segunda-feira, 9 de junho de 2014

História de Xique-Xique (BA): SITUAÇÃO DO MUNICÍPIO

         No dia 12 de janeiro de 1859 a Câmara Municipal de Xique-Xique (BA) encaminha ao Presidente da Província da Bahia, Dr. Francisco Xavier Paes Barreto uma longa correspondência, na qual apresenta de forma corajosa a péssima situação em que se encontra o Município.
        Foi a resposta à solicitação feita por aquela Presidência, em 05 de outubro de 1858, quando pediu aos vereadores lhe enviassem uma exposição circunstanciada” acerca das principais necessidades do município, indicando-lhe quais as mais urgentes, que merecessem ter preferência no atendimento.
       A Câmara Municipal, então, resume todos os problemas do Município em oito pontos, nos seguintes termos:

          1 – Tudo quanto é necessidade em um  município do interior, temos precisão, porque na Província não há uma cidade tão esquecida de melhoramentos como esta. Pois apenas despendera, o ano atrasado, de uma pequena quantia com que fez alguns reparos na cadeia pública, ficando ainda em mau estado. A Câmara Municipal e o Juiz de Direito não podem trabalhar em seus lugares originais. Todos os anos a Câmara Municipal tem representado suas necessidades a essa Presidência e à Assembleia Legislativa Provincial, mas não tem nada obtido.
        2. – Abertura de um canal de Barra do Saco até encontrar a Ipueira no lugar Porto das Matolotagens.
         3. – Abertura do canal de Utinga, facilitando a vida de Suassica e da Fazenda Carnaúba.
         4. – Estradas melhores que liguem Xique-Xique a Açuruá, Gentio, São José e outros povoados onde derivam farinha de mandioca e fumo que são exportados para Pilão Arcado, Remanso, Juazeiro, etc. e daqui conduzem rapadura, açúcar e café, produtos vindos das cidades  de Januária do Salgado, da Província de Minas Gerais.
         5. – Pede um subdelegado e um destacamento de polícia para Gentio, pois a instalação da Cia. Metalúrgica de Assuruá ali, tem trazido muitas desavenças. Em Santo Inácio, onde sempre tem havido pancadas, tiros e assassinatos.
         6. – Professor primário – o daqui jubilou-se em 1857. Também uma professora para as meninas.
         7. – Um padre coadjutor, pois quando o padre de Xique-Xique (15.000 almas) sai em desobriga, demora de três a quatro meses viajando e Xique-Xique fica sem assistência espiritual.
         8 – Pontes:
                a)– Rio Verde, na estrada de Salvador;
                b)– Maquiné, na estrada de Vacaria e Amores, que leva para a vila de Lençóis
 
        Os seguintes vereadores assinaram o relatório acima: Joaquim Estácio da Costa – presidente, Liberato de Novais Sampaio, Benedito Alves Machado, Manoel Fulgêncio de Azevedo e Antônio Martins Santiago.
Fonte: "Senhor do Bonfim e Bom Jesus de Chique-Chique", de Cassimiro Neto
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