sábado, 24 de dezembro de 2011

Crônica de Demóstenes Silva: CRÔNICA DE NATAL

Quase que por acaso descobri a existência do livro “Poemas, Crônicas e Cartas”, da autoria do xiquexiquenses DEMÓSTHENES SILVA. O valioso livro me foi gentilmente remetido por Terezinha Magalhães Silva Alvim, filha do autor e para mim foi como ter encontrado uma pepita de ouro nos garimpos do Gentio ou um cristal sem jaça nos garimpos do Rumo.
A partir de agora o Blog Juarez Morais Chaves estará publicando, semanalmente as obras literárias do grande Demósthenes para conhecimento dos jovens xiquexiquense e também dos velhos que tiveram o prazer de conhece-lo em vida.






CRÔNICA DE NATAL
Demósthenes Silva

Há quase dois mil anos, na madrugada que aí vem, uma esteira luminosa inundando de luz os céus serenos do Oriente, norteava os homens que sendo ­reis aqui na Terra, se alijavam de trono e púrpuras, de poderes efêmeros falsas fantasias, para se curvarem aos pés de um Rei maior e verdadeiro, porque augusto na sua origem, invariável nos seus atos e indestrutível no seu poder, era reto na sua justiça e divino no seu mandato, eterno e de beleza peregrina.
Este Rei era filho de Deus, era Jesus, o Salvador, que chegava à Terra ­como homem, que iniciava a mais soberba e sagrada missão de todos os tempos qual a de plantar, aqui, com sacrifício de suor e sangue, o marco do Cristianismo.
Era Jesus que mergulhava nos grosseiros fluidos do planeta Terra, onde faria a redenção da própria humanidade.
Num clima de toda a espécie de ódios, entre mil e um sofrime­ntos, disseminou o amor, a paz e a liberdade, concitando ao Reino de Deus e pregando até o próprio sacrifício a não violência.
Desfraldando a bandeira do amor ao próximo, fê-lo em cascatas luminosas e torrentes soberanas.
Num momento em que a violência era símbolo da força e do poder, Jesus, forte e poderoso, iniciou sua invernada, apresentando ao mundo a mais bela e nobre lição de humildade, nascendo numa estrebaria. Estava, assim ­inaugurando um reinado diferente.
Na sua breve e brilhante viajada, inundou de luzes a sua estrada e tão ­grande como sempre foi, quis ser pequeno entre os homens e fraco entre os fortes da época, embriagados dos falsos poderes que, até hoje, em todas as classes ainda lutam por sobrevivência.
Esta data é tida como a da confraternização da humanidade e, entre risos e abraços, vinhos espumantes e luxuosas ceias em certos lares, comemora-se a data em que nascera o Mestre.
Em poucos lares, entretanto, fala-se em Jesus e poucos homens praticam os seus ensinamentos. Esquecidos de que a vida é um relâmpago, desperdiçamos a mesma, desperdiçando os nossos espíritos.
Meditai, pois, amigos, independentemente de classes, sobre os dizeres desta singela crônica, emanada da Prefeitura local, que, através do seu prefeito, roga a Jesus para todos os seus munícipes o mais risonho de todos os natais e um ano novo repleto de paz e prosperidade em todos os lares da cidade e do Município.
OBS.: Esta crônica foi lida por Demósthenes no dia 24 de Dezembro de 1973, para toda a cidade de Xique Xique (BA), através do serviço municipal de alto-falantes "A Voz da Liberdade ".

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