos chamem mestres, porque um só é o vosso Mestre, Cristo. 11 Quem entre vós for o maior, seja vosso servo. 12 Aquele que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado." (Mt 23, 1-12).

SOS SAÚDE XIQUE XIQUE

PASSEATA PELA SAÚDE
No dia 29 de outubro p/passado a população de Xique Xique (BA) se uniu para, numa luta comum, exigir melhores dias para a saúde na cidade.
A cobertura feita pelo fotógrafo Édson Nogueira, nos dá uma idéia da grandeza do movimento. Não havia distinção de idade, sexo ou posição social. Acredito, mesmo, que até as diferenças políticas foram, nesse importante dia, esquecidas em prol do benefício da comunidade.
Xique Xique, importante cidade da região do Médio São Francisco, com uma população de mais de 40.000 habitantes, há muitos anos vem sofrendo com a precariedade dos serviços de saúde prestados à população. Os dois hospitais existentes na cidade não dispõem, no que pese o esforço dos profissionais da saúde, das mínimas condições técnicas para um digno atendimento hospitalar.
Parecia, até que essa grande massa popular, de força descomunal, estava anestesiada e acomodada com essa situação que, a cada dia e a cada ano mais se agrava.
Felizmente o povo acordou. E, não mais deve dormir sobre essa calamidade que está se abatendo sobre a saúde da nossa cidade.
Esqueçam as côres políticas partidárias e “pressionem” todos os políticos que recebem os nossos votos para que façam gestões junto ao Governador do Estado no sentido de dotar Xique Xique com hospitais decentes.
Tenham certeza que nada cai do céu. Todo benefício e todo melhoramento público só se consegue com muita luta e muita pressão.
Não parem de lutar. Essa caminhada foi apenas a primeira batalha e tudo indica que foi vitoriosa.
Vamos em frente com a mobilização que os resultados chegam com certeza.

sábado, 29 de outubro de 2011

Foto Inédita da Enchente de 1979: Praça D. Maximo



A Praça D. Máximo totalmente tomada pelas águas do Rio São Francisco na enchente de 1979.

Várias barcas ancoradas ao lado do prédio do Banco do Estado da Bahia, fazendo o comércio de mercadorias que geralmente era feito na margem do rio após o cais.

Ao fundo a Praça Getúlio Vargas, atualmente em plena reforma pela Prefeitura Municipal.

O Posto de Gasolina Pioneiro, também, inundado.
Foto: Afonso

COMO SERIA UM BRASIL SEM LULA?

É bom que se divulgue e leia o artigo de Luiz Nassif, publicado no dia 29.10.2011.



Luis Nassif
Agora que as notícias dão conta da boa perspectiva de restabelecimento do Lula, é curioso debruçar sobre as análises apressadas sobre uma era pós-Lula.
Aliás, chocante a maneira como algumas comentaristas celebraram a doença de Lula. Até nos ambientes mais selvagens - das guerras, por exemplo - há a ética do guerreiro, de embainhar as armas quando vê o inimigo caído, por doença, tragédia ou mesmo na derrota. Por aqui, não: é selvageria em estado puro.
A analista-torcedora supos que, com a doença de Lula, haveria uma mudança radical no quadro político. Sem voz, Lula seria como um Sansão sem cabelos. Sem Lula, não haveria Fernando Haddad. Sem contar os diagnósticos médico-políticos, de que Lula foi castigado por sua vida desregrada. Zerado o jogo político, concluiu triunfante.
Num de seus discursos mais conhecidos, Lula bradava para a multidão: "Se cortarem um braço meu, vocês serão meu braço; se calarem a minha voz, vocês serão minha voz...".

Qualquer tragédia com Lula o alçaria à condição de semideus, como foi com Vargas. O suicídio de Vargas pavimentou por dez anos as eleições de seus seguidores. É só imaginar o que seriam os comícios com a reprodução dos discursos de Lula. Haveria comoção geral.
A falta de Lula seria visível em outra ponta: é ele quem segura a peteca da radicalização. Quem seguraria suas hostes, em caso da sua falta? Seu grande feito político foi promover um pacto que envolveu os mais diversos setores do país, dos movimentos sociais e sindicais aos grandes grupos empresariais. E em nenhum momento ter cedido a esbirros autoritários, a represálias contra seus adversários - a não ser no campo do voto -, mesmo sofrendo ataques implacáveis.
Ouvindo os analistas radicais, lembrando-se da campanha passada, como seria o país caso Serra tivesse sido eleito? É um bom exercício. Não sobraria inteiro um adversário. Na fase Lula, há dois poderes se contrapondo: o do Estado e o da mídia e um presidente que nunca exorbitou de suas funções. No caso de Serra, haveria a junção desses dois poderes, em mãos absolutamente raivosas, vingativas.
Ao fechar todos os canais de participação, Serra sentaria em cima de uma panela de pressão. Sem canais de expressão, muitos dos adversários ganhariam as ruas. Sem a mediação de Lula, não haveria como não resultar em confrontos. Seria uma longa noite de São Bartolomeu.
Essa teria sido a grande tragédia nacional, que provavelmente comprometeria 27 anos de luta pela consolidação democrática"

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cantinho da Seresta: Musicas Populares

O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, "cifradas" para violão e que, semanalmente, estarão sendo divulgadas.


















Foto Denúncia: Ginásio de Esportes Gov. Otto Alencar

DESPERDÍCIO EM XIQUE XIQUE (BA)

Enquanto no Brasil todo, principalmente nas capitais onde os times da Copa vão jogar, se gastam milhões de reais para construir ou reformar estádios de futebol, em nossa pequena cidade do interior da Bahia se deixa ao abandono um bom ginásio de esportes, construído não sei se com recursos da Prefeitura Municipal ou do Estado da Bahia.

Mas isso não importa pois representa verba do erário.

Essa situação ainda se torna mais evidente ante as notícias que culminaram com a saída do ministro Orlando Silva, dos Esportes.

Ante o exposto, cabe, pois, a interferência do nosso Poder Estadual (Executivo e Judiciário), nosso Poder Municipal (Prefeitura e Câmara de Vereadores) e nosso tão forte e diligente Ministério Público, no sentido de promover a restauração de tão importante equipamente destinando-o à utilização pelos jovens xiquexiquenses.

Uma sugestão seria agregá-lo ao Colégio Eduardo Magalhães, que fica bem próximo, para que esse estabelecimento educacional se responsabilizasse pela manutenção e utilização do mesmo.

Seria bom que o atual vice-governador da Bahia, que foi homenageado com a colocação do seu nome no Ginásio de Esportes, também se interessase pela restauração do equipamento.









Foto do Rio São Francisco: VAPOR "ENCOSTADO"

O VAPOR

Esta é uma foto tradiconal do vapor DJALMA DUTRA num porto do Rio São Francisco.

Como o rio devia estar secando, o acesso ao vapor era feito por pranchas de madeira que serviam de ponte.

Por essas pranchas trasitavam os passageiros e os carregadores com sacos de mercadorias que eram colocados na lancha que ficava ao lado do vapor. Nessa foto é a lancha FORMOSA.

A lancha tinha como finalidade aumentar a capacidade de carga e dar uma maior estabilidade na água, ao vapor.

Bons tempos em que o nosso Rio São Francisco era movimentado e valorizado com as dezenas de vapores transportando passageiros e cargas por todas as cidades ribeirinhas.

Arte Sacra na Bahia: AZULEJARIA BAIANA




CONVENTO DE SANTA CLARA DO DESTERRO


Este painel de azulejos, datado do ano de 1760, retrata cena da vida de São Francisco de Assis.

Está localizado na parede esquerda em frente ao púlpito da nave da Capela-mor do Convento.

Observe a belíssima cercadura, ou moldura, rococó.

Bahia: Tesouros da Fé

Foto:Sérgio Bennutti


Lago Ipueira: Barcas Ancoradas



Nos dias de feira livre a margem do Lago Ipueira, formado pelo Rio São Francisco e que banha a cidade de Xique Xique (BA), fica repleta de grandes barcas a motor e também pequenas canoas, todas envolvidas no transporte de pessoas e de mercadorias.

É um espetáculo bonito e que, não obstante, é banalizado pelo xiquexiquense que já está acostumado com essa movimentação fluvial todo fim de semana.

Foto Interessante em Xique Xique (BA): O BARCO ESQUECIDO

Final da Enchente do Rio São Francisco, na cidade de Xique Xique (BA), no ano de 1979, deixando a Praça Getúlio Vargas entulhada de lama.

Um barco branco, que deve ter servido ao seu proprietário quando as ruas estavam tomadas pelas águas, foi abandonado ao pé do obelisco a Getulio Vargas.

Na foto aparece o lado sul da praça, totalmente diferente da atual paisagem.

Foto Aérea de Xique Xique (BA): Estrada BA.52



Foto aérea do lado leste de Xique Xique (BA), detacando a rodovia BA.52 que liga a cidade a Salvador.
Foto: Édson Nogueira

Moradias de Alto Risco: Casas na Penha

No que pese a beleza arquitetônica e a aparente segurança dos rochedos que sustentam as construções, os moradores dessas casas são, realmente, pessoas muito corajosas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Foto Antiga de Xique Xique (BA): Rua Ruy Barbosa

Esta é uma foto da Rua Ruy Barbosa (Rua da Amargura), totalmente tomada pelas águas do Rio São Francisco por ocasião da enchente de 1949.

Pode-se verificar que, nessa época o lado oeste da rua ainda era formado de muitas casa de taipa.

Hoje essa rua está totalmente mudada quer em tamanho quer em construções residenciais.

Foto: Chiquinho de Bibi

Foto do Cineasta Édson Nogueira: Parque Aquático

É mais um pôr do sol em Xique Xique, dessa vez presenciado do interior do Parque Aquático Ponta das Pedras.

O grande equipamento do parque é destacado pelo últimos raios do Sol que dentro em pouco se esconderá por traz da Ilha do Gado Bravo.

Foto: Édson Nogueira

Foto Antiga de Salvador

O CHAFARIS DE ITAPOAN

Era aqui que a população de Itapoan se abastecia de água doce. Não sei se esse equipamento ainda está de pé naquele bairro.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O TREMA

Simplesmente fantástico !!! Não sei quem escreveu, mas quem assina é o TREMA ...
É uma aula de criatividade e bom humor e com acentuada inteligência...


" DESPEDIDA DO TREMA
Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O dois pontos disse que sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele 'C' cagão que fica se passando por 'S' e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do 'O' e o anoréxico do 'I'. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo de medo". Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.

Adeus,
Trema "

domingo, 23 de outubro de 2011

Evangelho Dominical - Mateus 22, 34-40

O Maior Mandamento



Naquele tempo, 34 os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35 e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36 ”Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37 Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38 Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39 O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40 Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Morada de Alto Risco: Beira do Penhasco

Somente a beleza da vista pode compensar o perigo de se morar na beirada da pedra.

Cantinho da Seresta



O Blog JUAREZ MORAIS CHAVES fez uma seleção de músicas genuinamente brasileiras, tocadas e cantadas na segunda metade do século passado, principalmente nos anos 1960, "cifradas" para violão e que, semanalmente, estarão sendo divulgadas.







Normandia ontem e hoje: Rua Restaurada
















Rua e casas bastante destruídas pelos tiroteios da Grande Guerra, mas, como mostra a segunda foto, os europeus com a tenacidade e o amor à cultura conseguiram restaurá-las da melhor maneira possível.

Foto Antiga de Salvador: Itapoan

A melancólica Itapoan dos anos 1950.

Crônica Xiquexiqueana: A TELEVISÃO EM XIQUE XIQUE (BA)

"NÃO MAGEIA E NEM PROSEIA"

Xique-Xique (BA), em algumas coisas parece ser a terra do paradoxo. Tomemos por exemplo o caso dos meios de comunicação, especialmente a imprensa escrita. Em matéria publicada no Blog XIQUEXIQUE, em 15.08.09, sob a denominação de “Visita anual a Xique-Xique” teci alguns comentários sobre a inexistência de revistas e jornais na cidade. Naquela ocasião assim me expressei: “Mas, uma coisa ainda continua me entristecendo e me incomodando. É a falta de uma BANCA DE REVISTA na cidade. Acredito que seja a única comunidade do mundo com 45.000 habitantes que não dispõe desse instrumento de cultura. Passei o absurdo de ficar 15 dias sem ver um jornal sequer. Procurei um como se procura uma agulha num palheiro. Simplesmente não existe na cidade. Se alguém possui algum exemplar o esconde sob 7 chaves. É necessário, pois, que os lideres da cidade dêem um jeito de o xiquexiquense ler. O maior analfabeto não é quem não sabe ler e sim aquele que, sabendo, não lê. Quem não lê não tem opinião, vive desatualizado, não sabe escolher e fica sem saber o que está acontecendo no resto do mundo. Vamos meus conterrâneos. Introduzamos o JORNAL e as revistas semanais na cidade para que sejam lidos pela população.”

Pois bem, o paradoxo a que me referi acima diz respeito ao fato de em épocas passadas, primeiro terço do sec.XX, Xique-Xique (BA), na época pequenina cidade da caatinga baiana, chegou contar com alguns importantes periódicos redigidos e impressos pela própria comunidade. O nosso pesquisador CASSIMIRO MACHADO NETO, em seu livro “Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique (História de Chique-Chique), 2ª Edição – 2009", assim se refere aos “jornais” de Xique-Xique: “A administração do Prefeito Municipal de Chique-Chique coronel José de Souza Nogueira (1930-1933), ... foi a que teve o maior volume de informações registradas, graças ao surgimento de dois jornais semanários, que deram a maior cobertura possível a todos os fatos políticos, sociais, culturais, desportivos, econômicos etc. Estes dois jornais foram: A ORDEM, que circulou de 17 de julho a 20 de dezembro de 1931, totalizando 19 edições semanais consecutivas e A LUZ, que circulou entre o dia 14 de fevereiro a 28 de agosto de 1932, publicando 23 edições semanais consecutivas.”

Continuando a sua pesquisa o nosso historiador divulga, ainda a existência dos seguintes periódicos xiquexiquenses:I) O Progresso, que circulou de 1936 a 1938 e do qual o nosso historiador e pesquisador teve acesso, apenas, a uma fotocópia da 1ª página da edição nº 01, datado de 09 de agosto de 1936;II) O tablóide Tribuna da Verdade que circulou apenas uma vez, no dia 31.07.1995, embora o expediente informasse ser tiragem semestral; III) O Página Revista pequeno periódico mensal que vem circulando desde setembro de 2003.

Segundo o nosso pesquisador CASSIMIRO NETO, Xique-Xique já teve mais de uma dezena de periódicos com tiragens semanal, quinzenal e mensal, a contar do ano de 1931 o que poderia denotar um bom gosto pela literatura e pela notícia. Mas, aí surge o paradoxo: se o povo tinha essa boa vontade para com os noticiários locais, nunca se interessaram em ler os grandes jornais ou pelo menos os jornais que circulam na capital do Estado, demonstrando com essa atitude um total descaso para com o que se passa na resto do mundo, com grande prejuízo para a cultura do povo e o desenvolvimento da cidade. Sem jornais, sem revistas, sem biblioteca e sem cinema, o povo de Xique-Xique (BA), nas décadas de 1960 e 1970 atravessou anos de total ignorância utilizando como meio de contato com o mundo exclusivamente o rádio e assim mesmo interessando-se apenas por jogos de futebol, dos times do sudeste e pelas radionovelas que se mantinham em alta nas cidades onde ainda a televisão não tinha chegado.Com a chegada dos anos 1970, influenciada pelos jovens que estudavam em Salvador, começou-se a pensar em trazer o sinal da televisão para Xique-Xique. Nesse tempo Salvador e algumas das principais cidades do Estado já contavam com os sinais de televisão dos Diários Associados e da Rede Globo, transmitindo as telenovelas, os noticiários e principalmente os jogos de futebol. Na rede Globo, nessa década, destacaram-se as novelas Irmãos Coragem, Selva de Pedra, Cavalo de Aço, Pecado Capital, o Astro e muitas outras que deixavam as mulheres desejosas de acompanhar, diariamente, os folhetins que aquela emissora de televisão sabe fazer tão bem. A sociedade xiquexiquenses colocou, então, como prioridade cultural trazer a TV para Xique-Xique. Esqueceram-se de que mais importante era incentivar, na cidade a instalação de bancas de revistas, salas de projeção de filmes e bibliotecas. Priorizaram a televisão e, a partir dessa opção começaram uma odisséia para dotar a cidade com um sinal de TV. Durante toda a década de 1970 várias foram as tentativas frustradas tanto as feitas pelas pessoas físicas como as promovidas pelas empresas, que, também, estavam interessadas em estimular o consumo em todas as cidades à margem da rodovia Xique-Xique a Salvador. Instalaram-se antenas particulares, as maiores e melhores vindas da capital, montaram, ao longo da rodovia, torres de retransmissão do sinal, mas, durante muitos anos os aparelhos de TV mostraram um desempenho pífio. A regra geral era apresentarem uma tela totalmente tomada por chuvisco com uma imagem que mais parecia uma sombra. Quanto ao som, este mostrava-se intermitente, ora chegando com nitidez e outras vezes com muitas descargas e interferências ou mesmo desaparecendo totalmente. Mesmo com a precariedade do sinal, as famílias não desanimavam e sempre estavam comprando aparelhos de televisão levadas pela esperança de assistirem as novelas da Globo que já faziam grandes sucessos em Salvador. Por isso, logo após o jornal nacional, com Cid Moreira, todos se assentavam em frente da tela chuviscada e desde que o som estivesse mais ou menos audível e entendível, procuravam imaginar o andamento da trama novelesca atentos às sombras que apareciam por baixo dos chuvisco. Os homens que preferiam as transmissões das partidas de futebol ficavam plenamente satisfeitos se a imagem estivesse mais ou menos, mais para mais do que para menos, vez que a voz do locutor poderia ser suprida com um radio colocado ao lado da televisão.

Foi nesse clima que num certo dia, na Praça D. Máximo, estavam alguns torcedores de futebol irritados e contrariados porque não conseguiram assistir, mesmo precariamente, a transmissão de um jogo entre dois grandes times de futebol, vez que junto com o som a imagem desaparecera, quando, ao passar por ali o comerciante Marçalzinho, sempre de bom humor e dono de uma verve humorística, um dos torcedores frustrados lhe pergunta o que ele acha da televisão em Xique-Xique. Marçalzinho, sem pestanejar e como se já estivesse esperando a pergunta, responde jocosamente a queima roupa: “A televisão daqui quando mageia não proseia e quando proseia não mageia”. Essa concisa definição ficou valendo até o início da década de 1980 quando, com a chegada da energia hidrelétrica em Xique-Xique criaram-se melhorias tecnológicas que permitiram a chegada do sinal em excelentes condições, e, com a introdução da antena parabólica em quase todas as residências aumentou o leque de canais bem sintonizados. Nesses últimos 25 anos, pois, a população de Xique-Xique vem se “ilustrando” com a nefasta programação das grandes redes de TV sudestinas, representada principalmente pelas novelas e programas de calouros, sem se preocupar, ainda, com a ausência, na cidade, de outros meios de comunicação e de difusão de conhecimentos, bem mais importantes, tais como os jornais, as revistas e as salas de cinemas.
ATÉ QUANDO???

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fato Histórico de Xique Xique (BA): O CAIXÃO DA MISERICÓRDIA

No início da década de 1920, mesmo com uma enorme área territorial de mais de 10.000 km², Xique Xique cidade sede do município era muito atrasada e pequena, com menos de 5.000 habitantes e sem possuir sequer uma escola primária pública, o que somente veio acontecer no ano de 1937 com a inauguração das Escolas Reunidas César Zama.
O cemitério “novo” ainda não existia, posto que somente em 1926 seria inaugurado. Os mortos, tanto da sede como dos distritos e povoados, eram sepultado no cemitério “velho”, situado ali no final da Rua Aurora, anos depois, demolido e transformado na Praça João Ferreira Filho.
Nessa época comandava o Município de Xique Xique (BA), na função de Intendente Municipal, o Coronel Francisco Xavier Guimarães (1920 a 1922) que, diariamente do alto da varanda da sua bela residência que até hoje está perfeita na Praça D. Máximo, assistia ao ingresso na Igreja do Senhor do Bonfim de todos os defuntos da cidade que adentravam o templo para suas últimas despedidas deste mundo.
Constrangia-o, no entanto, constatar que grande quantidade dos que se dirigiam ao velho cemitério eram levados na mais extrema pobreza, em redes ou envoltos em esteiras, não tendo sequer a dignidade de serem carregados em um caixão de madeira.
De tanto ver os mais pobres sofrerem até depois de mortos, o coronel Chico Xavier sensibilizou-se com aquele sofrimento imposto aos conterrâneos de menor poder aquisitivo e, sendo um homem de boa formação moral, de bons costumes e freqüentador assíduo das funções religiosas, resolveu dar um basta naquilo que considerava uma grande falta de amor ao próximo e, naquele momento, decidiu criar o que denominu de CAIXÃO DA MISERICÓRDIA.
O ideal, pensou, era que o erário doasse a cada morto carente, cuja família não dispusesse de recursos financeiros, um caixão, mesmo dos mais simples para que, com dignidade, pudesse ser, por seus parentes e amigos, levados até à sua sepultura.
Mas, chegou a conclusão que o Município, pobre como era, não tinha recursos para bancar um programa social dessa marca.
Todavia, homem resoluto, decidiu que os seus comandados não mais seriam transportados em redes ou esteiras, das residências para o cemitério. Mandaria fabricar um bonito e resistente caixão de madeira, pelo melhor marceneiro da cidade e que, emprestado à família do morto, serviria para transportá-lo até a morada eterna. Lá chegando o morto seria retirado do caixão e, envolto em redes ou esteiras, seria colocado na sepultura. O caixão seria limpo e guardado para o próximo cadáver que precisasse.
Sem entrar no mérito da decisão do Intendente de 1920 o Caixão da Misericórdia foi um ente que por muitos anos prestou bons serviços à cidade mas, também radicalizou os xiquexiquenses muitos deles querendo dar um fim àquele monstrengo que construído e muito bem construído em madeira de lei teimava em não se acabar.
Durante décadas, mesmo após a desativação do cemitério “velho” o Caixão da Misericórdia continuava sendo utilizado pelas famílias mais pobres e após descarregar o parente morto na cova, era guardado numa pequena capela construída na frente do novo cemitério.
Somente no ano de 1964, na administração do Prefeito Municipal Joel Firmo de Meira, o Caixão da Misericórdia encerrou as suas atividades pela iniciativa de um grupo de pescadores que ao chegar ao cemitério carregando um velho e pobre colega de profissão, decidiram, em homenagem ao defunto, não retirá-lo do invólucro de madeira e o enterraram com o já famoso Caixão da Misericórdia.

Fonte de Consulta: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique Chique - História de Chique Chique" - do pesquisador e Professor Cassimiro Machado Neto.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Arte Sacra na Bahia: AZULEJARIA



Os corredores da Basílica do Bom Jesus do Bonfim, em Salvador (BA)., possuem extensos paineis de azulejos, produzidos em Lisboa, no séc. XIX (1853), da autoria de Tomaz do Carmo, destacando-se neste a figura de um evangelista.



domingo, 16 de outubro de 2011

Pôr do Sol em Xique Xique BA: Chegada do Pescador



Após um dia estafante, sob o Sol e o calor, manobrando um paquete a procura do peixe com o qual irá alimentar a sua familia e arranjar algum numerário para aquisição de outros gêneros, o valente pescador retorna ao lar, tendo como pano de fundo o belo pôr do Sol sobre o Lago Ipueira.

Evangelho Dominical: MATEUS 22, 15-21

TRIBUTO A CÉSAR

Naquele tempo, 15os fariseus fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra. 16Então mandaram os seus discípulos, junto com alguns do partido de Herodes, para dizerem a Jesus: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pelas aparências. 17Dize-nos, pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a César?”18Jesus percebeu a maldade deles e disse: “Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha? 19Mostrai-me a moeda do imposto!” Levaram-lhe então a moeda. 20E Jesus disse: “De quem é a figura e a inscrição desta moeda?” 21Eles responderam: “De César”. Jesus então lhes disse: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

Foto Interessante em Xique Xique (BA): O PEIXE POCOMON


O peixe da foto é conhecido em Xique Xique como POCOMON e, alguns o preferem ao Surubim, sob o argumento de que é mais gostoso.

Não se sabe se por causa da grande procura ou pelo fato de viver enterrado no fundo o rio São Francisco, o Pocomon é uma iguaria dificil de ser encontrada nas bancas do Mercado do Peixe, e, para ser adquirido necessita de uma prévia encomenda.
É FEIOSO MAS É GOSTOSO!!!

Lago Ipueira em Xique Xique (BA): A VELHA BARCA

O Lago Ipueira que banha Xique Xique (BA) bem como as barcas, canoas e paquetes que por ele navegam, são organismos vivos que nascem e morrem.

Na foto uma velha barca abandonada na margem do Lago, após muitos anos de bons serviços prestados transportando gente e mercadorias pelas águas do Velho Chico.

Merecia, pois, um final mais digno.

sábado, 15 de outubro de 2011

Foto Antiga de Xique Xique (BA): Rua do Perau

ENCHENTE DE 1949
A enchente do Rio São Francisco no ano de 1949, para mim foi a maior e a mais importante, vez que nessa cheia, como menino, tive a oportunidade e o lazer de desfrutar das águas do Velho Chico espalhadas por todas as principais ruas da cidade.

A foto registra a entrada da Rua do Perau que ficou totalmente alagada. Era comum a presença de paquetes com os jovens daquele tempo navegando por onde antes caminhavam.

A Rua do Perau, quando da construção do famigerado "Paredão", teve o lado a direita da foto, totalmente demolido e o lado esquerdo, em total estado de abandono, foi objeto de crônica apresentada neste Blog no dia 15 de maio deste ano.

Fotos do Cineasta Edson Nogueira: Pôr do Sol

No que pese ser facil fotografar o pôr do Sol em Xique Xique (BA), pois, são todos de uma inigualável beleza, os registros desse fenômeno feitos por Édson Nogueira destacam-se como que autenticados pela genialidade do fotógrafo.

A frondosa árvore na margem do Lago Ipueira como que emoldura o descanso do astro rei.

Foto Aérea de Xique Xique: BAIRRO BNH

BAIRRO BNH

O famoso conjunto habitacional construído por aquele hoje extinto banco de habitação, na parte leste da cidade, tem forçado o crescimento de Xique Xique para esse lado. A mancha escura na parte baixa da foto é área com vegetação nativa que aos poucos vai dando lugar a novas habitações.

Ao alto da foto, o Lago Ipueira, na sua parte sul, banhando a região da Ponta das Pedras onde está situado o já famoso Parque Aquático da cidade que neste último dia 12, dia da criança, recebeu aproximadamente 5.000 visitantes provenientes dos municípios vizinhos a Xique Xique.

Foto: Édson Nogueira

Foto do Rio São Francisco: Tardinha em Xique Xique (BA)


BEIRA DO RIO À TARDINHA

A "tardinha" que antecede a noite é uma hora agradável em todas as cidades ribeirinhas e também em Xique Xique. O Sol inclemente que desde o nascer lança seus raios inclementes refletidos no grande espelho do Lago Ipueira, torna a beira do rio um local não muito desejado para aglomerações.

Mas, a partir das 17 horas o calor se atenua e é a hora em que as apanhadeiras de água e os canoeiros, sob uma temperatura mais amena, podem se dedicar a um bate papo com os companheiros de lida.

Foto Denúncia: MERCADO DO PEIXE EM XIQUE XIQUE (BA)

O MERCADO DO PEIXE

Mais uma vez estamos divulgando fotos sobre o estado degradante em que se encontra o nosso Mercado do Peixe.

O pescado, desde a origem da comunidade xiquexiquense, é o principal produto da cidade e o principal alimento da população.

Não obstante isso, o nosso Mercado do Peixe, local onde fica exposta toda a produção pesqueira do nosso povo, encontra-se imbuído de total sujeira não se admitindo que o peixe "in natura" seja colocado naquelas bancas totalmente sujas e que há muito tempo não são lavadas. Aliás nem para serem lavadas servem vez que as estruturas de madeira estão corroídas pelo tempo. Também o piso do Mercado é de uma sujeira sem limite. Além de há muito tempo não ser lavado, diariamente os cortadores de peixe lançam sobre ele as vísceras e demais restos de peixes eliminados com a limpeza do pescado.

A sujeira do Mercado do Peixe, em Xique Xique, já passou de um caso de saúde pública para um caso de polícia.

É surpreendente como as nossas autoridades Estaduais, Judiciárias, Municipais e o Ministério Público não se sensibilizam com o grande problema sanitário e os próprios representantes desses poderes continuam a consumir o pescado adquirindo-o no Mercado do Peixe, sem se incomodarem com a sujeira e a falta de higiene a que estão expostos.

É INACREDITÁVEL!!